sexta-feira, abril 30, 2004

POLÉMICA A ALIMENTAR

Anda para aí um vozear feroz e indignado só porque o Sr. Presidente resolveu condecorar uma ex-bombista amadora. Eu compreendo a gritaria, mas gostaria de saber onde é que estes paladinos dos bons princípios andaram todo este tempo em que a Dra. Isabel do Carmo, dona de uma robusta e redonda figura, enganou os muitos incautos que pagaram pelas suas teorias a pensar que a senhora sabia emagrecer. E assim anda este país: o Presidente diz que uma ex-bombista gorda é uma defensora da liberdade e da democracia e a ex-bombista gorda diz que sabe como emagrecer estas embalagens em que vimos ao mundo. Não acreditem em nada. É tudo publicidade enganosa.

FMS
A conta que Deus fez

Parece que Tony Blair se vai mesmo recandidatar e cumprir um terceiro mandato "God and the electorate willing". É caso para dizer, valha-me Deus!

FA
A lawyer by day...



...Elvis by night!

Este não sou eu, é o indivíduo com quem partilho o gabinete. Enough said.

FA
Silogismo

De acordo com o Público a MJM afirma que "Temos corrupção porque vivemos em democracia". Sei bem que não passou tal ideia pela cabeça da insígne magistrada mas o racioncínio lógico parece ser: acabe-se com a segunda que viveremos sem a primeira. Mas isto, repito, é só maldade minha. Só pode.

FA

quinta-feira, abril 29, 2004

Frankly...

Interessante a polémica com o Rui Curado Silva do Klepsydra. Ou nem por isso. Vejamos:

O RCS não me conhece de lado nenhum. Logo não sabe que a 25 de Abril 1974 eu nem sequer era nascido. Nem sequer a 25 de Abril 1975! O primeiro 25 de Abril com que gramei (com a idade esplendorosa de 324 dias) foi o de 1976 em que a Consituinte aprovou uma Constituição totalmente estapafúrdia que legou (generosa e magnanimemente) às gerações futuras de Portugal que, vá-se-lá saber porquê, ainda hoje têm alguma relutância em modificá-la como se a legitimade revolucionária fosse maior que a legitimidade democrática. Não é azia. Não é conflito. É falta de pachorra para o nacional porreirismo e as palmadinhas nas costas e o “nós é que sabemos o que foi aquilo pá”.

Por outro lado, quanto ao nome da ponte, para mim sempre foi “sobre o Tejo”. Mas, já agora, confesso que me causa alguma confusão andar a mudar os nomes às coisas por razões históricas. Gosto mais do exemplo inglês em que, nos jardins das Houses of Parliament, tanto está uma estátua do Cromwell como do Rei Artur (se o RCS não descortinar a fina ironia eu um dia destes explico-lhe).

Já agora aproveito para lhe explicar o que é que o Prof. MRS queria dizer com a “ilegitimidade” dos Capitães de Abril. Essa explicação vem a propósito da (absolutamente fascinante e cativante) polémica da (R)evolução. O que ele queria explicar é que para haver uma revolução no sentido jurídico-político, o corte com o regime político anterior tem de ser feito por vias ilegais (pegando no exemplo do Cromwell, cortando umas cabeças reais por exemplo).

Finalmente aproveito para me congratular com o facto do RCS não pôr em causa o fim do comunismo. Agradeço-lhe então que não questione o facto de eu pôr em causa o fim do fascismo, autoritarismo ou totalitarismo ou lá o que é que era o regime anterior ao 25 de Abril 74. Em lições de Democracia acho que estamos quites.

Olhe, sei lá, encare esta atitude desplicente como a reacção infantil de uma geração imberbe que se está absoluta e positivamente nas tintas para o Otelo “y sus muchachos”, os Pides de calças na mão ou lições de história da carochinha. Como dizia o Rhet Butler (em circunstâncias bem mais dramáticas), “I don’t give a damn.”

FA

PS – Para não dizerem que eu sou um reaccionário fascista, faço saber que fui com os meus pais (OK pronto, não de livre vontade mas vale na mesma) às celebrações do 1º de Maio durante muitos anos. Tenho fotografias às cavalitas do meu Pai que o atestam. Como dizem por aqui: a great family day out!



Nhac..... nhac...........................nnhac.................nhac.................nhac.....nhac................................nhac..........
.........nnhac..........................nhac.................nhac.......................nhac..................................nhac....................
..................................nhac.........................................nhac..nhac...........................nhac........................nhac...
.......... ...

... O quê? Ah, aqui também não se deve matigar pastilha elástica?

DBH

quarta-feira, abril 28, 2004

Solidadiedade



Eu dabén devendo o Gui Joge. Dou gom um ataque de guinite adérgiga que dem bos condo! Bendido “Pulbicore”...

FA
ANIVERSÁRIOS: Hoje é dia de parabenizar a Inês e o Ricardo, de quem o Alberto já disse tudo o que quem o não conhece poderá dizer. Pronto, o Saddam também faz anos, mas como não tem blogue, não leva presente.
FMS

terça-feira, abril 27, 2004

Capa e espada

Apanhei por acaso esta entrevista do Arturo Perez-Reverte ao Clarín. Já está aí o quinto livro da saga do Capitão Alatriste!

Aqui no Quinto recomendamos este quinto tomo e, já agora, o quinto parágrafo da entrevista. Tea anyone?

FA
A Leste tudo de novo

O Rui Curado Silva do Klepsydra anda intrigado com os sistemas políticos a leste. Desconfia da lucidez do povo Polaco e Húngaro na escolha dos seus líderes. Achará concerteza que Húngaros e Polacos estavam melhor antes da implantação do regime democrático. Ainda bem para os Húngaros e Polacos que, malgré lui, não é o Rui Curado Silva a decidir o seu futuro.

Diz este paladino da liberdade e democracia que “depois da queda do Muro de Berlim, uma classe política oportunista amanhou-se à grande”. Claro que a classe política que lá estava antes era tudo gente do bom e do melhor que só tinha os interesses do Povo no coração. Se calhar foi por isso que o Muro caíu – afinal Polacos, Húngaros, Alemães, Checos, Eslovacos, Búlgaros, Romenos, Bielorussos, Lituanos, Estónios, Eslovenos, Letões, Ucranianos e Croatas andavam era fartos de tanta bonomia.

FA

segunda-feira, abril 26, 2004

RUI VIEIRA NERY A APANHAR BONÉS



Existe apenas uma diferença entre a música branca e a música negra: a primeira é sempre melhor do que soa, enquanto que a segunda soa sempre melhor do que é. A novidade da Pop foi o aparecimento de uma música feita por brancos que, pela primeira vez, não exigia a sua exegese e intelectualização. Daí só poder ser "explicada" pelos sentimentos que provoca. Que é coisa que o Pedro Mexia faz a propósito dos White Stripes, a banda mais ininteligível do incompreensível mundo da canção Pop. White Stripes não é música. É sexo.

FMS
A FORÇA DO HÁBITO



30 anos. 15 campeonatos. Abril é cada vez menos evolução.

FMS
Safei-me!

Este ano não tive que gramar com os discursos gongóricos e os elogios costumeiros. Falhei as manifs revivalistas low key e os cartazes progressistas ultrapassados. Safei me das polémicas de vão-de-escada e do re-run de imagens bafientas de arquivo.

Este ano esse Abril passou-me ao lado. Cada vez mais me convenço que o meu Abril não é de 74 ou 75. É o Abril de cada ano que há-de vir. Não dos amanhãs utópicos que até cantam. Antes dos amanhãs concretos que se constroem.

Em verdadeira liberdade.

FA

domingo, abril 25, 2004

DEMOCRACIA E LIBERDADE

"Em 25 de Abril de 1974 findava a II República, a de um regime mais interessado na autoridade que no povo, mais zeloso do estado que da sociedade, mais proprietário da história que servidor da nação. Começou a III República mas, apesar disso, 1974 marca mais um fim do que um princípio, pois não conseguiu ser um início adulto de um novo regime. Ficará na história como um regime intercalar, onde alguns tentaram tomar como definitivo o que em democracia sempre será transitório".

Adelino Amaro da Costa dizia a verdade de modo tão simples e belo, que a própria verdade parecia ainda mais verdadeira do que já era.

FMS

sexta-feira, abril 23, 2004

LIGAÇÕES PERIGOSAS

Conforme bem notou o João Pereira Coutinho no seu tasco, em resposta ao meu amigo Afonso Martins, a política portuguesa raramente partilhou o salão e o leito com a intelectualidade.

Por um lado, a mediocridade nunca se deu bem com o pensamento e com os espíritos que não se submetem acefalamente aos preconceitos hereditários. Por outro, a realidade sempre foi coisa que as almas elevadas desprezaram e encararam como um estorvo às suas deambulações abstractas.

Daí a novidade da conferência de ontem no Instituto Adelino Amaro da Costa. Vasco Rato e Rui Ramos falaram de Democracia e Liberdade sob o pano de fundo dos 30 anos do 25 de Abril. Falaram da direita e para a direita. Tocaram-lhe nas feridas, destaparam-lhe os traumas e mostraram-lhe a sua própria tradição da Liberdade. Porque se em 1974 se libertou um povo, em 2004 falta libertar o indivíduo.

Não pude ficar para o debate com a audiência, que, neste tipo de encontros, é sempre o mais interessante. Ver os convidados aperceberem-se que falaram para o boneco e, em alguns casos raros mas sublimes, descobrirem mais senso onde escasseia a inteligência.

FMS
Dia do Jorge III

Sendo assim, Diogo, extende a interpretação da tradição aos amigos e traz-me qualquer coisinha aí da Waterstone's.



FMS
Dia do Jorge II

Vim visitar o JV a Bruxelas, logo escrevo sem acentos.

Hoje e tambem o dia mundial do livro e contam-me que o e, exactamente, por causa de ser dia de S. Jorge:

O Santo da capadocia e o padroeiro da catalunha e, neste dia de San Jordi, e costume os namorados trocarem rosas e livros entre si. Desta bonita tradicao a UNESCO tirou o dia é" de Abril para, em &çç(, o declarar dia mundial do Livro.

DBH
Dia do Jorge



"Follow your spirit; and, upon this charge Cry:
God for Harry! England and Saint George!"
Henry V, Shakespeare

FA

quinta-feira, abril 22, 2004

AS MARCHAS


Sempre me fez confusão a vontade de alguns se apropriarem da Rua durante uma Semana. Seja na Irlanda do Norte ou na Av. da Liberdade.

DBH
"CONTADO NINGUÉM ACREDITA"
(mais uma expressão a perder pela Charlotte)

Escreveu o Henrique:

"Como é que o cachimbo do Diogo não se apaga no meio de um dilúvio? Como consegue andar um quilómetro debaixo de chuva com o cachimbo a fumegar? Sem guarda chuva, sem gabardine, calmamente. É de Gente! Há certas coisas que só mesmo a rapaziada de direita..."

Caro amigo, infelizmente essa é uma história que nenhuma das pessoas que me conhece consegue acreditar. Como se eu conseguisse andar um quilómetro...

DBH
CURIOSO...

A Esquerda Que Temos (EQT) rejubila pela saída de vários países da Coligação que está no Iraque. Curiosamente é a mesma EQT que dizia que era uma força Unilateral dos EUA. Curioso.

DBH

quarta-feira, abril 21, 2004

SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOURA




Caro FA, há realmente dois factos muito importantes na história do Sr. Mordecai Vanunu.

O primeiro, como escreveste, é o facto de ele estar vivo. Para lá do muro donde mora, são assassinados palestinianos só por suspeita de receberem dinheiro de Israel.

O segundo facto, também importante, é que mostra o perigo de se ir atrás de raparigas louras.

DBH
O LIVRO DA NOSSA VIDA



Não há livro que justifique mais o epíteto do que Heart of Darkness, de que o Público se faz hoje acompanhar.

Na contracapa da edição de ontem, a Maria José Oliveira dá os nomes do mito (Welles, Borges, Greene, Woolf, Joyce), mas não verdadeiramente as suas razões. Fala da obra de Conrad como a "história de muitas descobertas - o confronto com a repressão colonialista num território desconhecido e hostil (a selva), e sobretudo o encontro com Kurtz" (...) um "selvagem" e "moribundo" chefe de posto comercial.

O livro trata, de facto, de descobertas. Mas da mais importante de todas, a que determina a radical modernidade da história, não falou a Maria José. A descoberta que Marlow nos revela no seu longo e intenso monólogo é a descoberta de si mesmo enquanto Homem. E o caminho que fisicamente percorre, de Londres até à Selva Africana, equivale à viagem interior que Conrad, pela boca da personagem, nos propõe.

A questão colonialista é, no livro, relativamente acessória. E Kurtz nada mais do que um símbolo da visão antropológica de Conrad. A obra não é, como diz a Maria José, um "tratado de fé na coragem humana", mas sim um estudo pessimista sobre a natureza humana, inevitavelmente primitiva, imperfeita e corrupta.

Neste sentido, Conrad, respeitando o humor do seu tempo, forneceu um espelho à Humanidade. A Humanidade, como é óbvio, não gostou. Mas era bom que se habituasse à ideia. É que este, no sentido mais literal, é o livro da nossa vida.

FMS
Herói ou sortudo?

Para alguns o Sr. Vanunu é um herói e para outros um traidor. Um facto indesmentível é que foi condenado por traição num país do Médio-Oriente, cumpriu uma pena de prisão, foi libertado e anda por aí vivo da silva a desafiar quem o prendeu e a justificar a sua actuação nos anos 80.

Outros indivíduos por menos que isso e noutros países não muito longe dali não teriam tamanha sorte. Nem nos anos 80, nem agora.

FA
UM MUNDO PERFEITO: Sr. Zapatero quer a ONU no Iraque, assim como o Sr. Chirac, o Sr. Schroeder, o Sr. Prodi, o Dr. Ferro, os Profs. Vital, Freitas e Marcelo. Toda a gente quer a ONU no Iraque. Sua Santidade quer, a Dra. Teresa de Sousa quer, até os Srs. Bush e Powell querem. Pelas minhas contas, só a ONU é que não quer ir para o Iraque. Animemo-nos. O Mundo está quase perfeito.
FMS
MÁ FÉ

Eu gosto da NATO desde pequenino.

FMS
Revolução, evolução ou confusão?

A propósito de um cartaz do happily named “Partido Revolucionário do Proletariado - Brigadas Revolucionárias” o Daniel Oliveira aconselha um visitante menos endoutrinado do barnabé: “Não reescreva a história. Matar, matar mesmo, nessa altura, matou a rede bombista de direita, hoje instalada na coligação PSD/CDS.”

Brilhante tirada! Plena de objectividade, sentido histórico e actualidade.

Só uma dúvida, o que é que quer dizer “matar mesmo”? Há um “matar a fingir” ou “matar mas só um bocadinho”? Se calhar afinal é como as revoluções há umas que o são “mesmo” e outras que (felizmente) se ficam pelas intenções...

Enfim, uma coisa fica clara, certas franjas da Esquerda continuam com “revolução” a mais e “evolução” a menos na sua doutrina e hábitos de convivência política.

FA

terça-feira, abril 20, 2004

VIRTUDES TEOLOGAIS
O Rodrigo responde assim ao meu cumprimento:

"...mesmo desparecido, vejo que nada escapa ao amigo Diogo. Tenho para mim que um dos mais activos propagandistas da direita, por castigo ou simples ironia, vai acabar por casar com uma bloquista qualquer. Daquelas que comem espargos com talher. Nesse dia dirá ele também olha para o que me haveria de dar! "

Agradecendo o elogio (propagandista?) e acreditando na bondade dos meus amigos, fico a pensar se a profecia do meu casamento se deve alguma virtude teologal... Fé, Esperança ou, temo bem, Caridade?

Um abraço,
DBH



2 notas sobre a nossa polícia criminal:

- não revela grande habilidade para dar nomes a operações;

- em compensação, tem um excelente sentido de humor.

JV
PREPAREMO-NOS PARA O QUE AÍ VEM



Irish Blood, English Heart

Irish blood, English heart, This I'm made of
There is no one on earth I'm afraid of
And no regime can buy or sell me

I've been dreaming of a time when
To be English is not to be baneful
To be standing by the flag not feeling shameful, Racist or partial

Irish blood, English heart, This I'm made of
There is no one on earth I'm afraid of
And I will die with both of my hands untied

I've been dreaming of a time when
The English are sick to death of Labour, And Tories
And spit upon the name Oliver Cromwell
And denounce this royal line that still salute him
And will salute him forever


FMS
COLESTEROL BOM

Aqui está um blog que promete. E já vai cumprindo.

Serve para desenjoar das coisas da política.

Lamentavelmente, temo que vá contribuir para aumentar o que há de mais incontornável em alguns de nós...

Um abraço amigo ao seu autor, que já não vejo há tempo demais.


JV

segunda-feira, abril 19, 2004

DE UM LEITOR FIEL

Caro FMS,

A nossa boa Esquerda, quando pretende atacar alguém com quem não concorda,
recorre quase sempre à mais incrível acusação: fulano ou fulana é de
Direita, está tudo explicado! Ainda que este, ou esta, tenham impecáveis (e
perfeitamente louváveis) pergaminhos de Esquerda, é só manifestar uma
opinião menos alinhada, que o diagnóstico está efectuado; E falam eles de
"pensamento único"... É um hábito antigo, a desqualificação dos opositores,
faz parte de uma maneira de ver o mundo que considera a Esquerda ("não há
Esquerda democrática nem anti-democrática, apenas Esquerda", como disse a
dra. Odete Santos) o lado do Bem, e a Direita, uma emanação do Mal, uma
perversão, uma monstruosidade, uma falta de inteligência ("ser de Esquerda é
também uma questão de inteligência", Inês de Medeiros), quase um crime...
Agora os visados são os intelectuais de Esquerda britânicos que defenderam o
ataque ao Iraque (e, en passant, Orwell):


Um abraço,

Ricardo Peres


Sabes, Ricardo, eu até os percebo. Não deve saber bem ver partir, entre outros, o Comrade Hitch e receber, em troca, o Prof. Freitas. Deve doer.

Outro,

FMS
ADIÓS, ME VOY!



Sinónimo para "rendição incondicional": dar corda aos zapatos.

FMS
BLOGGER ZONE

Ai ai Clarinha, que eu ainda conto o resto da conversa!

Ah, e as conversas em off não são entre políticos, são com jornalistas.
DBH
O RISO DE DEUS





O Prof. João de Deus Pinheiro pode bem sorrir. Houve analistas que deram por desgraçada a campanha da coligação PSD/CDS, por suposta falta de comparência. Por ter dado todo o espaço e tempo do mundo à campanha do prof. Sousa Franco.

Nada podia estar mais errado. Parece que a coligação "Força Portugal" tinha razão em ter absoluta confiança no Prof. Sousa Franco: Assim como quando era ministro, desperdiçou o tempo que os portugueses lhe deram.

Ainda nos lembramos:


DBH
"I got moving on my mind"

Vim eu hoje todo contente a ouvir o Hotel Yorba dos White Stripes no "tube" de Victoria para Aldgate East (Jack the Ripper territory) só para descobrir que afinal devia ter vindo a ler Scrutton e não a sports' section do Times com o resumo da jornada!

Ora bolas FMS.

FA
CARA INÊS,

Tenho por princípio não responder a elogios. É infinitamente mais entusiasmante e criativo responder a insultos. Não é um princípio moral mas hedonista. Daqueles para levar a sério, portanto.

FMS
DIAS FELIZES: Não deve ser há muito que a Spectator tem uma coluna dedicada à "Pop Music". Mas deve ser a isto que os puristas da revista chamam a sua decadência. Ser apreciador de pop não é coisa que caiba nas mais ortodoxas variantes do conservadorismo. E não é, de facto, muito provável o cenário de alguém a ler Scrutton ao som dos White Stripes ou Oakeshott por entre a estridente berraria dos Sex Pistols. Ainda assim, é um exercício que pratico com frequência. Para mim, a música é a pop. Da pura, só com gelo. Três minutos, meia dúzia de acordes, voz imberbe e guitarras com acne. Com as devidas excepções (Smiths, Cohen, Magnetic Fields, Divine Comedy, etc.), dispenso a erudição na música. Bocejo com as árias de Verdi e fico impávido com o dedilhar de Thelonious Monk. Na pop - e só na pop - a juventude torna-se não só maravilhosamente suportável, como justamente glorificada. Seja na Village, nos bairros negros de Detroit ou num subúrbio pobre de Manchester. Em Camden Town ou em Sunset Strip à hora que lhe deu o nome. A pop é um paixão fugaz que se transforma diariamente num amor inesquecível. É, por assim dizer, um capricho eterno. Ao pé dela, a música clássica e o jazz (e, bem vistas as coisas, as experiências mais progressivas e menos recomendáveis da pop) são uma chatice sem sentido e sem fim, um onanismo longo e inconsequente. A pop é urgente como se não houvesse amanhã, petulante como se não houvesse mais nada. E uma ejaculação precoce. Faz "pop" ! A minha música tem e terá sempre dezoito anos. A velhice e a maturidade só as quero nos livros. Iggy Pop ao almoço e Karl Popper ao jantar. Aí está. Um dia feliz.
FMS
BAGDADE E PAVIA

Um ano após o derrube da estátua, não se pode dizer que as coisas no Iraque estejam a correr como alguns de nós gostariam. Mas duvido que não estejam a correr como fora previsto. Em nenhum momento me lembro de ter lido ou escutado um responsável da coligação que seja afirmar que o processo de estabilização no período pós-Saddam iria decorrer com rapidez e facilidade comparáveis à operação militar de destituição do regime.

Em todo o caso, mesmo que, para lá da poeira mediática de um jornalismo irremediavelmente atraído pelo abismo e cego pelo anti-americanismo, a evolução ao nível das condições de vida seja manifesta (coisa que os próprios iraquianos poderão confirmar), o recente recrudescimento dos confrontos no Iraque, levado a cabo pela maioria xiita, assustam qualquer um que anseie verdadeiramente pelo sucesso da coligação.

E, acima de tudo, alertam para os erros que poderão ser cometidos com a transição de poderes. Erros que poderão colocar Bush em péssimos lençóis no julgamento da História.

Mesmo o mais empenhado e militante defensor da trupe neocon reconhecerá que no currículo da actual Administração está já um dos mais óbvios erros diplomáticos de que há memória. Ao centrar o casus belli na questão das armas de destruição maciça, Bush inverteu voluntária e desnecessariamente o ónus da prova que cabia ao Iraque de Saddam, depois de inúmeras resoluções da ONU não cumpridas, tornando acessórios os verdadeiros argumentos para a mudança de regime e apresentando como negligenciável toda uma doutrina sedimentada acerca da estabilização da mais problemática e influente das regiões do globo. Tudo isto vem explicado no livro de Fernando Gil e Paulo Tunhas. Convém dar-lhe a atenção adequada.

A actual situação no terreno mostra à exaustão o que é e o que poderá ser o Iraque. E é preciso perceber os sinais.

Quando falamos do Iraque, falamos de uma sociedade que não separa o Estado da Religião, que desconhece qualquer noção de contrato social entre vivos, antepassados e filhos por nascer, que recusa qualquer tipo de lealdade territorial ou identidade nacional e, consequentemente, qualquer conceito secular de lei, soberania e cidadania. Quando falamos do Iraque, em bom rigor, não falamos sociedade, pois esse escudo protector do indivíduo perante o poder soberano é praticamente inexistente.

Querer fazer da construção do novo Iraque um processo racionalista isento destes pressupostos iniciais é o caminho para a desgraça. Esquecer as tradições locais e as ordenações descentralizadas, negligenciar a especificidade dos preconceitos, secundarizar a variedade e a flexibilidade das instituições, importando modelos, é destruir uma bela ideia.

Porque o que o Iraque precisa é de beber a tradição anglo-saxónica da liberdade individual e do pluralismo moral, do governo limitado, do federalismo, da administração local, da sociabilidade espontânea, das instituições intermédias, do saber de experiência feito, devem ingleses e americanos resistir às pressões e manter-se no terreno o tempo que for necessário.

Se ficarem felizes com uma Constituição e entregarem a criança à corrupção e ao imobilismo da ONU, tudo o que ficou para trás terá sido um belíssimo desperdício de sangue, neurónios, tinta e saliva.

FMS


The Matrix

Ainda estou meio em choque daquilo que vi no Sábado à noite na televisão. Claro que estou a falar do Boavista-Sporting e da actuação absolutamente chocante do árbitro. Como adepto do fair-play que sou, e recusando-me a acreditar no "sistema", prefiro pedir encarecidamente a quem de Direito que tirem o apito ao Sr. Paixão. Para teorias da conspiração (sobre "o sistema" e afins) ver o melhor blog sportinguista na net aqui.

O que valeu foi o excelente Duas Quintas 2000 que o meu amigo Joaquim nos serviu em sua casa e o Duas Quintas 2001 que o meu amigo Jorge trouxe consigo.

FA

PS - Em tempo útil, o Náutico é que ainda me vai dando alegrias!

domingo, abril 18, 2004

"Papoila, escondida atrás da porta,

sussurra a pergunta:

Quantos maus pensamentos invalidam uma boa acção...?"


Querida Papoila, apanhei esta frase num casamento ontem:

"Ninguém se lembraria do Bom Samaritano se ele só tivesse boas intenções. Ele possuia também dinheiro"
Margaret Thatcher

Feliz aniversário!
DBH
RESPOSTA A UMA PERGUNTA MUITAS VEZES REPETIDA

É corrente os canhotos perguntarem - acusando - porque é que os blogues de direita não têm comentários.

Vamos ver um exemplo, dos comentários do Barnabé:

"Bernabé : um exemplo de liberdade de imprensa !

podessem os blogues à dideita dizer/fazer o mesmo !

Afixado por zippiz em abril 17, 2004 05:39 PM"


Bom, não escrevemos pelos outros blogues de direita mas, para o Quinto a razão é simples: Amor à Lingua Portuguesa.
DBH
CORE BUSINESS





Recebi dois mails indignados sobre as festas do Bloco nas Docas. Peço desculpa pela resposta tardia:

Cara amiga, pelo que soube, o BE organizou, produziu, vendeu bilhetes e ganhou dinheiro com jovens professores urbanos.

Não entendo o problema, no fundo o BE sempre foi uma empresa de promoção de eventos.

DBH
Falta de Comparência II

Tenho estado bastante afastado deste blogue, desde o fim do mês passado, entre viagens e trabalho, com pouco tempo para escrever ou sequer ler outros blogues. Ou, por outras palavras, deixei de escrever quando o Saramago apelou ao voto em branco e voltei quando o "Nobél" almoçou com o PM.

Apesar de disto, reparei que vários amigos têm blogues novos: O Paulo, o e o Rodrigo. Um grande abraço aos bem vindos! E a patriota Inês, quando começa um novo blog?

DBH

sexta-feira, abril 16, 2004

Falta de Comparência

Suecos e Ingleses disputam o primeiro lugar da classificação de Fair Play da UEFA. Como se pode confirmar aqui, os pontos são atribuídos em função da disciplina mas também por uma boa atitude competitiva e desportivismo para com os adversários e árbitros. A brincar a brincar está em causa um lugar na taça UEFA.

As equipas Portuguesas neste campeonato nem vão a jogo!

FA
Lá está ele outra vez!

Este "número" do nosso PR também já começa a estar muito visto...

FA
Vade Retro (em honra do Latinista Ilustre)

Os amigos barnabés insurgem-se contra a revisão constitucional em curso. Sem comentar o timing e procedimento dessa medida legislativa dos partidos democráticos do parlamento, aquilo que chama mais a atenção é o aparente incómodo do PCP e BE de terem sido excluídos desse processo.

Não percebo. Então mas se do que se trata é de mudar a Constituição que eles imposeram em 1976 e modernizá-la a luz dos valores da sociedade actual como é que eles queriam participar?

Só se em vez de revisão mudássemos o nome para retrogressão constitucional.

FA

quinta-feira, abril 15, 2004

OS BONS SELVAGENS: A advocacia é uma profissão com muito pouco de corporativo, excepto quando a ocasião é bater nos juízes. Aí sim, o pessoal togado monta o circo e lança-se em flagelo continuado aos senhores da beca. Pelo que tenho lido e escutado, a última moda é verberar o excesso de prisões (preventivas ou não) decretadas pelos ilustres magistrados. Concordo. Concordo, mas percebo. É que, mesmo não sendo rousseauniano, nunca me pareceu boa ideia colocar aqueles a aprender o ofício numa antiga e conhecida cadeia.
FMS
BEM PREGA FREI MIGUEL



Hoje, na SIC Notícias, chegou a comover o acrisolado apego de Miguel Portas à proposta do Vaticano para o Iraque.

Pena que, para o resto, não lhe quadre a doutrina.

O grande Mufti do BE sabe tudo sobre o mundo árabe.
Ele perora sobre a incontornabilidade dos assassinos.
Ele legitima e avaliza bandos terroristas (e rotula-os de aceitáveis ou inaceitáveis consoante massacrem com fundamentos laicos ou religiosos).
Ele é que sabe. Ponto final.

JV

quarta-feira, abril 14, 2004

OLHA QUE SIM, OLHA QUE SIM

FMS,

Bem vistas as coisas, até podia ser o partido.

Para além dos PCs mais ninguém renova assim.

JV
PC ANUNCIA "SANGUE NOVO": E calma que não é o partido.
FMS

terça-feira, abril 13, 2004

EU SEI QUE TU SABES QUE EU SEI QUE TU SABES QUE EU SEI QUE...

My Moleskine

FMS
ACCIDENTS WILL HAPPEN: O PPM tem um blog. E calma que não é o partido.
FMS

segunda-feira, abril 12, 2004

A JUVENTUDE ESTÁ PERDIDA



Algarviei no último fim-de-semana. Frequentei os sítios da moda e vi inúmeras caras conhecidas, mas só uma verdadeiramente importante: um complotista com nome de peixe, cara de miúdo e conversa de velho. Muito estudo e pouco tempo para o blog. Vamos lá rapazes, que nós não gostamos de vocês só para jantaradas.

FMS
ELE MENTIU. ELE VAI PERDER.



"It is impossible to describe to you exactly what did happen in Detroit, the emotions in the room, the feelings of the men who were reliving their experiences in Vietnam, but they did, they relived the absolute horror of what this country, in a sense, made them do.

They told their stories. At times they had personally raped, cut off ears, cut off heads, taped wires from portable telephones to human genitals and turned up the power, cut off limbs, blown up bodies, randomly shot at civilians, razed villages in fashion reminiscent of Genghis Khan, shot cattle and dogs for fun, poisoned food stocks, and generally ravaged the countryside of South Vietnam in addition to the normal ravage of war, and the normal and very particular ravaging which is done by the applied bombing power of this country."


John Kerry, perante o Congresso, 1971.



FMS
OTOVERME DO DIA (marca registada)

"Paz, pão, povo e liberdade"

FMS
LONDON CALLING



Não há amor mais cruel do que aquele que se alimenta ao longe, nem paixão mais dilacerante do que a que se insinua à distância. Olha-se mas não se toca. Admira-se mas não se sente. Londres nem sabe que eu existo. Despreza-me quando a visito. E eu insisto em cortejá-la, através dos meus intermediários. Os primeiríssimos foram os Blur. Neste fim-de-semana, o livro de Peter Ackroyd, uma biografia pessoalíssima, uma História feita de estórias. Ackroyd é um contador exímio e apaixonado, devoto à sua cidade, ao fumo, ao barulho, ao clubbing, aos cabbies, aos pombos, aos teatros, à arquitectura de Wren, aos Bow Bells. A Londres dele não é objectiva. A minha também não.

FMS

quinta-feira, abril 08, 2004

SARAMAGO E VIEIRA - CONTRIBUTO PARA UMA ANÁLISE COMPARATIVA



O alarido em torno do último Saramago tem impedido que se dê a importância devida ao mais recente lançamento de Manuel João Vieira, que também olha quando chamam por Lello Marmello ou Lello Minsk.

É que a coincidência temporal e temática das edições suscita óbvias comparações. Assim como em Vieira, o que impressiona verdadeiramente em Saramago é a sua capacidade de dizer as maiores barbaridades sem se rir, muitas vezes perante multidões e de improviso.

Porém, as diferenças são manifestas, devendo ser sublinhada a maior profundidade da proposta de Vieira. Enquanto Saramago é só desencanto, desilusão e desistência, no pensamento de Vieira abunda a esperança e a confiança no futuro.

É certamente discutível o modelo de Portugal transformado em Sociedade Anónima, todo ele alcatifado e com uma autoridade estatizada destinada ao fornecimento gratuito de prostitutas russas. Mas pelo menos há o que discutir. Há uma proposta construtiva e não meramente uma exortação niilista à destruição.

Para além de que que Vieira só desiste quando for eleito. Ao contrário do nosso Nobel, que arruma as botas antes do sufrágio.

FMS

ASSIM À PRIMEIRA VISTA: Desde a chegada de Vital Moreira , a blogosfera começou finalmente a ser um sítio frequentável por avós moralistas e sogras à procura de genro respeitável. Ou seja, muito pouco recomendável. Nunca devotei muito tempo ao Professor Vital, e, em boa verdade, nunca esforcei a paciência. Não gosto do estilo seco, maçador, insuportavelmente académico. Do insigne Mestre, ouço falar apenas quando os meus bloggers favoritos lhe fazem referência. Recentemente, o Ivan envolveu-se em polémica sobre Nelson Rodrigues e o João sobre a atitude condescendente de VM perante o velhinho em cadeira de rodas do Hamas. Por vezes, Vital parece não saber do que fala, o que eu, falador incontinente e incorrigível, claramente apoio. Aliás, ao contrário dos seus amigos e colegas, que decerto atestarão a lucidez do seu pensamento, a cortesia do trato e a elevação das suas argumentações, eu vejo no Professor o pior do pedantismo da nossa Universidade e da vaidade académica do respectivo corpo docente. Vital autoglorifica-se sempre que pode, inclusivamente nas aulas de apresentação, que dedica a esmiuçar o próprio currículo, projectado nas paredes das salas da Faculdade de Direito de Coimbra perante centenas de incautos discentes ainda na idade da borbulha. Tudo isto é só uma imagem. Mas para mim, que não sou um idiota da objectividade (para muitos sou simplesmente idiota), essa imagem é o óbvio ululante.
FMS

segunda-feira, abril 05, 2004

Mind the gap



A propósito desta notícia e visto daqui de Londres apetece dizer: get used to it! A mentalidade portuguesa no entanto, geneticamente predisposta a facilitar, vai mais no sentido da ironia e da irresponsabilidade. A culpa afinal é do Bush, do Barroso, dos media... Ao melhor estilo Michael Moore poderíamos até dizer que toda esta agitação mais não visa que gerar medo na sociedade civil para depois poder quartar os direitos liberdades e garantias dos cidadãos sem grandes protestos.

A minha sugestão é perguntarem aos Espanhóis se não devemos estar atentos. Perguntem a quem vive em Londres se não se justifica evacuar uma estação de metro em caso de dúvida.

Independentemente da nossa atitude perante o terrorismo islâmico (divididos em traços gerais entre aqueles que acham que é uma reacção compreensível face aos excessos imperialistas dos EUA a à conspiração zionista contra os àrabes, os que acham que a Al-Qaeda é uma organização de cães raivosos que só descansam quando o mundo ocidental for todo destruído e os outros que oscilam entre uma posição e outra consoante as notícias do dia) a realidade do terrorismo (que em Londres é uma questão presente há várias décadas) está aí para todos verem. Em lugares tão semelhantes como Madrid, Paris ou Londres ou tão diferentes como o Bali, Quénia ou Arábia Saudita.

A pergunta que se impõe é qual vai ser a nossa resposta. Em vez de "get used to it" não deveríamos antes dizer "deal with it"?

FA
VOLTEI A SER EUROCÉPTICO



FMS

sexta-feira, abril 02, 2004

Aproveitamento escandaloso de uma ideia tão bonita

Seguindo o exemplo do amigo Barnabé, queremos também deixar aqui uma imagem evocativa de Abril.



Ah, pá! Que saudades da Revolução pá!

FA

quinta-feira, abril 01, 2004

Escumalha do melhor

O BE insurgiu-se contra o Governo Português pelas suas relações perigosas com a Arábia Saudita. "Andam metidos com a pior escumalha!" ou words to that effect.

O BE tem de facto tiques elitistas. Querem a melhor escumalha sempre para eles...

FA