O CAMINHO PARA A SOFREGUIDÃO
Dois dos membros mais destacados do clube liberal da direita blogosférica estão a conquistar território e a espalhar tanta, tanta, mas tanta informação, que não sei se aguento.
Visitem o
Hayek Links do Miguel Noronha
e o
Why There Is No Such Thing As An Austrian School Of Economics do Manuel Pinheiro
FMS
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
terça-feira, agosto 31, 2004
DOR DE COTOVELO
As reacções ao artigo de Zita Seabra mostram o quão facilmente a compostura democrática dos rebanhos desliza para a verve inquisitória típica dos puristas e dos idiotas em geral. Basta que um dos "nossos" esqueça por momentos a cartilha maternal para logo ser apodado de traidor, vendido ou, na melhor das hipóteses, desprovido de inteligência. Isto, que, como sabem os que menos esperanças têm na natureza humana, acontece a qualquer um, tem-se verificado, porém, mais à esquerda do que à direita. É que não é fácil ver partir Hitchens, Pacheco Pereira, Amis, Aron, Orwell, Benny Morris, entre outros, e receber em troca apenas o oportunismo do Prof. Freitas. Convinhamos que é de uma desigualdade obscena. Por isso é que quantos mais são os que abandonam o barco, mais de esquerda ficam os que permanecem.
FMS
As reacções ao artigo de Zita Seabra mostram o quão facilmente a compostura democrática dos rebanhos desliza para a verve inquisitória típica dos puristas e dos idiotas em geral. Basta que um dos "nossos" esqueça por momentos a cartilha maternal para logo ser apodado de traidor, vendido ou, na melhor das hipóteses, desprovido de inteligência. Isto, que, como sabem os que menos esperanças têm na natureza humana, acontece a qualquer um, tem-se verificado, porém, mais à esquerda do que à direita. É que não é fácil ver partir Hitchens, Pacheco Pereira, Amis, Aron, Orwell, Benny Morris, entre outros, e receber em troca apenas o oportunismo do Prof. Freitas. Convinhamos que é de uma desigualdade obscena. Por isso é que quantos mais são os que abandonam o barco, mais de esquerda ficam os que permanecem.
FMS
AMANHÃ ÀS 15H30, MAS PORQUÊ, DEUS MEU, ÀS 15H30?
Se estás de férias, se tens almoços longos, se o teu patrão ou patroa já não te veêm desde antes das férias, se ainda não tiraste férias, se estás desempregado, se não te importas de ir parar ao desemprego, se tens quem fique com a criança, se és uma criança, se não te importas que te trate por tu, se já não vais a manifs de sms, se gostas da Claudia Cardinale a fazer beicinho ou se gostas de homens fardados, se quiseres ir ver um dos melhores filmes de um dos melhores livros:
Passa amanhã, às 15h30, o filme Il Gattopardo de Luchino Visconti, na sala Dr. Félix Ribeiro da Cinamateca. Ah, é em italiano mas não faz mal, tem legendas em espanhol.
DBH
Se estás de férias, se tens almoços longos, se o teu patrão ou patroa já não te veêm desde antes das férias, se ainda não tiraste férias, se estás desempregado, se não te importas de ir parar ao desemprego, se tens quem fique com a criança, se és uma criança, se não te importas que te trate por tu, se já não vais a manifs de sms, se gostas da Claudia Cardinale a fazer beicinho ou se gostas de homens fardados, se quiseres ir ver um dos melhores filmes de um dos melhores livros:
Passa amanhã, às 15h30, o filme Il Gattopardo de Luchino Visconti, na sala Dr. Félix Ribeiro da Cinamateca. Ah, é em italiano mas não faz mal, tem legendas em espanhol.
DBH
CORTAR NA CASACA
Visivelmente amofinado com a publicação do artigo de Zita Seabra sobre o Aborto, o Daniel Oliveira resolveu chamar-lhe vira-casacas.
No que toca à forma mais ou menos convencional de envergar estas peças de roupa, é sempre estimulante ver uma pessoa a quem o muro de Berlim caiu em cima a assobiar para o lado e a apontar o dedo ao avesso do parceiro...
Seja pelo que for, o facto é que o Daniel se viu na necessidade de teorizar abundantemente acerca da medida e do ponto exactos em que as mudanças de opinião são aceitáveis. Desengane-se quem pensar que se limitou à construção conceptual, abstendo-se acepticamente de contaminação pelo objecto de estudo. Não. A sua comovente generosidade levou-o a admitir que até já mudou "muitas vezes de opinião".
Discordo dele, mais uma vez.
Mas não discuto com especialistas.
JV
Visivelmente amofinado com a publicação do artigo de Zita Seabra sobre o Aborto, o Daniel Oliveira resolveu chamar-lhe vira-casacas.
No que toca à forma mais ou menos convencional de envergar estas peças de roupa, é sempre estimulante ver uma pessoa a quem o muro de Berlim caiu em cima a assobiar para o lado e a apontar o dedo ao avesso do parceiro...
Seja pelo que for, o facto é que o Daniel se viu na necessidade de teorizar abundantemente acerca da medida e do ponto exactos em que as mudanças de opinião são aceitáveis. Desengane-se quem pensar que se limitou à construção conceptual, abstendo-se acepticamente de contaminação pelo objecto de estudo. Não. A sua comovente generosidade levou-o a admitir que até já mudou "muitas vezes de opinião".
Discordo dele, mais uma vez.
Mas não discuto com especialistas.
JV
segunda-feira, agosto 30, 2004
METERAM-SE COM A FAMÍLIA ERRADA
Eu e a minha irmã mais nova, que alinha em muitos dos disparates do Bloco, preguiçávamos ontem na praia quando ela recebeu uma sms convocando-a para a manifestação "espontânea" à frente do Ministério da Defesa e implorando-lhe que ajudasse a Women on Waves. Atónita, levantou a cabeça, leu a mensagem e apagou-a no instante seguinte, retomando a dormência do momento. Porque a minha irmã faltou à concentração não sei. Pode ter sido da envolvência ou dos trezentos quilómetros que nos separavam de Lisboa. Mas eu quero acreditar que foi por temor reverencial.
FMS
Eu e a minha irmã mais nova, que alinha em muitos dos disparates do Bloco, preguiçávamos ontem na praia quando ela recebeu uma sms convocando-a para a manifestação "espontânea" à frente do Ministério da Defesa e implorando-lhe que ajudasse a Women on Waves. Atónita, levantou a cabeça, leu a mensagem e apagou-a no instante seguinte, retomando a dormência do momento. Porque a minha irmã faltou à concentração não sei. Pode ter sido da envolvência ou dos trezentos quilómetros que nos separavam de Lisboa. Mas eu quero acreditar que foi por temor reverencial.
FMS
CHAMEM A POLÍCIA...
Manuel Alegre diz que há clientelismo no PS, Soares diz que lhe disseram que lhe vão roubar votos, Alegre diz que a candidatura de Sócrates já estava planeada, Soares diz que Almeida Santos é "O Padrinho" do PS... Sócrates diz que vai levar esse mesmo PS ao poder.
Pergunto: Com corrupção, roubos, associação secreta e padrinhos, não seria melhor levar antes o PS à PJ?
DBH
Manuel Alegre diz que há clientelismo no PS, Soares diz que lhe disseram que lhe vão roubar votos, Alegre diz que a candidatura de Sócrates já estava planeada, Soares diz que Almeida Santos é "O Padrinho" do PS... Sócrates diz que vai levar esse mesmo PS ao poder.
Pergunto: Com corrupção, roubos, associação secreta e padrinhos, não seria melhor levar antes o PS à PJ?
DBH
TARDE PIASTE
No DN de hoje encontramos um poeta Alegre espantado, iracundo, quase incrédulo, declarando que «se o presidente de uma comissão política concelhia é, por acaso, presidente da câmara ou vereador, em terras pequenas isso gera uma rede clientelar e as pessoas têm medo de que os filhos não vão para a câmara, ou que não dêem empregos aos afilhados, ou de qualquer coisa do género. Não quero um PS assim!». É espantoso como, em trinta anos de militância e direcção, nunca desconfiou de nada.
- Manuel, se me está a ler, aqui fica o recado: não existe outro PS.
Cumprimentos
JV
No DN de hoje encontramos um poeta Alegre espantado, iracundo, quase incrédulo, declarando que «se o presidente de uma comissão política concelhia é, por acaso, presidente da câmara ou vereador, em terras pequenas isso gera uma rede clientelar e as pessoas têm medo de que os filhos não vão para a câmara, ou que não dêem empregos aos afilhados, ou de qualquer coisa do género. Não quero um PS assim!». É espantoso como, em trinta anos de militância e direcção, nunca desconfiou de nada.
- Manuel, se me está a ler, aqui fica o recado: não existe outro PS.
Cumprimentos
JV
domingo, agosto 29, 2004
HOMEM DE POUCA GRAÇA
O Pedro Oliveira , no seu post "Homem de pouca Fé", resolveu zurzir o Ministro da Defesa porque este (alegadamente) não confiou (exclusivamente?) na protecção de Nossa Senhora para impedir que Rebecca e as amigas fizessem a apologia do aborto em águas nacionais.
Sem inovar no recurso aos rudimentos da cartilha anticlerical, o Pedro invoca e parodia a Fé dos outros, demonstrando desconhecer duas máximas:
1.ª - "Faz como se tudo dependesse de ti e reza como se tudo dependesse de Deus";
2.ª - "Dá o seu a seu dono".
É que o verdadeiro autor desta gracinha sobre Fátima é o ilustre causídico António Marinho (e Pinto) - especialista, em geral- que não mereceu sequer uma nota de rodapé no post galhofeiro.
Não é só o Barnabé que tem acesso à SIC Notícias.
JV
P.S.: Lembro-me do documentário sobre a ida desta organização filantrópica à Polónia. Sobretudo de umas declarações da polaca que atendia os telefonemas das mulheres interessadas em abortar. Qualquer coisa do género: "Não percebo por que há tanta controvérsia a este respeito. São células. Também cortamos as unhas e o cabelo e não há problema nenhum.".
O Pedro Oliveira , no seu post "Homem de pouca Fé", resolveu zurzir o Ministro da Defesa porque este (alegadamente) não confiou (exclusivamente?) na protecção de Nossa Senhora para impedir que Rebecca e as amigas fizessem a apologia do aborto em águas nacionais.
Sem inovar no recurso aos rudimentos da cartilha anticlerical, o Pedro invoca e parodia a Fé dos outros, demonstrando desconhecer duas máximas:
1.ª - "Faz como se tudo dependesse de ti e reza como se tudo dependesse de Deus";
2.ª - "Dá o seu a seu dono".
É que o verdadeiro autor desta gracinha sobre Fátima é o ilustre causídico António Marinho (e Pinto) - especialista, em geral- que não mereceu sequer uma nota de rodapé no post galhofeiro.
Não é só o Barnabé que tem acesso à SIC Notícias.
JV
P.S.: Lembro-me do documentário sobre a ida desta organização filantrópica à Polónia. Sobretudo de umas declarações da polaca que atendia os telefonemas das mulheres interessadas em abortar. Qualquer coisa do género: "Não percebo por que há tanta controvérsia a este respeito. São células. Também cortamos as unhas e o cabelo e não há problema nenhum.".
sábado, agosto 28, 2004
O REBOCADOR
O Barco do aborto está ao largo. Cheio de provocações e intenções. Está longe da Lei, referendada, da Justiça.
Por cá, à beira d'água, os radicais rebocam os moderados para o alto-mar, para onde se pode praticar o que é um crime neste país.
Por cá, nas capelinhas do costume, gritam-se os insultos do costume, o Daniel já entoa o Hino do Duran, o Louçã continua a gritar fascista.
Como evento, ou pseudo-evento, não está mal. Como debate, que se anunciou, nunca irá a lado nenhum.
DBH
O Barco do aborto está ao largo. Cheio de provocações e intenções. Está longe da Lei, referendada, da Justiça.
Por cá, à beira d'água, os radicais rebocam os moderados para o alto-mar, para onde se pode praticar o que é um crime neste país.
Por cá, nas capelinhas do costume, gritam-se os insultos do costume, o Daniel já entoa o Hino do Duran, o Louçã continua a gritar fascista.
Como evento, ou pseudo-evento, não está mal. Como debate, que se anunciou, nunca irá a lado nenhum.
DBH
DESCUBRA AS DIFERENÇAS
O Daniel alega ainda que a extrema-direita está no poder em Portugal.
Discordo mais uma vez. É óbvio que não está.
Ainda que estivesse, por que razão é que isso haveria de o incomodar?
Os métodos da (dita) extrema-direita são iguaizinhos aos da extrema-esquerda.
JV
O Daniel alega ainda que a extrema-direita está no poder em Portugal.
Discordo mais uma vez. É óbvio que não está.
Ainda que estivesse, por que razão é que isso haveria de o incomodar?
Os métodos da (dita) extrema-direita são iguaizinhos aos da extrema-esquerda.
JV
OS GESTOS AUTOMÁTICOS DE UM GRANDE CONNAISSEUR
O Daniel Oliveira diz que Paulo Portas é um ditador.
Eu discordo.
Mas não discuto com especialistas.
JV
O Daniel Oliveira diz que Paulo Portas é um ditador.
Eu discordo.
Mas não discuto com especialistas.
JV
sexta-feira, agosto 27, 2004
quinta-feira, agosto 26, 2004
"In a world of pretense, a pretender is the best thing you can be".
Agora que o moleskine está a chegar ao fim do Casablanca, sugiro o meu filme preferido do Bogart: The Barefoot Contessa.
Tal como Casablaca, não tem um fim feliz. Tem um começo infeliz. E passamos toda uma história a tentar esquecer que já sabemos que ainda vai acabar mal.
"Life, every now and then, behaves as though it had seen too many bad movies, when everything fits too well - the beginning, the middle, the end - from fade-in to fade-out."
DBH
Agora que o moleskine está a chegar ao fim do Casablanca, sugiro o meu filme preferido do Bogart: The Barefoot Contessa.
Tal como Casablaca, não tem um fim feliz. Tem um começo infeliz. E passamos toda uma história a tentar esquecer que já sabemos que ainda vai acabar mal.
"Life, every now and then, behaves as though it had seen too many bad movies, when everything fits too well - the beginning, the middle, the end - from fade-in to fade-out."
DBH
quarta-feira, agosto 25, 2004
(EX)CITAÇÕES PARLAMENTARES I
Alyssandrakis (GUE/NGL). – (EL) Senhor Presidente, tenho de felicitar os organizadores do debate de hoje pela sua capacidade inventiva. Não tendo conseguido encontrar qualquer outra desculpa para regurgitar as suas calúnias contra o povo cubano, lembraram-se do aniversário das sentenças dos tribunais que condenaram os agentes do imperialismo americano e decidiram celebrá-lo. Por muito que ataquem a Cuba socialista, meus caros colegas, não podem negar que a Cuba é efectivamente o único país livre do continente americano, o único país onde as pessoas tomam o poder nas suas próprias mãos. É por isso que sofreu a exclusão, ameaças e a invasão. É por isso que os Estados Unidos da América e a União Europeia querem reverter a revolução cubana.
22 de Abril de 2004
Alyssandrakis (GUE/NGL). – (EL) Senhor Presidente, tenho de felicitar os organizadores do debate de hoje pela sua capacidade inventiva. Não tendo conseguido encontrar qualquer outra desculpa para regurgitar as suas calúnias contra o povo cubano, lembraram-se do aniversário das sentenças dos tribunais que condenaram os agentes do imperialismo americano e decidiram celebrá-lo. Por muito que ataquem a Cuba socialista, meus caros colegas, não podem negar que a Cuba é efectivamente o único país livre do continente americano, o único país onde as pessoas tomam o poder nas suas próprias mãos. É por isso que sofreu a exclusão, ameaças e a invasão. É por isso que os Estados Unidos da América e a União Europeia querem reverter a revolução cubana.
22 de Abril de 2004
JV
P.S.: Adivinhem quais são os dois partidos portugueses de extrema-esquerda que fazem parte do grupo político deste iluminado.
CHICKS ON WAVES - As Bocas da Reacção
Tenho por hábito não reagir a ataques que acertam ao lado. Esta triste figura só obtém resposta porque estava-se mesmo a ver que o meu post "Chicks on Waves" iria acicatar os preconceitos de alguns lunáticos que a blogosfera acolhe. Fica, assim, como uma espécie de disclaimer, de explicação para futuras invectivas, que até tenho vergonha de escrever.
Quanto à alegada "mistura da temática do aborto com a da prostituição", só um cérebro corroído até à mínima proporção por ideias pré-concebidas é que não é capaz de ver que a brincadeira se dirige, não às mulheres que abortam, mas sim ao feminismo bacoco com que alguns discutem o assunto e que é muitas vezes o principal obstáculo a que esses alguns sejam levados a sério. É, por assim dizer, uma peça de agit prop, de machismo irónico reactivo, só para épater la bourgeoisie. Mais nada. Também temos direito, não?
Já quanto às acusações de que não tive piada e de que considero a luxúria a razão de todos os males modernos, aí, perante tal vileza, cumpre-me responder o seguinte: primeiro, acho que tive muita piada, que a ideia é genial e que a concretização também; segundo, a mim ninguém me dá lições de luxúria e hedonismo, principalmente um moralistóide sem sentido de humor e cuja relação mais próxima que algum dia teve com a decadência deve muito bem ter sido a leitura do Dorian Gray em cuecas.
(E agora não me venham com mais tretas do "É isto a direita arejada?" e com comparações ao César das Neves por causa de uma referência jocosa a um escritor gay. Não venham, porque nisto de gostar de Oscar Wilde não há ninguém que me ganhe. A não ser, como é sabido, o próprio).
FMS
Tenho por hábito não reagir a ataques que acertam ao lado. Esta triste figura só obtém resposta porque estava-se mesmo a ver que o meu post "Chicks on Waves" iria acicatar os preconceitos de alguns lunáticos que a blogosfera acolhe. Fica, assim, como uma espécie de disclaimer, de explicação para futuras invectivas, que até tenho vergonha de escrever.
Quanto à alegada "mistura da temática do aborto com a da prostituição", só um cérebro corroído até à mínima proporção por ideias pré-concebidas é que não é capaz de ver que a brincadeira se dirige, não às mulheres que abortam, mas sim ao feminismo bacoco com que alguns discutem o assunto e que é muitas vezes o principal obstáculo a que esses alguns sejam levados a sério. É, por assim dizer, uma peça de agit prop, de machismo irónico reactivo, só para épater la bourgeoisie. Mais nada. Também temos direito, não?
Já quanto às acusações de que não tive piada e de que considero a luxúria a razão de todos os males modernos, aí, perante tal vileza, cumpre-me responder o seguinte: primeiro, acho que tive muita piada, que a ideia é genial e que a concretização também; segundo, a mim ninguém me dá lições de luxúria e hedonismo, principalmente um moralistóide sem sentido de humor e cuja relação mais próxima que algum dia teve com a decadência deve muito bem ter sido a leitura do Dorian Gray em cuecas.
(E agora não me venham com mais tretas do "É isto a direita arejada?" e com comparações ao César das Neves por causa de uma referência jocosa a um escritor gay. Não venham, porque nisto de gostar de Oscar Wilde não há ninguém que me ganhe. A não ser, como é sabido, o próprio).
FMS
(O) SER BENFIQUISTA
Devido à generosidade de um amigo, dei ontem por mim num cenário improvável e numa situação praticamente impossível. Estive no estádio do Anderlecht a puxar pelo Benfica.
Para desenjoar do mar encarnado que enchia o sector do estádio em que me encontrava, lá fui descobrindo umas quantas camisolas do Sporting e do Porto.
Apesar da minha manifesta incapacidade de galvanização com assuntos futeboleiros, confesso que fiquei triste com a humilhação sofrida pelo clube da roda da bicicleta (nunca percebi por que razão é que só se fala da águia). Fiquei com a impressão que o resultado podia ter sido diferente se cada jogador tivesse visto (e ouvido) de perto os emigrantes que tinham feito centenas e mesmo milhares de quilómetros só para os ver jogar. Querer e garra tiveram eles. E desilusão. Da próxima vez vão ser menos.
JV
Devido à generosidade de um amigo, dei ontem por mim num cenário improvável e numa situação praticamente impossível. Estive no estádio do Anderlecht a puxar pelo Benfica.
Para desenjoar do mar encarnado que enchia o sector do estádio em que me encontrava, lá fui descobrindo umas quantas camisolas do Sporting e do Porto.
Apesar da minha manifesta incapacidade de galvanização com assuntos futeboleiros, confesso que fiquei triste com a humilhação sofrida pelo clube da roda da bicicleta (nunca percebi por que razão é que só se fala da águia). Fiquei com a impressão que o resultado podia ter sido diferente se cada jogador tivesse visto (e ouvido) de perto os emigrantes que tinham feito centenas e mesmo milhares de quilómetros só para os ver jogar. Querer e garra tiveram eles. E desilusão. Da próxima vez vão ser menos.
JV
terça-feira, agosto 24, 2004
"BLOGMAD LOVE"
A Ana Sá Lopes escreve a melhor definição de um grave problema. Pena é a sua solução:
"O “blogless love” que tanto invoquei tornou-se um “blogmad love”. Passou a ler-me. Eu julgava que escreveria melhor, enganei-me. O "blogmad love" passa os dias à procura de paralelismos infundados e adultera o sentido de tudo o que aqui se escreve, inclusive o que não tem sentido. A escrita e o amor são duas meias-verdades inconciliáveis. Há que fazer opções: não escrevo mais."
DBH
A Ana Sá Lopes escreve a melhor definição de um grave problema. Pena é a sua solução:
"O “blogless love” que tanto invoquei tornou-se um “blogmad love”. Passou a ler-me. Eu julgava que escreveria melhor, enganei-me. O "blogmad love" passa os dias à procura de paralelismos infundados e adultera o sentido de tudo o que aqui se escreve, inclusive o que não tem sentido. A escrita e o amor são duas meias-verdades inconciliáveis. Há que fazer opções: não escrevo mais."
DBH
CHICKS ON WAVES
"Barco do Amor" chega a Portugal no Domingo
Terça-feira, 24 de Agosto de 2004
Os homens portugueses que quiserem praticar sexo extra-conjugal e sem compromissos adjacentes terão a partir da próxima semana à sua disposição, ao largo da costa, um bordel flutuante holandês. Auxílio a quem precisa de ajuda ou "operação para ganhar dinheiro"? As opiniões dividem-se.
Por Francisco Mendes da Silva*
Um barco da organização holandesa Chicks on Waves (COW), que presta serviços sexuais gratuitos a homens dos 18 aos 88 anos, vai chegar no Domingo a Portugal. Até 12 de Setembro, o bordel flutuante presta informação e aconselhamento sobre como melhor explorar o apetite sexual.
Mas o serviço que tornou este barco famoso é a possibilidade de os homens casados viajarem para águas internacionais e se dedicarem ao prazer com estranhas fora do âmbito territorial de aplicação da lei restritiva, neste caso a portuguesa, que ainda considera a fidelidade um dever fundamental dos cônjuges e a sua violação culposa causa para requerer o divórcio.
O anúncio da viagem a Portugal foi feito ontem, na Holanda. A COW vem a convite de quatro organizações portuguesas que defendem a remoção do dever de fidelidade do Código Civil: União de Homens Alternativa e Resposta (UHAR), Acção Jovem para a Cama, Não te Prives e Clube Já Tou Safo. Estes movimentos disponibilizam sobretudo apoio logístico, incluindo a cedência de 20 das 50 voluntárias que vão participar na operação.
O barco, que desta vez é o "Deepthroat", partiu ontem do porto holandês de Den Helder e chegará no Domingo à costa portuguesa. Ficará ancorado em local ainda por revelar. Os homens interessados em entrar a bordo poderão contactar a COW através de uma linha telefónica e de um "e-mail" a disponibilizar dentro de dias.
*Com Agência Tusa
FMS
"Barco do Amor" chega a Portugal no Domingo
Terça-feira, 24 de Agosto de 2004
Os homens portugueses que quiserem praticar sexo extra-conjugal e sem compromissos adjacentes terão a partir da próxima semana à sua disposição, ao largo da costa, um bordel flutuante holandês. Auxílio a quem precisa de ajuda ou "operação para ganhar dinheiro"? As opiniões dividem-se.
Por Francisco Mendes da Silva*
Um barco da organização holandesa Chicks on Waves (COW), que presta serviços sexuais gratuitos a homens dos 18 aos 88 anos, vai chegar no Domingo a Portugal. Até 12 de Setembro, o bordel flutuante presta informação e aconselhamento sobre como melhor explorar o apetite sexual.
Mas o serviço que tornou este barco famoso é a possibilidade de os homens casados viajarem para águas internacionais e se dedicarem ao prazer com estranhas fora do âmbito territorial de aplicação da lei restritiva, neste caso a portuguesa, que ainda considera a fidelidade um dever fundamental dos cônjuges e a sua violação culposa causa para requerer o divórcio.
O anúncio da viagem a Portugal foi feito ontem, na Holanda. A COW vem a convite de quatro organizações portuguesas que defendem a remoção do dever de fidelidade do Código Civil: União de Homens Alternativa e Resposta (UHAR), Acção Jovem para a Cama, Não te Prives e Clube Já Tou Safo. Estes movimentos disponibilizam sobretudo apoio logístico, incluindo a cedência de 20 das 50 voluntárias que vão participar na operação.
O barco, que desta vez é o "Deepthroat", partiu ontem do porto holandês de Den Helder e chegará no Domingo à costa portuguesa. Ficará ancorado em local ainda por revelar. Os homens interessados em entrar a bordo poderão contactar a COW através de uma linha telefónica e de um "e-mail" a disponibilizar dentro de dias.
*Com Agência Tusa
FMS
GOL na própria baliza
Na sua encarnação Acidental, o Diogo diz que:
"Quase todas as candidaturas (socialistas) já indicaram as personalidades que querem propôr para o poder. Falta saber quem querem para grão-mestre do GOL.".
Mas não costuma ser ao contrário?!
JV
Na sua encarnação Acidental, o Diogo diz que:
"Quase todas as candidaturas (socialistas) já indicaram as personalidades que querem propôr para o poder. Falta saber quem querem para grão-mestre do GOL.".
Mas não costuma ser ao contrário?!
JV
VIDIGUEIRA 2016
O Movimento Olímpico Pós-Moderno inaugurado ali em baixo já começa a crescer, com o Eduardo a contribuir com ideias perfeitamente válidas para a renovação dos Jogos, que se pretendem cada vez mais variados e integradores dos hábitos desportivos de todas as nações participantes.
FMS
O Movimento Olímpico Pós-Moderno inaugurado ali em baixo já começa a crescer, com o Eduardo a contribuir com ideias perfeitamente válidas para a renovação dos Jogos, que se pretendem cada vez mais variados e integradores dos hábitos desportivos de todas as nações participantes.
FMS
segunda-feira, agosto 23, 2004
OS JOGOS OLÍMPICOS DA ERA PÓS-MODERNA
Seria bom que a prata de Obikuelu não nos desviasse do que é verdadeiramente essencial. O crónico fracasso português nos sucessivos Jogos Olímpicos deve-se exclusivamente à nossa impreparação cultural para as modalidades que lá se praticam. Modalidades essas que foram elevadas à categoria olímpica pelos países mais poderosos do xadrez internacional, o que se traduz sempre nos números de presenças no pódio. Quando Portugal for uma grande potência mundial, também traremos para casa centenas de medalhas, porque aí dos Jogos farão parte os desportos em que somos verdadeiramente mestres: o lançamento do escarro, a condução contra a mão em auto-estrada, o toca e foge, o bate e foge, o apetrechamento piroso de automóveis (vulgo "tuning"), o halterocopismo, as provas de velocidade na ingestão de álcool, a piromania, o afogamento em praias não vigiadas, entre outros que o amável leitor fica, desde já, convidado a propôr através da morada conhecida:
oquintodosimperios@hotmail.com
Se algum dia estas aspirações se concretizarem, não esqueçam de homenagear quem primeiro lhes deu voz - este vosso amigo, um português não praticante.
FMS
Seria bom que a prata de Obikuelu não nos desviasse do que é verdadeiramente essencial. O crónico fracasso português nos sucessivos Jogos Olímpicos deve-se exclusivamente à nossa impreparação cultural para as modalidades que lá se praticam. Modalidades essas que foram elevadas à categoria olímpica pelos países mais poderosos do xadrez internacional, o que se traduz sempre nos números de presenças no pódio. Quando Portugal for uma grande potência mundial, também traremos para casa centenas de medalhas, porque aí dos Jogos farão parte os desportos em que somos verdadeiramente mestres: o lançamento do escarro, a condução contra a mão em auto-estrada, o toca e foge, o bate e foge, o apetrechamento piroso de automóveis (vulgo "tuning"), o halterocopismo, as provas de velocidade na ingestão de álcool, a piromania, o afogamento em praias não vigiadas, entre outros que o amável leitor fica, desde já, convidado a propôr através da morada conhecida:
oquintodosimperios@hotmail.com
Se algum dia estas aspirações se concretizarem, não esqueçam de homenagear quem primeiro lhes deu voz - este vosso amigo, um português não praticante.
FMS
domingo, agosto 22, 2004
sexta-feira, agosto 20, 2004
AO CUIDADO DE DIOGO HENRIQUES, BLOGGER MUGE
Preocupado com a notícia de que havia mudanças aqui em casa fiz uma curta pausa no exílio voluntário e vim ver.
Como dizia o outro (entidade útil para quando não se sabe ou não se quer nomear o autor da frase), "foi a primeira vez que vi... e gosti!".
"Para melhor, está bem, está bem". Lá diz a música.
Passando ao adjectivo MIA que o meu amigo co-imperialista me colocou, gostaria de recordar que, chamando-me eu Vacas, o paradoxo é evidente.
Sim, sei que por enquanto estou MIA (missing in action) mas, Diogo Must U Get Excited about it?
O drama da vaca raptada é comovente.
Segunda-feira volto.
JV
Preocupado com a notícia de que havia mudanças aqui em casa fiz uma curta pausa no exílio voluntário e vim ver.
Como dizia o outro (entidade útil para quando não se sabe ou não se quer nomear o autor da frase), "foi a primeira vez que vi... e gosti!".
"Para melhor, está bem, está bem". Lá diz a música.
Passando ao adjectivo MIA que o meu amigo co-imperialista me colocou, gostaria de recordar que, chamando-me eu Vacas, o paradoxo é evidente.
Sim, sei que por enquanto estou MIA (missing in action) mas, Diogo Must U Get Excited about it?
O drama da vaca raptada é comovente.
Segunda-feira volto.
JV
"ALGUMA COISA TEM DE MUDAR..."
O NQDI mudou finalmente o "template". Uma mudança pequena, criteriosa, que aqui não somos de revoluções. Gostamos deste "template" simples, com mais de um ano de vida, e quase anacrónico.
Mas mudámos. Numa só frase: Alinhámos à direita. A apresentação e os "links" passaram para a dextra, como convém; Os "posts" passaram a estar alinhados, menos trapalhões.
Claro que não fizemos isto sozinhos, era necessário perceber alguma coisa de computadores. Tivemos uma "html angel" que nos ajudou. A ela ficamos muito obrigados!
A Gerência
O NQDI mudou finalmente o "template". Uma mudança pequena, criteriosa, que aqui não somos de revoluções. Gostamos deste "template" simples, com mais de um ano de vida, e quase anacrónico.
Mas mudámos. Numa só frase: Alinhámos à direita. A apresentação e os "links" passaram para a dextra, como convém; Os "posts" passaram a estar alinhados, menos trapalhões.
Claro que não fizemos isto sozinhos, era necessário perceber alguma coisa de computadores. Tivemos uma "html angel" que nos ajudou. A ela ficamos muito obrigados!
A Gerência
AO CUIDADO DE JOÃO VACAS, BLOGGER MIA
"Swedish graffiti artists kidnapped a fiber-glass cow from the international art exhibit CowParade, held power drills to its head and threatened to "sacrifice" it unless the sculptures were declared "non-art."
A video sent to a newspaper showed the cow flanked by two masked, black-clad figures wielding power drills in front of a sign reading "Stockholm's Militant Graffiti Artists."
"We demand that the cows are declared non-art. Otherwise the hostage will be sacrificed," said a voice on the video. The group gave the organizers of the Stockholm exhibit till noon on Aug. 23 to comply with their demand.
The video was shown to police investigating the cow's disappearance last week from an island housing Stockholm's Modern Art Museum.
"We are very upset about the whole matter," said Helena Cederberg, a spokeswoman for CowParade, which is touted as "the world's largest public art event."
Notícia Reuters, via Pura Goiaba.
DBH
"Swedish graffiti artists kidnapped a fiber-glass cow from the international art exhibit CowParade, held power drills to its head and threatened to "sacrifice" it unless the sculptures were declared "non-art."
A video sent to a newspaper showed the cow flanked by two masked, black-clad figures wielding power drills in front of a sign reading "Stockholm's Militant Graffiti Artists."
"We demand that the cows are declared non-art. Otherwise the hostage will be sacrificed," said a voice on the video. The group gave the organizers of the Stockholm exhibit till noon on Aug. 23 to comply with their demand.
The video was shown to police investigating the cow's disappearance last week from an island housing Stockholm's Modern Art Museum.
"We are very upset about the whole matter," said Helena Cederberg, a spokeswoman for CowParade, which is touted as "the world's largest public art event."
Notícia Reuters, via Pura Goiaba.
DBH
PUBLICIDADE ENGANOSA
Diz o Rui Tavares esperar que o afastamento de Figo da selecção seja breve, mesmo sabendo que o que o que o senhor quer é furtar-se às chatices da qualificação para o Mundial de 2006 e depois, se lhe apetecer ou for conveniente para a Nike, para a Guess ou para o Paulo China, jogar na fase final. Eu não me importo que o Rui goste do Figo. Mas isso de se dizer de esquerda e deixar-se levar assim pelos tenebrosos caminhos do capitalismo selvagem é que já me parece publicidade enganosa.
FMS
Diz o Rui Tavares esperar que o afastamento de Figo da selecção seja breve, mesmo sabendo que o que o que o senhor quer é furtar-se às chatices da qualificação para o Mundial de 2006 e depois, se lhe apetecer ou for conveniente para a Nike, para a Guess ou para o Paulo China, jogar na fase final. Eu não me importo que o Rui goste do Figo. Mas isso de se dizer de esquerda e deixar-se levar assim pelos tenebrosos caminhos do capitalismo selvagem é que já me parece publicidade enganosa.
FMS
Haggling With Tom (er… not Casablanca)
Nick the Greek : What else does it come with?
Tom : It comes with a gold-plated Rolls Royce, as long as you pay for it.
Nick the Greek : Dunno. Seems expensive.
Tom : Seems? Well, this seems to be a complete waste of my time. That, my friend, is 900 nicker in any store you're lucky enough to find one in. And you're haggling over 200 pound? What school of finance did you come from Nick? It's a deal, it's a steal, it's the Sale of the fucking Century! In fact, fuck it Nick, I think I'll keep it!
Nick the Greek : Alright alright, keep your Alans on!
(Lock, Stock and Two Smoking Barrels)
FA
Nick the Greek : What else does it come with?
Tom : It comes with a gold-plated Rolls Royce, as long as you pay for it.
Nick the Greek : Dunno. Seems expensive.
Tom : Seems? Well, this seems to be a complete waste of my time. That, my friend, is 900 nicker in any store you're lucky enough to find one in. And you're haggling over 200 pound? What school of finance did you come from Nick? It's a deal, it's a steal, it's the Sale of the fucking Century! In fact, fuck it Nick, I think I'll keep it!
Nick the Greek : Alright alright, keep your Alans on!
(Lock, Stock and Two Smoking Barrels)
FA
O ABRUPTO FEITO PELOS SEUS ELEITORES
Gostava de saber o que pensa Pacheco Pereira do interesse que os media tradicionais devotam ciclicamente ao seu Abrupto. Não tenho por Pacheco os sentimentos contraditórios dos muitos que o aplaudem quando defende os americanos para logo o deplorarem pelas suas habituais vergastadas no Governo.
Gosto de Pacheco. Gosto do desassombro, da independência, da erudição e do ecletismo, mesmo sabendo que muitas vezes usa da palavra por ressentimento (contra Santana, por exemplo) ou para manter uma conta-corrente com alguns ódios de estimação (Paulo Portas é o mais óbvio). Já o invejei de morte, inclusivamente, pelos anos que passou entre Bruxelas e Estrasburgo, mais concretamente entre a Waterstone's e a Kléber. E atribuo-lhe um papel fundamental - quase único - na denúncia do enviezamento e de outras incompetências do jornalismo actual.
Daí, precisamente, achar estranho que Pacheco, o nosso mais militante combatente contra as manipulações jornalísticas, nunca se tenha manifestado a propósito das vezes que ele próprio é manipulado a favor das verdades oficiais, nomeadamente a propósito do facto de o Abrupto só receber honras de alinhamento de Telejornal e capa do Público quando nele se escrevem notas anti-PSD e nunca, por exemplo, quando são tomadas posições ao lado de Bush ou contra Louçã.
A versão corrente é a de que as opiniões de um membro importante de um determinado partido são importantes quando se demarcam daquelas que são as oficiais desse mesmo partido. É uma versão correcta. Mas até Pacheco Pereira aceitará que a sua situação está longe de se lhe subsumir. Por muito que custe a muito bom intelectual e a mim também (e este "e a mim também" é exclusivo e não inclusivo), nestas coisas a importância mede-se ao voto. Pelo que existem caciques no PSD bem mais "importantes" do que Pacheco. Não têm carreira académica e não têm blogs, mas representam um número bem maior de gente, o que é realmente fundamental para determinar possíveis evoluções estratégicas e até ideológicas do PSD ou do Governo.
A democracia é tramada, eu sei. Só que se o Abrupto fosse feito pelos seus eleitores, e não pelos seus leitores, há muito que tinha sido desactivado.
FMS
Gostava de saber o que pensa Pacheco Pereira do interesse que os media tradicionais devotam ciclicamente ao seu Abrupto. Não tenho por Pacheco os sentimentos contraditórios dos muitos que o aplaudem quando defende os americanos para logo o deplorarem pelas suas habituais vergastadas no Governo.
Gosto de Pacheco. Gosto do desassombro, da independência, da erudição e do ecletismo, mesmo sabendo que muitas vezes usa da palavra por ressentimento (contra Santana, por exemplo) ou para manter uma conta-corrente com alguns ódios de estimação (Paulo Portas é o mais óbvio). Já o invejei de morte, inclusivamente, pelos anos que passou entre Bruxelas e Estrasburgo, mais concretamente entre a Waterstone's e a Kléber. E atribuo-lhe um papel fundamental - quase único - na denúncia do enviezamento e de outras incompetências do jornalismo actual.
Daí, precisamente, achar estranho que Pacheco, o nosso mais militante combatente contra as manipulações jornalísticas, nunca se tenha manifestado a propósito das vezes que ele próprio é manipulado a favor das verdades oficiais, nomeadamente a propósito do facto de o Abrupto só receber honras de alinhamento de Telejornal e capa do Público quando nele se escrevem notas anti-PSD e nunca, por exemplo, quando são tomadas posições ao lado de Bush ou contra Louçã.
A versão corrente é a de que as opiniões de um membro importante de um determinado partido são importantes quando se demarcam daquelas que são as oficiais desse mesmo partido. É uma versão correcta. Mas até Pacheco Pereira aceitará que a sua situação está longe de se lhe subsumir. Por muito que custe a muito bom intelectual e a mim também (e este "e a mim também" é exclusivo e não inclusivo), nestas coisas a importância mede-se ao voto. Pelo que existem caciques no PSD bem mais "importantes" do que Pacheco. Não têm carreira académica e não têm blogs, mas representam um número bem maior de gente, o que é realmente fundamental para determinar possíveis evoluções estratégicas e até ideológicas do PSD ou do Governo.
A democracia é tramada, eu sei. Só que se o Abrupto fosse feito pelos seus eleitores, e não pelos seus leitores, há muito que tinha sido desactivado.
FMS
quinta-feira, agosto 19, 2004
CASA EM CONSTRUÇÃO
O João Moreira Pinto, que é um dos mais antigos e fiéis leitores do NQdI, está de partida para Timor. Vai como médico voluntário da AMI e disposto a contar-nos todas as suas impressões e emoções acerca da experiência naquele que será o primeiro blog umbiguista altruísta que conheço.
FMS
O João Moreira Pinto, que é um dos mais antigos e fiéis leitores do NQdI, está de partida para Timor. Vai como médico voluntário da AMI e disposto a contar-nos todas as suas impressões e emoções acerca da experiência naquele que será o primeiro blog umbiguista altruísta que conheço.
FMS
EM VEZ DE UM LAPHROAIG
Ao almoço, com dois "bloggers" e a secretária-geral (aka namorada) de um deles, comentámos a inveja que temos dos Wunderblogs. A nenhum de nós apetecia voltar ao trabalho e a tentação de pedir um whisky foi grande. Mas a responsabilidade (leia-se: falta de vontade de pedir a demissão)falou mais alto.
Por falar em responsabilidade: FMS, o link para os Wunderblogs já ali está, no lado esquerdo (indesculpável, eu sei). Agora podes visitar este teu blog mais vezes. E escrever, já agora...
Para quem ainda não sabe, como os leitores que cá aparecem à procura do último filme do Manoel de Olveira, eles são um grupo politicamente definido:
"A maioria de nós se sente confortável à direita de Milton Friedman, à esquerda de Joseph de Maistre e de qualquer lado de Scarlett Johansson."
DBH
Ao almoço, com dois "bloggers" e a secretária-geral (aka namorada) de um deles, comentámos a inveja que temos dos Wunderblogs. A nenhum de nós apetecia voltar ao trabalho e a tentação de pedir um whisky foi grande. Mas a responsabilidade (leia-se: falta de vontade de pedir a demissão)falou mais alto.
Por falar em responsabilidade: FMS, o link para os Wunderblogs já ali está, no lado esquerdo (indesculpável, eu sei). Agora podes visitar este teu blog mais vezes. E escrever, já agora...
Para quem ainda não sabe, como os leitores que cá aparecem à procura do último filme do Manoel de Olveira, eles são um grupo politicamente definido:
"A maioria de nós se sente confortável à direita de Milton Friedman, à esquerda de Joseph de Maistre e de qualquer lado de Scarlett Johansson."
DBH
EXCLUSÃO SOCIAL
Às 14:45 TMG o barril de crude em Nova Iorque seguia a valer 47,90 dólares depois de ter atingido o máximo de 48,20 dólares cerca de meia-hora antes.
Nunca conheci ninguém que tenha comprado um barril de petróleo. Conheço quem me diga que nunca pensou ver um barril a 48 dólares, mas eu nunca vi sequer um barril de petróleo
DBH
Às 14:45 TMG o barril de crude em Nova Iorque seguia a valer 47,90 dólares depois de ter atingido o máximo de 48,20 dólares cerca de meia-hora antes.
Nunca conheci ninguém que tenha comprado um barril de petróleo. Conheço quem me diga que nunca pensou ver um barril a 48 dólares, mas eu nunca vi sequer um barril de petróleo
DBH
UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS.
Com este título, bem conseguido, o JL dedica seis páginas à forma como começam os grandes romances. A minha frase preferida é a que encima o post anterior. Só talvez a meio do romance, O Leopardo, se compreenda a pertinência e a permanência da última invocação da Avé Maria:"Agora e na hora da nossa morte. Amen".
Mas há mais, mesmo sem contar com os mais famosos Moby Dick e Don Quijote, frases que nos fazem entender num instante o ambiente do livro:
It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness
C. Dickens, Tale of two cities
I am living at the Villa Borghese. There is not a crumb of dirt anywhere nor a chair misplaced. We are alone here and we are dead.
H. Miller, Tropic of Cancer
I am always drawn back to the places where I have lived, the houses and their neighborhoods.
T. Capote, Breakfast at Tiffany's
Far out in the uncharted backwaters of the unfashionable end of the Western Spiral arm of the Galaxy lies a small unregarded yellow sun.
Douglas Adams, The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
Aujourd' hui, maman est morte. Ou peut-etre hier, je ne sais pas- Albert Camus, L'Etranger
If you really want to hear about it, the first thing you'll probably want to know is where I was born, and what my lousy childhood was like, and how my parents were occupied and all before they had me, and all that David Copperfield kind of crap, but I don't feel like going into it, if you want to know the truth.
J.D. Salinger, The Catcher in the Rye
Bowing down in blind credulity, as is my custom, before mere authority and the tradition of the elders, superstitiously swallowing a story I could not test at the time by experiment or private judgment, I am firmly of the opinion that I was born on the 29th of May, 1874, on Campden Hill, Kensington
-Gilbert Keith Chesterton, Autobiography
DBH
Com este título, bem conseguido, o JL dedica seis páginas à forma como começam os grandes romances. A minha frase preferida é a que encima o post anterior. Só talvez a meio do romance, O Leopardo, se compreenda a pertinência e a permanência da última invocação da Avé Maria:"Agora e na hora da nossa morte. Amen".
Mas há mais, mesmo sem contar com os mais famosos Moby Dick e Don Quijote, frases que nos fazem entender num instante o ambiente do livro:
It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness
C. Dickens, Tale of two cities
I am living at the Villa Borghese. There is not a crumb of dirt anywhere nor a chair misplaced. We are alone here and we are dead.
H. Miller, Tropic of Cancer
I am always drawn back to the places where I have lived, the houses and their neighborhoods.
T. Capote, Breakfast at Tiffany's
Far out in the uncharted backwaters of the unfashionable end of the Western Spiral arm of the Galaxy lies a small unregarded yellow sun.
Douglas Adams, The Hitchhiker's Guide to the Galaxy
Aujourd' hui, maman est morte. Ou peut-etre hier, je ne sais pas- Albert Camus, L'Etranger
If you really want to hear about it, the first thing you'll probably want to know is where I was born, and what my lousy childhood was like, and how my parents were occupied and all before they had me, and all that David Copperfield kind of crap, but I don't feel like going into it, if you want to know the truth.
J.D. Salinger, The Catcher in the Rye
Bowing down in blind credulity, as is my custom, before mere authority and the tradition of the elders, superstitiously swallowing a story I could not test at the time by experiment or private judgment, I am firmly of the opinion that I was born on the 29th of May, 1874, on Campden Hill, Kensington
-Gilbert Keith Chesterton, Autobiography
DBH
EX LIBRIS
(como dedicatória para a Maria)
Our life is bounded by two silences
the silence of stars and that of graves
Os ingleses chamam de "commonplace book" aos livros encadernados nos quais os aristocratas da Renascença guardavam as suas frases, citações ou pensamentos preferidos. Eram uma espécie de moleskine, ou mesmo de blog, para onde se copiava, ou apontava, o que se queria guardar.
A frase, em inglês, com que começa este post pertence a Thomas Carlyle. Está manuscrita no "commonplace book" de Giuseppe Tomasi, príncipe de Lampedusa.
DBH
(como dedicatória para a Maria)
Our life is bounded by two silences
the silence of stars and that of graves
Os ingleses chamam de "commonplace book" aos livros encadernados nos quais os aristocratas da Renascença guardavam as suas frases, citações ou pensamentos preferidos. Eram uma espécie de moleskine, ou mesmo de blog, para onde se copiava, ou apontava, o que se queria guardar.
A frase, em inglês, com que começa este post pertence a Thomas Carlyle. Está manuscrita no "commonplace book" de Giuseppe Tomasi, príncipe de Lampedusa.
DBH
O SAL DA TERRA
"All this shouldn't last; but it will, always; the human 'always,' of course, a century, two centuries... and after that it will be different but worse. We were the Leopards, the Lions; those who'll take our place will be little jackals, hyenas; and the whole lot of us Leopards, jackals, and sheep, we'll all go on thinking ourselves the salt of the earth."
DBH
"All this shouldn't last; but it will, always; the human 'always,' of course, a century, two centuries... and after that it will be different but worse. We were the Leopards, the Lions; those who'll take our place will be little jackals, hyenas; and the whole lot of us Leopards, jackals, and sheep, we'll all go on thinking ourselves the salt of the earth."
DBH
quarta-feira, agosto 18, 2004
IL GATTOPARDO
«Bisogna sempre lasciare gli altri nei loro errori».
Nem sempre a heráldica serve apenas para ilustrar conversas tardias nos clubes do Chiado, pode explicar documentos históricos ou mesmo obras-primas da literatura europeia.
O Gattopardo não quer dizer, em italiano, Leopardo, mas antes o pequeno felíneo que os brasileiros chamam de Jaguatirica e Lineu chamou, em 1758 de Felis pardalis. Na língua italiana, leopardo escreve-se da mesma forma que em português, pelo o que o título poderia ser "Il Leopardo"...
No entanto, como se sabe, a personagem do Príncipe Fabrizio é inspirada na vida do bisavô do autor, o príncipe Giulo IV di Lampedusa, conhecido como Duca Santo, em cujo brasão aparece um leopardo.
Este símbolo herálico era chamado, em português de "leão Leopardado" ou "aleopardado", pois os reis-de-armas medievais confundiam os dois animais.
Era, no entanto, este animal chamado de "gatuppardu" no dialecto dos habitantes de Torreta, na Sicíia, onde vivia a famíla de Lampedusa. Isto explica a razão do título, que causou vários problemas aos tradutores do livro. Se em alemão e inglês se optou por "The Leopard" e "Der Leopard", em francês ficou "Le Guépard" (a Chita) e no holandês o "De Tijger Kat" (outro animal sul-americano, como o Jaguatirica mas de cauda comprida, em vez de luipaard )
DBH
«Bisogna sempre lasciare gli altri nei loro errori».
Nem sempre a heráldica serve apenas para ilustrar conversas tardias nos clubes do Chiado, pode explicar documentos históricos ou mesmo obras-primas da literatura europeia.
O Gattopardo não quer dizer, em italiano, Leopardo, mas antes o pequeno felíneo que os brasileiros chamam de Jaguatirica e Lineu chamou, em 1758 de Felis pardalis. Na língua italiana, leopardo escreve-se da mesma forma que em português, pelo o que o título poderia ser "Il Leopardo"...
No entanto, como se sabe, a personagem do Príncipe Fabrizio é inspirada na vida do bisavô do autor, o príncipe Giulo IV di Lampedusa, conhecido como Duca Santo, em cujo brasão aparece um leopardo.
Este símbolo herálico era chamado, em português de "leão Leopardado" ou "aleopardado", pois os reis-de-armas medievais confundiam os dois animais.
Era, no entanto, este animal chamado de "gatuppardu" no dialecto dos habitantes de Torreta, na Sicíia, onde vivia a famíla de Lampedusa. Isto explica a razão do título, que causou vários problemas aos tradutores do livro. Se em alemão e inglês se optou por "The Leopard" e "Der Leopard", em francês ficou "Le Guépard" (a Chita) e no holandês o "De Tijger Kat" (outro animal sul-americano, como o Jaguatirica mas de cauda comprida, em vez de luipaard )
DBH
THEY´RE BACK!
Já regressaram o FMS, aqui ao NQDI, o Eduardo e o PPM
AND SO ARE THEY!
O PAS e o MK voltaram a escrever.
DBH
(com nostalgia da guerra fria, depois de ter lido o editorial do Luís Osório hoje na Capital)
Já regressaram o FMS, aqui ao NQDI, o Eduardo e o PPM
AND SO ARE THEY!
O PAS e o MK voltaram a escrever.
DBH
(com nostalgia da guerra fria, depois de ter lido o editorial do Luís Osório hoje na Capital)
HUGO BOSS
É bem provável que Hugo Chávez e respectivos capangas tenham cometido fraude eleitoral. Mas é igualmente provável que os venezuelanos tenham ficado com o que queriam. O poder ao povo é muito bonito. Só o povo é que não é bonito. E isso de bajular a sua infinita sabedoria é coisa de canhoto aluado. Se a Venezuela não divergir muito dos seus congéneres desta e de outras épocas, o seu povo é mais atraído pelo culto do chefe, pela autoridade do estado e pela igualdade na opressão do que pelas liberdades individuais. Chávez é isso mesmo, o símbolo desse populismo acintoso de esquerda, a face e a voz do ódio das massas aos ricos e, em geral, a todos os que se elevam da mediocridade e têm sucesso por si próprios. O que os venezuelanos escolheram foi a igualdade de todos. Ali quietinhos, debaixo do mesmo chicote.
FMS
É bem provável que Hugo Chávez e respectivos capangas tenham cometido fraude eleitoral. Mas é igualmente provável que os venezuelanos tenham ficado com o que queriam. O poder ao povo é muito bonito. Só o povo é que não é bonito. E isso de bajular a sua infinita sabedoria é coisa de canhoto aluado. Se a Venezuela não divergir muito dos seus congéneres desta e de outras épocas, o seu povo é mais atraído pelo culto do chefe, pela autoridade do estado e pela igualdade na opressão do que pelas liberdades individuais. Chávez é isso mesmo, o símbolo desse populismo acintoso de esquerda, a face e a voz do ódio das massas aos ricos e, em geral, a todos os que se elevam da mediocridade e têm sucesso por si próprios. O que os venezuelanos escolheram foi a igualdade de todos. Ali quietinhos, debaixo do mesmo chicote.
FMS
A AUTOBIOGRAFIA DO LOUCO
A propósito da crise em Darfur, ouviram-se um pouco por toda a blogosfera os pedidos para que a História não se repetisse. Os artigos que, apesar das férias, consegui ler pareceram-me honestamente preocupados e amplamente fundados. E, já agora, levemente ingénuos na maneira como acreditam que o mundo se desenvolve continuamente em obediência a um plano de progresso infinito que um dia apresentará aos homens a fórmula racional para a sua salvação definitiva. É que a História tem por hábito ignorar tais clamores e também neste caso insistiu em repetir-se, oferecendo o espectáculo de massacres e perseguições visto já em outras ocasiões, demasiadas ocasiões - as suficientes para destruir a ilusão de que o Homem segue um argumento escrito e que o fim de todos os problemas humanos se aproxima à medida que crescem as faculdades de os compreender. Não há nenhuma direcção inexorável na História. É impossível descobrir-lhe uma estrutura racional ou discernir o seu propósito. E isso porque os homens agem em conformidade com os seus interesses contingentes e particulares, praticando as piores atrocidades, e só muito raramente de acordo com qualquer noção parecida com a justiça social. Quando confrontados com a dureza da realidade, com esta eterna sucessão de aprendizagem e colapso, uns dedicam-se ao cinismo e ao desespero, outros à obsessão por soluções genéricas e objectivos universais - soluções e objectivos os quais não serão jamais atingidos. A inevitabilidade histórica é uma noção inventada para entreter quem não aceita a probabilidade do conflito interminável. Ou seja, quem não aceita que o mundo é basicamente um manicómio incontrolável e que a História é como Herzen a disse: “a autobiografia do louco”.
FMS
A propósito da crise em Darfur, ouviram-se um pouco por toda a blogosfera os pedidos para que a História não se repetisse. Os artigos que, apesar das férias, consegui ler pareceram-me honestamente preocupados e amplamente fundados. E, já agora, levemente ingénuos na maneira como acreditam que o mundo se desenvolve continuamente em obediência a um plano de progresso infinito que um dia apresentará aos homens a fórmula racional para a sua salvação definitiva. É que a História tem por hábito ignorar tais clamores e também neste caso insistiu em repetir-se, oferecendo o espectáculo de massacres e perseguições visto já em outras ocasiões, demasiadas ocasiões - as suficientes para destruir a ilusão de que o Homem segue um argumento escrito e que o fim de todos os problemas humanos se aproxima à medida que crescem as faculdades de os compreender. Não há nenhuma direcção inexorável na História. É impossível descobrir-lhe uma estrutura racional ou discernir o seu propósito. E isso porque os homens agem em conformidade com os seus interesses contingentes e particulares, praticando as piores atrocidades, e só muito raramente de acordo com qualquer noção parecida com a justiça social. Quando confrontados com a dureza da realidade, com esta eterna sucessão de aprendizagem e colapso, uns dedicam-se ao cinismo e ao desespero, outros à obsessão por soluções genéricas e objectivos universais - soluções e objectivos os quais não serão jamais atingidos. A inevitabilidade histórica é uma noção inventada para entreter quem não aceita a probabilidade do conflito interminável. Ou seja, quem não aceita que o mundo é basicamente um manicómio incontrolável e que a História é como Herzen a disse: “a autobiografia do louco”.
FMS
terça-feira, agosto 17, 2004
El Presidente
Eu cá não sei, mas antes de endereçar (democraticamente) as minhas felicitações ao Presidente Hugo Chávez, gostava que me explicassem como é que ele ganhou quando as sondagens à boca das urnas davam 59% a favor do "sim". É cá uma dúvida que eu tenho que não fica nada esclarecida quando os observadores internacionais afinal não observaram nada já que não tiveram acesso às salas de escrutínio.
Mais, com relatos de votos comprados a US$50 e com milícias na rua a festejar a vitória disparando tiros contra apoiantes do "sim" custa-me dar graças às maravilhas do singular estilo democrático do Presidente Chávez.
O golpe falhado de Abril 2002 e a presente instabilidade do preço do petróleo aconselham cautela ao Presidente Chávez. A que preço e até quando e conseguirá ele manter o apoio dos habitantes dos "barrios" dos cerros de Caracas? Guerra civil agora ou para embrulhar para mais daqui a bocado?
FA
Eu cá não sei, mas antes de endereçar (democraticamente) as minhas felicitações ao Presidente Hugo Chávez, gostava que me explicassem como é que ele ganhou quando as sondagens à boca das urnas davam 59% a favor do "sim". É cá uma dúvida que eu tenho que não fica nada esclarecida quando os observadores internacionais afinal não observaram nada já que não tiveram acesso às salas de escrutínio.
Mais, com relatos de votos comprados a US$50 e com milícias na rua a festejar a vitória disparando tiros contra apoiantes do "sim" custa-me dar graças às maravilhas do singular estilo democrático do Presidente Chávez.
O golpe falhado de Abril 2002 e a presente instabilidade do preço do petróleo aconselham cautela ao Presidente Chávez. A que preço e até quando e conseguirá ele manter o apoio dos habitantes dos "barrios" dos cerros de Caracas? Guerra civil agora ou para embrulhar para mais daqui a bocado?
FA
TRÊS QUILOS, QUATROCENTOS E SETENTA GRAMAS
Nasceu há pouco o Rodrigo, uma produção nada fictícia da Mónica e do Nuno Costa Santos. A criança está bem e a mãe também. O pai, ao telefone, é que parecia fora de si. Como se os My Bloody Valentine tivessem decidido regressar aos discos.
FMS
Nasceu há pouco o Rodrigo, uma produção nada fictícia da Mónica e do Nuno Costa Santos. A criança está bem e a mãe também. O pai, ao telefone, é que parecia fora de si. Como se os My Bloody Valentine tivessem decidido regressar aos discos.
FMS
segunda-feira, agosto 16, 2004
Os ideais burgueses e românticos de finais do século XIX.
O meu caro FA, fiel actualizador deste blog em Agosto, afirma, a propósito dos Jogos Olímpicos, que não tem "nada contra os ideais burgueses e românticos de finais do século XIX!"
Isto sim, é um tema que vale a pena discutir. Mas não fiques pelo desporto, Fernando, falemos do nacionalismo, das guerras de libertação, do fim das perucas e do amor (sim FA vais mesmo ter que falar do amor, e não vale carregar o blogspot com poemas, sim?)...
DBH
PS. O Senhor da imagem é romântico mas não era burguês. Para isso lá iremos ao Camilo, quando eu responder ao snr. LDA.
O meu caro FA, fiel actualizador deste blog em Agosto, afirma, a propósito dos Jogos Olímpicos, que não tem "nada contra os ideais burgueses e românticos de finais do século XIX!"
Isto sim, é um tema que vale a pena discutir. Mas não fiques pelo desporto, Fernando, falemos do nacionalismo, das guerras de libertação, do fim das perucas e do amor (sim FA vais mesmo ter que falar do amor, e não vale carregar o blogspot com poemas, sim?)...
DBH
PS. O Senhor da imagem é romântico mas não era burguês. Para isso lá iremos ao Camilo, quando eu responder ao snr. LDA.
Chariots of fire
Odeio ter que desapontar o nosso PR mas os ideais que fundaram os jogos olímpicos da era moderna têm relativamente pouco em comum com os ideais olímpicos dos jogos de antanho.
O maior exemplo disso é o conceito do amadorismo. Uma invenção (com bases profundamente elitistas) dos fundadores dos jogos modernos fortemente limitadora da participação nos jogos dos melhores atletas.
Na antiga Grécia os melhores atletas (amadores ou profissionais) competiam pela glória de chegar em primeiro, saltar mais alto, vencer o adversário. Os atletas não recebiam prémios nos jogos em sí – a coroa de folhas de oliveira não é um mito – mas, os mais famosos (por força das suas vitórias - não por serem gentlemen!) competiam o resto do ano em espectáculos pagos a peso de ouro e podiam esperar uma recepção calorosa (e bem remunerada!) no regresso à sua cidade natal (que alguns atletas por vezes traíam por outra a troco de dinheiro e outras regalias!).
Os jogos da era moderna aproximam-se pois cada vez mais daquilo que eram os jogos na antiga Grécia na exacta medida em que se afastam dos ideais burgueses e românticos do fim do século XIX do desporto praticado por fidalgos de de boas famílias sem uma pinga de suor despendida.
FA
PS – Não que eu tenha nada contra os ideais burgueses e românticos de finais do século XIX!
Odeio ter que desapontar o nosso PR mas os ideais que fundaram os jogos olímpicos da era moderna têm relativamente pouco em comum com os ideais olímpicos dos jogos de antanho.
O maior exemplo disso é o conceito do amadorismo. Uma invenção (com bases profundamente elitistas) dos fundadores dos jogos modernos fortemente limitadora da participação nos jogos dos melhores atletas.
Na antiga Grécia os melhores atletas (amadores ou profissionais) competiam pela glória de chegar em primeiro, saltar mais alto, vencer o adversário. Os atletas não recebiam prémios nos jogos em sí – a coroa de folhas de oliveira não é um mito – mas, os mais famosos (por força das suas vitórias - não por serem gentlemen!) competiam o resto do ano em espectáculos pagos a peso de ouro e podiam esperar uma recepção calorosa (e bem remunerada!) no regresso à sua cidade natal (que alguns atletas por vezes traíam por outra a troco de dinheiro e outras regalias!).
Os jogos da era moderna aproximam-se pois cada vez mais daquilo que eram os jogos na antiga Grécia na exacta medida em que se afastam dos ideais burgueses e românticos do fim do século XIX do desporto praticado por fidalgos de de boas famílias sem uma pinga de suor despendida.
FA
PS – Não que eu tenha nada contra os ideais burgueses e românticos de finais do século XIX!
MAS POR ONDE ESCOLHER?
Escreve ASL no Glória Fácil:
"O PS-Açores aprovou as listas de deputados às regionais. Dizem que há uma grande renovação. Ora, passando os olhos pelas ilhas de baixo, vêem-se à mesma Bettencourts, Dutra, Silveira, Goulart e Terra."
Ó Ana, mas mesmo com as ilhas de cima que ficam por baixo, a "genetic pool" nunca é muito variada...
DBH
(a esconder-se em baixo da mesa do computador, tal é o anticiclone que se avizinha depois deste post)
Escreve ASL no Glória Fácil:
"O PS-Açores aprovou as listas de deputados às regionais. Dizem que há uma grande renovação. Ora, passando os olhos pelas ilhas de baixo, vêem-se à mesma Bettencourts, Dutra, Silveira, Goulart e Terra."
Ó Ana, mas mesmo com as ilhas de cima que ficam por baixo, a "genetic pool" nunca é muito variada...
DBH
(a esconder-se em baixo da mesa do computador, tal é o anticiclone que se avizinha depois deste post)
sexta-feira, agosto 13, 2004
Sssh… It’s a secret!
Portugal é um país em que não há segredos. Não pode haver. Um segredo é algo que só pode existir para ser descoberto, esquadrinhado, exposto na praça pública. Onde é que já se viu haver assim segredos, coisas que só alguns sabem. Era o que mais faltava.
Quem é dono dos segredos não pode viver sem os contar a meio mundo. Quem tem a obrigação de informar não descansa enquanto não arruína uma reputação ou proclama aos quatro ventos meias-verdades ou mesmo mentiras. Vale (divulgar) tudo – sobretudo se forem segredos.
Num país de porteiras e guardas-nocturnos não pode haver segredos. Já agora nem discrição.
FA
Portugal é um país em que não há segredos. Não pode haver. Um segredo é algo que só pode existir para ser descoberto, esquadrinhado, exposto na praça pública. Onde é que já se viu haver assim segredos, coisas que só alguns sabem. Era o que mais faltava.
Quem é dono dos segredos não pode viver sem os contar a meio mundo. Quem tem a obrigação de informar não descansa enquanto não arruína uma reputação ou proclama aos quatro ventos meias-verdades ou mesmo mentiras. Vale (divulgar) tudo – sobretudo se forem segredos.
Num país de porteiras e guardas-nocturnos não pode haver segredos. Já agora nem discrição.
FA
quarta-feira, agosto 11, 2004
terça-feira, agosto 10, 2004
Rimas de pé quebrado
O Bê.É. é contra os States, o George Bush e o Durão.
Gosta pouco do Santana e do Portas só do irmão.
O governo é do pior que o país alguma vez viu,
Mandam vir com o Carmona e no Porto com o Rui Rio.
Nem PS nem PC são da esquerda verdadeira,
Para ver como é que é, olhem pró Daniel Oliveira.
Não à ordem, não à lei, sempre pela igualdade,
Menos polícias na rua igual a mais liberdade.
Caga lá na segurança, isso é coisa para betinhos,
Sempre contra a Assembleia e a malta de fatinhos.
Curtimos as festas de rua e a desorganização,
Só nos vês bem mandadinhos numa manifestação.
Por isso mesmo anda connosco, ser do contra é do baril.
Se hoje já somos muitos amanhã mais de dez mil.
Não te preocupes pois com o dia de amanhã,
Quando a coisa rebentar temos o Anacleto Louçã!
FA
O Bê.É. é contra os States, o George Bush e o Durão.
Gosta pouco do Santana e do Portas só do irmão.
O governo é do pior que o país alguma vez viu,
Mandam vir com o Carmona e no Porto com o Rui Rio.
Nem PS nem PC são da esquerda verdadeira,
Para ver como é que é, olhem pró Daniel Oliveira.
Não à ordem, não à lei, sempre pela igualdade,
Menos polícias na rua igual a mais liberdade.
Caga lá na segurança, isso é coisa para betinhos,
Sempre contra a Assembleia e a malta de fatinhos.
Curtimos as festas de rua e a desorganização,
Só nos vês bem mandadinhos numa manifestação.
Por isso mesmo anda connosco, ser do contra é do baril.
Se hoje já somos muitos amanhã mais de dez mil.
Não te preocupes pois com o dia de amanhã,
Quando a coisa rebentar temos o Anacleto Louçã!
FA
domingo, agosto 08, 2004
O GRAMÁTICO AUTOMÁTICO
"Speech itself, indeed, would become almost impossible if the grammarians could follow their own rules unfailingly, and were always right."
H.L. Mencken, The American Language (1921) Grammarians and Their Ways
Eu não escrevo muito bem e tenho pena. Além de pena tenho alguma inveja de quem escreve, como do JV que tem uma sintaxe cuidada ou do FMS que tem mais graça que eu. Mas há, nos gramáticos, uma loucura estalinista que assusta qualquer um, especialmente quem escreve mal como eu. É o caso de LDA, que amigas minhas garantem ser uma jóia de pessoa.
No My Moleskine, escreve LDA uma carta-lição sobre a palavra "humanitário". Curiosamente o texto é tudo menos humano. São duas ou três observações, que acabam por ser quatro, que passam ao lado da discussão sobre a sintaxe e se atiram de frente a pedir uma polémica. Vamos então fazer o gosto.
Mas o que quer esse cabo do grupo dos forcados amadores do Lácio?
LDA é um reacionário, o seu ultra-conservadorismo é de uma higiene totalitária. Nem por acaso cita o bom frade menor Roquette, autor do Thesouro da Mocidade Portugueza, que ensinou gerações a escrever ofícios e cartas de amor indistintamente. Como todos os reacionários, apega-se a uma língua pura, que nunca existiu. Por vezes, socorre-se de autores consagrados, esquecendo que os ditos eram na sua altura criticados por não serem gramáticos.
LDA é violento e pedante. Ora, padecendo eu mesmo desta última característica, custa-me quando a vejo associada à violência, mesmo quando é generosamente gratuita. No alto da sua cátedra, com uma vaidade irritada e irritante, LDA ataca com gosto mas desprovido de bom senso.
LDA tem um certo estilo, antigo como a língua que usa e adora, e polemiza como se nos escrevesse desde S. Miguel de Ceide. Mas, claro, sem o perigo de ir preso ou derramar o sangue em duelo. O próprio.
Para LDA a origem latina da palavra "Humanitário" legitima o seu uso, mesmo que a recepção tenha chegado através do francês. Podemos então utilizar Avenida, galicismo tão odiado por Sá Nogueira, porque deriva de Ad Venire?
E se Arcabuz deriva do neerlandês haakbus, também é verdade que a origem está na junção do germânico Haak (hakan, gancho) com o latino tardio Bus (Buxis, caixa). Deveremos, assim, aspar apenas a "Arca" e seguir usando o "Bus"?
E se LDA não aceita assim um estrangeirismo como Arcabuz, mesmo após centenas de anos de uso (desde a "Gramática da linguagem portuguesa", (1536) de Fernão de Oliveira, como LDA saberá se possuir o Machado), como será que chama ao fruto da oliveira?
No entanto, a frase mais curiosa da prédica é a seguinte:
"Os estrangeirismos, por contrários ao génio da língua portuguesa (que
provém do grego e do latim, e não do francês, ou assim) devem ser
aspados sem dó e sem piedade. Aspados, digo bem"
Diz bem. Diz LDA. Diz que sim. Podemos pois presumir que não se deve usar palavras que não derivem do grego ou do latim? Podemos, assim, expungir, "sem dó nem piedade" a própria palavra "aspado"? Que provém, como saberá, do gótico "haspa"? Um barbarismo em todos os sentidos?
Como se vê, por esta frase final de LDA, não eram apenas os germânicos que utilizavam instrumentos de tortura, como as aspas. Ainda há quem use a gramática da mesma forma. Ao menos o corrector automático não insulta, já o gramático...
Com todo o respeito e consideração,
DBH
"Speech itself, indeed, would become almost impossible if the grammarians could follow their own rules unfailingly, and were always right."
H.L. Mencken, The American Language (1921) Grammarians and Their Ways
Eu não escrevo muito bem e tenho pena. Além de pena tenho alguma inveja de quem escreve, como do JV que tem uma sintaxe cuidada ou do FMS que tem mais graça que eu. Mas há, nos gramáticos, uma loucura estalinista que assusta qualquer um, especialmente quem escreve mal como eu. É o caso de LDA, que amigas minhas garantem ser uma jóia de pessoa.
No My Moleskine, escreve LDA uma carta-lição sobre a palavra "humanitário". Curiosamente o texto é tudo menos humano. São duas ou três observações, que acabam por ser quatro, que passam ao lado da discussão sobre a sintaxe e se atiram de frente a pedir uma polémica. Vamos então fazer o gosto.
Mas o que quer esse cabo do grupo dos forcados amadores do Lácio?
LDA é um reacionário, o seu ultra-conservadorismo é de uma higiene totalitária. Nem por acaso cita o bom frade menor Roquette, autor do Thesouro da Mocidade Portugueza, que ensinou gerações a escrever ofícios e cartas de amor indistintamente. Como todos os reacionários, apega-se a uma língua pura, que nunca existiu. Por vezes, socorre-se de autores consagrados, esquecendo que os ditos eram na sua altura criticados por não serem gramáticos.
LDA é violento e pedante. Ora, padecendo eu mesmo desta última característica, custa-me quando a vejo associada à violência, mesmo quando é generosamente gratuita. No alto da sua cátedra, com uma vaidade irritada e irritante, LDA ataca com gosto mas desprovido de bom senso.
LDA tem um certo estilo, antigo como a língua que usa e adora, e polemiza como se nos escrevesse desde S. Miguel de Ceide. Mas, claro, sem o perigo de ir preso ou derramar o sangue em duelo. O próprio.
Para LDA a origem latina da palavra "Humanitário" legitima o seu uso, mesmo que a recepção tenha chegado através do francês. Podemos então utilizar Avenida, galicismo tão odiado por Sá Nogueira, porque deriva de Ad Venire?
E se Arcabuz deriva do neerlandês haakbus, também é verdade que a origem está na junção do germânico Haak (hakan, gancho) com o latino tardio Bus (Buxis, caixa). Deveremos, assim, aspar apenas a "Arca" e seguir usando o "Bus"?
E se LDA não aceita assim um estrangeirismo como Arcabuz, mesmo após centenas de anos de uso (desde a "Gramática da linguagem portuguesa", (1536) de Fernão de Oliveira, como LDA saberá se possuir o Machado), como será que chama ao fruto da oliveira?
No entanto, a frase mais curiosa da prédica é a seguinte:
"Os estrangeirismos, por contrários ao génio da língua portuguesa (que
provém do grego e do latim, e não do francês, ou assim) devem ser
aspados sem dó e sem piedade. Aspados, digo bem"
Diz bem. Diz LDA. Diz que sim. Podemos pois presumir que não se deve usar palavras que não derivem do grego ou do latim? Podemos, assim, expungir, "sem dó nem piedade" a própria palavra "aspado"? Que provém, como saberá, do gótico "haspa"? Um barbarismo em todos os sentidos?
Como se vê, por esta frase final de LDA, não eram apenas os germânicos que utilizavam instrumentos de tortura, como as aspas. Ainda há quem use a gramática da mesma forma. Ao menos o corrector automático não insulta, já o gramático...
Com todo o respeito e consideração,
DBH
sexta-feira, agosto 06, 2004
Jovem, orienta aí uns trocos…
Bélgica, Holanda e Finlândia não querem ter nada a haver com as irritantes moedinhas de 1 e 2 cêntimos. Acho que é uma medida perfeitamente justificada por isso toca a arredondar os preços a cincos e zeros.
Só tenho uma dúvida, mas então os países não abdicam da sua soberania ao nível monetário quando aderem ao Euro? Outra coisa, como é esses países vão impôr essas medidas? Se um cidadão europeu atravessa a fronteira (ainda existe?) Franco-belga com um saco cheio de moedas de 1 e 2 cêntimos para pagar todas as suas despesas o que acontece? Será que tal medida só se aplica às moedas cunhadas nesses países? E se tais moedas já estiverem em circulação noutros países da zona Euro?
Em terras de S. M. Britânica quer a Escócia quer a Irlanda do Norte têm notas e moedas que, apesar de serem moeda com curso legal em todo o Reino Unido, dificilmente são aceites em Inglaterra ou no País de Gales pelos comerciantes.
Será que na Eurolândia se caminhará para isso? A Europa poderia assim passar de uma moeda única para muitas moedas únicas. Cheira-me que vai ser o TPF dos nossos federalistas.
FA
Bélgica, Holanda e Finlândia não querem ter nada a haver com as irritantes moedinhas de 1 e 2 cêntimos. Acho que é uma medida perfeitamente justificada por isso toca a arredondar os preços a cincos e zeros.
Só tenho uma dúvida, mas então os países não abdicam da sua soberania ao nível monetário quando aderem ao Euro? Outra coisa, como é esses países vão impôr essas medidas? Se um cidadão europeu atravessa a fronteira (ainda existe?) Franco-belga com um saco cheio de moedas de 1 e 2 cêntimos para pagar todas as suas despesas o que acontece? Será que tal medida só se aplica às moedas cunhadas nesses países? E se tais moedas já estiverem em circulação noutros países da zona Euro?
Em terras de S. M. Britânica quer a Escócia quer a Irlanda do Norte têm notas e moedas que, apesar de serem moeda com curso legal em todo o Reino Unido, dificilmente são aceites em Inglaterra ou no País de Gales pelos comerciantes.
Será que na Eurolândia se caminhará para isso? A Europa poderia assim passar de uma moeda única para muitas moedas únicas. Cheira-me que vai ser o TPF dos nossos federalistas.
FA
quinta-feira, agosto 05, 2004
Verdades para todos os gostos
Assim sim vale a pena discutir. Diz o André: “quanto mais se apela à Verdade com maiúscula, mais se sabe que esse apelo é retórico, que a nossa verdade é incompatível com a do outro lado”.
Faz-me lembrar o que a minha mais que tudo me diz acerca dos debates políticos: “é como falar do Benfica-Sporting”.
E não é que ambos os comentários são Verdade! Os extremismos de opinião, a propaganda folclórica (por exemplo do Michael Moore), as simplificações (como as do senhor Pité), as discussões sim-não, encarnado-verde, quanto muito servem para nos divertirmos quando feitas com piada. Compromissos e entendimentos ou mesmo o simples partilhar de opiniões são muito mais complicados. Requerem honestidade intelectual e uma análise SWOT da nossa posição o mais objectiva possível.
O resto é conversa e, como dizem os Toasters, “Talk is cheap”!
FA
Assim sim vale a pena discutir. Diz o André: “quanto mais se apela à Verdade com maiúscula, mais se sabe que esse apelo é retórico, que a nossa verdade é incompatível com a do outro lado”.
Faz-me lembrar o que a minha mais que tudo me diz acerca dos debates políticos: “é como falar do Benfica-Sporting”.
E não é que ambos os comentários são Verdade! Os extremismos de opinião, a propaganda folclórica (por exemplo do Michael Moore), as simplificações (como as do senhor Pité), as discussões sim-não, encarnado-verde, quanto muito servem para nos divertirmos quando feitas com piada. Compromissos e entendimentos ou mesmo o simples partilhar de opiniões são muito mais complicados. Requerem honestidade intelectual e uma análise SWOT da nossa posição o mais objectiva possível.
O resto é conversa e, como dizem os Toasters, “Talk is cheap”!
FA
Midsummer’s afternoon delirium
O Jornal Público, na sua senda revolucionária desta semana de canícula estival, publica um artigo de opinião dessa grande figura da intelectualidade portuguesa, o Senhor Pité.
Para o Senhor Pité o Presidente Bush (mais concretamentea misteriosa “inteligenzia” por detrás dele que o Senhor Pité, decerto por questões de segurança, não identifica) é um obstáculo ao “desenvolvimento e crescimento justo e harmonioso da riqueza dos povos” e quem o defende (e presumivelmente quem nele vota), mais não faz que “aprofundar as mais agressivas políticas contra a liberdade dos cidadãos (internamente e um pouco por todo o mundo)”.
Não falta ao raciocínio incisivo e fulminante do amigo Pité o já usual toque anti semita: os Estados-Unidos “em parceria com Israel, [continuam] a desenvolver a implantação inexorável do mais feroz colonialismo racista e expansionista de que há memória”. Também lá esta, surprise surprise, o toque a reunir contra a globalização e “o motor ocidental que suga, a cada segundo, mais e mais riquezas dos seus legítimos titulares”.
Em suma: Bush nã passa de um bobo fantoche controlado por interesses inimagináveis, totalmente submisso aos sionistas mais fanáticos do planeta e ao serviço dos inomináveis cavaleiros rampantes da globalização. Os Americanos que se preparam para o reeleger (como indicam as sondagens mais recentes) só podem ser um bando de fanáticos obesos e alienados cuja capacidade eleitoral deveria ser substituída pela bonomia e superior clarividência do nosso Pité, único defensor afinal do “desenvolvimento e crescimento justo e harmonioso da riqueza dos povos”.
Bem haja o Pité por ser quem é. Bem haja o Público por proporcionar tamanha comédia numa tarde de Verão.
FA
O Jornal Público, na sua senda revolucionária desta semana de canícula estival, publica um artigo de opinião dessa grande figura da intelectualidade portuguesa, o Senhor Pité.
Para o Senhor Pité o Presidente Bush (mais concretamentea misteriosa “inteligenzia” por detrás dele que o Senhor Pité, decerto por questões de segurança, não identifica) é um obstáculo ao “desenvolvimento e crescimento justo e harmonioso da riqueza dos povos” e quem o defende (e presumivelmente quem nele vota), mais não faz que “aprofundar as mais agressivas políticas contra a liberdade dos cidadãos (internamente e um pouco por todo o mundo)”.
Não falta ao raciocínio incisivo e fulminante do amigo Pité o já usual toque anti semita: os Estados-Unidos “em parceria com Israel, [continuam] a desenvolver a implantação inexorável do mais feroz colonialismo racista e expansionista de que há memória”. Também lá esta, surprise surprise, o toque a reunir contra a globalização e “o motor ocidental que suga, a cada segundo, mais e mais riquezas dos seus legítimos titulares”.
Em suma: Bush nã passa de um bobo fantoche controlado por interesses inimagináveis, totalmente submisso aos sionistas mais fanáticos do planeta e ao serviço dos inomináveis cavaleiros rampantes da globalização. Os Americanos que se preparam para o reeleger (como indicam as sondagens mais recentes) só podem ser um bando de fanáticos obesos e alienados cuja capacidade eleitoral deveria ser substituída pela bonomia e superior clarividência do nosso Pité, único defensor afinal do “desenvolvimento e crescimento justo e harmonioso da riqueza dos povos”.
Bem haja o Pité por ser quem é. Bem haja o Público por proporcionar tamanha comédia numa tarde de Verão.
FA
quarta-feira, agosto 04, 2004
É DESTA QUE O BARNABÉ SE TORNA SIONISTA!
Jerusalém, 04 Ago (Lusa) -O exército israelita vai em breve começar a usar cannabis para tratar o stress pós-traumático dos seus soldados, anunciou hoje fonte castrense local.
Um comunicado do exército revela que o corpo médico militar e a Universidade Hebraica de Jerusalém iniciarão, no curto prazo e a título experimental, o tratamento de vítimas de stress pós-traumático com THC, o ingrediente activo da planta cannabis sativa.
DBH
Jerusalém, 04 Ago (Lusa) -O exército israelita vai em breve começar a usar cannabis para tratar o stress pós-traumático dos seus soldados, anunciou hoje fonte castrense local.
Um comunicado do exército revela que o corpo médico militar e a Universidade Hebraica de Jerusalém iniciarão, no curto prazo e a título experimental, o tratamento de vítimas de stress pós-traumático com THC, o ingrediente activo da planta cannabis sativa.
DBH
Put your money where your mouth is
Afinal parece que os imperialistas Americanos e os seus lacaios Britânicos são os principais contribuintes para o fundo das Nações Unidas de assistência humanitária para o Sudão. Juntas, as contribuições de Estados Unidos e Reino Unido somam mais US$118,051,820 o que representa mais de 55% das contribuições. Dados oficiais de hoje. Dia 4 de Agosto.
Alemanha, França e, já agora a Comissão Europeia para dar uma ajudinha, somam, todos juntos, 8.87% do total de donativos.
É mesmo daquelas situações em que apetece dizer: pois...
FA
PS – obrigado, mais uma vez e como sempre, ao João, pelo “heads up”.
Afinal parece que os imperialistas Americanos e os seus lacaios Britânicos são os principais contribuintes para o fundo das Nações Unidas de assistência humanitária para o Sudão. Juntas, as contribuições de Estados Unidos e Reino Unido somam mais US$118,051,820 o que representa mais de 55% das contribuições. Dados oficiais de hoje. Dia 4 de Agosto.
Alemanha, França e, já agora a Comissão Europeia para dar uma ajudinha, somam, todos juntos, 8.87% do total de donativos.
É mesmo daquelas situações em que apetece dizer: pois...
FA
PS – obrigado, mais uma vez e como sempre, ao João, pelo “heads up”.
STARING DOWN THE BARREL OF A 45
Começámos a manhã com o petróleo fixado num máximo histórico nos 44,34 dólares. O preço mítico de 45 dólares parecia que seria alcançado hoje. Felizmente as notícias sobre o aumento de stocks americanos e o aumento de produção saudita acabaram por acalmar os mercados.
Se o barril chegar, de facto, a esses preços, será o mesmo que pôr a retoma mundial a olhar para um barril de uma 45, colt isto é.
DBH
Começámos a manhã com o petróleo fixado num máximo histórico nos 44,34 dólares. O preço mítico de 45 dólares parecia que seria alcançado hoje. Felizmente as notícias sobre o aumento de stocks americanos e o aumento de produção saudita acabaram por acalmar os mercados.
Se o barril chegar, de facto, a esses preços, será o mesmo que pôr a retoma mundial a olhar para um barril de uma 45, colt isto é.
DBH
Jornais oficiais
É impressão minha que estou cá longe (eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei para aqui chegar...) ou o Público anda pouco preocupado com garantir uma linha editorial isenta?
Segunda-feira – Sócrates e o seu manifesto de campanha tecnológica. Terça-feira – Pedroso em defesa do indefensável RMG. Hoje temos que gramar não com um deputado do PS mas dois, Helena Roseta e José Apolinário. Amanhã não percam um artigo laudatório de Soares Pai sobre Soares Filho e um poema de Manuel Alegre sobre os lírios do campo.
Não tenho nada contra jornais com matizes ideológicas assumidas mas, tendo em conta que o contraponto ao Público é o DN...
FA
É impressão minha que estou cá longe (eu vim de longe, de muito longe, o que eu andei para aqui chegar...) ou o Público anda pouco preocupado com garantir uma linha editorial isenta?
Segunda-feira – Sócrates e o seu manifesto de campanha tecnológica. Terça-feira – Pedroso em defesa do indefensável RMG. Hoje temos que gramar não com um deputado do PS mas dois, Helena Roseta e José Apolinário. Amanhã não percam um artigo laudatório de Soares Pai sobre Soares Filho e um poema de Manuel Alegre sobre os lírios do campo.
Não tenho nada contra jornais com matizes ideológicas assumidas mas, tendo em conta que o contraponto ao Público é o DN...
FA
terça-feira, agosto 03, 2004
I am a rock
Inqualificável a atitude Espanhola sobre a questão de Gibraltar e a visita de Geoff Hoon ao rochedo para celebrar 300 anos de presença Britânica em Gibraltar. É uma obsessão ainda pior que a nossa questiúncula com Olivença ou que a dos marroquinos com Ceuta e Melilha (para não falar dos extensos territórios de Perejil).
Eu se fosse os bifes mandava lá a Rainha para as celebrações, a bordo de um porta-aviões escoltado por um submarino nuclear com a fanfarra a tocar o “Rule Britannia” e os altifalantes voltados para Algeciras.
FA
Inqualificável a atitude Espanhola sobre a questão de Gibraltar e a visita de Geoff Hoon ao rochedo para celebrar 300 anos de presença Britânica em Gibraltar. É uma obsessão ainda pior que a nossa questiúncula com Olivença ou que a dos marroquinos com Ceuta e Melilha (para não falar dos extensos territórios de Perejil).
Eu se fosse os bifes mandava lá a Rainha para as celebrações, a bordo de um porta-aviões escoltado por um submarino nuclear com a fanfarra a tocar o “Rule Britannia” e os altifalantes voltados para Algeciras.
FA
segunda-feira, agosto 02, 2004
O bom, o original e o demagógico
O Engenheiro Sócrates diz no seu artigo (publicitário?) do jornal (de campanha?) Público de hoje coisas interessantes e acertadas e avança algumas ideias originais. Como dizia um antigo professor universitário (e Primeiro-Ministro), pena é que as ideias boas não sejam originais e as originais não sejam boas.
Aquilo que José Sócrates faz (e mérito se reconheça pelo esforço) é pensar os problemas do país e tentar encontrar uma solução radical, de fundo, que, como ele próprio diz, permita ao país dar “um ambicioso salto qualitativo”.
A solução, apodada, à falta de imaginação, como “Plano Tecnológico”, mais não é que um reciclar de velhas ideias e um catalogar de práticas já em curso. A bondade da solução é incontestável mas, malgré lui, não a devemos ao Engenheiro Sócrates. A educação foi, é e continuará a ser a paixão de sucessivos governos mas a verdade é que, como na vida, mais do que paixão inconstante é preciso amor consequente. Amor ao país e ao seu futuro.
O inglês como língua obrigatória a introduzir cada vez mais cedo não é uma descoberta de agora nem o é a necessidade de “superar os bloqueios na aprendizagem do português e da matemática”. Tão pouco é novidade o combater do insucesso escolar ou a necessidade de apostar nas novas tecnologias.
Ao identificar (e bem) o problema central da conjuntura presente como a saúde da economia, não pode o Engenheiro Sócrates apresentar uma solução baseada na educação que, pela natureza das coisas, demora gerações a dar o seus frutos. Ao fazer isso está no fundo a cair no mesmo pecado orginal que o seu criador político, António Guterres: a demagogia fácil para vender em doses homeopáticas.
FA
O Engenheiro Sócrates diz no seu artigo (publicitário?) do jornal (de campanha?) Público de hoje coisas interessantes e acertadas e avança algumas ideias originais. Como dizia um antigo professor universitário (e Primeiro-Ministro), pena é que as ideias boas não sejam originais e as originais não sejam boas.
Aquilo que José Sócrates faz (e mérito se reconheça pelo esforço) é pensar os problemas do país e tentar encontrar uma solução radical, de fundo, que, como ele próprio diz, permita ao país dar “um ambicioso salto qualitativo”.
A solução, apodada, à falta de imaginação, como “Plano Tecnológico”, mais não é que um reciclar de velhas ideias e um catalogar de práticas já em curso. A bondade da solução é incontestável mas, malgré lui, não a devemos ao Engenheiro Sócrates. A educação foi, é e continuará a ser a paixão de sucessivos governos mas a verdade é que, como na vida, mais do que paixão inconstante é preciso amor consequente. Amor ao país e ao seu futuro.
O inglês como língua obrigatória a introduzir cada vez mais cedo não é uma descoberta de agora nem o é a necessidade de “superar os bloqueios na aprendizagem do português e da matemática”. Tão pouco é novidade o combater do insucesso escolar ou a necessidade de apostar nas novas tecnologias.
Ao identificar (e bem) o problema central da conjuntura presente como a saúde da economia, não pode o Engenheiro Sócrates apresentar uma solução baseada na educação que, pela natureza das coisas, demora gerações a dar o seus frutos. Ao fazer isso está no fundo a cair no mesmo pecado orginal que o seu criador político, António Guterres: a demagogia fácil para vender em doses homeopáticas.
FA
domingo, agosto 01, 2004
JOSÉ MÁRIO SÓCRATES?
Aqui no NQDI gostamos de citações e de até um ocasional name-dropping, é um facto bem provado. Mas não deixa de ser preocupante o uso crescente que delas faz a esquerda. Por exemplo, no BDE, escreve o José Mário Silva:
"Não é bem uma deambulação de flâneur (apesar de ter lido o que sobre ele escreveram Baudelaire e Walter Benjamin), não é um passeio propício a devaneios do espírito (como os de Rousseau à beira do lago), nem é muito menos uma caminhada higiénica e com uma rigidez de metrónomo (como as que Imannuel Kant fazia nas tardes de Konigsberg)."
Mais um socrático?
DBH
Aqui no NQDI gostamos de citações e de até um ocasional name-dropping, é um facto bem provado. Mas não deixa de ser preocupante o uso crescente que delas faz a esquerda. Por exemplo, no BDE, escreve o José Mário Silva:
"Não é bem uma deambulação de flâneur (apesar de ter lido o que sobre ele escreveram Baudelaire e Walter Benjamin), não é um passeio propício a devaneios do espírito (como os de Rousseau à beira do lago), nem é muito menos uma caminhada higiénica e com uma rigidez de metrónomo (como as que Imannuel Kant fazia nas tardes de Konigsberg)."
Mais um socrático?
DBH
COMO SE FOSSE GREGO
Não era suposto Sócrates suicidar-se porque era acusado de ter o poder de seduzir os mais jovens?
Em vez disso, é Sócrates que chega ao poder por parecer mais jovem e porque outro se suicidou, politicamente isto é?
Não era suposto o Poder ter dado a escolha, a Sócrates, de se exilar ou se suicidar?
Em vez disso, Sócrates chega ao poder porque um exilado escolhe "não ter motivação" para regressar?
Esta é mais uma história mal contada...
DBH
Não era suposto Sócrates suicidar-se porque era acusado de ter o poder de seduzir os mais jovens?
Em vez disso, é Sócrates que chega ao poder por parecer mais jovem e porque outro se suicidou, politicamente isto é?
Não era suposto o Poder ter dado a escolha, a Sócrates, de se exilar ou se suicidar?
Em vez disso, Sócrates chega ao poder porque um exilado escolhe "não ter motivação" para regressar?
Esta é mais uma história mal contada...
DBH