SÉRIE "ESTÁ DEMONSTRADO QUE SÓCRATES NÃO ACREDITA QUE AMANHÃ SE GANHE O JOGO" I
Todos sabemos que melhor altura para remodelar o governo é na véspera de um jogo importante de futebol*. Melhor se for um jogo de Selecção. Ainda por cima se for numa sexta-feira.
O facto da actual remodelação ser específicamente do MNE e MDN, quando há centenas de civis e militares portugueses em Timor, quando há uma possibilidade de guerra civil nesse país, quando estamos em guerra fria com a austrália na ONU...
... demonstra que Sócrates pensa que, depois de amanhã, não vai ter outra oportunidade, mediaticamente, para remodelar o seu governo. Ou seja, aposta que não vamos seguir em frente no mundial.
DBH
* ou antes da morte e consequente enterro de uma grande figura nacional, alas, esta possibilidade não costuma ser tão previsível como o calendário dos jogos.
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
sexta-feira, junho 30, 2006
WHAT REALLY INSULTS THIS PORTUGUESE
Não me interessa rigorosamente nada o que insulta os escoceses e nem me atreveria a dar conselhos a ingleses e escoceses sobre como conviver civilizadamente, apesar de reconhecer que civilização já foi um conceito mais em voga nas ilhas britânicas.
Pelo contrário, interessa-me o que diz respeito ao meu país e insulta-me o que de falso sobre ele é dito.
Neste ponto, tenho que dizer que o Senhor Liddle, embalado por umas críticas aos vizinhos de cima e imbuído do espírito cavernícola mundialeiro, se excedeu ao apelidar a cozinha portuguesa de uma das mais limitadas e primitivas da Europa... Percebo que, para algumas mentes mais simples, as vésperas de um jogo de futebol justifiquem algumas mentiras menores e agressividade primária.
Como todos sabemos, a cozinha inglesa é conhecida à escala mundial pela sua variedade e complexidade. Reconheço que ninguém até hoje conseguiu dominar de forma tão magistral todas as aplicações culinárias da banha. Mas esse feito parece-me manifestamente insuficiente para os habilitar a semelhantes julgamentos.
Rod Liddle deve ter-se enganado. Decerto que quis dizer que as cozinhas inglesa e escocesa são, elas sim, das mais limitadas e primitivas e que os habitantes da Grã-Bretanha não se diferenciam muito por aquilo que põem no estômago (talvez seja isso mesmo que os faz insultar-se) mas não o fez. Optou por denegrir uma cultura que, obviamente, mal conhece e escarnecer de uma culinária que, evidentemente, não tem curiosidade nem sofisticação para apreciar.
Há poucas coisas mais irritantes do que ignorantes armados em "connoisseurs".
JV
Não me interessa rigorosamente nada o que insulta os escoceses e nem me atreveria a dar conselhos a ingleses e escoceses sobre como conviver civilizadamente, apesar de reconhecer que civilização já foi um conceito mais em voga nas ilhas britânicas.
Pelo contrário, interessa-me o que diz respeito ao meu país e insulta-me o que de falso sobre ele é dito.
Neste ponto, tenho que dizer que o Senhor Liddle, embalado por umas críticas aos vizinhos de cima e imbuído do espírito cavernícola mundialeiro, se excedeu ao apelidar a cozinha portuguesa de uma das mais limitadas e primitivas da Europa... Percebo que, para algumas mentes mais simples, as vésperas de um jogo de futebol justifiquem algumas mentiras menores e agressividade primária.
Como todos sabemos, a cozinha inglesa é conhecida à escala mundial pela sua variedade e complexidade. Reconheço que ninguém até hoje conseguiu dominar de forma tão magistral todas as aplicações culinárias da banha. Mas esse feito parece-me manifestamente insuficiente para os habilitar a semelhantes julgamentos.
Rod Liddle deve ter-se enganado. Decerto que quis dizer que as cozinhas inglesa e escocesa são, elas sim, das mais limitadas e primitivas e que os habitantes da Grã-Bretanha não se diferenciam muito por aquilo que põem no estômago (talvez seja isso mesmo que os faz insultar-se) mas não o fez. Optou por denegrir uma cultura que, obviamente, mal conhece e escarnecer de uma culinária que, evidentemente, não tem curiosidade nem sofisticação para apreciar.
Há poucas coisas mais irritantes do que ignorantes armados em "connoisseurs".
JV
quinta-feira, junho 29, 2006
SCRUTON BEHIND ENEMY LINES
Na Sexta-Feira passada, Roger Scruton falou ao Vlaams Belang, o partido non gratus do consenso europeu politicamente correcto da Bélgica, numa lição extraordinária e polémica (como sempre) sobre a nacionalidade, a xenofobia, o racismo, o multiculturalismo e a importância do Estado-Nação. Um dos pensadores ingleses mais influentes, nunca antes Scruton fora convidado para este efeito por qualquer outro partido da Europa ocidental. A conferência é de um fôlego intelectual sem par, ainda que o entusiasmo o leve, no último parágrafo, a esta frase tão pouco conservadora:
"I am neither racist nor xenophobic; I am in the habit of assuming that the same is true of others, until they have shown evidence to the contrary"
FMS
quarta-feira, junho 28, 2006
SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
O Sporting contratou Moisés por dois anos. Só espero que isto não signifique que demorará 40 a chegar à terra prometida.
JV
JV
STONED - uma sentida homenagem a Fernando Ruas
Stoned
Out of my mind
Here I go
Ah, yeah
Where am I at?
Yeah, yeah
(Nanker Phelge)
Recorded Oct 7, 1963. Released in the UK as a B side single for "I Want To Be Your Man" on Nov 1, '63. Released in the US on the album The London Years, in 1989.
Vocal: Mick Jagger Guitars: Keith Richards, Brian Jones Bass: Bill Wyman Drums: Charlie Watts Piano: Ian Stewart
JV
Stoned
Out of my mind
Here I go
Ah, yeah
Where am I at?
Yeah, yeah
(Nanker Phelge)
Recorded Oct 7, 1963. Released in the UK as a B side single for "I Want To Be Your Man" on Nov 1, '63. Released in the US on the album The London Years, in 1989.
Vocal: Mick Jagger Guitars: Keith Richards, Brian Jones Bass: Bill Wyman Drums: Charlie Watts Piano: Ian Stewart
JV
SÉRIE "CABEÇA NAS NUVENS" I
Como ter a certeza que o Céu vai estar limpinho, sem um farrapo de cumulus que se veja?
Basta comprar este livro e é garantido que se desespera uma tarde sem encontrar uma única nuvem no céu.
DBH
IMBECILIDADE EM PRIME TIME
JV
À resposta de Mário Zagallo de que torceria por Portugal no próximo embate com a Inglaterra, um génio do jornalismo caseiro retorquiu: E se for Portugal-Brasil, vai estar por quem?
Zagallo é brasileiro, ganhou quatro taças do mundo pelo Brasil (duas como jogador), faz parte da equipa técnica do Brasil neste mundial e, à data da pergunta, vestia o fato de treino da selecção brasileira.
Zagallo é brasileiro, ganhou quatro taças do mundo pelo Brasil (duas como jogador), faz parte da equipa técnica do Brasil neste mundial e, à data da pergunta, vestia o fato de treino da selecção brasileira.
JV
terça-feira, junho 27, 2006
DEIXEM JOGAR O MARI!
JV
Deixem os timorenses construir a sua própria pátria. Não cometam ingerências nem medidas tutelares, visando transformar aquele país livre num protectorado de grandes potências, tendo em conta os grandes interesses económicos e geo-estratégicos que nele se desenvolvem, disse hoje Jerónimo de Sousa.
Basta mudar uma palavra (substituir timorenses por húngaros, por exemplo) e retroceder 50 anos para se perceber como é sentido este discurso não-intervencionista por parte do PCP.
Basta mudar uma palavra (substituir timorenses por húngaros, por exemplo) e retroceder 50 anos para se perceber como é sentido este discurso não-intervencionista por parte do PCP.
JV
SÉRIE "A JANELA DE OPORTUNIDADE ESTÁ QUASE A ACABAR" I
DBH
(in http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/)
DBH
(in http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/)
SÉRIE "E NÃO É UBER IRRITANTE SE O FREITAS TIVER MESMO RAZÃO?" I
DBH
(in http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/)
DBH
(in http://cagle.msnbc.com/politicalcartoons/)
segunda-feira, junho 26, 2006
LIBERTÉ E FRATERNITÉ, QUE A EGALITÉ DEPOIS LOGO SE VÊ
JV
Pergunto-me o que diria um Grande Inspector Inquisidor Comendador a um Cavaleiro do Real Machado, Príncipe do Líbano. Que piadas trocariam o Mestre Sobrexcelente e a Dama da Pomba. Quantas obras adjudicaria o Grande ou Soberano Comendador do Templo de Salomão ao Intendente dos Edifícios, Mestre em Israel. Que tamanho teria o Pequeno Eleito ou Inspector e o Grande Escocês da Abóbada Sagrada de Jaime VI ou da Perfeição.
Vale a pena pensar nisto.
Vale a pena pensar nisto.
JV
QUANDO O PORTUGAL-HOLANDA NÃO ERA PARA MENINOS
Padre António Vieira
1640
Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda
JV
Moisés disse-vos: Ne, quaeso, dicant: "Olhai, senhor, que dirão." E eu digo e devo dizer: Olhai, senhor, que já dizem. Já dizem os hereges insolentes com os sucessos prósperos, que vós lhes dais ou permitis: já dizem que porque a sua, que eles chamam religião, é a verdadeira, por isso Deus os ajuda e vencem; e porque a nossa é errada e falsa, por isso nos desfavorece e somos vencidos.
Assim o dizem, assim o pregam, e ainda mal, porque não faltará quem os creia. Pois é possível, Senhor, que hão de ser vossas permissões argumentos contra vossa Fé? É possível que se hão de ocasionar de nossos castigos blasfémias contra vosso nome?! Que diga o herege (o que treme de o pronunciar a língua), que diga o herege, que Deus está holandês?!
Oh não permitais tal, Deus meu, não permitais tal, por quem sois! Não o digo por nós, que pouco ia em que nos castigásseis; não o digo pelo Brasil, que pouco ia em que o destruísseis; por vós o digo e pela honra de vosso Santíssimo Nome, que tão imprudentemente se vê blasfemado: Propter nomen tuum.
Já que o pérfido calvinista dos sucessos que só lhe merecem nossos pecados faz argumento da religião, e se jacta insolente e blasfemo de ser a sua verdadeira, veja ele na roda dessa mesma fortuna, que o desvanece, de que parte está a verdade. Os ventos e tempestades, que descompõem e derrotam as nossas armadas, derrotem e desbaratem as suas; as doenças e pestes, que diminuem e enfraquecem os nossos exércitos, escalem as suas muralhas e despovoem os seus presídios, os conselhos que, quando vós quereis castigar, se corrompem, em nós sejam alumiados e neles enfatuados e confusos. Mude a vitória as insígnias, desafrontem-se as cruzes católicas, triunfem as vossas chagas nas nossas bandeiras, e conheça humilhada e desenganada a perfídia, que só a Fé romana, que professamos, é Fé, e só ela a verdadeira e a vossa.
Assim o dizem, assim o pregam, e ainda mal, porque não faltará quem os creia. Pois é possível, Senhor, que hão de ser vossas permissões argumentos contra vossa Fé? É possível que se hão de ocasionar de nossos castigos blasfémias contra vosso nome?! Que diga o herege (o que treme de o pronunciar a língua), que diga o herege, que Deus está holandês?!
Oh não permitais tal, Deus meu, não permitais tal, por quem sois! Não o digo por nós, que pouco ia em que nos castigásseis; não o digo pelo Brasil, que pouco ia em que o destruísseis; por vós o digo e pela honra de vosso Santíssimo Nome, que tão imprudentemente se vê blasfemado: Propter nomen tuum.
Já que o pérfido calvinista dos sucessos que só lhe merecem nossos pecados faz argumento da religião, e se jacta insolente e blasfemo de ser a sua verdadeira, veja ele na roda dessa mesma fortuna, que o desvanece, de que parte está a verdade. Os ventos e tempestades, que descompõem e derrotam as nossas armadas, derrotem e desbaratem as suas; as doenças e pestes, que diminuem e enfraquecem os nossos exércitos, escalem as suas muralhas e despovoem os seus presídios, os conselhos que, quando vós quereis castigar, se corrompem, em nós sejam alumiados e neles enfatuados e confusos. Mude a vitória as insígnias, desafrontem-se as cruzes católicas, triunfem as vossas chagas nas nossas bandeiras, e conheça humilhada e desenganada a perfídia, que só a Fé romana, que professamos, é Fé, e só ela a verdadeira e a vossa.
Padre António Vieira
1640
Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda
JV
sábado, junho 24, 2006
DEUS O ABENÇOE
Incumbido de varrer do Protocolo de Estado presenças indesejáveis à esquerda que nos desgoverna, o ex-ministro Vera Jardim, condescendente como só ele, explicou à LUSA que, no tocante às bençãos em actos públicos, elas poderiam continuar a ocorrer uma vez que são "um hábito muito antigo que não deve cessar de um momento para o outro".
Pena que o critério do respeito pela tradição se atenha às inaugurações e romarias. No resto, descura-se a História e o sentir das pessoas porque o Estado é laico e não quer misturas. Parece um versículo das epístolas de S. Vital.
Do que diz o venerável Jardim percebe-se o desejo de que, com o tempo, lá acabem por cessar as crendices que tanto nos têm atrasado e que o país finalmente reconheça as supremas virtudes que só a luz concede. Até lá, nós, os obscurantistas, podemos dar-nos por satisfeitos por beneficiar da sua enfastiada tolerância.
Obrigado Vera Jardim, que Deus o abençoe.
JV
sexta-feira, junho 23, 2006
segunda-feira, junho 19, 2006
O factor X
Diz Medeiros Ferreira no Bicho Carpinteiro que se não fosse Angola ter empatado (com) o México, Portugal não estaria a festejar a passagem aos 1/8 de final.
Das duas três. Ou Medeiros Ferreira não percebe nada de futebol ou então não tem queda para a matemática.
A verdade (matemática e futebolística) é que se Angola tem ganho ao México então as contas do grupo D eram mais complicadas e Portugal ainda teria de esperar pelos resultados da terceira jornada (e provavelmente empatar com o México) para carimbar a passagem à próxima fase.
Quando os factos e as contas atrapalham uma boa ideia é uma chatice.
FA
Diz Medeiros Ferreira no Bicho Carpinteiro que se não fosse Angola ter empatado (com) o México, Portugal não estaria a festejar a passagem aos 1/8 de final.
Das duas três. Ou Medeiros Ferreira não percebe nada de futebol ou então não tem queda para a matemática.
A verdade (matemática e futebolística) é que se Angola tem ganho ao México então as contas do grupo D eram mais complicadas e Portugal ainda teria de esperar pelos resultados da terceira jornada (e provavelmente empatar com o México) para carimbar a passagem à próxima fase.
Quando os factos e as contas atrapalham uma boa ideia é uma chatice.
FA