GANHAR? O PS NÃO MERECE
No decorrer desta campanha eleitoral, o PS elegeu o CDS-PP como alvo. Percebe-se : quer dividir a coligação governamental. Sousa Franco prestou-se ao serviço : independente, como diz ser, não ameaça a família socialista e desempenha o papel que ninguém com dois dedos de testa se proporia levar por diante. É lá com ele !
Mas, o PS tem-se fartado de falar no Grupo político onde o CDS-PP está integrado no Parlamento Europeu. Falam dele com tanta regularidade, quanto com falta de rigor e má-fé. Para mal dos pecados de Sousa Franco, está escrito, em vários documentos do CDS-PP, que o seu posicionamento ideológico começa onde acaba a esquerda e termina onde começa a extrema-direita. De resto, a sua já rica História de 30 anos fala por si. É, ainda assim, democraticamente triste ver Sousa Franco prestar-se a tão desprezível papel. E não venha dizer que foi a coligação quem começou com os ataques pessoais. Recordo, para dar apenas um exemplo, aquilo que Sousa Franco disse há já cerca de um mês sobre a lista da coligação. Para o efeito,
não vá o Diabo tecê-las, socorro-me do «Correio da Manhã» de 10 de Maio e cito
ipsis verbis: «
O cabeça de lista do PS para as europeias acusou ontem a coligação PSD/CDS-PP de querer eleger pessoas apenas para ocuparem lugares. "Não sei se para jogarem golfe ou se para irem para a praia", criticou Sousa Franco …». Mas, isto, claro, não é insulto nem ataque pessoal. Na linguagem do PS, há-de ser um elogio. O pobre do João Almeida, esse, é que teve de pedir desculpa a todos os carecas portugueses – foi esta a única alusão a uma deficiência física que teve a infelicidade de pronunciar. Não posso usar o velho aforismo português do «não lembra ao …», não porque tenha medo de levar nas orelhas, mas porque, de facto,
só a ele lembra! Adiante…
O PS ataca, mas tem-se esquecido deliberadamente de referir que, no Grupo político onde está integrado o CDS-PP, está também o partido que governa a Irlanda e que preside agora, neste preciso momento, à União Europeia. Na lógica socialista, a União Europeia é então presidida pela extrema-direita. Os disparates ficam com quem os diz, com quem os faz.
Ora, a Irlanda é só o país, o Estado Membro da União Europeia, que todos consideram como o grande exemplo a seguir – à semelhança do que na Era A.S.F. (Antes de Sousa Franco ou, o que significa o mesmo, Antes dos Socialistas Fugitivos) aconteceu com Portugal. Nós também fomos um exemplo a seguir… nessa Era. Mas, se a Irlanda é um exemplo, é-o porque, para além de ter seguido políticas correctas e adequadas ao país, soube precaver-se no tempo das vacas gordas criando uma almofada financeira, ao ponto de lhe permitir viver sem sobressaltos em tempos de maiores dificuldades. Ou seja, exactamente o contrário do que sucedeu em Portugal, quando o governo foi socialista. Hoje, a Irlanda apresenta-se como contribuinte líquido da União Europeia e é o segundo Estado Membro em termos de riqueza nacional
per capita.
Por isso eu sei por que é que o PS se esquece deliberadamente da Irlanda.
Mas, também sei que nunca a Irlanda teve um Primeiro-Ministro socialista, nunca os socialistas governaram a Irlanda. É bom que os portugueses saibam disto e que daí retirem a devida ilação: a sorte da Irlanda é que nunca foi governada por socialistas. É uma conclusão forçada? Pode ser, mas é um facto. E
contra factos… Estando justamente no Grupo político onde também está o partido que governa a Irlanda, o CDS-PP foi também o único partido português que, ainda antes de ser governo e a convite do partido do governo irlandês, enviou àquele país altos e qualificados quadros políticos e técnicos para estudarem o sucesso irlandês, que já nessa altura era patente.
Para rematar e só para que os portugueses também saibam, no Parlamento Europeu os socialistas irlandeses só têm um deputado! Repito, para evitar quaisquer dúvidas e esquecimentos deliberados : no Parlamento Europeu, o PSE só tem um deputado irlandês.
Eis as verdadeiras razões por que o PS se esquece deliberadamente de dizer que o CDS-PP está no Grupo daqueles que governam a Irlanda e insiste em falar do Senhor Fini que – digam-no também – está no governo em Itália, é Vice-Primeiro-Ministro de Itália e foi membro respeitado, à esquerda e à direita, da Convenção para o futuro da Europa. Os verdadeiros fascistas – que ainda os há em Itália – esses estão, como o PS muito bem sabe, contra o partido do Senhor Fini. A neta de Mussolini, por exemplo, concorre directamente contra ele.
Seguramente num laivo de ingenuidade, pus ainda a hipótese de saber se seria por ignorância que o PS se estaria a esquecer do caso irlandês. Achei, no entanto, esquisito, desconhecerem o mais antigo e sólido aliado do CDS (depois de se tornar PP) no Parlamento Europeu e conhecerem outras delegações nacionais do Grupo político onde está integrado o CDS-PP. Concluí, então, que só por má-fé é que o PS podia estar a acusar o CDS-PP. Até porque, o Senhor Le Pen – esse, para o PS, insigne democrata –, não está no Grupo do CDS-PP. Como também não está neste Grupo, o Senhor Haider – para os mais incautos, aquele que governou em coligação um país, a Áustria, que Portugal, num momento de rara arrogância e de inopinada ingerência, quis expulsar da União Europeia, quando exerceu a Presidência. Estava o PS no governo! O mesmo Senhor Haider que,
ironia das ironias, está hoje coligado com os socialistas austríacos na Caríntia. Pois é, … que maçada!
Como se vê, o raciocínio do PS para além de injusto, é falacioso. E se digo que é revelador da má-fé com que o PS encarou, desde o início, estas eleições europeias, é porque qualquer outro adjectivo que possa usar para qualificar semelhante ataque ao CDS-PP, correrá o risco de ser imediatamente apelidado de insulto. Portanto, fico-me pela demonstrada má-fé.
E pronto. Quanto à questão do Grupo onde o CDS-PP se insere no Parlamento Europeu, estamos conversados. Já agora, e apenas
a talhe de foice, o CDS-PP também não foi expulso do PPE por causa de qualquer anti-europeísmo. Um dia, pode ser que me apeteça escrever sobre isso…
Eis a simples verdade dos factos que o PS, indecente e indecorosamente, teima em não querer reconhecer, preferindo contribuir para a confusão política e para o tal pântano de que António Guterres bem falava – e conhecia! - e que o levou a fugir da liderança do PS e a abandonar a governação do país. É por causa desse pântano, que continua a ser irresponsavelmente alimentado pelo PS, que os portugueses estão como estão e vivem como vivem. Se outras razões não existissem, esta chegaria para que o PS não merecesse ganhar.
MBF