
Muito se tem escrito sobre o debate de apresentação do programa de governo. Como de costume a imprensa focou o resultado perante as expectativas, o que é o seu papel tradicional.
É normal haver, até para dar interesse, um vencedor e um vencido. Mesmo no pós-modernismo relativista, não deixamos de procurar quem tenha ganho.
É normal, deste blog assumidamente apoiante da maioria parlamentar, que pensemos que o vencedor foi o PM. As expectativas eram baixas, devido ao discurso da tomada de posse, mas demonstrou um enorme conhecimento das áreas políticas.
É pena que as televisões não tenham passado o momento mais esclarecedor do estado do PS e da resposta de PSL: O ex-Secretário de Estado do PS Rui Cunha questionou o PM com base num estudo sobre a pobreza apresentado no Jornal Público. Santana Lopes Levantou-se, apar responder, e perguntou ao deputado qual era a data desse jornal. Perante o embaraço do es-governante socialista, que não encontrava a data, PSL pergunta se não será um estudo publicado em 2001?
Rui Cunha admite que é esse o estudo em questão. O PM, com um sorriso, lembra então que era o PS que estava no poder à data do estudo apresentado (ao lado de Rui Cunha notava-se um misto de incómodo e hilaridade). Santana Lopes, em vez de gozar mais a situação, com todo o direito, prefere assumir que o problema é sério e que os números podem até ter piorado, em virtude da crise económica.
Bom, alem de PSL o melhor mesmo foi o leque de Vicente Jorge Silva. Inovador no estilo e corajoso perante o estado de necessidade.
O pior foi Louça. Em vez de ter mudado o registo (envangelista indignado) continuou mais do mesmo: ditou a morte do Governo e a insipidez do discurso. O tiro profético saiu-lhe pela culatra. A resposta de PSL, em que reconheceu a honestidade de Louçã e o seu profundo conhecimento sobre os interesses dos grupos económicos, deixou-o sem resposta. O velho Louçã morreu, está na altura de se reinventar.
DBH<\strong>