O DEBATE DO LEQUE
Muito se tem escrito sobre o debate de apresentação do programa de governo. Como de costume a imprensa focou o resultado perante as expectativas, o que é o seu papel tradicional.
É normal haver, até para dar interesse, um vencedor e um vencido. Mesmo no pós-modernismo relativista, não deixamos de procurar quem tenha ganho.
É normal, deste blog assumidamente apoiante da maioria parlamentar, que pensemos que o vencedor foi o PM. As expectativas eram baixas, devido ao discurso da tomada de posse, mas demonstrou um enorme conhecimento das áreas políticas.
É pena que as televisões não tenham passado o momento mais esclarecedor do estado do PS e da resposta de PSL: O ex-Secretário de Estado do PS Rui Cunha questionou o PM com base num estudo sobre a pobreza apresentado no Jornal Público. Santana Lopes Levantou-se, apar responder, e perguntou ao deputado qual era a data desse jornal. Perante o embaraço do es-governante socialista, que não encontrava a data, PSL pergunta se não será um estudo publicado em 2001?
Rui Cunha admite que é esse o estudo em questão. O PM, com um sorriso, lembra então que era o PS que estava no poder à data do estudo apresentado (ao lado de Rui Cunha notava-se um misto de incómodo e hilaridade). Santana Lopes, em vez de gozar mais a situação, com todo o direito, prefere assumir que o problema é sério e que os números podem até ter piorado, em virtude da crise económica.
Bom, alem de PSL o melhor mesmo foi o leque de Vicente Jorge Silva. Inovador no estilo e corajoso perante o estado de necessidade.
O pior foi Louça. Em vez de ter mudado o registo (envangelista indignado) continuou mais do mesmo: ditou a morte do Governo e a insipidez do discurso. O tiro profético saiu-lhe pela culatra. A resposta de PSL, em que reconheceu a honestidade de Louçã e o seu profundo conhecimento sobre os interesses dos grupos económicos, deixou-o sem resposta. O velho Louçã morreu, está na altura de se reinventar.
DBH<\strong>
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
sexta-feira, julho 30, 2004
quarta-feira, julho 28, 2004
O PÚBLICO ERROU
Pode ler-se na edição de hoje que: "O deputado centrista Anacoreta Correia interviu ontem para lembrar o compromisso da maioria na "modernização e aumento de produtividade" do país".
N.S.L./M.J.O./C.P, entrevê-se a hora de mudar de Copy?
JV
Pode ler-se na edição de hoje que: "O deputado centrista Anacoreta Correia interviu ontem para lembrar o compromisso da maioria na "modernização e aumento de produtividade" do país".
N.S.L./M.J.O./C.P, entrevê-se a hora de mudar de Copy?
JV
terça-feira, julho 27, 2004
A minha foto do Ano
A propósito deste post do Barnabé e dos prémios WPP não podia deixar de fazer uma breve reflexão.
É óbvio que o olhar humanista que se não desliga do objecto é importante. Mais, até concordo sem rebuço que a imprensa desempenha uma função de escrutínio importantíssima em Democracia, mesmo (ou se calhar, sobretudo) em tempo de Guerra.
Justamente por isso, pela importância da imprensa livre, pelo valor da Democracia, pela defesa da liberdade, a fotografia do ano não poderia deixar de ser esta
FA
A propósito deste post do Barnabé e dos prémios WPP não podia deixar de fazer uma breve reflexão.
É óbvio que o olhar humanista que se não desliga do objecto é importante. Mais, até concordo sem rebuço que a imprensa desempenha uma função de escrutínio importantíssima em Democracia, mesmo (ou se calhar, sobretudo) em tempo de Guerra.
Justamente por isso, pela importância da imprensa livre, pelo valor da Democracia, pela defesa da liberdade, a fotografia do ano não poderia deixar de ser esta
FA
segunda-feira, julho 26, 2004
sexta-feira, julho 23, 2004
Minister for the Silly Season
Tremo ao pensar no que vou encontrar esta tarde ao chegar ao Aeroporto de Lisboa. Vou tentar escapar da cidade sem ter que ler o DN, Público ou ouvir os noticiários da rádio. Prefiro ler a Bola, o Record e o Jogo e ver o resumo da Copa América.
Daqui de longe toda esta agitação com o novo governo parece um pouco despropositada. Uns dizem que é o populismo, os outros o compadrio. Outros alertam para a submissão aos grandes interesses privados e ainda alguns fazem troça das alterações de última hora na composição governamental.
Ainda que tudo o que atrás vai dito fosse verdade e merecedor de censura, o que é que este Governo tem de tão diferente dos anteriores para merecer tão ferozes críticas na praça pública? Mais, se só lá vão estar durante dois anos porquê tanta preocupação? Com expectativas tão baixas e um arranque com vaticínios tão negros, pode ser que os profetas da desgraça ainda se surpreendam.
FA
Tremo ao pensar no que vou encontrar esta tarde ao chegar ao Aeroporto de Lisboa. Vou tentar escapar da cidade sem ter que ler o DN, Público ou ouvir os noticiários da rádio. Prefiro ler a Bola, o Record e o Jogo e ver o resumo da Copa América.
Daqui de longe toda esta agitação com o novo governo parece um pouco despropositada. Uns dizem que é o populismo, os outros o compadrio. Outros alertam para a submissão aos grandes interesses privados e ainda alguns fazem troça das alterações de última hora na composição governamental.
Ainda que tudo o que atrás vai dito fosse verdade e merecedor de censura, o que é que este Governo tem de tão diferente dos anteriores para merecer tão ferozes críticas na praça pública? Mais, se só lá vão estar durante dois anos porquê tanta preocupação? Com expectativas tão baixas e um arranque com vaticínios tão negros, pode ser que os profetas da desgraça ainda se surpreendam.
FA
quarta-feira, julho 21, 2004
O CAVAQUISTÃO MORREU. VIVA O SANTANÃO!
Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional: José Luís Arnaut, deputado eleito pelo círculo de Viseu
Secretário de Estado da Administração Local: José Cesário, deputado eleito pelo círculo de Viseu
Presidente da Associação Nacional de Municípios: Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e deputado eleito pelo círculo de Viseu
FMS
Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional: José Luís Arnaut, deputado eleito pelo círculo de Viseu
Secretário de Estado da Administração Local: José Cesário, deputado eleito pelo círculo de Viseu
Presidente da Associação Nacional de Municípios: Fernando Ruas, Presidente da Câmara Municipal de Viseu e deputado eleito pelo círculo de Viseu
FMS
segunda-feira, julho 19, 2004
UMA QUESTÃO DE LÓGICA
O Paulo Querido foi certamente como manda o seu apelido e indicou aqui o NQdI na sua reportagem, publicada no Expresso, sobre a situação política vista dos blogs. Só não percebi o porquê da referência à nossa análise como "menos tecnicista e mais ideológica". Evitarei, se não se importarem, falar do "menos tecnicista", que achei de muito mau gosto, uma vez que o Paulo nunca nos viu jogar e, apesar da aparência física da maioria de nós, somos bem mais do que uns vulgares "carrega-pianos". ´
Passemos, então, ao "mais ideológico", que, sinceramente, não percebo. Em que entranha da sua complexidade é a discussão em torno da decisão do Presidente uma discussão ideológica? A mim sempre me pareceu uma pura questão de aplicação da lei e de subsunção da situação de facto à previsão legal. Em certa medida, a afirmação corrente de que a Constituição considerava igualmente pertinentes as duas opções não passou de um logro, porque a pertinência da aplicação de qualquer disposição legal só pode ser aferida por referência aos factos concretos que suscitam a sua mobilização.
E, atentos os factos, só uma solução era possível: convidar o partido mais votado nas últimas legislativas a formar governo e indigitar o primeiro-ministro por este escolhido. A outra solução avançada - a dissolução do Parlamento e a marcação de eleições antecipadas - era não só materialmente infundada, como instiutucionalmente perigosa.
Materialmente infundada, porque existia uma maioria parlamentar capaz de assegurar a estabilidade e a governabilidade (a pedra de toque do sistema vertido na Constituição) e nunca o Presidente se pode guiar por interpretações subjectivas sobre o estado de descontentamento do povo - pelo menos, nunca por manifestações tão ténues. Se é o próprio Sampaio a referir-se à dissolução como a "bomba atómica", não será, então, pelos histerismos dos sindicatos e da oposição com mais tempo entre as mãos que este algum dia se decidirá a lançá-la.
Por seu lado, a solução seria institucionalmente perigosa, uma vez que, sendo a quebra de confiança dos eleitores na actual maioria a sua razão principal, se em eleições antecipadas vencesse um programa semelhante ao anterior, a posição do Presidente da República sairia irremediavelmente fragilizada. Aliás, em rigor, se a recusa da indigitação de um novo primeiro-ministro indicado pelo partido mais votado nas eleições imediatamente anteriores fosse recusada pela não identificação do povo eleitor com o seu programa, ainda que seguro por uma maioria no Parlamento, a solução não deveria ser marcar eleições antecipadas, mas sim convidar a oposição a entender-se e a formar novo governo.
Vista assim a questão, esta é menos ideológica do que se pensa. Para mim será sempre uma simples questão de lógica. As pessoas é que gostam de complicar.
FMS
O Paulo Querido foi certamente como manda o seu apelido e indicou aqui o NQdI na sua reportagem, publicada no Expresso, sobre a situação política vista dos blogs. Só não percebi o porquê da referência à nossa análise como "menos tecnicista e mais ideológica". Evitarei, se não se importarem, falar do "menos tecnicista", que achei de muito mau gosto, uma vez que o Paulo nunca nos viu jogar e, apesar da aparência física da maioria de nós, somos bem mais do que uns vulgares "carrega-pianos". ´
Passemos, então, ao "mais ideológico", que, sinceramente, não percebo. Em que entranha da sua complexidade é a discussão em torno da decisão do Presidente uma discussão ideológica? A mim sempre me pareceu uma pura questão de aplicação da lei e de subsunção da situação de facto à previsão legal. Em certa medida, a afirmação corrente de que a Constituição considerava igualmente pertinentes as duas opções não passou de um logro, porque a pertinência da aplicação de qualquer disposição legal só pode ser aferida por referência aos factos concretos que suscitam a sua mobilização.
E, atentos os factos, só uma solução era possível: convidar o partido mais votado nas últimas legislativas a formar governo e indigitar o primeiro-ministro por este escolhido. A outra solução avançada - a dissolução do Parlamento e a marcação de eleições antecipadas - era não só materialmente infundada, como instiutucionalmente perigosa.
Materialmente infundada, porque existia uma maioria parlamentar capaz de assegurar a estabilidade e a governabilidade (a pedra de toque do sistema vertido na Constituição) e nunca o Presidente se pode guiar por interpretações subjectivas sobre o estado de descontentamento do povo - pelo menos, nunca por manifestações tão ténues. Se é o próprio Sampaio a referir-se à dissolução como a "bomba atómica", não será, então, pelos histerismos dos sindicatos e da oposição com mais tempo entre as mãos que este algum dia se decidirá a lançá-la.
Por seu lado, a solução seria institucionalmente perigosa, uma vez que, sendo a quebra de confiança dos eleitores na actual maioria a sua razão principal, se em eleições antecipadas vencesse um programa semelhante ao anterior, a posição do Presidente da República sairia irremediavelmente fragilizada. Aliás, em rigor, se a recusa da indigitação de um novo primeiro-ministro indicado pelo partido mais votado nas eleições imediatamente anteriores fosse recusada pela não identificação do povo eleitor com o seu programa, ainda que seguro por uma maioria no Parlamento, a solução não deveria ser marcar eleições antecipadas, mas sim convidar a oposição a entender-se e a formar novo governo.
Vista assim a questão, esta é menos ideológica do que se pensa. Para mim será sempre uma simples questão de lógica. As pessoas é que gostam de complicar.
FMS
sexta-feira, julho 16, 2004
DETALHES NUMA TARDE SOLARENGA
Diz o relativo PE no seu post "Detalhes numa manhã de canícula"
Acho que opositores e defensores do Salazarismo só concordariam numa coisa: não queriam que aquele período tivesse nada a ver com o nome República. Os primeiros porque achavam que ele tinha precisamente matado a República; os segundos porque viam na República a raíz de todos os males, da dor de cabeça à ferrugem dos portões. Deve ser raro encontrar tanta unanimidade. Por isso, porque não fazer a vontade a ambas partes e chamar-lhe só Estado Novo e reservar o termo II República para o pós-25 de Abril?
Caro PE,
Detalhemos, então.
Peço desculpa por discordar mais uma vez, mas não me parece nem claro, nem líquido (nem sequer inodoro ou incolor) que o Estado Novo tenha sido construído contra a República como um todo. Se o foi, foi-o contra o republicanismo jacobino do PRP - Partido Democrático de Afonso Costa e contra a interpretação "mata-frades", mais do que laicista, do papel do Estado e do que era o próprio republicanismo.
Abreviando, à data do golpe de Braga e durante o governo de ditadura nacional, Gomes da Costa, Mendes Cabeçadas, Sinel de Cordes e Carmona tiveram ao seu lado republicanos de sempre, católicos e maçons, descontentes com a situação então vivida. E Salazar manteve as duas facções da UN, nas quais se integravam também católicos e maçons, em "lume brando", na expectativa de qual seria a sua decisão acerca do destino do regime. Mas partiu-se-lhe a lona...
Pergunta o PE "porque (..) não chamar-lhe só Estado Novo e reservar o termo II República para o pós-25 de Abril?". Pode fazê-lo. Simplesmente julgo que não é exacto e nem isento. No fundo, consciente ou inconscientemente, pretende-se destacar o Estado Novo do resto do período republicano. Dando a entender que o caminho encetado na I República foi interrompido em 1926 e retomado em 1974. O que, salvo melhor opinião, é falso.
Foram, de facto e de jure, três repúblicas, três períodos que, apesar de procurarem cortar com o passado recente do ponto de vista político e constitucional, têm origem sobretudo naquilo que imediatamente os antecedeu. Não obstante as referências, profissões de fé e idades de ouro que se invoquem. Já para não falar da continuidade de aspectos mais simbólico-formais como sejam a bandeira, a designação do Estado e o hino.
Mas chame-lhe o que quiser.
Um abraço e bom fim-de-semana,
JV
Diz o relativo PE no seu post "Detalhes numa manhã de canícula"
Acho que opositores e defensores do Salazarismo só concordariam numa coisa: não queriam que aquele período tivesse nada a ver com o nome República. Os primeiros porque achavam que ele tinha precisamente matado a República; os segundos porque viam na República a raíz de todos os males, da dor de cabeça à ferrugem dos portões. Deve ser raro encontrar tanta unanimidade. Por isso, porque não fazer a vontade a ambas partes e chamar-lhe só Estado Novo e reservar o termo II República para o pós-25 de Abril?
Caro PE,
Detalhemos, então.
Peço desculpa por discordar mais uma vez, mas não me parece nem claro, nem líquido (nem sequer inodoro ou incolor) que o Estado Novo tenha sido construído contra a República como um todo. Se o foi, foi-o contra o republicanismo jacobino do PRP - Partido Democrático de Afonso Costa e contra a interpretação "mata-frades", mais do que laicista, do papel do Estado e do que era o próprio republicanismo.
Abreviando, à data do golpe de Braga e durante o governo de ditadura nacional, Gomes da Costa, Mendes Cabeçadas, Sinel de Cordes e Carmona tiveram ao seu lado republicanos de sempre, católicos e maçons, descontentes com a situação então vivida. E Salazar manteve as duas facções da UN, nas quais se integravam também católicos e maçons, em "lume brando", na expectativa de qual seria a sua decisão acerca do destino do regime. Mas partiu-se-lhe a lona...
Pergunta o PE "porque (..) não chamar-lhe só Estado Novo e reservar o termo II República para o pós-25 de Abril?". Pode fazê-lo. Simplesmente julgo que não é exacto e nem isento. No fundo, consciente ou inconscientemente, pretende-se destacar o Estado Novo do resto do período republicano. Dando a entender que o caminho encetado na I República foi interrompido em 1926 e retomado em 1974. O que, salvo melhor opinião, é falso.
Foram, de facto e de jure, três repúblicas, três períodos que, apesar de procurarem cortar com o passado recente do ponto de vista político e constitucional, têm origem sobretudo naquilo que imediatamente os antecedeu. Não obstante as referências, profissões de fé e idades de ouro que se invoquem. Já para não falar da continuidade de aspectos mais simbólico-formais como sejam a bandeira, a designação do Estado e o hino.
Mas chame-lhe o que quiser.
Um abraço e bom fim-de-semana,
JV
Finito ma non troppo
Parece que afinal é só até já. Só acabou o blog já que o autor “demasiado telhudo para voltar atrás nas decisões” e sem “estofo de político profissional para andar a mandar bitaites inconsequentes” voltará mais cedo do que nós esperamos.
A propósito do último (?) post do Cruzes (particularmente as “reflexões post-mortem”) só apetece concordar com o maradona e discordar do João. Nota-se de facto no Cruzes alguma dificuldade para aceitar a vida em democracia como ela é e tem de ser, i.e., nem sempre de acordo com a nossa vontade e opinião. Partindo da nomeação de Santana Lopes somos conduzidos por uma diatribe sobre a classe política actual culminando com a conclusão lógica e fatal que Santana Lopes e Sócrates representam, afinal, “o triunfo da canga ideológica conservadora que prefere um estado imobilista e imobilizado cujo único fim é o de sustentar as elites já existentes”.
Triste epílogo o deste “blog de causas” que “não hesitou a recorrer a argumentos populistas para as defender”. Ao fim e ao cabo, populistas são os outros que usam argumentos populistas em defesa de causas nas quais não nos revemos e que não reconhecemos. No fundo, anti-democráticos são os outros quando tomam decisões com as quais não concordamos.
Talvez seja por viver longe de Portugal há já mais de 3 anos mas tenho cada vez menos pachorra para esta tendência trágico-cómica dos nossos comentadores políticos.
Até já então.
FA
Parece que afinal é só até já. Só acabou o blog já que o autor “demasiado telhudo para voltar atrás nas decisões” e sem “estofo de político profissional para andar a mandar bitaites inconsequentes” voltará mais cedo do que nós esperamos.
A propósito do último (?) post do Cruzes (particularmente as “reflexões post-mortem”) só apetece concordar com o maradona e discordar do João. Nota-se de facto no Cruzes alguma dificuldade para aceitar a vida em democracia como ela é e tem de ser, i.e., nem sempre de acordo com a nossa vontade e opinião. Partindo da nomeação de Santana Lopes somos conduzidos por uma diatribe sobre a classe política actual culminando com a conclusão lógica e fatal que Santana Lopes e Sócrates representam, afinal, “o triunfo da canga ideológica conservadora que prefere um estado imobilista e imobilizado cujo único fim é o de sustentar as elites já existentes”.
Triste epílogo o deste “blog de causas” que “não hesitou a recorrer a argumentos populistas para as defender”. Ao fim e ao cabo, populistas são os outros que usam argumentos populistas em defesa de causas nas quais não nos revemos e que não reconhecemos. No fundo, anti-democráticos são os outros quando tomam decisões com as quais não concordamos.
Talvez seja por viver longe de Portugal há já mais de 3 anos mas tenho cada vez menos pachorra para esta tendência trágico-cómica dos nossos comentadores políticos.
Até já então.
FA
Ó MÃE, EU GOSTO É DO BLOCO!
Devia ter temas prioritários?
Sim. E deve balizar a sua intervenção. Há questões que devem continuar a ser de intervenção prioritária, como a educação, a habitação, o emprego, as políticas autárquicas e a regionalização. Depois, as questões em que a JS se especializou: o aborto, a prostituição e a toxicodependência.
Por serem fracturantes?
Sim e por alguma falta de coragem. A JS retirou-se do espaço que foi seu e, agora, é ocupado por outra força política. É inaceitável que a JS em quatro anos não tenha dito uma palavra sobre toxicodependência.
Pedro Nuno Santos, candidato
E a ligação com o partido?
Temos de contaminar o partido. E discutir a redução da idade limite da JS. Isso garante uma maior homogeneidade na JS e refresca o PS, que tem um défice de quadros entre os 25 e os 40 anos.
Que temas devem preocupar a JS?
A grande prioridade é o combate à hipocrisia. Isso está a montante de temas, como o aborto, a prostituição, a toxicodependência.
A JS deve ter "bandeiras" bem definidas?
As questões com o mínimo de hipocrisia serão sempre bandeiras da JS. Quanto à toxicodependência, estamos a estudar o modelo holandês, que em casos extremos prevê o fornecimento de droga medicamente assistida em troca de trabalho comunitário.
João Ribeiro, candidato
O que não correu tão bem nos últimos quatro anos?
A JS falou de muitos temas. Teve uma proposta de revisão constitucional, pronunciou-se sobre a guerra e sobre a legislação laboral, apresentou alterações em matéria de trabalho infantil. Mas, ao alargar o espectro de participação, perdeu um bocado a visibilidade.
Como ultrapassar isso?
A JS deve recuperar urgentemente uma geração dos 14 aos 18 anos. Temos de dar um embrulho diferente às nossas iniciativas e falar com desprendimento de questões como a sexualidade e a toxicodependência. Devia haver propostas mais abertas, até porque as políticas proibicionistas não têm dado frutos.
O aborto vai continuar a ser uma "bandeira"?
Sim, porque já está a haver uma grande convergência nacional.
Luís Filipe Pereira, candidato
JV
Devia ter temas prioritários?
Sim. E deve balizar a sua intervenção. Há questões que devem continuar a ser de intervenção prioritária, como a educação, a habitação, o emprego, as políticas autárquicas e a regionalização. Depois, as questões em que a JS se especializou: o aborto, a prostituição e a toxicodependência.
Por serem fracturantes?
Sim e por alguma falta de coragem. A JS retirou-se do espaço que foi seu e, agora, é ocupado por outra força política. É inaceitável que a JS em quatro anos não tenha dito uma palavra sobre toxicodependência.
Pedro Nuno Santos, candidato
E a ligação com o partido?
Temos de contaminar o partido. E discutir a redução da idade limite da JS. Isso garante uma maior homogeneidade na JS e refresca o PS, que tem um défice de quadros entre os 25 e os 40 anos.
Que temas devem preocupar a JS?
A grande prioridade é o combate à hipocrisia. Isso está a montante de temas, como o aborto, a prostituição, a toxicodependência.
A JS deve ter "bandeiras" bem definidas?
As questões com o mínimo de hipocrisia serão sempre bandeiras da JS. Quanto à toxicodependência, estamos a estudar o modelo holandês, que em casos extremos prevê o fornecimento de droga medicamente assistida em troca de trabalho comunitário.
João Ribeiro, candidato
O que não correu tão bem nos últimos quatro anos?
A JS falou de muitos temas. Teve uma proposta de revisão constitucional, pronunciou-se sobre a guerra e sobre a legislação laboral, apresentou alterações em matéria de trabalho infantil. Mas, ao alargar o espectro de participação, perdeu um bocado a visibilidade.
Como ultrapassar isso?
A JS deve recuperar urgentemente uma geração dos 14 aos 18 anos. Temos de dar um embrulho diferente às nossas iniciativas e falar com desprendimento de questões como a sexualidade e a toxicodependência. Devia haver propostas mais abertas, até porque as políticas proibicionistas não têm dado frutos.
O aborto vai continuar a ser uma "bandeira"?
Sim, porque já está a haver uma grande convergência nacional.
Luís Filipe Pereira, candidato
JV
quinta-feira, julho 15, 2004
Brilhante
A coisa mais divertida que já li acerca da nomeação de Bagão Félix para Ministro das Finanças está aqui. O que seria de nós, pobres sedentos de poder, sem a clarividência do Pedro Sá.
FA
A coisa mais divertida que já li acerca da nomeação de Bagão Félix para Ministro das Finanças está aqui. O que seria de nós, pobres sedentos de poder, sem a clarividência do Pedro Sá.
FA
quarta-feira, julho 14, 2004
UMA DÚVIDA
Agora que já se conhece o apoio do poeta Alegre a António José Seguro - o que prova que afinal a coisa parece séria - é legítima a especulação acerca do nome que os indefectíveis do Deputado Tó Zé passarão a ostentar.
Teremos os "seguristas", "os segurados", as "segurettes", os "tózézistas" ou os "tózistas"?
No caso de Sócrates, a perspectiva é mais animadora. "Socráticos" é a designação unânimidade (e pândega) que já corre e que parece agradar até aos próprios.
O país político asfixia na expectativa do próximo dia 11 de Setembro.
JV
Adenda (19h43m CET): Para mais informações e dúvidas sobre as tendências internas do PS, ver este óptimo post que acabo de descobrir no "Jaquinzinhos".
Agora que já se conhece o apoio do poeta Alegre a António José Seguro - o que prova que afinal a coisa parece séria - é legítima a especulação acerca do nome que os indefectíveis do Deputado Tó Zé passarão a ostentar.
Teremos os "seguristas", "os segurados", as "segurettes", os "tózézistas" ou os "tózistas"?
No caso de Sócrates, a perspectiva é mais animadora. "Socráticos" é a designação unânimidade (e pândega) que já corre e que parece agradar até aos próprios.
O país político asfixia na expectativa do próximo dia 11 de Setembro.
JV
Adenda (19h43m CET): Para mais informações e dúvidas sobre as tendências internas do PS, ver este óptimo post que acabo de descobrir no "Jaquinzinhos".
GUIDE AUTOEXIL 2004 – vol. 2
O Filipe Nunes pergunta-nos, a partir da sua nova casa, os melhores sítios para ficar em Espanha. Cada um aqui no Quinto terá as suas opiniões. Pessoalmente o Hotel Cortijo Soto Real para os lados de Sevilha parece-me bem no seu estilo rústico para quem quer assistir a umas corridas na Real Maestranza o visitar as cavalariças em Jerez e bebericar um “sherry”. Em Madrid acho que menos que o Ritz na Plaza Lealtad não vale a pena. Já em Barcelona sugeria o La Florida (em Tibidabo) para uma estadia mais relax (tirando o parque de diversões mesmo ali ao lado!) ou o Arts se quiser ficar mais central.
Ainda que comparar o 25 de Abril com a designação de Santana Lopes como Primeiro-Ministro seja um exagero tamanho, qualquer desculpa é boa para ir dar umas voltas e espairecer. Boas viagens portanto!
FA
O Filipe Nunes pergunta-nos, a partir da sua nova casa, os melhores sítios para ficar em Espanha. Cada um aqui no Quinto terá as suas opiniões. Pessoalmente o Hotel Cortijo Soto Real para os lados de Sevilha parece-me bem no seu estilo rústico para quem quer assistir a umas corridas na Real Maestranza o visitar as cavalariças em Jerez e bebericar um “sherry”. Em Madrid acho que menos que o Ritz na Plaza Lealtad não vale a pena. Já em Barcelona sugeria o La Florida (em Tibidabo) para uma estadia mais relax (tirando o parque de diversões mesmo ali ao lado!) ou o Arts se quiser ficar mais central.
Ainda que comparar o 25 de Abril com a designação de Santana Lopes como Primeiro-Ministro seja um exagero tamanho, qualquer desculpa é boa para ir dar umas voltas e espairecer. Boas viagens portanto!
FA
GUIDE AUTOEXIL 2004
O Filipe do esplanar pergunta-nos quais os melhores sítios para ficar em Espanha, já que "A seguir ao 25 de Abril, a direita emigrou para o Rio e para Madrid. Agora, com o santanismo no poder, chegou a vez da esquerda fazer o mesmo.".
Confesso que não percebo o pedido e muito menos a comparação (o Filipe terá andado a falar com Ana Gomes?).
É que ainda não tínhamos sequer idade para distinguir Cunhal de Carrillo durante esse período delirante, vulgarmente conhecido por PREC.
Com especialistas em exílios do calibre de Manuel Alegre e Mário Soares vêm perguntar-nos isso logo a nós?
Talvez Ferro Rodrigues possa ajudar. Ele ia com tanta pressa no dia da demissão...
Acho que emigrar para um país conotado com uma fuga da direita fica mal a qualquer esquerdista que se preze. Por que não França ou Argéiia?
De qualquer forma, o Espesso está a lançar um guia de Espanha especial para portugueses. Pode ser que ajude.
Um abraço,
JV
P.S: Dia 6 e 7 de Agosto há duas boas Corridas em Vitoria.
O Filipe do esplanar pergunta-nos quais os melhores sítios para ficar em Espanha, já que "A seguir ao 25 de Abril, a direita emigrou para o Rio e para Madrid. Agora, com o santanismo no poder, chegou a vez da esquerda fazer o mesmo.".
Confesso que não percebo o pedido e muito menos a comparação (o Filipe terá andado a falar com Ana Gomes?).
É que ainda não tínhamos sequer idade para distinguir Cunhal de Carrillo durante esse período delirante, vulgarmente conhecido por PREC.
Com especialistas em exílios do calibre de Manuel Alegre e Mário Soares vêm perguntar-nos isso logo a nós?
Talvez Ferro Rodrigues possa ajudar. Ele ia com tanta pressa no dia da demissão...
Acho que emigrar para um país conotado com uma fuga da direita fica mal a qualquer esquerdista que se preze. Por que não França ou Argéiia?
De qualquer forma, o Espesso está a lançar um guia de Espanha especial para portugueses. Pode ser que ajude.
Um abraço,
JV
P.S: Dia 6 e 7 de Agosto há duas boas Corridas em Vitoria.
PASTÉIS DE BELÉM
"Estava no Palácio de Belém para agir segundo o que me ditava a consciência e cumprir o que entendia ser o meu dever para com o país, não para fazer a vontade ao partido que ajudara a criar e que me apoiara na eleição. Tinha uma ideia muito precisa acerca dos interesses de Portugal, do papel do presidente da República e da estabilidade governativa".
Ao contrário do que possa parecer, esta citação não é de Jorge Sampaio. É do seu antecessor. O mesmo que criticou o actual Presidente por ter agido de acordo com pressupostos idênticos.
Já agora, o que dizer de um ex-Presidente da República que divulga animadamente o teor das reuniões do Conselho de Estado?
"as opiniões dos conselheiros, garantiu, foram maioritariamente pela dissolução. Soares relatou também o desentendimento que teve com Durão Barroso durante a reunião"
É boa altura para recordar o número 2 do Artigo 144.º da Constituição:
"2. As reuniões do Conselho de Estado não são públicas."
JV
P.S.: Dizem-me que há uma excepção (secreta) àquele número do artigo 144.º:
3. Estão isentos do dever de reserva decorrente do número 2 todos os Conselheiros de Estado que sejam antigos Presidentes da República, cujo apelido comece e acabe com a letra "S" e tenham nascido em 1924.
"Estava no Palácio de Belém para agir segundo o que me ditava a consciência e cumprir o que entendia ser o meu dever para com o país, não para fazer a vontade ao partido que ajudara a criar e que me apoiara na eleição. Tinha uma ideia muito precisa acerca dos interesses de Portugal, do papel do presidente da República e da estabilidade governativa".
Ao contrário do que possa parecer, esta citação não é de Jorge Sampaio. É do seu antecessor. O mesmo que criticou o actual Presidente por ter agido de acordo com pressupostos idênticos.
Já agora, o que dizer de um ex-Presidente da República que divulga animadamente o teor das reuniões do Conselho de Estado?
"as opiniões dos conselheiros, garantiu, foram maioritariamente pela dissolução. Soares relatou também o desentendimento que teve com Durão Barroso durante a reunião"
É boa altura para recordar o número 2 do Artigo 144.º da Constituição:
"2. As reuniões do Conselho de Estado não são públicas."
JV
P.S.: Dizem-me que há uma excepção (secreta) àquele número do artigo 144.º:
3. Estão isentos do dever de reserva decorrente do número 2 todos os Conselheiros de Estado que sejam antigos Presidentes da República, cujo apelido comece e acabe com a letra "S" e tenham nascido em 1924.
A propósito
Já andava há dias para comentar o tema que hoje o editor do Público decidiu abordar a propósito da recusa de António Vitorino a liderar o PS e, mais genericamente, do estado da política em Portugal.
Será porventura verdade que a política está cada vez mais entregue aos políticos. No entanto convém afirmar que tal facto não é necessariamente mau nem tão pouco inédito nas democracias ocidentais. O que importa assegurar é que os académicos, cientistas e intelectuais que nos habituámos a ver exercer cargos públicos (em regime de rotatividade!) continuem a participar da vida pública.
Para isso importa que a sociedade civil se organize (lá vamos nós bater ao mesmo) e, quiçá mais importante, que os meios de comunicação social assumam as suas responsabilidades nesse domínio. Se quiserem exemplos eu começo hoje a tomar nota dos cidadãos (mais ou menos) anónimos que passam todos os dias pelos ecrãs da BBC a comentar os temas da actualidade.
FA
Já andava há dias para comentar o tema que hoje o editor do Público decidiu abordar a propósito da recusa de António Vitorino a liderar o PS e, mais genericamente, do estado da política em Portugal.
Será porventura verdade que a política está cada vez mais entregue aos políticos. No entanto convém afirmar que tal facto não é necessariamente mau nem tão pouco inédito nas democracias ocidentais. O que importa assegurar é que os académicos, cientistas e intelectuais que nos habituámos a ver exercer cargos públicos (em regime de rotatividade!) continuem a participar da vida pública.
Para isso importa que a sociedade civil se organize (lá vamos nós bater ao mesmo) e, quiçá mais importante, que os meios de comunicação social assumam as suas responsabilidades nesse domínio. Se quiserem exemplos eu começo hoje a tomar nota dos cidadãos (mais ou menos) anónimos que passam todos os dias pelos ecrãs da BBC a comentar os temas da actualidade.
FA
terça-feira, julho 13, 2004
PEÇA QUE A GENTE TOCA
Caro Francisco, quero pedir-te uma cunha... Gosto muito de ler o, pouco, que escrevem no Quase Famosos. Mas será que aceitam discos pedidos? Eu digo "a frase" e eles escrevem sobre os Cake?
"I want a girl who gets up early
I want a girl who stays up late
I want a girl with uninterrupted prosperity
Who used a machete to cut through red tape
With fingernails that shine like justice
And a voice that is dark like tinted glass"
Ou, melhor ainda, terem uma secção tipo Top 5 Records?
DBH
Caro Francisco, quero pedir-te uma cunha... Gosto muito de ler o, pouco, que escrevem no Quase Famosos. Mas será que aceitam discos pedidos? Eu digo "a frase" e eles escrevem sobre os Cake?
"I want a girl who gets up early
I want a girl who stays up late
I want a girl with uninterrupted prosperity
Who used a machete to cut through red tape
With fingernails that shine like justice
And a voice that is dark like tinted glass"
Ou, melhor ainda, terem uma secção tipo Top 5 Records?
DBH
segunda-feira, julho 12, 2004
ANA GOMES PARA O IRAQUE, JÁ!
Os comentadores mais zelosos do sentido de estado (seja lá o que isso for) deploraram a reacção desmiolada de Ana Gomes à decisão de Sampaio com veemência e com saudades declaradas dos seus tempos de diplomata. Se há coisa que eu detesto é afirmar o óbvio. Mas não há, verdadeiramente, nenhuma diferença entre a Ana Gomes que lutou ao lado de Ramos Horta e a actual agitadora para consumo interno. Não me parece que tenha sido com falinhas mansas que Suharto aceitou referendar a independência de Timor. Mais: não penso que a nossa Ana se tenha ficado só pelas falinhas e que Ali Alatas tivesse sido demovido à base de gritaria e outras histerias mais inofensivas. Pela rapidez e aparente boa-vontade dos indonésios, houve sopapo de certeza. O Presidente que não lhe apareça à frente.
FMS
Os comentadores mais zelosos do sentido de estado (seja lá o que isso for) deploraram a reacção desmiolada de Ana Gomes à decisão de Sampaio com veemência e com saudades declaradas dos seus tempos de diplomata. Se há coisa que eu detesto é afirmar o óbvio. Mas não há, verdadeiramente, nenhuma diferença entre a Ana Gomes que lutou ao lado de Ramos Horta e a actual agitadora para consumo interno. Não me parece que tenha sido com falinhas mansas que Suharto aceitou referendar a independência de Timor. Mais: não penso que a nossa Ana se tenha ficado só pelas falinhas e que Ali Alatas tivesse sido demovido à base de gritaria e outras histerias mais inofensivas. Pela rapidez e aparente boa-vontade dos indonésios, houve sopapo de certeza. O Presidente que não lhe apareça à frente.
FMS
BLOCO APOSTA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Como obter melhores resultados com as formas de luta? Esta é uma pequena reflexão sobre o caso dos CTT. Nos Correios poder-se-á pensar em greves sectoriais. Por exemplo no atendimento das duas primeiras e das últimas duas horas que são as que maior número de pessoas precisa.
As duas primeiras horas afectam apartados, vales, encomendas, registos, etc; as duas últimas horas é quando tudo vem despachar expediente. Assim a recepção de correio diminuía muito.
Poder-se-ia fazer uma paragem no transporte, no mesmo sistema, para estar em falta para o tratamento nos CDP´s.
Se o correio não chegar nas primeiras horas aos CDP´s será mais difícil ser tratado, feito a sua divisão e posterior
entrega para distribuição.
Como exemplo: fez-se um plenário no CDP de Portimão nas três horas seguintes à divisão geral e foi o suficiente para estragar o dia porque nas duas horas que sobra não dá para dividir, arruar e distribuir.
Assim uma luta, ou uma greve, pode-se fazer por mais dias sem ter tão pesada nos nossos bolsos. Faz até mais mossa na empresa e com certeza que ajuda a obter melhores resultados para os trabalhadores.
Quando todos os sectores estão interligados e dependem uns dos outros o não funcionamento de um afecta o exercício de funções dos outros."
FRANCISCO REIS - PORTIMÃO
DELEGADO SINDICAL SNTCT
Com o devido agradecimento ao Luis Tirapicos.
FMS
Como obter melhores resultados com as formas de luta? Esta é uma pequena reflexão sobre o caso dos CTT. Nos Correios poder-se-á pensar em greves sectoriais. Por exemplo no atendimento das duas primeiras e das últimas duas horas que são as que maior número de pessoas precisa.
As duas primeiras horas afectam apartados, vales, encomendas, registos, etc; as duas últimas horas é quando tudo vem despachar expediente. Assim a recepção de correio diminuía muito.
Poder-se-ia fazer uma paragem no transporte, no mesmo sistema, para estar em falta para o tratamento nos CDP´s.
Se o correio não chegar nas primeiras horas aos CDP´s será mais difícil ser tratado, feito a sua divisão e posterior
entrega para distribuição.
Como exemplo: fez-se um plenário no CDP de Portimão nas três horas seguintes à divisão geral e foi o suficiente para estragar o dia porque nas duas horas que sobra não dá para dividir, arruar e distribuir.
Assim uma luta, ou uma greve, pode-se fazer por mais dias sem ter tão pesada nos nossos bolsos. Faz até mais mossa na empresa e com certeza que ajuda a obter melhores resultados para os trabalhadores.
Quando todos os sectores estão interligados e dependem uns dos outros o não funcionamento de um afecta o exercício de funções dos outros."
FRANCISCO REIS - PORTIMÃO
DELEGADO SINDICAL SNTCT
Com o devido agradecimento ao Luis Tirapicos.
FMS
Sour grapes
As reacções da esquerda eram de esperar. Eram de esperar por parte de quem não sabe distinguir entre instituições e pessoas. São perfeitamente enquadráves naquilo que é a sua posição típica de arrogância intelectual de que “o que é de esquerda é melhor”. São reacções que demonstram, claramente, que para a esquerda as regras de funcionamento da Democracia representativa em alturas de crise só servem quando servem os seus interesses imediatos.
Até tomar a decisão que tomou, Jorge Sampaio era para a esquerda um homem sério, ponderado e, acima de tudo um democrata. A esquerda garantiu que o Presidente teria total liberdade de decisão e, mais, afirmou que a decisão de Jorge Sampaio seria respeitada qualquer que ela fosse (no fim de contas, um democrata progressista como ele só poderia optar pela dissolução do Parlamento). Depois de sexta-feira a mesma pessoa foi elevada à categoria de traidor, frouxo e subserviente em relação à direita populista.
É em momentos de crise, “when the chips are down”, que se vislumbra o que a esquerda tem de pior. A ambição política sobrepõe-se ao idealismo. O respeito pelas regras democráticas dá lugar às tendências de manipulação das “massas populares”.
"You can take the leftist out of the streets but you can’t take the streets out of the leftist."
FA
PS - Seria injusto não salvaguradar aqui a única posição sensata da esquerda blogosférica que encontrei até agora. Parabéns ao Adufe por saber ver mais longe.
As reacções da esquerda eram de esperar. Eram de esperar por parte de quem não sabe distinguir entre instituições e pessoas. São perfeitamente enquadráves naquilo que é a sua posição típica de arrogância intelectual de que “o que é de esquerda é melhor”. São reacções que demonstram, claramente, que para a esquerda as regras de funcionamento da Democracia representativa em alturas de crise só servem quando servem os seus interesses imediatos.
Até tomar a decisão que tomou, Jorge Sampaio era para a esquerda um homem sério, ponderado e, acima de tudo um democrata. A esquerda garantiu que o Presidente teria total liberdade de decisão e, mais, afirmou que a decisão de Jorge Sampaio seria respeitada qualquer que ela fosse (no fim de contas, um democrata progressista como ele só poderia optar pela dissolução do Parlamento). Depois de sexta-feira a mesma pessoa foi elevada à categoria de traidor, frouxo e subserviente em relação à direita populista.
É em momentos de crise, “when the chips are down”, que se vislumbra o que a esquerda tem de pior. A ambição política sobrepõe-se ao idealismo. O respeito pelas regras democráticas dá lugar às tendências de manipulação das “massas populares”.
"You can take the leftist out of the streets but you can’t take the streets out of the leftist."
FA
PS - Seria injusto não salvaguradar aqui a única posição sensata da esquerda blogosférica que encontrei até agora. Parabéns ao Adufe por saber ver mais longe.
domingo, julho 11, 2004
sábado, julho 10, 2004
SEM CONTAR COM UMAS MINUDÊNCIAS PROTAGONIZADAS PELO PCP...
... (a decisão de Sampaio é) "um dos actos políticos que mais ferem a democracia conquistada com o 25 de Abril "
Carvalho da Silva
JV
... (a decisão de Sampaio é) "um dos actos políticos que mais ferem a democracia conquistada com o 25 de Abril "
Carvalho da Silva
JV
sexta-feira, julho 09, 2004
Poker de nada
Lembramos aos mais distraídos o bluff protagonizado ontem por Ana Gomes.
A dirigente socialista alardeava há poucas horas, na Sic Notícias, a solidez da liderança de Ferro Rodrigues e a coesão do partido em seu redor.
O mesmo Secretário-Geral que usou a vitória de há quinze dias para lançar a sua recandidatura aproveita agora a decisão do Presidente para sair de cena.
Dois bons pretextos. Mas que não convencem ninguém.
JV
Lembramos aos mais distraídos o bluff protagonizado ontem por Ana Gomes.
A dirigente socialista alardeava há poucas horas, na Sic Notícias, a solidez da liderança de Ferro Rodrigues e a coesão do partido em seu redor.
O mesmo Secretário-Geral que usou a vitória de há quinze dias para lançar a sua recandidatura aproveita agora a decisão do Presidente para sair de cena.
Dois bons pretextos. Mas que não convencem ninguém.
JV
RULES OF PROCEDURE XXIII
Um participante do No Quinto dos Impérios não pode responder a ataques que tenham sido dirigidos a um outro participante. Não é por falta de lealdade, é para não roubar esse gosto ao outro.
DBH
Um participante do No Quinto dos Impérios não pode responder a ataques que tenham sido dirigidos a um outro participante. Não é por falta de lealdade, é para não roubar esse gosto ao outro.
DBH
DESASSOSSEGADAMENTE
Fui abordado, no outro dia, por uma rapariga que se lembrava de mim. Ainda mal se tinha apresentado, olhou para a montanha de TLS atrasados que eu comprava e apontou, escandalizada, para o DVD que eu tentava enconder no meio de tanta erudição.
- AAHH, mas tu compras isso?
Felizmente a conversa avançou para a política.
Tinha acabado de conhecer uma rapariga que ia às manifestações de Belém. Damn! E não é que gostei?
DBH
Fui abordado, no outro dia, por uma rapariga que se lembrava de mim. Ainda mal se tinha apresentado, olhou para a montanha de TLS atrasados que eu comprava e apontou, escandalizada, para o DVD que eu tentava enconder no meio de tanta erudição.
- AAHH, mas tu compras isso?
Felizmente a conversa avançou para a política.
Tinha acabado de conhecer uma rapariga que ia às manifestações de Belém. Damn! E não é que gostei?
DBH
Em nome da estabilidade
O meu “companheiro de carteira” aqui no escritório não percebe a suposta crise política em Portugal. Já lhe tentei explicar várias vezes mas não há maneira de ele entender porque é que um parlamento que tem uma maioria estável vai ser dissolvido a meio da legislatura.
Vou pedir então ao Pedro Machado que lhe explique o conceito de “estabilidade institucional em democracia”.
FA
PS – Um conselho amigo: este meu colega é bastante frontal. O comentário dele foi qualquer coisa do género: “tell him to get a proper education and come back with an intelligent comment”. Ai que pena o Garbhan não ter um blog...
O meu “companheiro de carteira” aqui no escritório não percebe a suposta crise política em Portugal. Já lhe tentei explicar várias vezes mas não há maneira de ele entender porque é que um parlamento que tem uma maioria estável vai ser dissolvido a meio da legislatura.
Vou pedir então ao Pedro Machado que lhe explique o conceito de “estabilidade institucional em democracia”.
FA
PS – Um conselho amigo: este meu colega é bastante frontal. O comentário dele foi qualquer coisa do género: “tell him to get a proper education and come back with an intelligent comment”. Ai que pena o Garbhan não ter um blog...
quinta-feira, julho 08, 2004
No pill's gonna cure his ill
Ao som de Robert Palmer e em resposta ao post “relativismo ao cubo”, o relativo RB (sem esclarecer os leigos quanto à sua prosa recente) resolveu dedicar-me o post:
Spin doctor give me the news, I've got a bad case of ballot blues
Neste, o RB considera que os meus “talentos de argumentação estão a ser claramente desperdiçados” com ele. Nada disso. Muito, muito obrigado na mesma. Tamanha modéstia chega a comover. ..
Depois, convida-me “a pensar, a assessorar, a escrever os discursos, eu sei lá, de Portas e de Santana neste momento difícil”. Mas não me parece que precisem. Confesso que me apetecem desafios a sério. Por exemplo: convencer os portugueses de que o PS é um partido estável e responsável, com uma liderança credível e segura. Só não sei se devo falar com Ferro, Lamego, Soares, Sócrates ou Vitorino.
Numa mistura colorida - cujo registo oscila entre a ModaLisboa e as interpretações tradicionais do mais isento jornalismo bloquista – o RB perguntou-me o que penso do vestuário (?) do Dr. Paulo Portas.
Confesso que, por essa, não esperava…
Ficámos a saber que a argumentação de alguns socialistas passa agora por considerações estéticas acerca dos políticos. Depois do falhanço das éticas, jurídicas e políticas, este pode ser um novo filão para o PS. Mas parece-me injusto. Particularmente injusto para vultos como Odete Santos, Bernardino Soares, Francisco Louçã, Oliveira Martins e o próprio Ferro.
Passada a estupefacção, ainda assim, caro RB, a minha resposta é clara: o Dr. Paulo Portas veste-se melhor do que fala o Dr. Ferro Rodrigues, se é possível a comparação. No que toca à forma, e já que esta o angustia tanto, estamos conversados.
Tem graça a tese de que “não se pode irritar o Senhor Presidente”, como se este fosse uma flor de estufa. Ou confrontá-lo com o que fez, disse e escreveu. Verdadeiramente "obnóxio e irritante" é tentar fazer do Chefe de Estado um inimputável sem passado. Que não é. Nem pode ser.
Despedindo-se simpaticamente, termina o RB:
Bom, boa sorte e vemo-nos por aí a colar cartazes.
Considerando a imaginação que o RB evidencia nos planos linguístico e argumentativo, é a minha vez de retribuir o cumprimento e dizer-lhe que semelhante trabalho me parece fraca recompensa para as suas aptidões.
Boa sorte, ainda assim.
Um abraço,
JV
P.S.: Eu levo a cola. E até lha empresto. Para usar nos próximos discursos do PS. Pode ser que peguem... para variar.
Ao som de Robert Palmer e em resposta ao post “relativismo ao cubo”, o relativo RB (sem esclarecer os leigos quanto à sua prosa recente) resolveu dedicar-me o post:
Spin doctor give me the news, I've got a bad case of ballot blues
Neste, o RB considera que os meus “talentos de argumentação estão a ser claramente desperdiçados” com ele. Nada disso. Muito, muito obrigado na mesma. Tamanha modéstia chega a comover. ..
Depois, convida-me “a pensar, a assessorar, a escrever os discursos, eu sei lá, de Portas e de Santana neste momento difícil”. Mas não me parece que precisem. Confesso que me apetecem desafios a sério. Por exemplo: convencer os portugueses de que o PS é um partido estável e responsável, com uma liderança credível e segura. Só não sei se devo falar com Ferro, Lamego, Soares, Sócrates ou Vitorino.
Numa mistura colorida - cujo registo oscila entre a ModaLisboa e as interpretações tradicionais do mais isento jornalismo bloquista – o RB perguntou-me o que penso do vestuário (?) do Dr. Paulo Portas.
Confesso que, por essa, não esperava…
Ficámos a saber que a argumentação de alguns socialistas passa agora por considerações estéticas acerca dos políticos. Depois do falhanço das éticas, jurídicas e políticas, este pode ser um novo filão para o PS. Mas parece-me injusto. Particularmente injusto para vultos como Odete Santos, Bernardino Soares, Francisco Louçã, Oliveira Martins e o próprio Ferro.
Passada a estupefacção, ainda assim, caro RB, a minha resposta é clara: o Dr. Paulo Portas veste-se melhor do que fala o Dr. Ferro Rodrigues, se é possível a comparação. No que toca à forma, e já que esta o angustia tanto, estamos conversados.
Tem graça a tese de que “não se pode irritar o Senhor Presidente”, como se este fosse uma flor de estufa. Ou confrontá-lo com o que fez, disse e escreveu. Verdadeiramente "obnóxio e irritante" é tentar fazer do Chefe de Estado um inimputável sem passado. Que não é. Nem pode ser.
Despedindo-se simpaticamente, termina o RB:
Bom, boa sorte e vemo-nos por aí a colar cartazes.
Considerando a imaginação que o RB evidencia nos planos linguístico e argumentativo, é a minha vez de retribuir o cumprimento e dizer-lhe que semelhante trabalho me parece fraca recompensa para as suas aptidões.
Boa sorte, ainda assim.
Um abraço,
JV
P.S.: Eu levo a cola. E até lha empresto. Para usar nos próximos discursos do PS. Pode ser que peguem... para variar.
quarta-feira, julho 07, 2004
Relativismo ao Cubo
er... já agora, o que quer dizer escrutinizável?
Até escrutinável ainda vou, mas ... escrutinizável?!
Se calhar, até nem é de estranhar. Bem vistas as coisas, estamos numa altura em que já nada é iniciado e tudo é inicializado e em que ninguém vê, só se visualiza.
Escrutinize-se, pois.
Este excerto é de antologia:
Em democracia, é absolutamente crucial que a acção governativa seja escrutinizável na urna. Dito de outra forma: não podem existir períodos de governação que fiquem imunes ao juízo do eleitorado. Tal como não há taxation without representation, também não há governação que possa morrer solteira. A constituição de um novo governo de coligação liderado pelo dr. Santana Lopes introduz uma ruptura na acção governativa, deixando, para o futuro, o consulado do dr. Barroso não sindicalizado por qualquer acto eleitoral. Impune ponto final.
Engraçado como se inverte a lógica democrática. E como se invoca em vão (e com poucos remorsos, diga-se) o estado civil da culpa.
Pelo que se consegue descortinar da sua tese, para o relativo RB, o consulado do fugidio Eng. Guterres também não foi alvo de escrutínio ou sindicância quando o Dr. Ferro assumiu a liderança do PS. E uma maioria parlamentar absoluta não pode, em circunstância alguma, mudar o governo que apoia, sob pena de o óbito da culpa governativa ser tão evidente quanto é óbvia a sua apetência para o celibato.
Já agora, pergunto-me o que o RB terá querido dizer exactamente com "consulado não sindicalizado"? Mais crucial que uma acção escrutinizável ou que a própria sindicalização consular é a inteligibilidade da argumentação. A impunidade do ponto final diz tudo.
JV
er... já agora, o que quer dizer escrutinizável?
Até escrutinável ainda vou, mas ... escrutinizável?!
Se calhar, até nem é de estranhar. Bem vistas as coisas, estamos numa altura em que já nada é iniciado e tudo é inicializado e em que ninguém vê, só se visualiza.
Escrutinize-se, pois.
Este excerto é de antologia:
Em democracia, é absolutamente crucial que a acção governativa seja escrutinizável na urna. Dito de outra forma: não podem existir períodos de governação que fiquem imunes ao juízo do eleitorado. Tal como não há taxation without representation, também não há governação que possa morrer solteira. A constituição de um novo governo de coligação liderado pelo dr. Santana Lopes introduz uma ruptura na acção governativa, deixando, para o futuro, o consulado do dr. Barroso não sindicalizado por qualquer acto eleitoral. Impune ponto final.
Engraçado como se inverte a lógica democrática. E como se invoca em vão (e com poucos remorsos, diga-se) o estado civil da culpa.
Pelo que se consegue descortinar da sua tese, para o relativo RB, o consulado do fugidio Eng. Guterres também não foi alvo de escrutínio ou sindicância quando o Dr. Ferro assumiu a liderança do PS. E uma maioria parlamentar absoluta não pode, em circunstância alguma, mudar o governo que apoia, sob pena de o óbito da culpa governativa ser tão evidente quanto é óbvia a sua apetência para o celibato.
Já agora, pergunto-me o que o RB terá querido dizer exactamente com "consulado não sindicalizado"? Mais crucial que uma acção escrutinizável ou que a própria sindicalização consular é a inteligibilidade da argumentação. A impunidade do ponto final diz tudo.
JV
O artigo 120.º
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Como de costume, a esquerda confunde "o regular funcionamento das instituições democráticas" com "regular o funcionamento das instituições democráticas".
JV
O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.
Como de costume, a esquerda confunde "o regular funcionamento das instituições democráticas" com "regular o funcionamento das instituições democráticas".
JV
Relativismo ao quadrado
Já tinha saudades do relativo Pedro Machado. Neste seu post o PM (não confundir com PM) procura fazer o pleno: justificar à luz da Constituição a dissolução da AR ao mesmo tempo que iliba o PR de qualquer responsabilidade política por esse facto. A culpa desta crise política é, afinal, do PM (não confundir com o Pedro) “que abandona voluntariamente a meio um projecto político que desde logo personificou”. Esta actuação de Barroso, por ser inédita, justifica portanto qualquer decisão que o PR venha a tomar.
Para o PM (não confundir com PM) se o PM (não confundir com o Pedro) se demite porque considera esgotada a confiança do eleitorado, o PR pode, justificadamente, dissolver o Parlamento e convocar eleições. Se a demissão do PM resulta da quebra do “compromisso institucional com o PR” (vá-se lá saber o que é isto!), o PR pode dissolver o Parlamento e convocar eleições ainda que haja uma maioria estável no Parlamento capaz de prosseguir com o programa eleitoral sufragado nas eleições anteriores. Claro está que o PR pode, também, dissolver o Parlamento e convocar eleições para “assegurar o regular funcionamento das instituições” como diz a Constituição.
Em suma, o PR pode dissolver o Parlamento e convocar eleições desde que seja conveniente para o PM (não confudir com PM) o PR e o seu partido e incoveniente para o ainda PM (não confundir com o Pedro) e o seu partido.
FA
Já tinha saudades do relativo Pedro Machado. Neste seu post o PM (não confundir com PM) procura fazer o pleno: justificar à luz da Constituição a dissolução da AR ao mesmo tempo que iliba o PR de qualquer responsabilidade política por esse facto. A culpa desta crise política é, afinal, do PM (não confundir com o Pedro) “que abandona voluntariamente a meio um projecto político que desde logo personificou”. Esta actuação de Barroso, por ser inédita, justifica portanto qualquer decisão que o PR venha a tomar.
Para o PM (não confundir com PM) se o PM (não confundir com o Pedro) se demite porque considera esgotada a confiança do eleitorado, o PR pode, justificadamente, dissolver o Parlamento e convocar eleições. Se a demissão do PM resulta da quebra do “compromisso institucional com o PR” (vá-se lá saber o que é isto!), o PR pode dissolver o Parlamento e convocar eleições ainda que haja uma maioria estável no Parlamento capaz de prosseguir com o programa eleitoral sufragado nas eleições anteriores. Claro está que o PR pode, também, dissolver o Parlamento e convocar eleições para “assegurar o regular funcionamento das instituições” como diz a Constituição.
Em suma, o PR pode dissolver o Parlamento e convocar eleições desde que seja conveniente para o PM (não confudir com PM) o PR e o seu partido e incoveniente para o ainda PM (não confundir com o Pedro) e o seu partido.
FA
Estou longe
Tenho acompanhado a suposta “crise política” aqui de longe. Da Europa civilizada. Aqui onde dissolver um Parlamento e convocar eleições são mecanismos sérios para crises sérias. Onde a vontade dos eleitores é respeitada. Onde a sua representatividade no Parlamento é inquestionável.
Se o PR dissolver a AR estará a prestar um péssimo serviço ao país e à democracia representativa que se esperava, depois de 30 anos sobre o 25 de Abril, estar já instalada em Portugal.
É óbvio que a única razão que leva o PR a dissolver a AR e a convocar novas eleições é favorecer a esquerda e o seu próprio partido. Toda a gente entende este argumento que pode virar-se contra o PS.
É óbvio que é totalmente injusto para uma maioria parlamentar impedir que complete a sua legislatura de 4 anos. Ainda mais injusto quando a parte difícil e impopular das suas políticas já está quase completa e todos os sinais da retoma económica estão aí. A direita que fique com o ónus das políticas difíceis tornadas ainda mais necessárias face a o caos em que o anterior Governo deixou o país. Toda a gente percebe isto e o PS pode vir a ter de pagar caro a sua “esperteza saloia”.
A direita tem facilidade no discurso da vitimização. O País tem tendência para se apiedar das vítimas. O PR ao fomentar uma crise que não existe pode, sem querer, lançar o país numa situação em que a nem a esquerda ganha como tanto anseia nem a direita perde tanto como todos esperam. É o regresso do pântano.
Irra, mais vale cumprir o Código!
FA
Tenho acompanhado a suposta “crise política” aqui de longe. Da Europa civilizada. Aqui onde dissolver um Parlamento e convocar eleições são mecanismos sérios para crises sérias. Onde a vontade dos eleitores é respeitada. Onde a sua representatividade no Parlamento é inquestionável.
Se o PR dissolver a AR estará a prestar um péssimo serviço ao país e à democracia representativa que se esperava, depois de 30 anos sobre o 25 de Abril, estar já instalada em Portugal.
É óbvio que a única razão que leva o PR a dissolver a AR e a convocar novas eleições é favorecer a esquerda e o seu próprio partido. Toda a gente entende este argumento que pode virar-se contra o PS.
É óbvio que é totalmente injusto para uma maioria parlamentar impedir que complete a sua legislatura de 4 anos. Ainda mais injusto quando a parte difícil e impopular das suas políticas já está quase completa e todos os sinais da retoma económica estão aí. A direita que fique com o ónus das políticas difíceis tornadas ainda mais necessárias face a o caos em que o anterior Governo deixou o país. Toda a gente percebe isto e o PS pode vir a ter de pagar caro a sua “esperteza saloia”.
A direita tem facilidade no discurso da vitimização. O País tem tendência para se apiedar das vítimas. O PR ao fomentar uma crise que não existe pode, sem querer, lançar o país numa situação em que a nem a esquerda ganha como tanto anseia nem a direita perde tanto como todos esperam. É o regresso do pântano.
Irra, mais vale cumprir o Código!
FA
BLOCO GARANTE A SAMPAIO MAIORIA DE ESQUERDA
Ora ainda bem. Que sossego.
Depois desta, não sei do que está à espera, Senhor Presidente.
JV
Ora ainda bem. Que sossego.
Depois desta, não sei do que está à espera, Senhor Presidente.
JV
terça-feira, julho 06, 2004
NUNCA HEI-DE PERCEBER
A propósito deste meu post, diz o JMF das Terras do Nunca:
Nunca hei-de perceber: por que razão a malta da direita não grama os monárquicos.
Quanto ao hino, é ocioso explicar ao JMF a sua origem.
Face a isto, cabe apenas dizer:
Nunca hei-de perceber: por que razão a malta da esquerda se faz de desentendida e (mais ainda) por que razão julga ter graça.
JV
A propósito deste meu post, diz o JMF das Terras do Nunca:
Nunca hei-de perceber: por que razão a malta da direita não grama os monárquicos.
Quanto ao hino, é ocioso explicar ao JMF a sua origem.
Face a isto, cabe apenas dizer:
Nunca hei-de perceber: por que razão a malta da esquerda se faz de desentendida e (mais ainda) por que razão julga ter graça.
JV
GONÇALO
Deus também deve andar com problemas para formar Governo. Só assim se percebe que tenha levado o Gonçalo tão cedo, na ebulição dos vinte e poucos anos. Conheci o Gonçalo na política e por causa dela. Impressionava a forma como falava de coisas de que ninguém da sua idade falava e de que poucos de outras idades percebiam. Nada do que escrevia ou dizia vinha do acaso, o que envergonhava qualquer debitador de generalidades como eu. O Gonçalo não se prendia na efemeridade. Pensava para a posteridade. E agora, que Deus lhe fez o que faz aos melhores, podemo-nos alegrar. No dia em que morrermos, o Céu será um sítio ainda melhor. Até já, Gonçalo.
FMS
Deus também deve andar com problemas para formar Governo. Só assim se percebe que tenha levado o Gonçalo tão cedo, na ebulição dos vinte e poucos anos. Conheci o Gonçalo na política e por causa dela. Impressionava a forma como falava de coisas de que ninguém da sua idade falava e de que poucos de outras idades percebiam. Nada do que escrevia ou dizia vinha do acaso, o que envergonhava qualquer debitador de generalidades como eu. O Gonçalo não se prendia na efemeridade. Pensava para a posteridade. E agora, que Deus lhe fez o que faz aos melhores, podemo-nos alegrar. No dia em que morrermos, o Céu será um sítio ainda melhor. Até já, Gonçalo.
FMS
GONÇALO
Deus também deve andar com problemas para formar Governo. Só assim se percebe que tenha levado o Gonçalo tão cedo, na ebulição dos vinte e poucos anos. Conheci o Gonçalo na política e por causa dela. Impressionava a forma como falava de coisas de que ninguém da sua idade falava e de que poucos de outras idades percebiam. Nada do que escrevia ou dizia vinha do acaso, o que envergonhava qualquer debitador de generalidades como eu. O Gonçalo não se prendia na efemeridade. Pensava para a posteridade. E agora, que Deus lhe fez o que faz aos melhores, podemo-nos alegrar. No dia em que morrermos, o Céu será um sítio ainda melhor. Até já, Gonçalo.
FMS
Deus também deve andar com problemas para formar Governo. Só assim se percebe que tenha levado o Gonçalo tão cedo, na ebulição dos vinte e poucos anos. Conheci o Gonçalo na política e por causa dela. Impressionava a forma como falava de coisas de que ninguém da sua idade falava e de que poucos de outras idades percebiam. Nada do que escrevia ou dizia vinha do acaso, o que envergonhava qualquer debitador de generalidades como eu. O Gonçalo não se prendia na efemeridade. Pensava para a posteridade. E agora, que Deus lhe fez o que faz aos melhores, podemo-nos alegrar. No dia em que morrermos, o Céu será um sítio ainda melhor. Até já, Gonçalo.
FMS
A ESTABILIDADE, ENFIM
Neste interregno político, é reconfortante saber que há instituições que asseguram a máxima continuidade no que toca a métodos e a procedimentos:
Preparação do Congresso da JS é um «pandemónio» (Portugal Diário)
Portugal pode estar descansado.
JV
Neste interregno político, é reconfortante saber que há instituições que asseguram a máxima continuidade no que toca a métodos e a procedimentos:
Preparação do Congresso da JS é um «pandemónio» (Portugal Diário)
Portugal pode estar descansado.
JV
domingo, julho 04, 2004
A VIDA
Afinal, neste fim de semana, a Final não foi o mais importante. Morreu a cunhada do meu avô, foi baptizado o filho da Sandra e do Manuel, nasceu o Martim e morreu o Gonçalo.
Como é que se sai de um baptizado para um velório?
Como é que não se tira a gravata preta, quando se visita alguém que foi mãe há cinco horas?
Como é que se guarda, no armário, essa gravata sem saber que a vamos usar no dia seguinte?
Faz impressão ver uma pessoa com cinco horas de vida, ver a mãe que sonhou com ele durante anos. Ver o Martim a piscar os olhos.
Não faz impressão quando alguém morre com mais de oitenta anos.
Mas quando mal se fez vinte anos, como o Gonçalo, e nesses poucos anos conseguiu estudar, liderar e impressionar com a profundidade das análises e com a força da convicção... faz mais do que impressão. Faz mal. Faz falta.
Um artigo escrito pelo Gonçalo acaba assim: "Não gosto de ir atrás... prefiro andar bem à frente!"
A alegria e a tristeza num só fim de semana, a Vida resumida em dois dias.
Deus proteja o Martim e Guarde em paz o Gonçalo.
DBH
Afinal, neste fim de semana, a Final não foi o mais importante. Morreu a cunhada do meu avô, foi baptizado o filho da Sandra e do Manuel, nasceu o Martim e morreu o Gonçalo.
Como é que se sai de um baptizado para um velório?
Como é que não se tira a gravata preta, quando se visita alguém que foi mãe há cinco horas?
Como é que se guarda, no armário, essa gravata sem saber que a vamos usar no dia seguinte?
Faz impressão ver uma pessoa com cinco horas de vida, ver a mãe que sonhou com ele durante anos. Ver o Martim a piscar os olhos.
Não faz impressão quando alguém morre com mais de oitenta anos.
Mas quando mal se fez vinte anos, como o Gonçalo, e nesses poucos anos conseguiu estudar, liderar e impressionar com a profundidade das análises e com a força da convicção... faz mais do que impressão. Faz mal. Faz falta.
Um artigo escrito pelo Gonçalo acaba assim: "Não gosto de ir atrás... prefiro andar bem à frente!"
A alegria e a tristeza num só fim de semana, a Vida resumida em dois dias.
Deus proteja o Martim e Guarde em paz o Gonçalo.
DBH
sexta-feira, julho 02, 2004
quinta-feira, julho 01, 2004
Coincidências
Ontem à noite, depois de festejar a vitória de Portugal condignamente (em Stockwell com direito a protecção policial e tudo), preparava-me para ver na TVE Internacional o "rescaldo" (desde que a Inglaterra saíu, o Euro acabou para os media Ingleses).
Começa o programa e, assim que arranca a reportagem sobre o jogo de Portugal a emissão é interrompida. A interrupção, não justificada ou explicada pela cadeia televisiva, acabou justamente quando começou a reportagem seguinte sobre o Espanhol Marc Gené e a sua estreia na F1 ao volante de um Williams...
A RTPi que passe essas coisas que a TVE não está aí para fazer fretes a ninguém!
FA
Ontem à noite, depois de festejar a vitória de Portugal condignamente (em Stockwell com direito a protecção policial e tudo), preparava-me para ver na TVE Internacional o "rescaldo" (desde que a Inglaterra saíu, o Euro acabou para os media Ingleses).
Começa o programa e, assim que arranca a reportagem sobre o jogo de Portugal a emissão é interrompida. A interrupção, não justificada ou explicada pela cadeia televisiva, acabou justamente quando começou a reportagem seguinte sobre o Espanhol Marc Gené e a sua estreia na F1 ao volante de um Williams...
A RTPi que passe essas coisas que a TVE não está aí para fazer fretes a ninguém!
FA