sábado, outubro 30, 2004

A RETOMA

Para os descrentes mais recalcitrantes, ela aí está. Não adianta escamotear. Ou falar de conjunturas.

3 jogos, 3 vitórias.
Os sócios estão contentes, de certeza.

JV

Adenda: Lembra o Francisco B., e com razão, que são quatro (e não três) as vitórias consecutivas. Fica feita a correcção.

PORTUGAL SEMPRE



No Alto Tâmega e Barroso, o nosso Presidente entusiasmou-se. Antes de dar um murro na mesa, declarou que o país tem "800 séculos". Nem mais, nem menos. 792 séculos de wishful thinking.

JV
PEDIDO DE DESCULPA



Sei que era suposto termos dito qualquer coisa sobre o dia de ontem. Pela parte que me toca, não fui capaz. Depois de tanta comemoração, não tive forças para escrever.


JV

sexta-feira, outubro 29, 2004

Pois não

Frase bombástica 1: paráfrase de uma frase de Robert Kagan (tema: a Europa e América);
Frase bombástica 2: to protect them (aos filhos);
Boa gente 1: Talvez;
Boa gente 2: Sem dúvida;
Buttiglione o candidato ideal? António Vitorino (por acaso o actual Comissário da pasta) pensa que sim.

Citando FA: "Isto é o acessório. Quanto ao resto estamos de acordo. E legitimamente indignados."
E com razão.

JV
No reino da Dinamarca

Não se pode passar estes juízes todos à reforma e começar de novo? De preferência com um sistema assente no mérito e na eficiência e fiscalizado por outros que não eles próprios.

FA (fora da jurisdição)
A caravana

O Marcelo foi censurado mas o Buttiglione foi bem vetado. A Câmara dos Lordes que em vez de proibir a caça à raposa a regulou é antidemocrática mas o Paralamento Europeu que boicotou a nomeação de um cidadão com base nas suas convicções religiosas é um exemplo de liberdade. O Bush segue à frente nas sondagens e pode ganhar as eleições mas só porque os americanos são estúpidos. O Governo Português (para alguns, o pior de toda a história nacional – mainada!) continua em funções mas a Revolução teima em não sair à rua. O Luís Delgado ja lá está mas os órgãos de comunicação social do grupo empresarial que ele dirige continuam a criticar livremente quem muito bem entendem. Hoje assina-se com grande pompa e circunstância uma Constituição que niguém sabe se algum dia vigorará porque se esqueceram de perguntar aos interessados se queriam dar esse passo. Um estudo da Lancet afirma que morreram 100,000 civis como consequência directa da invasão do Iraque mas, quando questionado acerca dos métodos de análise (988 domicílios em 33 bairros), um dos seus editores afirmou que “o imperialismo democrático (sic) causou mais mortes e não menos”.

FA

quinta-feira, outubro 28, 2004

Teoria da transpiração

O Governo, incomodado com os comentários do Professor ao Domingo, dá uma palavrinha ao Paes do Amaral. Tudo sigiloso que esta coisa da censura é mesmo assim. Com paninhos quentes. O Paes do Amaral entretanto, preocupado com as licenças da televisão digital e com a RTL à perna, não deixa passar a deixa e apercebe-se, ao fim de uma vida inteira nos media, que, afinal, até dá jeito ter o Estado do seu lado e vai de convocar um jantarinho com o Professor.

Enquanto isto, certamente para fazer uma cortina de fumo e despistar a malta, manda-se um ministro (quanto mais inepto melhor) falar aos jornais a queixar-se do Professor, que é incoveniente, que se move por interesses pessoais, que falta o contraditório e o diabo a quatro. Estala a polémica. Os blogues fervilham. As teorias pululam.

Sem ninguém dar por nada, no dito jantar, explica-se ao Professor (que às vezes é um pouco distraído) que qualquer grupo económico ligado à comunicação social precisa de ter boas relações com o poder político. Para que não restem dúvidas na cabeça do Professor, a quem é preciso explicar certas coisas atenta a sua manifesta inabilidade política, vai também de dizer (sem ais nem uis que isto da censura é assim mesmo) para moderar as críticas ao governo que isto aqui não é “A Capital”.

O Professor, personagem íntegra de uma só palavra e frontalidade ímpar, não aguenta conviver com a mentira e a pressão ilegítima do patrão e, obviamente, demite-se. O patrão fica à rasca. O Governo idem aspas. Por esta é que ninguém esperava.

Estão aí os indícios todos. Só não vê quem não quer.

FA
Francisco,



Cá te espero. Jantar lá em casa no Sábado. Traz vinho.

FA

quarta-feira, outubro 27, 2004

VOU A CASA JÁ VOLTO



FMS


Mas se tu não és a Samantha Morton...



Frase bombástica 1: "children who don't have a father but only a mother are children of a mother who is not very good".

Frase bombástica 2: [the aim of marriage is] "to allow women to have children and to have the protection of a male".

Boa gente 1: Matthew Parris

Boa gente 2: eu

Buttiglione o candidato ideal? Se fosse teria sabido lidar com a situação e assegurado a sua eleição.

Medievo sujeito: estava a ser irónico. O Cohn-Bendit vive noutro tempo, mais propriamente em 1968.

Isto é o acessório. Quanto ao resto estamos de acordo. E legitimamente indignados.

FA
Já percebi

Afinal nem o Professor mentiu nem o Paes do Amaral pressionou. O que se passou foi que o Professor julgou que o Paes do Amaral o estava a pressionar quando este lhe começou a contar das licenças para a televisão digital terrestre e as negociações complicadas que se avizinhavam. Vai daí, sem querer ser inconveniente para o amigo e naquele seu jeito altruísta que o caracteriza, resolveu afastar-se da TVI. Sem reboliços nem sobressaltos claro, que o Professor não é pessoa para se expôr a espectáculos mediáticos do género de guardar silêncios misteriosos e ir a audiências com o Presidente da República. Os senhores da esquerda e da comunicação social é que fizeram um grande filme desta situação. Afinal está tudo bem. Somos todos amigos.

FA
Minority Report

- "frases bombásticas" - Quais? Ditas por quem?

- "muito boa gente" - Muita gente. De acordo. Agora, boa? Qual?

- "Que Buttiglione não era o candidato ideal não restam dúvidas" - Restam.

- "medievo sujeito " - Só se for o Cohn-Bendit.

- "utilização de citações descontextualizadas, a linguagem abusiva e intolerante acerca das convicções religiosas do putativo comissário, o exemplo de total desrespeito pela liberdade de opinião" - Pois é.

JV
…compra um cão

O Presidente da Comissão Europeia adiou a votação no Parlamento Europeu para aprovação da dita por um mês. O que antigamente era um “proforma” tornou-se num pesadelo para Barroso. A natural reserva sobre um potencial comissário cujas frases bombásticas (provenientes de um país onde a política se faz de frases bombásticas e pouco mais) incomodavam muito boa gente tornou-se, fruto da já tradicional táctica de guerrilha ideológica da Esquerda, num mais que eventual veto parlamentar.

Que Buttiglione não era o candidato ideal não restam dúvidas mas tão pouco ficamos muito descansados perante a vergonhosa utilização de citações descontextualizadas, a linguagem abusiva e intolerante acerca das convicções religiosas do putativo comissário, o exemplo de total desrespeito pela liberdade de opinião que nem conferiu ao medievo sujeito a hipótese de explicar as suas posições, a histeria colectiva ela sim própria de autos-de-fé de antanho e, finalmente, a incapacidade de entender a diferença entre aquilo que são as convicções morais e religiosas de um cidadão e aquilo que é a sua actuação política num quadro de legalidade democrática.

Fez mal o Presidente da C.E. em não ir a votos. Eram dois coelhos de uma vez só. Lançava-se a UE no caos constitucional e descobria-se a face da esquerda tolerante e responsável. Mas isto quem tem medo...

FA
DIA HISTÓRICO



Pena que seja pelos piores motivos.

JV

terça-feira, outubro 26, 2004

segunda-feira, outubro 25, 2004

CULPADO

Ainda mal recomposto do facto de o NQdI ter sido linkado pelo melhor blog do mundo, leio os comentários ao post em causa e confesso-me culpado.

Mal por mal, prefiro os reaças brasileiros, minha gente: em Portugal são muito branquelos, vestem fato, leram livros. Uns chatos. Aqui pelo menos é mais tropical. Reaça - mas tropical. Putz!
Posted by Nefarius (português) at outubro 22, 2004 07:39 PM


Este Nefarius prova que o estereótipo é verdadeiro: todo portuga é burro.
Posted by Roque Villalba at outubro 22, 2004 11:52 AM


Pôxa: e eu a pensar que no Brasil era só dentistas, prostitutas e jogadores do Belenenses. Afinal não: também há um montão de reaça. Vixe!
Posted by Nefarius at outubro 21, 2004 10:36 PM

FMS


A caminho. Sempre.

JV
Half a league...



A carga da Brigada Ligeira foi há 150 anos. Não foi só um erro militar, fica para a história também (sobretudo?) como um acto de coragem.

FA

sexta-feira, outubro 22, 2004

The case continues

Aqui há uns tempos o High Court Inglês decidiu que uma bébé de 11 meses, Charlotte Wyatt, não deveria ser reanimada pelos seus médicos caso deixasse de respirar como consequência da sua debilidade física. Na origem do pleito judicial está o desacordo entre os pais da criança (que pretendiam que o tratamento médico continuasse em qualquer circunstância) e os médicos (que entendiam não ser do interesse do paciente a sua reanimação).

O Juíz decidiu não ser do interesse do bébé continuar os tratamentos que os peritos médicos, unanimemente, consideraram “agressivos”. O Juíz afirmou estar ciente de que da sua decisão poderá resultar o encurtamento da vida da menor mas que, de acordo com os peritos médicos, a morte da criança é inevitável num curto espaço de tempo dada a seriedade do seu estado clínico. A Charlotte nasceu após apenas 26 semanas de gravidez, carece de suporte médico para respirar, está permanentemente em dor, não vê, não ouve, ja parou de respirar em três ocasiões e foi reanimada com sucesso das três vezes. Segundo pude determinar a Charlotte ainda não parou de respirar.

Hoje um novo caso de contornos semelhantes deverá ser presente aos tribunais ingleses. O Luke é um bébé de 9 meses que padece de trisomia 18 (síndroma de Edwards). Doentes de trisomia 18 sobrevivem em média cerca de 2 meses e apenas 10% vive mais de um ano. É um caso diferente do anterior mas os argumentos são semelhantes. O hospital entende que o tratamento médico deve ser descontinuado atenta falta de qualidade de vida para o doente que deriva da sua ministração. Os pais da criança discordam e propoem-se continuar o tratamento médico em casa. A opinião médica, unânime, é que não há quaisquer hipóteses de cura.

Quid juris?

FA

quinta-feira, outubro 21, 2004

Por um canudo

Depois de mais uma jornada da Champions League, mais uma jornada de noticiários televisivos nacionais. Cada vez me convenço mais que o empolgamento dos factos e o exagero jornalísitco são directamente proporcionais à falta de notícias realmente importantes na actualidade nacional.

O Ministro Morais Sarmento afirma que a independência da televisão pública tem que ter limites. Quem, como eu, vive num país em que a televisão pública é a referência de modelo televisivo e em que a sua independência financeira e autonomia editorial é sagrada, pode achar tal afirmação despropositada. Mas não em Portugal. Não quando a RTP concorre com as empresas privadas de televisão e prossegue um modelo comercial para o qual não está talhada. Não quando o dinheiro esbanjado nesse projecto fútil é o de todos os contribuintes. É óbvio que a RTP precisa de antes de tudo que cumprir aquilo a que se destina e que consta na lei: prestar serviço público de televisão.

Enquanto isto os democratas voltam a atacar. Se não nos ouvem. Se nos ignoram. Se não nos deixam entrar. Então que se cuidem que sabemos morder, chamar nomes e até temos o dom da palavra. E a malta aplaude. E a malta horroriza-se. E a malta está com os democratas. E malta augura-lhes um futuro brilhante e cá estará para cobrar a factura.

Ontem passou o Matrix no Channel Five e, agora que escrevo estas linhas, só me lembro do comentário do Agente Smith ao Morpheus acerca do que mais o importunava no mundo virtual. Apetece-me dizer o mesmo do mundo virtual dos telejornais.

FA
OS SUSPEITOS DO COSTUME

Há uma semana, a sessão solene de abertura do ano lectivo em Coimbra foi interrompida pela invasão (obviamente espontânea) da Sala dos Capelos por um grupo de reguilas afectos maioritariamente ao Bloco de Esquerda.
Ontem, a rapaziada resolveu repetir a graça, desta feita com o apoio da Associação Académica.
O reitor chamou a polícia para impedir novo atropelo à Democracia, mas os meninos resolveram protestar, pressionar, persistir na rábula, confrontar e insultar a PSP. Fazem bem. É que já há poucas formas verdadeiramente exaltantes de construir um sólido passado de luta anti-fascista.
Depois das bravatas, das provocações e de manifesto desrespeito pelas instruções da polícia, dizem que foram agredidos. E foram. Que pena.
Como de costume, a comunicação social simpatiza com o folclore pseudo-soixante-huitard dos revoltados e embirra com o legítimo exercício da autoridade por parte da polícia num Estado de Direito Democrático, ainda que esta o faça na defesa da ordem pública e do funcionamento das instituições. Nada de novo.
Como de costume, os suspeitos (do costume), com a cara de pau do costume, vieram repudiar a acção policial e responsabilizar (!!!) o reitor pelo sucedido, invocando o 25 de Abril, a Democracia e outros conceitos que, manifestamente, lhes escapam.
A extrema-esquerda é cada vez mais o Batasuna do movimento estudantil. O costume.

JV

quarta-feira, outubro 20, 2004

À ESQUERDA DO BOM-SENSO

Depois de ter recebido uma petição da comunidade islâmica de Saragoça, o Presidente (socialista) de Aragão pretende mudar o terceiro quartel do escudo oficial da Comunidade Autónoma porque este contém cabeças de mouro cortadas.

Para Marcelino Iglesias «Es algo que nos concierne a todos por sensibilidad, y más teniendo en cuenta el fenómeno de la inmigración que necesitamos integrar y favorecer para beneficiar a todos los aragoneses».
O escudo não é alterado desde 1499.

À ESQUERDA DO BOM GOSTO

A secretária de estado eapanhola das políticas de igualdade (com este nome, nem é preciso dizer de que partido é), solicitou à organização do "Masters Series de Tenis de Madrid" que retirasse as modelos que aí trabalham como apanha-bolas porque considera que "contribuyen a fomentar una clara visión discriminatoria de las mujeres, que aparecen como simples objetos de decoración y divertimento".



Aqui está um exemplo da descriminação.

JV
No bom caminho

A demissão dos juízes-formadores do CEJ é uma boa notícia. É francamente grave quando uma determinada classe afirma em bloco que não questiona a qualidade da pessoa indigitada para um determinado posto mas antes apenas critica o facto dessa pessoa não pertencer à corporação em causa. Por isso é uma boa notícia já que indica que o Governo está disposto a mexer com interesses instalados e preconceitos corporativos. É sempre bom quando estes fenómenos são combatidos, particularmente no meio judicial. Não vou ao ponto de ver nesta nomeação sinais de um mudança radical (absolutamente necessária!!!) no processo de formação de magistrados. Lá chegaremos um dia com pequenos passos corajosos como este.

FA

PS – Disponibilizo-me desde já para dar formação no CEJ numa cadeira de “common law”. Ofertas de emprego para oquintodosimperios@hotmail.com como de costume


JV
Perseguição



Parem de perseguir o Boris. Se o Boris diz que os Liverpolianos são versados na vitimização isso é verdade. O próprio Boris é uma vítima. Da moda, de si próprio, da incompreensão dos outros, por isso deve saber. Tudo bem, quem vive numa cidade daquelas tem o direito a querer ser vítima sem ser incomodado mas não é preciso atacar o Boris. O Boris é, essencialmente, bonzinho. Até para as pessoas de Liverpool o Boris é bom. Até já pediu desculpa – coisa que o Tony Blair, por exemplo, não soube fazer num assunto bem mais sério.

Nem Blair, nem Howard. Boris a PM. Já!

FA

terça-feira, outubro 19, 2004

Rádios e Sites - no Programa Nem é Tarde, Nem é Cedo!!
De 2ª a 6ªfeira, os jornalistas do NQDI trazem-lhe toda a informação sobre novas rádios e seus sites, quando calhar, no Programa Nem é Tarde, Nem é Cedo!

19/10 - É um site que já não é novo, mas que mantém todo o interesse. Chama-se Destaques RR e, tal como o seu autor alerta, trata-se de uma página onde "o jornalista Pedro Caeiro traz-lhe toda a informação sobre novos sites e blogs". Fica a promessa de ser antes das 20h00.
Emhttp://www.rr.pt/destaque.asp?iddestaque=714,fala-se actualmente de um "blog que se mantém actual e merece uma visita" e das novidades do Belenenses e da Académica! Da Map Machine da prestigiada revista National Geographic, mas também da casa do Sapo. Este é um site onde se obriga o leitor a pensar e a voltar …

Agora, a sério. Obrigado, Pedro Caeiro.

JV
A ESQUERDA MODERNA

Por persistir na citação de declarações truncadas de Buttiglione, o FN julga que está carregado de razão. Assim seja.
Só não respondeu foi a nada do que lhe perguntei. Mas não é preciso. Que não se incomode.
Curioso é o facto de ter esquecido velhas máximas de esquerda:


JV

P.S.: Uma precisão. Mirko Tremaglia chamou-lhes "culattoni" e não "maricones". Não que faça diferença, mas o homem sempre é italiano.


segunda-feira, outubro 18, 2004

A ESQUERDA CALADINHA

Ruben de Carvalho manifestou toda a sua revolta no DN de ontem pelo facto de o PC não ter sido convidado a participar no Prós e Contras. Acusou o programa de desrespeito pela proporcionalidade e pela representatividade do partido, "um intolerável acto de discriminação, politicamente inaceitável e intelectualmente desprezível".

Acho que a RTP errou. Não se deve perder nenhuma oportunidade de mostrar, ao vivo e a cores, o que é o PCP e quais são as suas propostas para o país. E era uma boa altura para o Dr. Louçã explicar a sério o que é que distingue a sua agremiação. Ficávamos todos a ganhar.

Não posso, no entanto, concordar com a conclusão de que que estar calado seja sinónimo de ser de direita e que, por não terem dito nada a esse respeito, Rui Pereira, Manuel Alegre e Francisco Louçã tenham visto comprometido o seu esquerdismo.


Internacionalmente,
os exemplos de silêncio canhoto abundam e, se bem me lembro, pelo menos desde a queda do muro e do golpe contra Gorbachev que o mutismo reina de forma sepulcral para os lados da Soeiro Pereira Gomes.

Verdadeiramente hilariante é a afirmação de que a segregação dos comunistas protagonizada pela RTP "é tão-só uma postura de direita". Toda a gente sabe que ninguém segrega melhor os comunistas que eles próprios.

JV

Coisas a não esquecer na semana que começa



O Kerry não é nenhum génio da política.

O Pinto da Costa ainda manda naquilo que interessa. O Jardim também.

Um católico não deve deixar de ser nomeado para um cargo político por causa das suas convicções religiosas.

Se eu o Francisco fossemos uma banda seríamos os Franz Ferdinand.

Os Yankees ainda são a melhor equipa do mundo.

Polignano a Mare é bonito que se farta em Outubro.

FA
É URGENTE IR VER

Como bom conservador, sou muito pouco democrático na concessão de atenções. Os amigos primeiro, sempre. De modo que, quando soube que ia dar entrada de urgência no Maria Matos, tratei de ligar ao Nuno Costa Santos a perguntar-lhe qual o seu texto. E, já agora, qual o do Pedro Mexia.

O penúltimo e o último, respondeu-me, mas não devia preocupar-me porque o folheto distribuído à entrada tratava de me informar sobre o assunto. O que, de facto, era verdade. E o que, em rigor, era uma redundância. Quer o monólogo do Nuno, quer o diálogo do Pedro, são a expressão ostensiva dos seus autores.

O primeiro é a coisa mais deliciosamente reaccionária que ouvi nos últimos tempos. Não reaccionária no sentido que os espíritos menores dão à palavra, não no sentido político, mas no sentido temperamental, de quem anseia por uma vida absolutamente apolítica, dedicada aos pequenos prazeres que dão sentido à existência, sem ter que acompanhar a agenda tirana dos media, saber-lhe os nomes e os sítios, os vilões e os heróis, sem ter de ler o que por aí se diz daquele disco, daquele livro, sem ter que manter as conversas do costume nos cafés do costume. E voltar. Aos conselhos do pai, às histórias do avô, aos Açores (ele não diz, mas eu sei). Todo o monógo é, enfim, a crónica de um regresso desejado, que, no fundo, se sabe impossível.

O diálogo do Pedro transpira Morrissey, nas circunstâncias (há um namorado em coma) e na forma como a tragédia e a comédia se equivalem em proporção. E, Pedro, diz lá: aquele "Palavras tão pesadas lançadas como se fossem leves" na boca do Marco d'Almeida, na tua cabeça é "Heavy words are so lightly thrown", não é?

FMS
-inês já não mora aqui-



deixemo-nos de merdas: o mymoleskine faz falta. faz-me a mim e a muitos leitores mais. fará, claro, ainda mais falta à sua autora mas isso é lá da responsabilidade dela.

faz falta por causa das fotografias a preto e branco, da "neatness" do "template" , do português cuidado. faz falta cada "still" de filmes passados e descrições discretas de cenas presentes.

faz falta mesmo quando nos ocupou "Page Downs" incontáveis de citações do argumento do Casablanca. faz falta com os seus heróis de sempre, o boggie, o corto e o cummings, com quem como que conversava - dando sempre uma resposta enigmática à citação colocada - e nos dava a conhecer. faz falta porque é da inês.

faz falta o flirt. sim, o flirt. o mymoleskine flirtava com os seus leitores, seduzia, deixava pistas, levantava só um bocadinho do véu. mas houve sempre um véu, mesmo nos post mais desbragados, a inês, que se chamou miss blanche, manteve sempre esse "véu diáfano da fantasia". todos os seus leitores sempre acharam que metade de o que a inês escrevia era destinado a alguém. e sempre nos enganámos. assim como os destinatários.

agora a inês diz que já não mora aqui. mas mora. mora porque faz falta. mora porque vai voltar. era capaz de apostar um dvd...

DBH
MÁS COMPANHIAS

O último Fim de Semana deveria dar muito que pensar ao CDS-PP. O resultado da coligação nos Açores. Os ministros Telmo Correia e Bagão Félix na tribuna de honra da Luz. Os perdedores têm a sua qualidade literária mas, em política, andar com eles de mão dada é a receita do fracasso.

FMS

sexta-feira, outubro 15, 2004

EVERYONE COMES TO RITZ


O Major está à nossa espera no Ritz e eu vou andando para marcar a mesa do canto para os rapazes do No Quinto. Aliás, adianto-me e peço já um gin rickey, que tem o nome de um famoso "lobbyist" na Washington de 1900.


DBH

A POOL TA(B)LE



Ela jogava com coragem. Demorava minutos, que pareciam horas, a pousar o copo na borda da mesa e o cigarro no cinzeiro. Em três segundos apontava, puxava atrás e disparava o taco com uma força concentrada. Muitas vezes falhava mas nunca pensou duas vezes.

Tanto perdeu que começou a planear as jogadas, a olhar para as tabelas, a colocar bem a bola. O jogo começou a correr melhor mas não sabia tão bem, já não acertava o coração pelo som do choque entre as bolas. Se antes olhava para o seu opositor como quem pede para ver num jogo de poker, agora olhava para a mesa como quem tem uma tábua de xadrês pela frente.

Mas era certo que ganhava, pelo menos se outro jogador não lhe estragasse o esquema certinho.

DBH
desta vez

O ACERTOU

Depois da vaga de espevitamento mata-frades e anticatólico que grassou pela imprensa e blogosfera acerca do caso Buttiglione, finalmente um artigo de alguém que resolveu ler mais do que umas frases tiradas do contexto e manipuladas pela rapaziada do costume.
Se não corresse o sério risco de me chamarem intolerante por causa disso, até diria "Aleluia"!
Pena que os restantes opinativos-compulsivos continuem a assobiar para o lado.

JV

DESCONFIO QUE O CHICO ANDA A CHOCAR ALGUMA...



«Imagine que fechamos Marcelo Rebelo de Sousa a criticar o Governo, o presidente da Media Capital, que tem negócios com o Governo, e o ministro dos Assuntos Parlamentares a acusar Marcelo de fazer comentários de ódio ao Governo. Aparece um ovo e é corrido o professor Marcelo. Quem é que pôs o ovo, senhor primeiro-ministro?»

A fuçanga pelo soundbyte é tanta que dá resultados ridículos como este.


Melhor seria se se pudesse correr com esta sonsa celebridade da Quinta de S. Bento.
Mas, descansem os puristas, esta medida não tem nada que ver com o contraditório, a censura e quejandos. Nem sequer com questões fitossanitárias. O problema é que, para além de criar mau ambiente, a personagem não faz ali nada de produtivo. A não ser cantar de galo.

JV

quinta-feira, outubro 14, 2004

If surrounded by terrorists, whatever you do, don't make any sudden movements or be a Jew.

JV


JV
Tens lume?



A propósito da intenção do governo de prevenir a venda de tabaco a menores, o CAA afirma que tal medida se trata de mais uma "cretinice piedosa" deste governo.

Não percebo se o que leva o CAA a dizer isso é a ideia de que como o fruto proibido é o mais apetecido o acesso ao tabaco por menores não deveria ser alvo de qualquer controlo. Se assim é então o mesmo raciocínio se aplica ao álcool, às drogas, a andar de mota sem capacete, a não usar protector solar, à assiduidade escolar, a atravessar nas passadeiras, a ser de outro clube que não o Benfica ou o Porto...

Se, como parece, se trata apenas de criticar o Estado por se intrometer naquilo que deveria ser a esfera privada das famílias então o caso muda de figura. É óbvio que cabe às famílias e excusivamente às famílias o direito (e já agora o dever) de educar as crianças. Convém no entanto esclarecer que, da mesma maneira que as famílias agradecem que o Estado não prejudique esse esforço, tambem convinha que o Estado não favorecesse, directamente ou por via da sua inação, comportamentos que, convenhamos, a esmagadora maioria das famílias repugna. A ideia de um Estado amoral e amorfo é quase (e este quase é importante) tão repugnante como a do Estado autoritário e interventor.

Para o caso absurdo de um pai ou de uma mãe que entendam, por qualquer razão transcendental que me escapa, que o menor deve fazer este tipo de escolhas livremente ou, já que estamos em maré de absurdos, que ache que o tabaco é bom para o desenvolvimento da criança, sugiro (para além de uma consulta psiquiátrica) que invertam um velho hábito de séculos: que passem os adultos a ir ao quiosque da esquina comprar o tabaco para as crianças.

FA (a viver num país completamente anti-liberal onde a cretinice grassa já que é proibido vender tabaco a menores de 18 anos)
NUMA PALAVRA, A CONSAGRAÇÃO



Desta é que foi. Passou a ser assunto. É oficial.
Não adianta duvidar. Até lá fora reconhecem.
Segundo NSL, do PÚBLICO:
Entre a elite espanhola, Jorge Sampaio parece ser respeitado pela sua "serenidade"
E pronto.

JV
ÁMEN


É assim que termina um post do relativo FN.
Quem começasse a leitura por aí poderia pensar que estava diante de um fenómeno curioso de proclamação pública de conversão. Mas não. O post é sobre o voto desfavorável da comissão parlamentar LIBE (Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos) a Rocco Buttiglione.
Aqui fica o texto:

"Começa bem

Barroso começa bem. Segunda feira, a comissao parlamentar das liberdades vetou o nome do senhor Rocco Buttiglione, escolhido para substituir António Vitorino no cargo de comissário da liberdade, segurança e justiça. Rocco tem nome de actor porno, mas aprendeu polaco para estar mais próximo do Papa. Berlusconi diz que o gesto do parlamento europeu é "obscurantista e integrista". Salvo melhor opiniao, "obscurantistas e integristas" sao as posiçoes ("pessoais" e políticas, senhor Barroso!) de Rocco Buttiglione. Para Buttiglione, "a homossexualidade é pecado" e o matrimónio uma instituiçao que "permite às mulheres terem filhos e ficarem em casa protegidas pelos maridos". Ámen. "


Sobre o o arrazoado, quatro dúvidas:
- Depois das considerações profundas sobre o nome do Comissário indigitado, o FN quer convencer quem da sua tolerância e respeito pela diferença?
- O FN deu-se ao trabalho de ver e ouvir a audição em causa ou está a referir-se a extractos de citações de citações que alguém transcreveu?
- Não lhe parece estranho que a audição tenha decorrido de forma cordata e que, na altura, não tenha havido qualquer reacção dos deputados às declarações de Buttiglione?
- Todos os que têm convicções (que não as suas) são obscurantistas e integristas?

Uma última informação:
Há coisa de um par de horas, o Parlamento Europeu rejeitou a adopção de alterações a uma proposta de resolução sobre os processos de ratificação do Tratado Constitucional e a estratégia de comunicação relativa a este mesmo Tratado que visavam garantir a liberdade e igualdade no debate desta questão. Claro que isto não é obscurantismo, é a clareza da democracia, e também não é integrismo, é a liberdade em todo o seu esplendor.
Invocando a eventualidade de existir a tal melhor opinião (elemento retórico-jurídico tão do agrado do FN), julgo que o seu post começa mal e acaba pior.


JV
AS SAUDADES QUE EU JÁ TINHA DA MINHA ALEGRE CASINHA

A elevação, a tolerância, o respeito, a liberdade de expressão.

«A cerimónia de abertura solene das aulas na Universidade de Coimbra (UC) foi interrompida, ao final da manhã de ontem, por cerca de 20 estudantes, a maior parte dos quais afecta ao Bloco de Esquerda. O gesto motivou o abandono da Sala dos Capelos por parte do reitor, Seabra Santos, que foi seguido pelos restantes professores e convidados. Foi então que um dos alunos empunhou um megafone e proferiu palavras de ordem como: "Santana é um aldrabão" ou "Morte ao Santana". »

Nota: segundo as imagens transmitidas pela TV, o sujeito que empunhava o megafone é um meu amigo de infância. Vejo com algum espanto que ainda não cresceu.

FMS

quarta-feira, outubro 13, 2004

14 ANOS, PORTANTO.



Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida;
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: – Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!
LVC

DBH
Stratford-upon-Tagus (ou um erro de casting)

(Guilherme Abana-a-pêra)

A propósito do artigo do Vasco Graça Moura no DN de hoje só queria chamar a atenção de VGM para que não queira ser o Marco António– depois do Marlon Brando não vale mesmo a pena. Para mais o Marcelo tem muito pouco de Julio César - acho que é consensual que daria um Brutus muito mais convincente. Já agora, ainda não chegámos ao circo romano malgré os melhores esforços circenses dos defensores “de todas as horas” da liberdade de expressão e da democracia.

FA


- Os homens do teu planeta, disse o principezinho, cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim... e não encontram o que procuram...
- Não encontram, respondi...
- E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho d'água...
- É verdade.

JV
O SOBRESSALTO PLEONÁSTICO

Cansado de apelar à serenidade, o nosso Supremo Magistado decidiu agora que «Há momentos em que o Presidente da República tem de saber estar calado».
Esta verdadeira revolução fica, alegadamente, a dever-se ao facto de o Presidente pretender ser... o «centro da serenidade em Portugal».

JV


terça-feira, outubro 12, 2004

ANIMAIS, DEFENSORES DOS


No Reino Unido, extremistas defensores dos animais profanaram a campa da sogra do dono de uma criação de porquinhos-da-Índia, habitualmente vendidos para experiências científicas.

Mrs Hammond, who died seven years ago, is the mother-in-law of Chris Hall, who with his brothers, John and David, owns a nearby guinea pig farm, providing the animals for medical research.
One of the farm's biggest customers is said to be the controversial Huntingdon Life Sciences laboratory in Cambridgeshire.
For five years members of staff at Darley Oaks Farm in Newchurch have been the target of a sustained campaign of harassment and intimidation by animal rights campaigners who want to force the business to close. They have received death threats and hate mail, had their property vandalised and malicious rumours spread about them.

JV
Quanto mais me bates

Quanto mais me garantem (a pés juntos e com olhos lacrimejantes) que há censura em Portugal e que a Democracia está em perigo, mais me convenço que ou não sabem realmente o que é censura ou o não percebem plenamente todas as consequências da vida em Democracia.

Insistir em ver no Marcelo uma vítima da censura não é cegueira, é teimosia.

Transformar os disparates de um ministro (com manifesta inabilidade para o combate político) num ataque à democracia não é zelo democrático, é mania da perseguição.

FA

PS – É impressão minha ou há algo de Sócrates no olhar do Sidónio?

segunda-feira, outubro 11, 2004

BEEN THERE, DONE THAT



José Manuel Fernandes escreve hoje no Público que "Talvez seja pois tempo de pensar numa República Nova".

JV

Enquanto isso

Não longe de onde os “freedom fighters” iraquianos degolaram mais um homem inocente e atacaram a academia de Polícia no Iraque (sem dúvida no âmbito da sua luta mais que justa contra o invasor estrangeiro), as eleições no Afeganistão decorreram num clima de “razoável espírito democrático” sendo certo no entanto que a participação de mais de 10 milhões de afegãos no acto eleitoral não passa de mais uma manobra dos imperialistas americanos para consumo interno.

No tempo do Saddam e dos Talibãs é que era bom.

FA
Lanche ajantarado



Gosto muito dos fins de tarde em casa do Jorge. A companhia é sempre animada e a discussão elevada.

Ontem chegámos à conclusão que não gostamos das medidas proteccionistas do Bush e da sua subserviência a certos grupos económicos no que se refere, por exemplo, às questões ambientais. Ninguém à mesa sabia muito bem o que o Kerry defende apesar de um ou outro dos convivas, ainda assim, preferir qualquer candidato ao Bush.

Também falámos das elites portuguesas (tema caro ao JMF e ao MST) e acabámos por concordar no óbvio – os países têm as elites que merecem. O caso Português não é excepção e só discordámos entre nós quanto ao papel reformista que as elites podem desempenhar em Portugal. Discordámos ainda quanto ao método de despertar as elites da auto-reclusão a que se votaram e citámos Eça de Queirós a esse propósito. Eu acho que as elites, por definição, não se mobilizam por decreto e é preciso nós, os comuns dos mortais, fazerem por merecer essa mais-valia.

Não podíamos ter deixado de falar no caso “TV Marcelo” o que acabou, de forma bastante reveladora, com cada conjurado a partilhar a sua experiência pessoal com as maquiavelices do Professor. Após ler o artigo de hoje do EPC no sítio do costume, cheguei à conclusão que afinal ontem em casa do Jorge só estavam mafiosos de direita sem vergonha. Desculpa lá o EPC Jorge. Ele é assim incoveniente mas até nem faz por mal.

FA

sexta-feira, outubro 08, 2004

DIA SANTO



Permitam-me interromper a histeria só para avisar que o Sr. Professor continua a fazer os seus comentários sobre a vida dos indígenas desta e de outras paróquias. E agora só mesmo ao Domingo.

FMS
Pasta medicinal Couto



Gosto da palavra “liberdade”. Sei lá. Gosto. Rola bem na língua. Tanto fica bem em canções à guitarra como em slogans de cartaz. Já “liberdade de expressão” é menos flexível. Cheira a jurídico. Tem tons de acusação.

Curioso como às vezes termos tão díspares na sua essência são utilizados ao mesmo tempo por tanta gente. Que finge dizer o que sente e sentir o que diz.

FA
O Fado Hilário

Não resisti. Ontem à noite, depois de ler tantos disparates, exageros e diatribes só tinha um remédio. Ir para o restaurante português ali ao fim da rua assistir ao Telejornal. Atenta a manifesta inabilidade de certos membros do executivo para dar uma para a caixa, tendo em conta a omnipresente catadura presidencial a velar pelo “regular funcionamento das instituições”, considerando o amplo e notório apoio de que este Governo beneficia junto das “elites intelectuais” portuguesas eu atrevia-me a aconselhar os Ministros menos seguros de sí a pensar duas vezes antes de abrir a boca. E depois a calarem deixando a política para quem dentro do Governo a sabe fazer ou a consultarem-se com quem a perceba. Ouvi dizer que ficou disponível um professor universitário que até dá uns toques.

FA

PS - O preço certo em Euros foi quase tão divertido como o noticiário. Aquele Fernando Mendes é muito engraçado de facto. Pareceu-me até um pouco mais magro.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Interrupção voluntária na transmissão da TV Marcelo



Se quiserem ler 3 postes 3 sobre o inimitavel Boris J. para desanuviar das constantes “profundas crises políticas” para as quais o nosso país parece ter uma propensão genética, vão ler estas cartas de Londres que valem bem a pena.

Ainda hoje li que o Boris não anda nada preocupado com as sugestões de que o Partido Conservador não apela ao eleitorado mais jovem. Segundo ele: “Tory is cool and Tony is not”!

FA
ALMOÇO EM BELÉM



O Eduardo pergunta: "Na sequência desta cimeira, da parte de Marcelo, apenas me interessa saber uma coisa: a ementa, qual é que foi a ementa?"
Eu toda, toda, não sei. Mas é quase certo que houve vichyssoise.

JV
PACHECO PERGUNTA BEM

Mas o Bruno pergunta melhor.

FMS
Deixa lá ver se eu percebo

Um Ministro que acusa determinado comentador político de prosseguir a sua agenda política/pessoal ao abrigo da liberdade de imprensa é trapalhão nas afirmações e rizível nas opiniões. A partir do momento em que esse comentador político se demite a questão é de uma gravidade extrema e o Ministro afinal estava a exercer pressões inadmissíveis.

Um comentador político com tempo de antena para promover os seus próprios interesses é um servidor do partido do poder ou, na melhor das hipóteses, um vaidoso. Assim que se demite por divergências inconfessáveis com quem o emprega é uma vítima inocente da fúria censória do Governo.

Os debates entre Sócrates e Santana eram maus porque não estavam representadas todas as forças políticas (com assento parlamentar?). Já os monólogos do professor eram afinal um exercício perfeitamente legítimo da liberdade de expressão.

Não. Não consigo perceber. Deve ser isto que eles chamam um “facto político”.

FA

PS – Já cá faltava a conversa das elites.

PSS – Ou a descoberta de que afinal a culpa disto tudo é do grupo radical do costume.
Sempre tive imenso jeito para dizer o óbvio



A TVI, coitadinha, nao resistiu às pressões inaceitáveis e, até, quiçá, inconstitucionais do Governo e vai daí despediu o Professor Marcelo, coitadinho, que até é bom rapaz e nunca fez mal a ninguém. Se calhar, coitadinho do Professor, vai ter de ir comentar o estado das coisas para a SIC (vejam lá a maçada), para a TSF (que horror) ou outro qualquer órgão de comunicação social que tenha a coragem de enfrentar a besta da censura governativa e de acolher tão perseguida e injustiçada personagem. Paladino da liberdade de expressão, da coerência de opinião e verdadeiro exemplo de nobreza na sua actividade política. Está-se mesmo a ver que o exílio e o silêncio é o que este Governo quer impor a quem se lhe opõe. Malandros. Criminosos. Fascistas!

FA

PS – O "fascistas!" fica sempre bem. Dá um toque de 25 de Abril à coisa.
HOW BLOODY OBVIOUS

O único comentário sensato ao Marcelogate (enfim, para mim é mais um GomesdaSilvagate) é brasileiro e involuntário:

«As pessoas em fóruns falam em “diálogo” e “debate”, e outro dia desses vi um que falou “viva o debate”. Eu queria espancar o debate. O monólogo é a única forma de conversa educada, porque pressupõe no ouvinte uma capacidade de ouvir com atenção e calar a boca uma vez na vida. Se eu dissesse algo tão embaraçoso quanto “viva o debate”, pensaria em me matar no dia seguinte. Se levaria a cabo esse plano ou não dependeria da presença de um ponto de exclamação no final dessa frase. “Viva o debate!” God, que embaraçoso. Sério mesmo, você sai de casa todo empolgado para debater? How bloody curious.»

FMS

quarta-feira, outubro 06, 2004

A GÉNESE DEFINIDA DO SOCIALISMO IRREAL



Francisco,
Não há trostkistas portugueses. Esbateram-se. Mais ou menos. É o que consta. Agora são só anticapitalistas. E chega. O Daniel Oliveira explica como é:

(...)
– Uma das questões que habitualmente se levantam resulta da procedência política diversa de muitos dos dirigentes do Bloco. Marxistas, estalinistas, trotskistas... Como é que convivem?
– Muita gente achava que o Bloco ia morrer por causa disso. Eu estava perfeitamente convicto de que seria a última coisa que mataria o Bloco. Apesar de estar perfeitamente convicto de que grande parte desses debates seriam sobre tradições e percursos que as pessoas não querem renegar e fazem bem em não renegar.
– Essas diversas identidades políticas foram esbatidas?
– As identidades enquanto grupo estão esbatidas. As diferenças políticas das pessoas, umas estão, outras não. Hoje as pessoas do Bloco sentem-se do Bloco, e acima de tudo do Bloco. – Não são nem do PSR, nem da UDP, nem da Política XXI...
(...)
– Em termos ideológicos como é que o Bloco pode ser caracterizado?
– O Bloco nasce num período de transição política e ideológica de toda a esquerda. Seria estranho que um partido nascido nessa altura fosse definido de uma forma clara do ponto de vista ideológico.
– Mas tem necessariamente uma génese.
– O Bloco nasce na falência completa do socialismo real. Num período de transformação brutal do próprio capitalismo. Eu definiria o BE como um partido anticapitalista. Se olharmos para o capitalismo e para a sua globalização do capitalismo... O BE nasce contra este capitalismo, contra a sua desregulação selvagem. Defende a liberdade e a democracia de uma forma radical.

JV


P.S.: Apesar de tanta convicção, boa, mesmo, vai ser a Conferência Nacional da Juventude do Bloco. Segundo os organizadores "Será um momento importante, pois ir-se-ão discutir variadíssimos temas onde cada um poderá expressar a sua opinião (isso é que é progresso), defendê-la (imagina!) e até (vê lá tu!) mudar de opinião."

Escreve o Filipe Nunes:

«Mas, para além do caminho da renovaçao e da "evoluçao na continuidade" (que foi a linha seguida), ainda há outra estratégia possível - que o PCP, pela sua natureza burocrática, dificilmente seguirá: a estratégia do populismo de esquerda. Uma estratégia baseada num discurso anti-sistema e antieuropeu, dirigido aos novos "descamisados", à semelhança do que têm feito, com algum sucesso, os trotskistas franceses»

Certo. Mas e os trotskistas portugueses? Não têm precisamente o mesmo discurso? Ou, por enquanto, não convém hostilizá-los? Nunca se sabe quando vamos precisar deles, não é?

FMS
RURALITY QUIZ SHOW

Quem proferiu a seguinte frase?

"Já pode dar à bomba, Senhor Presidente."

a) Dick Cheney para George W. Bush
b) Reinaldo Teles para Pinto da Costa
c) Um coreano qualquer para Kim Jong-Il
d) José Castelo Branco para Avelino Ferreira Torres

FMS
A MINHA QUINTA DAS CELEBRIDADES



FMS


O SENHOR QUE SE SEGUE?


JV

terça-feira, outubro 05, 2004

MAIS UMA EXPLICAÇÃO PARA A ELEVADA TAXA DE SUICÍDIOS

A Agência Reuters noticiou que um grupo de deputados suecos propôs a criação de um "man tax" destinado a suportar os custos sociais decorrentes da violência contra as mulheres.
A fórmula é simples e eficaz: paga quem é homem. E pronto.
"We must have a discussion where men understand they as a group have a responsibility" disse a deputada sueca Gudrun Schyman, demonstrando que a capacidade humana de elevar a estupidez a forma de arte não conhece descriminação em função da cor, credo ou sexo.
É só um género.

JV
Leitura obrigatória

Novo post na K.

FA

Aqui deixo uma homenagem ao Almirante Cândido dos Reis e o lamento sincero de que o seu gesto lúcido não tenha sido repetido pelos restantes revolucionários há 94 anos.

JV
JÁ TE VAIS EMBORA?



Carvalhas abandona liderança do partido

O secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, anunciou hoje no Faial, Açores, que vai abandonar a liderança do partido no próximo congresso, agendado para 23 de Novembro.

JV
Loser



Ontem foi um dia para esquecer. Enquanto eu trabalhava alegremente para enriquecer os cofres do Chanceler “Flash” Gordon, em Lisboa havia “tolerância de ponto”. O Fulham levou dois zero do Crystal Palace. Sim, do Crystal Palace. O Sporting empatou com o Leiria em casa e parece que estavam todos contentes com o resultado. Pior que isso perdemos o nosso primeiro jogo na London Legal League para a FSA (a entidade que regula o mercado financeiro no Reino Unido e com quem passamos o tempo às turras) após 3 vitórias consecutivas. To cap it all off, cheguei a casa tardíssimo quando resolvi telefonar a um amigo meu a dar-lhe os parabéns para mostar que não me tinha esquecido dele – acordei-o.

Tell me why I don’t like Mondays.

FA