CONVERSAS EM FAMÍLIA
Vejamos: este é um país em que o debate de pontos de vista é considerado tão natural que, de cada vez que acontece, parece ocasião especial, um sobressalto no normal decorrer da vidinha, digno de cenário rebuscado, numa fundação dedicada às artes decorativas ou num pavilhão pós-moderno semi-abandonado em subúrbio ribeirinho de luxo; este é um país em que o pensamento livre e original é motivo para risota condescendente ou para esgares arrepiados; um país em que qualquer comerciante ou académico invulgarmente bem sucedido é um D. Sebastião em potência.
Por isso, a RTP achou que o mínimo que poderia fazer era dar um programa em horário dominical privilegiado a um conhecido e amado especialista em generalidades, coleccionador e reprodutor de todas as banalidades que abundam nos espíritos dos medíocres.
Nunca percebi o que é o "serviço público". Mas parece-me indigno de qualquer tolerância.
FMS
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
domingo, fevereiro 27, 2005
NÃO ERA MAL PENSADO
Rumor malicioso ou apenas wishful thinking perverso? O PS - dizem-me - prepara-se para apresentar Vítor Constâncio como Ministro das Finanças e convidar Cavaco para o Banco de Portugal. É tentador acreditar. Difícil, porém tentador.
Tendo em conta as recentes posições de Constâncio e a intensidade e publicidade com que as mesmas foram tomadas, seria um sinal de que o PS pretenderia fazer algo de útil com a maioria absoluta e que Sócrates estaria disposto a dar cobertura à política de esforço do seu Ministro das Finanças, deixando no museu a brigada do reumático que arrastou para o Parlamento.
Por outro lado, seria um alívio para toda aquela direita que, não querendo ficar em casa em dia de Presidenciais, também não estava bem a ver como suportar o regresso do Professor.
FMS
Rumor malicioso ou apenas wishful thinking perverso? O PS - dizem-me - prepara-se para apresentar Vítor Constâncio como Ministro das Finanças e convidar Cavaco para o Banco de Portugal. É tentador acreditar. Difícil, porém tentador.
Tendo em conta as recentes posições de Constâncio e a intensidade e publicidade com que as mesmas foram tomadas, seria um sinal de que o PS pretenderia fazer algo de útil com a maioria absoluta e que Sócrates estaria disposto a dar cobertura à política de esforço do seu Ministro das Finanças, deixando no museu a brigada do reumático que arrastou para o Parlamento.
Por outro lado, seria um alívio para toda aquela direita que, não querendo ficar em casa em dia de Presidenciais, também não estava bem a ver como suportar o regresso do Professor.
FMS
POIS, JÁ NÃO VAI A TEMPO DE SER ESCORRAÇADO PARA BRUXELAS
"Chegada a casa, a TV brinda-me em directo com a declaração de Paulo Portas, beicinho tremelicante mas esforçadamente repuxado, carão pior do que nas cerimónias fúnebres de Maggiolo Gouveia e da Irmã Lúcia. Gozo duplo: pela humilhação do que há de mais oportunista e reaccionário à direita; e de admiração por mais uma magistral exibição deste grande artista português - assume a derrota e sai o mais por cima que pode, demitindo-se de líder do CDS/PP. Como se alguém acreditasse que volte costas à política: ou volta em ombros no Congresso, ou demora mais algum tempo por uma questão de oportunidade, aproveitando para fazer uma daquelas rentáveis travessias no deserto que o "amigo" Rummy gostosamente patrocinará em qualquer Georgetown, com a vantagem de lhe sobrar tempo para manipular o Indy e a imprensa que vier à rede..."
Ana Gomes
FMS
"Chegada a casa, a TV brinda-me em directo com a declaração de Paulo Portas, beicinho tremelicante mas esforçadamente repuxado, carão pior do que nas cerimónias fúnebres de Maggiolo Gouveia e da Irmã Lúcia. Gozo duplo: pela humilhação do que há de mais oportunista e reaccionário à direita; e de admiração por mais uma magistral exibição deste grande artista português - assume a derrota e sai o mais por cima que pode, demitindo-se de líder do CDS/PP. Como se alguém acreditasse que volte costas à política: ou volta em ombros no Congresso, ou demora mais algum tempo por uma questão de oportunidade, aproveitando para fazer uma daquelas rentáveis travessias no deserto que o "amigo" Rummy gostosamente patrocinará em qualquer Georgetown, com a vantagem de lhe sobrar tempo para manipular o Indy e a imprensa que vier à rede..."
Ana Gomes
FMS
sábado, fevereiro 26, 2005
O DESVIO DE CLINT
Parece que, apesar do aplauso generalizado, Million Dollar Baby anda a desiludir admiradores amiúde, principalmente entre a direita conservadora americana que há muito fez seu o ícone Clint Eastwood. Para os que ainda não viram o filme, adiante-se apenas que a solução do mesmo é pouco simpática e muito agnóstica para os senhores da Bible Belt e para as suas certezas religiosas.
Para mim, que acabo de regressar do cinema, Clint não defende a solução que filma e representa. Apenas coloca tragicamente um problema que, no limite, se nos colocará um dia a todos. E convinha que os críticos - ou, melhor, estes críticos - não se portassem como os piores dos seus inimigos. Esses sim, rejeitam A Solução porque não querem sequer conhecer O Problema.
Em todo o caso, pouco importa se Clint se desviou momentaneamente para a esquerda. Se o fez, foi para apanhar balanço. E que balanço. Million Dollar baby é um murro no estômago do qual dificilmente se recupera.
Um... dois... três... quatro... cinco... seis... sete... oito... nove... dez.
FMS
Parece que, apesar do aplauso generalizado, Million Dollar Baby anda a desiludir admiradores amiúde, principalmente entre a direita conservadora americana que há muito fez seu o ícone Clint Eastwood. Para os que ainda não viram o filme, adiante-se apenas que a solução do mesmo é pouco simpática e muito agnóstica para os senhores da Bible Belt e para as suas certezas religiosas.
Para mim, que acabo de regressar do cinema, Clint não defende a solução que filma e representa. Apenas coloca tragicamente um problema que, no limite, se nos colocará um dia a todos. E convinha que os críticos - ou, melhor, estes críticos - não se portassem como os piores dos seus inimigos. Esses sim, rejeitam A Solução porque não querem sequer conhecer O Problema.
Em todo o caso, pouco importa se Clint se desviou momentaneamente para a esquerda. Se o fez, foi para apanhar balanço. E que balanço. Million Dollar baby é um murro no estômago do qual dificilmente se recupera.
Um... dois... três... quatro... cinco... seis... sete... oito... nove... dez.
FMS
REPEAT AND REMIND, REPEAT AND REMIND, REPEAT AND REMIND
A Grande Reportagem de hoje vem com um portfólio dedicado aos momentos íntimos da campanha de Sócrates. Lá pelo meio, uma fotografia do novo PM escrevendo o discurso da vitória. Leram bem. Aquilo não foi improviso. Aquilo precisou de ser escrito.
FMS
A Grande Reportagem de hoje vem com um portfólio dedicado aos momentos íntimos da campanha de Sócrates. Lá pelo meio, uma fotografia do novo PM escrevendo o discurso da vitória. Leram bem. Aquilo não foi improviso. Aquilo precisou de ser escrito.
FMS
PORQUE A QUESTÃO DA CAÇA À RAPOSA NÃO É VERDADEIRAMENTE SOBRE A CAÇA À RAPOSA
"Conservatives are not obliged either to like fox hunting or to approve of it. However, it is uncharacteristic of a conservative to dismiss a long-standing tradition without doing what he can to find out what it involves. (...) In my view there is no argument for the banning of fox hunting that would not equally justify the banning of angling, shooting, and the keeping of that most unscrupulous of mass torturers, the domestic cat. But conservatives hesitate before banning things—even those things of which they disapprove."
Roger Scruton (vénia)
"To say that the final stages of a hunt are not in some sense cruel is to talk nonsense; but that is not the point. The extinction of hunting will lift scarcely a pebble from the mountain of British cruelty to animals. This is not about cruelty. It is a Marxian attack on something Labour absurdly believes to be a class interest. It is a selfish attempt by the Prime Minister to repay his lobotomised backbenchers for their acceptance of the war in Iraq. It is an utterly contemptible way to govern a country. I may have secretly backed the deer against the hunt, but I still want deer running through our valley on Exmoor; and if — as all the evidence suggests that it will — the deer population dwindles when there is no hunt, and the farmers shoot them to extinction, then I will hold this Labour government and all its supporters in a cold immortal resentment and hound them until I die; because they will have killed off something that is part of England for no other reason than spite. (...)
(...) This ban arises from hatred, Labour’s hatred of what they think of as ‘Old Britain’. It is an attempt to exterminate a section of our culture; not just the hunt, but everything that goes with it, the hunt balls, the hunt suppers, the Jilly Cooperesque brayings and fumblings, and the dependent livelihoods of the men and women in green tweed and badges, like characters from Lord of the Rings, who see to the hounds and the foxes and the horses and whose pride it is to ensure that we have a day’s ‘sport’. (...)
(...) It is a brutal and pointless liquidation of a way of life."
Boris Johnson (vénia)
FMS (vénia)
"Conservatives are not obliged either to like fox hunting or to approve of it. However, it is uncharacteristic of a conservative to dismiss a long-standing tradition without doing what he can to find out what it involves. (...) In my view there is no argument for the banning of fox hunting that would not equally justify the banning of angling, shooting, and the keeping of that most unscrupulous of mass torturers, the domestic cat. But conservatives hesitate before banning things—even those things of which they disapprove."
Roger Scruton (vénia)
"To say that the final stages of a hunt are not in some sense cruel is to talk nonsense; but that is not the point. The extinction of hunting will lift scarcely a pebble from the mountain of British cruelty to animals. This is not about cruelty. It is a Marxian attack on something Labour absurdly believes to be a class interest. It is a selfish attempt by the Prime Minister to repay his lobotomised backbenchers for their acceptance of the war in Iraq. It is an utterly contemptible way to govern a country. I may have secretly backed the deer against the hunt, but I still want deer running through our valley on Exmoor; and if — as all the evidence suggests that it will — the deer population dwindles when there is no hunt, and the farmers shoot them to extinction, then I will hold this Labour government and all its supporters in a cold immortal resentment and hound them until I die; because they will have killed off something that is part of England for no other reason than spite. (...)
(...) This ban arises from hatred, Labour’s hatred of what they think of as ‘Old Britain’. It is an attempt to exterminate a section of our culture; not just the hunt, but everything that goes with it, the hunt balls, the hunt suppers, the Jilly Cooperesque brayings and fumblings, and the dependent livelihoods of the men and women in green tweed and badges, like characters from Lord of the Rings, who see to the hounds and the foxes and the horses and whose pride it is to ensure that we have a day’s ‘sport’. (...)
(...) It is a brutal and pointless liquidation of a way of life."
Boris Johnson (vénia)
FMS (vénia)
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
I’m the king of the world! (and I lack some sense of perspective as well)
“Embarcaram num navio onde o "deck" estava sempre em festa mas a casa das máquinas metia água por todos os lados. Confundiram o jogo de aparências com a realidade, julgando que navegar é o mesmo que flutuar à tona.” – Miguel Sousa Tavares (no Público de hoje)
Pensei, por momentos, que MST estava a descrever os tempos áureos do guterrismo (é que parece mesmo, não é?) mas afinal era do “santanismo”, esses 5 longos meses de autêntico terror que, para todo o sempre (forever and ever, como se diz por aqui), marcarão negativamente a história de Portugal.
Estou mesmo a imaginar os meus netos a pergutar-me, estarrecidos, ó avô, tu viveste no tempo em que o Santana era 1º Ministro? Sim, respondo eu, mas tive que fugir para o exílio meus netinhos.
FA
PS – o post-scriptum do MST é de uma elegância a toda a prova. É a chamada bofetada de luva branca. Pena é que se tenha esquecido da luva.
“Embarcaram num navio onde o "deck" estava sempre em festa mas a casa das máquinas metia água por todos os lados. Confundiram o jogo de aparências com a realidade, julgando que navegar é o mesmo que flutuar à tona.” – Miguel Sousa Tavares (no Público de hoje)
Pensei, por momentos, que MST estava a descrever os tempos áureos do guterrismo (é que parece mesmo, não é?) mas afinal era do “santanismo”, esses 5 longos meses de autêntico terror que, para todo o sempre (forever and ever, como se diz por aqui), marcarão negativamente a história de Portugal.
Estou mesmo a imaginar os meus netos a pergutar-me, estarrecidos, ó avô, tu viveste no tempo em que o Santana era 1º Ministro? Sim, respondo eu, mas tive que fugir para o exílio meus netinhos.
FA
PS – o post-scriptum do MST é de uma elegância a toda a prova. É a chamada bofetada de luva branca. Pena é que se tenha esquecido da luva.
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Sheeps Clothing
O autor do Random Precision (que até é bastante “anticipated” na sua actuação e muito pouco “precise” na sua análise) dedica um post inteirinho ao movimento escotista para criticar a sua natureza militarista e sexista.
Eu percebo que a formação cívica, o espírito de camaradagem, o convívio com a natureza, a responsabilização do indivíduo, o respeito pelo próximo, o espírito de iniciativa sejam conceitos difíceis de entender e aceitar por muito boa gente. Não percebo e não posso admitir é que, disfarçado de preocupação pelo bem estar das crianças, se desenvolva um discurso intolerante e ignorante sobre um movimento que devia merecer o nosso respeito e apoio.
FA
PS – O Luís Grave Rodrigues já respondeu mas continua sem perceber a falta de fundamento da sua crítica. Primeiro, é perfeitamente possível distinguir no movimento escotista ao nível mundial diferentes organizações com diferentes critérios de admissão perfeitamente válidos e completamente distintos consosante se fale de escoteiros católicos, não-católicos, guias, escoteiros marítimos, etc. Segundo, não é pelo facto de se usarem ou não uniformes (como por exemplo em muitas escolas e até na saudosa Komsomol da antiga URSS) que os princípios e valores que apontei (e folgo saber que o Luís partilha deles) deixam de ser prosseguidos com o mesmo vigor e entusiasmo. Nada, muito menos a minha argmentação, impede o Luís de continuar a ver intenções obscuras e insidiosas no escotismo, a única coisa que eu peço é que procure ser mais atento à verdade dos factos. O movimento escotista no mundo ocidental, livre de quaisquer aproveitamentos políticos ou ideológicos, é benéfico para a esmagadora maioria dos que nele participam e para a sociedade. -FA
O autor do Random Precision (que até é bastante “anticipated” na sua actuação e muito pouco “precise” na sua análise) dedica um post inteirinho ao movimento escotista para criticar a sua natureza militarista e sexista.
Eu percebo que a formação cívica, o espírito de camaradagem, o convívio com a natureza, a responsabilização do indivíduo, o respeito pelo próximo, o espírito de iniciativa sejam conceitos difíceis de entender e aceitar por muito boa gente. Não percebo e não posso admitir é que, disfarçado de preocupação pelo bem estar das crianças, se desenvolva um discurso intolerante e ignorante sobre um movimento que devia merecer o nosso respeito e apoio.
FA
PS – O Luís Grave Rodrigues já respondeu mas continua sem perceber a falta de fundamento da sua crítica. Primeiro, é perfeitamente possível distinguir no movimento escotista ao nível mundial diferentes organizações com diferentes critérios de admissão perfeitamente válidos e completamente distintos consosante se fale de escoteiros católicos, não-católicos, guias, escoteiros marítimos, etc. Segundo, não é pelo facto de se usarem ou não uniformes (como por exemplo em muitas escolas e até na saudosa Komsomol da antiga URSS) que os princípios e valores que apontei (e folgo saber que o Luís partilha deles) deixam de ser prosseguidos com o mesmo vigor e entusiasmo. Nada, muito menos a minha argmentação, impede o Luís de continuar a ver intenções obscuras e insidiosas no escotismo, a única coisa que eu peço é que procure ser mais atento à verdade dos factos. O movimento escotista no mundo ocidental, livre de quaisquer aproveitamentos políticos ou ideológicos, é benéfico para a esmagadora maioria dos que nele participam e para a sociedade. -FA
À Direita nada de novo?
O tempo não é para grandes manifestações de pesar. Inúteis. O tempo é para pensar, muito seriamente, aquilo que a Direita tem para oferecer ao País a partir da oposição. Com responsabilidade.
Se é certo que o eleitores gostam sobretudo de quem lhes prometa não alterar muito a sua “vidinha”, não é menos verdade que essa premissa, se levada a sério do ponto de vista governativo, conduz, mais tarde ou mais cedo e consoante sopram os ventos económicos, à estagnação ou mesmo ao descalabro económico.
Já não sei aonde li que se a Direita Portuguesa não tomar cuidado seguirá o mesmo rumo que os Tories aqui no Reino Unido. Sem políticas. Sem mensagem. Sem apoio eleitoral. Não me parece que esta análise se aplique a Portugal. Os políticos são outros, o país é totalmente diferente e o próprio sistema político conduz, por si só, a realidades distintas. Além disso, a tão falada “viragem à esquerda” é mais uma ilusão de óptica estatística que uma opção ideológica do eleitorado Português. Conservador que é, está onde sempre esteve – ao centro. O centro da indefinição e das “meias tintas” onde a “vidinha” de cada um segue o seu rumo. Rumo ao infinito.
Por onde ir então? O PSD parece dar sinais de querer virar ele próprio à esquerda, seguindo a suposta inclinação do eleitorado nesse sentido e perseguindo essa quimera que é a “social-democracia”. Cada vez mais a diferença entre PS e PSD (ainda há alguma?) tende a desparecer.
Ao CDS cabe ocupar qualquer espaço político que tal estratégia crie à Direita. Para isso, pode apostar no discurso de protesto, a famosa posição anti-sistema que lhe trouxe tão bons resultados no passado mas que tem um alcance limitado pelas circunstancias exógenas que representam o estado (de alma) do PSD, a governação do País a cada momento, os ciclos económicos, a relação com os media, etc. Pode, em alternativa, continuar a construir a sua reputação como um partido viável de uma Direita moderada e reformista.
Com coragem de dizer aquilo que os Portuguese sabem ser a verdade mas que, naturalmente, não gostam de ouvir. Que Portugal é um país pobre e atrasado no quadro Europeu e, ou se reforma profundamente num sentido mais liberalizante, ou está inevitavelmente condenado à pobreza e ao atraso mais ou menos remediado por obras de fachada.
FA
O tempo não é para grandes manifestações de pesar. Inúteis. O tempo é para pensar, muito seriamente, aquilo que a Direita tem para oferecer ao País a partir da oposição. Com responsabilidade.
Se é certo que o eleitores gostam sobretudo de quem lhes prometa não alterar muito a sua “vidinha”, não é menos verdade que essa premissa, se levada a sério do ponto de vista governativo, conduz, mais tarde ou mais cedo e consoante sopram os ventos económicos, à estagnação ou mesmo ao descalabro económico.
Já não sei aonde li que se a Direita Portuguesa não tomar cuidado seguirá o mesmo rumo que os Tories aqui no Reino Unido. Sem políticas. Sem mensagem. Sem apoio eleitoral. Não me parece que esta análise se aplique a Portugal. Os políticos são outros, o país é totalmente diferente e o próprio sistema político conduz, por si só, a realidades distintas. Além disso, a tão falada “viragem à esquerda” é mais uma ilusão de óptica estatística que uma opção ideológica do eleitorado Português. Conservador que é, está onde sempre esteve – ao centro. O centro da indefinição e das “meias tintas” onde a “vidinha” de cada um segue o seu rumo. Rumo ao infinito.
Por onde ir então? O PSD parece dar sinais de querer virar ele próprio à esquerda, seguindo a suposta inclinação do eleitorado nesse sentido e perseguindo essa quimera que é a “social-democracia”. Cada vez mais a diferença entre PS e PSD (ainda há alguma?) tende a desparecer.
Ao CDS cabe ocupar qualquer espaço político que tal estratégia crie à Direita. Para isso, pode apostar no discurso de protesto, a famosa posição anti-sistema que lhe trouxe tão bons resultados no passado mas que tem um alcance limitado pelas circunstancias exógenas que representam o estado (de alma) do PSD, a governação do País a cada momento, os ciclos económicos, a relação com os media, etc. Pode, em alternativa, continuar a construir a sua reputação como um partido viável de uma Direita moderada e reformista.
Com coragem de dizer aquilo que os Portuguese sabem ser a verdade mas que, naturalmente, não gostam de ouvir. Que Portugal é um país pobre e atrasado no quadro Europeu e, ou se reforma profundamente num sentido mais liberalizante, ou está inevitavelmente condenado à pobreza e ao atraso mais ou menos remediado por obras de fachada.
FA
AGORA SIM, COMEÇO A FICAR PREOCUPADO
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, aludiu quarta-feira ao triunfo do PS nas eleições legislativas de domingo passado, considerando que os resultados foram uma «derrota do neoliberalismo».
JV
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, aludiu quarta-feira ao triunfo do PS nas eleições legislativas de domingo passado, considerando que os resultados foram uma «derrota do neoliberalismo».
JV
Ah pois é
Um grande post do António. Para ler até ao fim. Nada como uma “derrota do neo-liberalismo” (Hugo Chavez dixit) para espevitar as consciências livres. Negras nuvens se avizinham...
FA
Um grande post do António. Para ler até ao fim. Nada como uma “derrota do neo-liberalismo” (Hugo Chavez dixit) para espevitar as consciências livres. Negras nuvens se avizinham...
FA
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
terça-feira, fevereiro 22, 2005
«Yo soy cero, Dios es todo»
Morreu, esta noite, Don Luigi Giussani, aos 82 anos.
(excerto de uma entrevista)
Ochenta años. Don Gius, ¿cómo es la vida a estas alturas?
La vida a estas alturas está hecha para reconocer el nombre de Dios en todas las cosas y para reconocer el Espíritu creador que obra en ella. Así se cumplen las palabras de la poesía de Ada Negri, Mi juventud: «No te he perdido. Te has quedado,/ en el fondo de mi ser. Eres tú, pero eres otra:/ ...más bella/ Amas, y no esperas ser amada: ante cada/ flor que se abre o fruto que madura,/ o párvulo que nace, al Dios de los campos/ y las estirpes das gracias de corazón».
...
"¿Puedo saber que se espera de quien recoja el testigo?
De la Misericordia de Dios y de la Virgen me espero una persona que responda coherentemente a los contenidos de las últimas preguntas."
DBH
Morreu, esta noite, Don Luigi Giussani, aos 82 anos.
(excerto de uma entrevista)
Ochenta años. Don Gius, ¿cómo es la vida a estas alturas?
La vida a estas alturas está hecha para reconocer el nombre de Dios en todas las cosas y para reconocer el Espíritu creador que obra en ella. Así se cumplen las palabras de la poesía de Ada Negri, Mi juventud: «No te he perdido. Te has quedado,/ en el fondo de mi ser. Eres tú, pero eres otra:/ ...más bella/ Amas, y no esperas ser amada: ante cada/ flor que se abre o fruto que madura,/ o párvulo que nace, al Dios de los campos/ y las estirpes das gracias de corazón».
...
"¿Puedo saber que se espera de quien recoja el testigo?
De la Misericordia de Dios y de la Virgen me espero una persona que responda coherentemente a los contenidos de las últimas preguntas."
DBH
Houston we have a problem
Serão os dois (correcção: já vão em três) primeiros posts no País Relativo de hoje um sinal do que aí vem? Rapazes (e Mariana e Sílvia), as eleições já foram. Vocês ganharam. Convincentemente. Deixem lá o PSD e o CDS sarar as suas feridas na paz, sossego e insignificância dos seus 36%. Vocês têm um país inteirinho para salvar. Estão à espera de quê para começar a dizer aquilo em que acreditam e o que querem fazer de Portugal? Ah, estou a ver...
FA
Serão os dois (correcção: já vão em três) primeiros posts no País Relativo de hoje um sinal do que aí vem? Rapazes (e Mariana e Sílvia), as eleições já foram. Vocês ganharam. Convincentemente. Deixem lá o PSD e o CDS sarar as suas feridas na paz, sossego e insignificância dos seus 36%. Vocês têm um país inteirinho para salvar. Estão à espera de quê para começar a dizer aquilo em que acreditam e o que querem fazer de Portugal? Ah, estou a ver...
FA
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
T.P.C.
Lista de 10 coisinhas para Sócrates se ir entretendo nos intervalos dos telefonemas da praxe para as pessoas do costume:
a) real dimensão do défice público – afinal, ironia das ironias, quem cavou o buraco vai ter que o tapar;
b) a falta de chuva este Inverno – pois é caro Engenheiro, quem está no Governo até por isso é responsável;
c) reforma da segurança social e revisão da idade da reforma – será que há coragem para revelar aos Portugueses a falência do actual sistema?
d) choque tecnológio – quando, como, para quê e com que dinheiro (vide questão a) acima)?
e) combate ao desemprego – mas sem aumentar o funcionalismo público (vide questão a) acima);
f) regionalização / código do trabalho e aborto / política de drogas – estará o PS refém do PCP e BE respectivamente? Para quando a primeira manifestação convocada por SMS às portas de São Bento?
g) Totonegócio, Casa-Pia, Saco Azul de Felgueiras, Freeport – ah pois é, manter o “feelgood factor” com tantos imponderáveis judiciais não vai ser fácil;
h) quando o dinheiro faltar o que é que se vai privatizar – cuidado que lá se vão os assentos nos Conselhos de Administração!
i) co-incineração – um fait-divers ou o feitiço que se vira contra o feiticeiro?
j) Professor Marcelo e contraditório – quando tempo resistirá o Professor no canal do Sr. Coelho?
Com maioria absoluta não há nem desculpas, nem estado de graça. Daqui a uns dias falamos quando o Engenheiro tiver feito os seus telefonemas.
FA
Lista de 10 coisinhas para Sócrates se ir entretendo nos intervalos dos telefonemas da praxe para as pessoas do costume:
a) real dimensão do défice público – afinal, ironia das ironias, quem cavou o buraco vai ter que o tapar;
b) a falta de chuva este Inverno – pois é caro Engenheiro, quem está no Governo até por isso é responsável;
c) reforma da segurança social e revisão da idade da reforma – será que há coragem para revelar aos Portugueses a falência do actual sistema?
d) choque tecnológio – quando, como, para quê e com que dinheiro (vide questão a) acima)?
e) combate ao desemprego – mas sem aumentar o funcionalismo público (vide questão a) acima);
f) regionalização / código do trabalho e aborto / política de drogas – estará o PS refém do PCP e BE respectivamente? Para quando a primeira manifestação convocada por SMS às portas de São Bento?
g) Totonegócio, Casa-Pia, Saco Azul de Felgueiras, Freeport – ah pois é, manter o “feelgood factor” com tantos imponderáveis judiciais não vai ser fácil;
h) quando o dinheiro faltar o que é que se vai privatizar – cuidado que lá se vão os assentos nos Conselhos de Administração!
i) co-incineração – um fait-divers ou o feitiço que se vira contra o feiticeiro?
j) Professor Marcelo e contraditório – quando tempo resistirá o Professor no canal do Sr. Coelho?
Com maioria absoluta não há nem desculpas, nem estado de graça. Daqui a uns dias falamos quando o Engenheiro tiver feito os seus telefonemas.
FA
Pedro e Paulo
Há quem ache que Pedro Santana Lopes devia ter seguido o exemplo de Paulo Portas na noite de ontem e apresentado a sua demissão. Discordo. A situação em que PSL e PP se encontravam ontem à noite é diferente. Muito diferente.
PP estabeleceu (para seu mal) uma fasquia demasiado alta que o eleitorado não sufragou. Foi prejudicado pela fraca abstenção e penalizado pelo voto dissidente no PND. Foi uma derrota pessoal face a objectivos pessoais já que, objectivamente, o CDS até aguentou a derrocada bem melhor que o PSD. Apesar disso, como o próprio PP disse, o resultado de ontem marca o fim de um ciclo durante o qual o CDS chegou ao Governo do país, algo que há meia-dúzia de anos seria impensável. Há algo de profundamente natural e lógico na demissão de PP. No entanto, natural e lógico não significa irreversível e é quase impensável imaginar o CDS a disputar o espaço que lhe compete no espectro político nacional (entre 5% e 10%) sem a energia e o carisma de PP. A ver vamos.
PSL partiu para estas eleições num clima de autêntica guerra total. Indesejado pelo Presidente da República, ostracizado pelos notáveis do seu próprio partido e ridicularizado pela comunicação social. Com pouco mais de 6 meses na liderança do PSD e do Governo é impossível querer julgá-lo pelo trabalho que (não) fez. Fez bem em convocar o Congresso perante a hecatombe mas fez igualmente bem em afirmar que vai concorrer. Do seu ponto de vista, o seu ciclo político ainda não se iniciou e, se PSL é assim tão mau, devem ser os militantes do PSD a dizê-lo que não os eleitores portugueses a meio de uma legislatura em eleições que não em qualquer paíse civilizado não se teriam realizado. A derrota do PSD pode ter sido, em termos comparativos e emocionais, maior que a do CDS mas, convenhamos, o PSD tem um poder de encaixe e mais por onde cortar que o CDS. É e será a única alternativa autónoma aos Socialistas. Por enquanto.
FA
Há quem ache que Pedro Santana Lopes devia ter seguido o exemplo de Paulo Portas na noite de ontem e apresentado a sua demissão. Discordo. A situação em que PSL e PP se encontravam ontem à noite é diferente. Muito diferente.
PP estabeleceu (para seu mal) uma fasquia demasiado alta que o eleitorado não sufragou. Foi prejudicado pela fraca abstenção e penalizado pelo voto dissidente no PND. Foi uma derrota pessoal face a objectivos pessoais já que, objectivamente, o CDS até aguentou a derrocada bem melhor que o PSD. Apesar disso, como o próprio PP disse, o resultado de ontem marca o fim de um ciclo durante o qual o CDS chegou ao Governo do país, algo que há meia-dúzia de anos seria impensável. Há algo de profundamente natural e lógico na demissão de PP. No entanto, natural e lógico não significa irreversível e é quase impensável imaginar o CDS a disputar o espaço que lhe compete no espectro político nacional (entre 5% e 10%) sem a energia e o carisma de PP. A ver vamos.
PSL partiu para estas eleições num clima de autêntica guerra total. Indesejado pelo Presidente da República, ostracizado pelos notáveis do seu próprio partido e ridicularizado pela comunicação social. Com pouco mais de 6 meses na liderança do PSD e do Governo é impossível querer julgá-lo pelo trabalho que (não) fez. Fez bem em convocar o Congresso perante a hecatombe mas fez igualmente bem em afirmar que vai concorrer. Do seu ponto de vista, o seu ciclo político ainda não se iniciou e, se PSL é assim tão mau, devem ser os militantes do PSD a dizê-lo que não os eleitores portugueses a meio de uma legislatura em eleições que não em qualquer paíse civilizado não se teriam realizado. A derrota do PSD pode ter sido, em termos comparativos e emocionais, maior que a do CDS mas, convenhamos, o PSD tem um poder de encaixe e mais por onde cortar que o CDS. É e será a única alternativa autónoma aos Socialistas. Por enquanto.
FA
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Lembrete
A ler no JN. Ainda alguém se lembra o mal que o PS fez ao país? É só para nos irmos preparando para o que aí vem.
FA
A ler no JN. Ainda alguém se lembra o mal que o PS fez ao país? É só para nos irmos preparando para o que aí vem.
FA
Foguetes antes da festa
É difícil, em clima de campanha eleitoral e quando temos amigos envolvidos nela, manter uma perspectiva racional e equilibrada sobre a mesma, os seus intervenientes, os principais temas e as consequências para o futuro.
Os resultados só se saberão no Domingo (ou na Segunda quem sabe?) mas ninguém duvida que o PS irá ganhar. A única dúvida é a margem dessa vitória e, consequentemente, a obtenção ou não de maioria absoluta.
Independentemente da solução governativa que se venha a concretizar na sequência destas eleições, o que mais impressiona nesta campanha, para além da falta de preparação ou qualidade da maioria dos candidatos e jornalistas no terreno, é o favorecimento mediático de forças políticas minoritárias, sectárias e anti-democráticas. Espero que os Portugueses saibam ver para lá desta cortina de fumo e não sufragar nas urnas aquilo que os jornais proclamam nas primeiras páginas. 7% para o Bloco de Esquerda é mau, indesejável, perigoso e injustificado.
Aqui de longe uma parte de mim não resiste a desejar secretamente um governo de coligação à Esquerda para vacinar de vez os Portugueses contra tão improváveis governantes. No entanto a verdadeira tragédia que tal representaria para o País, que apesar da distância ainda é o meu, aconselha outra responsabilidade. Por outro lado, maioria absoluta do PS também não apetece muito...
FA
É difícil, em clima de campanha eleitoral e quando temos amigos envolvidos nela, manter uma perspectiva racional e equilibrada sobre a mesma, os seus intervenientes, os principais temas e as consequências para o futuro.
Os resultados só se saberão no Domingo (ou na Segunda quem sabe?) mas ninguém duvida que o PS irá ganhar. A única dúvida é a margem dessa vitória e, consequentemente, a obtenção ou não de maioria absoluta.
Independentemente da solução governativa que se venha a concretizar na sequência destas eleições, o que mais impressiona nesta campanha, para além da falta de preparação ou qualidade da maioria dos candidatos e jornalistas no terreno, é o favorecimento mediático de forças políticas minoritárias, sectárias e anti-democráticas. Espero que os Portugueses saibam ver para lá desta cortina de fumo e não sufragar nas urnas aquilo que os jornais proclamam nas primeiras páginas. 7% para o Bloco de Esquerda é mau, indesejável, perigoso e injustificado.
Aqui de longe uma parte de mim não resiste a desejar secretamente um governo de coligação à Esquerda para vacinar de vez os Portugueses contra tão improváveis governantes. No entanto a verdadeira tragédia que tal representaria para o País, que apesar da distância ainda é o meu, aconselha outra responsabilidade. Por outro lado, maioria absoluta do PS também não apetece muito...
FA
Foguetes antes da festa
É difícil, em clima de campanha eleitoral e quando temos amigos envolvidos nela, manter uma perspectiva racional e equilibrada sobre a mesma, os seus intervenientes, os principais temas e as consequências para o futuro.
Os resultados só se saberão no Domingo (ou na Segunda quem sabe?) mas ninguém duvida que o PS irá ganhar. A única dúvida é a margem dessa vitória e, consequentemente, a obtenção ou não de maioria absoluta.
Independentemente da solução governativa que se venha a concretizar na sequência destas eleições, o que mais impressiona nesta campanha, para além da falta de preparação ou qualidade da maioria dos candidatos e jornalistas no terreno, é o favorecimento mediático de forças políticas minoritárias, sectárias e anti-democráticas. Espero que os Portugueses saibam ver para lá desta cortina de fumo e não sufragar nas urnas aquilo que os jornais proclamam nas primeiras páginas. 7% para o Bloco de Esquerda é mau, indesejável, perigoso e injustificado.
Aqui de longe uma parte de mim não resiste a desejar secretamente um governo de coligação à Esquerda para vacinar de vez os Portugueses contra tão desaconselhados governantes. No entanto a verdadeira tragédia que tal representaria para o País, que apesar da distância ainda é o meu, aconselha outra responsabilidade. Por outro lado, maioria absoluta do PS também não apetece muito...
FA
É difícil, em clima de campanha eleitoral e quando temos amigos envolvidos nela, manter uma perspectiva racional e equilibrada sobre a mesma, os seus intervenientes, os principais temas e as consequências para o futuro.
Os resultados só se saberão no Domingo (ou na Segunda quem sabe?) mas ninguém duvida que o PS irá ganhar. A única dúvida é a margem dessa vitória e, consequentemente, a obtenção ou não de maioria absoluta.
Independentemente da solução governativa que se venha a concretizar na sequência destas eleições, o que mais impressiona nesta campanha, para além da falta de preparação ou qualidade da maioria dos candidatos e jornalistas no terreno, é o favorecimento mediático de forças políticas minoritárias, sectárias e anti-democráticas. Espero que os Portugueses saibam ver para lá desta cortina de fumo e não sufragar nas urnas aquilo que os jornais proclamam nas primeiras páginas. 7% para o Bloco de Esquerda é mau, indesejável, perigoso e injustificado.
Aqui de longe uma parte de mim não resiste a desejar secretamente um governo de coligação à Esquerda para vacinar de vez os Portugueses contra tão desaconselhados governantes. No entanto a verdadeira tragédia que tal representaria para o País, que apesar da distância ainda é o meu, aconselha outra responsabilidade. Por outro lado, maioria absoluta do PS também não apetece muito...
FA
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
Olhe que não Professor, olhe que não!
O Prof. Vital Moreira (vénia) afirma ser falácia o argumento de Paulo Portas (apupos) de que a subida eleitoral do PP (tomates podres) pode retirar a maioria absoluta ao PS (aplausos).
Para já não foi bem isso que foi dito por Paulo Portas (vaia monumental). O que ele disse foi que, courtesy of Mr Hondt (olhar intrigado), há meia-dúzia de deputados em distritos específicos onde, de acordo com as eleições anteriores, o candidato que fica de fora, por escassa margem, é o do PP (lenços brancos) e o último que entra o do PS (entusiasmo contagiante nas bancadas).
O Prof. Vital Moreira (vénia) deve ter faltado às aulas de Direito Constitucional I (ressonar) que terá ministrado no ano lectivo passado. Não se preocupe Sr. Professor (vénia), as inscrições para o curso à distância sobre o sistema eleitoral português já podem ser enviadas para oquintodosimperios@hotmail.com (vivas!). O custo é dedutível no IRS (mas não digam ao Louçã).
FA
O Prof. Vital Moreira (vénia) afirma ser falácia o argumento de Paulo Portas (apupos) de que a subida eleitoral do PP (tomates podres) pode retirar a maioria absoluta ao PS (aplausos).
Para já não foi bem isso que foi dito por Paulo Portas (vaia monumental). O que ele disse foi que, courtesy of Mr Hondt (olhar intrigado), há meia-dúzia de deputados em distritos específicos onde, de acordo com as eleições anteriores, o candidato que fica de fora, por escassa margem, é o do PP (lenços brancos) e o último que entra o do PS (entusiasmo contagiante nas bancadas).
O Prof. Vital Moreira (vénia) deve ter faltado às aulas de Direito Constitucional I (ressonar) que terá ministrado no ano lectivo passado. Não se preocupe Sr. Professor (vénia), as inscrições para o curso à distância sobre o sistema eleitoral português já podem ser enviadas para oquintodosimperios@hotmail.com (vivas!). O custo é dedutível no IRS (mas não digam ao Louçã).
FA
Tanta imparcialidade também já chateia
O sempre vigilante e eternamente imparcial Público escreve um artigo sob o título “Paulo Portas Mal Recebido na Missa Privada por Irmã Lúcia de Jesus”. Não há nada de errado com este título a não ser o pequeno pormenor do corpo da notícia em nada coincidir com ele.
Afinal, segundo Francisco Vieira (sobrinho neto da Irmã Lúcia) até parece que "O dr. Paulo Portas não foi o único não familiar que esteve dentro da igreja". "O dr. Paulo Portas manifestou o desejo, de forma discreta, de poder estar no último momento. E considerámos que o mais discreto seria este momento que se passou aqui, no Carmelo, em Coimbra."
Pelos vistos o Público insiste em querer interpretar os sentimentos e anseios mais secretos de políticos, cidadãos e, pelos vistos, até de defuntos. Para o Público não chega narrar factos, há sempre que pôr um “spin” na apresentação dos mesmos. Depois admiram-se que, volta e meia, tenham que fazer coisas destas.
FA
O sempre vigilante e eternamente imparcial Público escreve um artigo sob o título “Paulo Portas Mal Recebido na Missa Privada por Irmã Lúcia de Jesus”. Não há nada de errado com este título a não ser o pequeno pormenor do corpo da notícia em nada coincidir com ele.
Afinal, segundo Francisco Vieira (sobrinho neto da Irmã Lúcia) até parece que "O dr. Paulo Portas não foi o único não familiar que esteve dentro da igreja". "O dr. Paulo Portas manifestou o desejo, de forma discreta, de poder estar no último momento. E considerámos que o mais discreto seria este momento que se passou aqui, no Carmelo, em Coimbra."
Pelos vistos o Público insiste em querer interpretar os sentimentos e anseios mais secretos de políticos, cidadãos e, pelos vistos, até de defuntos. Para o Público não chega narrar factos, há sempre que pôr um “spin” na apresentação dos mesmos. Depois admiram-se que, volta e meia, tenham que fazer coisas destas.
FA
O "Quinto dos Impérios" feito pelos seus leitores
Da leitora RMR chegou-nos a seguinte missiva de encorajamento e apoio a propósito do nosso post sobre este artigo no Público: “seguindo a sua sugestão, fui espreitar o tal artigo num intervalo das minhas lides. Pelas suas palavras, adivinhava-o realmente mau; tem toda a razão: é mau de mais. A "especialista em questões de género" esmerou-se a destilar o seu veneno. (...) Bem vistas as coisas, outra coisa não seria de esperar de um dos componentes da santíssima trindade mediática: Público, Expresso e SIC. A superioridadezinha que eles se arrogam em relação aos políticos de direita, o modo como nos querem fazer ver as coisas pela cor da lente deles... Isto, claro, sem informarem o espectador de que há, efectivamente, uma lente. (...) Com a intoxicação generalizada dos media, valha-nos a blogosfera.”
E, na sequência da nossa proposta de fazer uma “férias legiferantes” (e que jeito dariam daqui a uns meses quando o novo Governo saído das eleições tomar posse), o nosso leitor Scunha escreve que “no Estado americano do Texas há não só um, mas sim vários meses de férias legiferantes a cada ano. Não sei quantos são esses benditos meses, mas já li que sao muitos e o motivo é o de simplesmente dar um pouco de protecção e de tranquilidade aos cidadãos.” Depois de apurada investigação podemos grantir que o período legislativo em Austin, capital do Texas, é realmente curto: 140 dias a cada dois anos. Prossegue o nosso leitor “onde a lei muda a toda hora, não há lei. E os antigos, creio que os gregos da antiguidade, consideravam que não cabia aos homens redigir leis mas sim descobri-las...”
Enquanto os meus companheiros de blog andam pelas estradas desse Portugal fora em campanha, alguém tem de garantir a continuidade do serviço público Imperial. Bem hajam os nosso leitores pelas contribuições nesse sentido. Já sabem, inconfidências, ingerências, impropérios e imperiais (geladinhas) para oquintodosimperios@hotmail.com!
FA
Da leitora RMR chegou-nos a seguinte missiva de encorajamento e apoio a propósito do nosso post sobre este artigo no Público: “seguindo a sua sugestão, fui espreitar o tal artigo num intervalo das minhas lides. Pelas suas palavras, adivinhava-o realmente mau; tem toda a razão: é mau de mais. A "especialista em questões de género" esmerou-se a destilar o seu veneno. (...) Bem vistas as coisas, outra coisa não seria de esperar de um dos componentes da santíssima trindade mediática: Público, Expresso e SIC. A superioridadezinha que eles se arrogam em relação aos políticos de direita, o modo como nos querem fazer ver as coisas pela cor da lente deles... Isto, claro, sem informarem o espectador de que há, efectivamente, uma lente. (...) Com a intoxicação generalizada dos media, valha-nos a blogosfera.”
E, na sequência da nossa proposta de fazer uma “férias legiferantes” (e que jeito dariam daqui a uns meses quando o novo Governo saído das eleições tomar posse), o nosso leitor Scunha escreve que “no Estado americano do Texas há não só um, mas sim vários meses de férias legiferantes a cada ano. Não sei quantos são esses benditos meses, mas já li que sao muitos e o motivo é o de simplesmente dar um pouco de protecção e de tranquilidade aos cidadãos.” Depois de apurada investigação podemos grantir que o período legislativo em Austin, capital do Texas, é realmente curto: 140 dias a cada dois anos. Prossegue o nosso leitor “onde a lei muda a toda hora, não há lei. E os antigos, creio que os gregos da antiguidade, consideravam que não cabia aos homens redigir leis mas sim descobri-las...”
Enquanto os meus companheiros de blog andam pelas estradas desse Portugal fora em campanha, alguém tem de garantir a continuidade do serviço público Imperial. Bem hajam os nosso leitores pelas contribuições nesse sentido. Já sabem, inconfidências, ingerências, impropérios e imperiais (geladinhas) para oquintodosimperios@hotmail.com!
FA
O Processo
Do ponto de vista legal, está praticamente concluído o processo legislativo (e respectivas impugnações) que culminará com a entrada em vigor em Inglaterra a 18 de Fevereiro da proibição da caça a raposa com cães, caça à lebre com galgos e outras modalidades tradicionais de caça.
Daqui para a frente vamos ter a desobediência civil por um lado e a deslocação das actividades ora proibidas para França por outro. Para além da clara, inequívoca e assumida violação da lei ou do acatamento pacífico da proibição enquanto os prevaricadores vão fazer exactamente o mesmo para outras paragens, temos ainda a sempre popular interpretação habilidosa da lei.
Dado o seu carácter de restrição de liberdades e garantias, a lei, sob pena de fechar completamente o acesso ao meio rural, acaba por permitir a prática dos actos que visa probir. É que a lei diz qualquer coisa como. “quem utilizar cães com a intenção de perseguir e matar uma raposa será punido etc”. Ora, está bom de ver, que o que os donos de matilhas e respectivos associados vão fazer é promover encontros em que a unica intenção será passear nos seus cavalos, com os seus cães, através das suas terras. Sem qualquer intenção de caçar raposas como é óbvio. No entanto, se os cães farejarem uma raposa e, respondendo ao instinto, largarem atrás da pista a lei não se aplica. por falta do elemento volitivo Tally-ho!
Estão a ver não estão? Uns a cavalo atrás dos cães a dizer que não tinham intenção e que só querem cumprir a lei e chegar à raposa antes dos malvados dos cães. Os animais das sociedades protectoras, de câmara de vídeo na mão, a tentar provar que havia intenção, que os cavalos deviam ser açaimados, os cães alvo de processo crime e os caçadores abatidos. Os membros da polícia local (que não estiverem nas suas propriedades, com os seus cavalos e a passear com os seus cães) a tentar separar as duas facções. Isto, claro, enquanto as raposas olham por detrás de um arbusto á espera da melhor oportunidade para ir roubar as lancheiras dos jornalistas que se deslocaram em massa para assistir e dar ao mundo o espectáculo da conversão forçada do meio rural á civilização.
Agora é que isto vai ficar engraçado.
FA
Do ponto de vista legal, está praticamente concluído o processo legislativo (e respectivas impugnações) que culminará com a entrada em vigor em Inglaterra a 18 de Fevereiro da proibição da caça a raposa com cães, caça à lebre com galgos e outras modalidades tradicionais de caça.
Daqui para a frente vamos ter a desobediência civil por um lado e a deslocação das actividades ora proibidas para França por outro. Para além da clara, inequívoca e assumida violação da lei ou do acatamento pacífico da proibição enquanto os prevaricadores vão fazer exactamente o mesmo para outras paragens, temos ainda a sempre popular interpretação habilidosa da lei.
Dado o seu carácter de restrição de liberdades e garantias, a lei, sob pena de fechar completamente o acesso ao meio rural, acaba por permitir a prática dos actos que visa probir. É que a lei diz qualquer coisa como. “quem utilizar cães com a intenção de perseguir e matar uma raposa será punido etc”. Ora, está bom de ver, que o que os donos de matilhas e respectivos associados vão fazer é promover encontros em que a unica intenção será passear nos seus cavalos, com os seus cães, através das suas terras. Sem qualquer intenção de caçar raposas como é óbvio. No entanto, se os cães farejarem uma raposa e, respondendo ao instinto, largarem atrás da pista a lei não se aplica. por falta do elemento volitivo Tally-ho!
Estão a ver não estão? Uns a cavalo atrás dos cães a dizer que não tinham intenção e que só querem cumprir a lei e chegar à raposa antes dos malvados dos cães. Os animais das sociedades protectoras, de câmara de vídeo na mão, a tentar provar que havia intenção, que os cavalos deviam ser açaimados, os cães alvo de processo crime e os caçadores abatidos. Os membros da polícia local (que não estiverem nas suas propriedades, com os seus cavalos e a passear com os seus cães) a tentar separar as duas facções. Isto, claro, enquanto as raposas olham por detrás de um arbusto á espera da melhor oportunidade para ir roubar as lancheiras dos jornalistas que se deslocaram em massa para assistir e dar ao mundo o espectáculo da conversão forçada do meio rural á civilização.
Agora é que isto vai ficar engraçado.
FA
terça-feira, fevereiro 15, 2005
O complexo de Adolfo
«Aos socialistas, fala-se-lhes em segurança e desatam a recitar poemas» -
Telmo Correia.
A esta frase, por acaso com imensa piada atenta a propensão lírica dos nossos “compagnons” desta “route” que se chama Democracia, respondeu o relativo Filipe Nunes com esta: "Aos fascistas, fala-se-lhes em cultura e sacam logo da pistola".
Ou seja, relativismo só quando nos dá jeito. Humor só quando não seja sobre nós. Afinal, ainda está bem vivo o espírito do “quem se mete connosco, leva”. Assim é fácil caro Filipe. Demasiado fácil. Demasiado próximo daquilo que é realmente ser fascista.
FA
«Aos socialistas, fala-se-lhes em segurança e desatam a recitar poemas» -
Telmo Correia.
A esta frase, por acaso com imensa piada atenta a propensão lírica dos nossos “compagnons” desta “route” que se chama Democracia, respondeu o relativo Filipe Nunes com esta: "Aos fascistas, fala-se-lhes em cultura e sacam logo da pistola".
Ou seja, relativismo só quando nos dá jeito. Humor só quando não seja sobre nós. Afinal, ainda está bem vivo o espírito do “quem se mete connosco, leva”. Assim é fácil caro Filipe. Demasiado fácil. Demasiado próximo daquilo que é realmente ser fascista.
FA
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Mau de mais
Li o texto. Voltei acima e li de novo. Não pode ser verdade. Voltei a ler. È mesmo. Está publicado num jornal diário nacional. Garantem-me que de referência.
Além dos argumentos serem os mesmo de sempre. Gastos. Retorcidos. Insidiosos. Falaciosos. O estilo, esse, é incrivelmente vulgar. A roçar a obcecação. Cheio de preconceitos. Ódio até. A sanha por quem ousa pensar diferente. Quem desafia a dificuldade e assume a responsabilidade de um outro modo.
Não sou “especialista em questões de género” e nunca gerei vida (aparentemente requisitos essenciais para debater certos temas “do género”) mas é difícil ficar indiferente perante tanto fundamentalismo. Sobretudo quando se pretende combater o alegado fundamentalismo da parte contrária. Não é uma questão “de género”. É uma questão de inteligência e dignidade no debate de ideias. E já agora de boas maneiras.
FA
Li o texto. Voltei acima e li de novo. Não pode ser verdade. Voltei a ler. È mesmo. Está publicado num jornal diário nacional. Garantem-me que de referência.
Além dos argumentos serem os mesmo de sempre. Gastos. Retorcidos. Insidiosos. Falaciosos. O estilo, esse, é incrivelmente vulgar. A roçar a obcecação. Cheio de preconceitos. Ódio até. A sanha por quem ousa pensar diferente. Quem desafia a dificuldade e assume a responsabilidade de um outro modo.
Não sou “especialista em questões de género” e nunca gerei vida (aparentemente requisitos essenciais para debater certos temas “do género”) mas é difícil ficar indiferente perante tanto fundamentalismo. Sobretudo quando se pretende combater o alegado fundamentalismo da parte contrária. Não é uma questão “de género”. É uma questão de inteligência e dignidade no debate de ideias. E já agora de boas maneiras.
FA
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
Comparar – v. tr. Examinar com atenção para estabelecer as semelhanças ou diferenças ou relações
O Rui Branco diz no seu post “As pescadinhas de rabo na boca também têm espinhas”: “Qual é o problema do Bloco? Sim, porque se o PP também esteve no governo, não vejo que ameaça à democracia o Bloco, indo para o governo em circunstâncias semelhantes, possa colocar que o PP não coloque já, mas em bom.”
O Rui vem agora dizer, em resposta ao meu post (O Bloco Relativo), que não tinha feito nenhuma comparação entre o BE e o PP. O único argumento que queria explorar, diz o Rui, é que o BE representa uma ameaça à democracia tão insignificante ou menor do que o PP. Acaba dizendo que a minha advertência para as diferenças de estilo, ideologia e metodologia entre o BE e o PS, PSD e PP são uma cópia do “discurso simétrico tão típico do PCP, à esquerda”. Presumo que também isto não seja uma comparação.
Enfim, com ou sei comparações, o que é preocupante é que se insista em ver qualquer ponta de bondade no(s) projecto(s) político(s) do BE. O que é sinistro é que, apesar da(s) sua(s) história(s) ainda haja quem duvide que o modelo social alternativo proposto pelo BE se faria com a exclusão (e eliminação?) de quem não se reconhecesse nesse modelo (qualquer que ele fosse – o da UDP ou do PSR?). Isto não é um discurso moralista. É análise política. Como diz o meu avô (pessoa, como eu, com pouca pachorra para discursos moralistas) a única diferença entre o Trotsky e o Estaline é que o Estaline foi mais rápido a pegar na pistola.
Já sei que o Rui não gosta de comparações (afinal tudo é relativo) portanto vou abandonar esta linha de argumentação e deixar a sugestão para que leia o que o Carlos MacGuffin escreveu aqui. Eu bem sei que o Rui escreve para um blog chamado País Relativo, não quero é acreditar que se tenha que ser relativista militante para lá escrever.
FA
O Rui Branco diz no seu post “As pescadinhas de rabo na boca também têm espinhas”: “Qual é o problema do Bloco? Sim, porque se o PP também esteve no governo, não vejo que ameaça à democracia o Bloco, indo para o governo em circunstâncias semelhantes, possa colocar que o PP não coloque já, mas em bom.”
O Rui vem agora dizer, em resposta ao meu post (O Bloco Relativo), que não tinha feito nenhuma comparação entre o BE e o PP. O único argumento que queria explorar, diz o Rui, é que o BE representa uma ameaça à democracia tão insignificante ou menor do que o PP. Acaba dizendo que a minha advertência para as diferenças de estilo, ideologia e metodologia entre o BE e o PS, PSD e PP são uma cópia do “discurso simétrico tão típico do PCP, à esquerda”. Presumo que também isto não seja uma comparação.
Enfim, com ou sei comparações, o que é preocupante é que se insista em ver qualquer ponta de bondade no(s) projecto(s) político(s) do BE. O que é sinistro é que, apesar da(s) sua(s) história(s) ainda haja quem duvide que o modelo social alternativo proposto pelo BE se faria com a exclusão (e eliminação?) de quem não se reconhecesse nesse modelo (qualquer que ele fosse – o da UDP ou do PSR?). Isto não é um discurso moralista. É análise política. Como diz o meu avô (pessoa, como eu, com pouca pachorra para discursos moralistas) a única diferença entre o Trotsky e o Estaline é que o Estaline foi mais rápido a pegar na pistola.
Já sei que o Rui não gosta de comparações (afinal tudo é relativo) portanto vou abandonar esta linha de argumentação e deixar a sugestão para que leia o que o Carlos MacGuffin escreveu aqui. Eu bem sei que o Rui escreve para um blog chamado País Relativo, não quero é acreditar que se tenha que ser relativista militante para lá escrever.
FA
O querer e o Poder
O Eng. Sócrates quer maioria absoluta. Quer um crescimento económico de 3%. Quer criar mais emprego. Quer colocar jovens nas empresas. Quer um choque tecnológico. Quer que os militares portugueses andem às ordens de Bruxelas. Quer respeitar a vontade dos Portugueses expressa nas urnas.
Ele querer quer tudo isto (e mais!). O problema é que cada vez que ele se descuida e diz o que quer, lá se lhe escapa mais um bocado de Poder.
FA
O Eng. Sócrates quer maioria absoluta. Quer um crescimento económico de 3%. Quer criar mais emprego. Quer colocar jovens nas empresas. Quer um choque tecnológico. Quer que os militares portugueses andem às ordens de Bruxelas. Quer respeitar a vontade dos Portugueses expressa nas urnas.
Ele querer quer tudo isto (e mais!). O problema é que cada vez que ele se descuida e diz o que quer, lá se lhe escapa mais um bocado de Poder.
FA
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Sempre em cima do acontecimento
O Quinto dos Impérios informa que o Príncipe Carlos anunciou hoje o seu casamento com Camilla Parker Bowles a 8 de Abril. Fica desde já definido que, ainda que Carlos seja Rei, Camilla receberá apenas o título de Duquesa da Cornualha. (Muito) mais detalhes aqui.
Digam lá que isto não é muito mais divertido que uma república?
FA (imperial correspondent)
O Quinto dos Impérios informa que o Príncipe Carlos anunciou hoje o seu casamento com Camilla Parker Bowles a 8 de Abril. Fica desde já definido que, ainda que Carlos seja Rei, Camilla receberá apenas o título de Duquesa da Cornualha. (Muito) mais detalhes aqui.
Digam lá que isto não é muito mais divertido que uma república?
FA (imperial correspondent)
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
DIES CINERUM
Peço desculpa aos que só gostam de posts curtos, felizmente não sou capaz de editar Eliot e, tenham paciência os do Bloco, sempre é Dia Santo.
DBH
Ash-Wednesday
Because I do not hope to turn again
Because I do not hope
Because I do not hope to turn
Desiring this man's gift and that man's scope
I no longer strive to strive towards such things
(Why should the aged eagle stretch its wings?)
Why should I mourn
The vanished power of the usual reign?
Because I do not hope to know again
The infirm glory of the positive hour
Because I do not think
Because I know I shall not know
The one veritable transitory power
Because I cannot drink
There, where trees flower, and springs flow, for there is nothing again
Because I know that time is always time
And place is always and only place
And what is actual is actual only for one time
And only for one place
I rejoice that things are as they are and
I renounce the blessed face
And renounce the voice
Because I cannot hope to turn again
Consequently I rejoice, having to construct something
Upon which to rejoice
And pray to God to have mercy upon us
And pray that I may forget
These matters that with myself I too much discuss
Too much explain
Because I do not hope to turn again
Let these words answer
For what is done, not to be done again
May the judgement not be too heavy upon us
Because these wings are no longer wings to fly
But merely vans to beat the air
The air which is now thoroughly small and dry
Smaller and dryer than the will
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still.
Pray for us sinners now and at the hour of our death
Pray for us now and at the hour of our death.
II
Lady, three white leopards sat under a juniper-tree
In the cool of the day, having fed to sateity
On my legs my heart my liver and that which had been contained
In the hollow round of my skull. And God said
Shall these bones live? shall these
Bones live? And that which had been contained
In the bones (which were already dry) said chirping:
Because of the goodness of this Lady
And because of her loveliness, and because
She honours the Virgin in meditation,
We shine with brightness. And I who am here dissembled
Proffer my deeds to oblivion, and my love
To the posterity of the desert and the fruit of the gourd.
It is this which recovers
My guts the strings of my eyes and the indigestible portions
Which the leopards reject. The Lady is withdrawn
In a white gown, to contemplation, in a white gown.
Let the whiteness of bones atone to forgetfulness.
There is no life in them. As I am forgotten
And would be forgotten, so I would forget
Thus devoted, concentrated in purpose. And God said
Prophesy to the wind, to the wind only for only
The wind will listen. And the bones sang chirping
With the burden of the grasshopper, saying
Lady of silences
Calm and distressed
Torn and most whole
Rose of memory
Rose of forgetfulness
Exhausted and life-giving
Worried reposeful
The single Rose
Is now the Garden
Where all loves end
Terminate torment
Of love unsatisfied
The greater torment
Of love satisfied
End of the endless
Journey to no end
Conclusion of all that
Is inconclusible
Speech without word and
Word of no speech
Grace to the Mother
For the Garden
Where all love ends.
Under a juniper-tree the bones sang, scattered and shining
We are glad to be scattered, we did little good to each other,
Under a tree in the cool of the day, with the blessing of sand,
Forgetting themselves and each other, united
In the quiet of the desert. This is the land which ye
Shall divide by lot. And neither division nor unity
Matters. This is the land. We have our inheritance.
III
At the first turning of the second stair
I turned and saw below
The same shape twisted on the banister
Under the vapour in the fetid air
Struggling with the devil of the stairs who wears
The deceitul face of hope and of despair.
At the second turning of the second stair
I left them twisting, turning below;
There were no more faces and the stair was dark,
Damp, jagged, like an old man's mouth drivelling, beyond repair,
Or the toothed gullet of an aged shark.
At the first turning of the third stair
Was a slotted window bellied like the figs's fruit
And beyond the hawthorn blossom and a pasture scene
The broadbacked figure drest in blue and green
Enchanted the maytime with an antique flute.
Blown hair is sweet, brown hair over the mouth blown,
Lilac and brown hair;
Distraction, music of the flute, stops and steps of the mind over the third stair,
Fading, fading; strength beyond hope and despair
Climbing the third stair.
Lord, I am not worthy
Lord, I am not worthy
but speak the word only.
IV
Who walked between the violet and the violet
Who walked between
The various ranks of varied green
Going in white and blue, in Mary's colour,
Talking of trivial things
In ignorance and knowledge of eternal dolour
Who moved among the others as they walked,
Who then made strong the fountains and made fresh the springs
Made cool the dry rock and made firm the sand
In blue of larkspur, blue of Mary's colour,
Sovegna vos
Here are the years that walk between, bearing
Away the fiddles and the flutes, restoring
One who moves in the time between sleep and waking, wearing
White light folded, sheathing about her, folded.
The new years walk, restoring
Through a bright cloud of tears, the years, restoring
With a new verse the ancient rhyme. Redeem
The time. Redeem
The unread vision in the higher dream
While jewelled unicorns draw by the gilded hearse.
The silent sister veiled in white and blue
Between the yews, behind the garden god,
Whose flute is breathless, bent her head and signed but spoke no word
But the fountain sprang up and the bird sang down
Redeem the time, redeem the dream
The token of the word unheard, unspoken
Till the wind shake a thousand whispers from the yew
And after this our exile
V
If the lost word is lost, if the spent word is spent
If the unheard, unspoken
Word is unspoken, unheard;
Still is the unspoken word, the Word unheard,
The Word without a word, the Word within
The world and for the world;
And the light shone in darkness and
Against the Word the unstilled world still whirled
About the centre of the silent Word.
O my people, what have I done unto thee.
Where shall the word be found, where will the word
Resound? Not here, there is not enough silence
Not on the sea or on the islands, not
On the mainland, in the desert or the rain land,
For those who walk in darkness
Both in the day time and in the night time
The right time and the right place are not here
No place of grace for those who avoid the face
No time to rejoice for those who walk among noise and deny the voice
Will the veiled sister pray for
Those who walk in darkness, who chose thee and oppose thee,
Those who are torn on the horn between season and season, time and time, between
Hour and hour, word and word, power and power, those who wait
In darkness? Will the veiled sister pray
For children at the gate
Who will not go away and cannot pray:
Pray for those who chose and oppose
O my people, what have I done unto thee.
Will the veiled sister between the slender
Yew trees pray for those who offend her
And are terrified and cannot surrender
And affirm before the world and deny between the rocks
In the last desert before the last blue rocks
The desert in the garden the garden in the desert
Of drouth, spitting from the mouth the withered apple-seed.
O my people.
VI
Although I do not hope to turn again
Although I do not hope
Although I do not hope to turn
Wavering between the profit and the loss
In this brief transit where the dreams cross
The dreamcrossed twilight between birth and dying
(Bless me father) though I do not wish to wish these things
From the wide window towards the granite shore
The white sails still fly seaward, seaward flying
Unbroken wings
And the lost heart stiffens and rejoices
In the lost lilac and the lost sea voices
And the weak spirit quickens to rebel
For the bent golden-rod and the lost sea smell
Quickens to recover
The cry of quail and the whirling plover
And the blind eye creates
The empty forms between the ivory gates
And smell renews the salt savour of the sandy earth This is the time of tension between dying and birth The place of solitude where three dreams cross Between blue rocks But when the voices shaken from the yew-tree drift away Let the other yew be shaken and reply.
Blessed sister, holy mother, spirit of the fountain, spirit of the garden,
Suffer us not to mock ourselves with falsehood
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still
Even among these rocks,
Our peace in His will
And even among these rocks
Sister, mother
And spirit of the river, spirit of the sea,
Suffer me not to be separated
And let my cry come unto Thee.
T S Eliot
Peço desculpa aos que só gostam de posts curtos, felizmente não sou capaz de editar Eliot e, tenham paciência os do Bloco, sempre é Dia Santo.
DBH
Ash-Wednesday
Because I do not hope to turn again
Because I do not hope
Because I do not hope to turn
Desiring this man's gift and that man's scope
I no longer strive to strive towards such things
(Why should the aged eagle stretch its wings?)
Why should I mourn
The vanished power of the usual reign?
Because I do not hope to know again
The infirm glory of the positive hour
Because I do not think
Because I know I shall not know
The one veritable transitory power
Because I cannot drink
There, where trees flower, and springs flow, for there is nothing again
Because I know that time is always time
And place is always and only place
And what is actual is actual only for one time
And only for one place
I rejoice that things are as they are and
I renounce the blessed face
And renounce the voice
Because I cannot hope to turn again
Consequently I rejoice, having to construct something
Upon which to rejoice
And pray to God to have mercy upon us
And pray that I may forget
These matters that with myself I too much discuss
Too much explain
Because I do not hope to turn again
Let these words answer
For what is done, not to be done again
May the judgement not be too heavy upon us
Because these wings are no longer wings to fly
But merely vans to beat the air
The air which is now thoroughly small and dry
Smaller and dryer than the will
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still.
Pray for us sinners now and at the hour of our death
Pray for us now and at the hour of our death.
II
Lady, three white leopards sat under a juniper-tree
In the cool of the day, having fed to sateity
On my legs my heart my liver and that which had been contained
In the hollow round of my skull. And God said
Shall these bones live? shall these
Bones live? And that which had been contained
In the bones (which were already dry) said chirping:
Because of the goodness of this Lady
And because of her loveliness, and because
She honours the Virgin in meditation,
We shine with brightness. And I who am here dissembled
Proffer my deeds to oblivion, and my love
To the posterity of the desert and the fruit of the gourd.
It is this which recovers
My guts the strings of my eyes and the indigestible portions
Which the leopards reject. The Lady is withdrawn
In a white gown, to contemplation, in a white gown.
Let the whiteness of bones atone to forgetfulness.
There is no life in them. As I am forgotten
And would be forgotten, so I would forget
Thus devoted, concentrated in purpose. And God said
Prophesy to the wind, to the wind only for only
The wind will listen. And the bones sang chirping
With the burden of the grasshopper, saying
Lady of silences
Calm and distressed
Torn and most whole
Rose of memory
Rose of forgetfulness
Exhausted and life-giving
Worried reposeful
The single Rose
Is now the Garden
Where all loves end
Terminate torment
Of love unsatisfied
The greater torment
Of love satisfied
End of the endless
Journey to no end
Conclusion of all that
Is inconclusible
Speech without word and
Word of no speech
Grace to the Mother
For the Garden
Where all love ends.
Under a juniper-tree the bones sang, scattered and shining
We are glad to be scattered, we did little good to each other,
Under a tree in the cool of the day, with the blessing of sand,
Forgetting themselves and each other, united
In the quiet of the desert. This is the land which ye
Shall divide by lot. And neither division nor unity
Matters. This is the land. We have our inheritance.
III
At the first turning of the second stair
I turned and saw below
The same shape twisted on the banister
Under the vapour in the fetid air
Struggling with the devil of the stairs who wears
The deceitul face of hope and of despair.
At the second turning of the second stair
I left them twisting, turning below;
There were no more faces and the stair was dark,
Damp, jagged, like an old man's mouth drivelling, beyond repair,
Or the toothed gullet of an aged shark.
At the first turning of the third stair
Was a slotted window bellied like the figs's fruit
And beyond the hawthorn blossom and a pasture scene
The broadbacked figure drest in blue and green
Enchanted the maytime with an antique flute.
Blown hair is sweet, brown hair over the mouth blown,
Lilac and brown hair;
Distraction, music of the flute, stops and steps of the mind over the third stair,
Fading, fading; strength beyond hope and despair
Climbing the third stair.
Lord, I am not worthy
Lord, I am not worthy
but speak the word only.
IV
Who walked between the violet and the violet
Who walked between
The various ranks of varied green
Going in white and blue, in Mary's colour,
Talking of trivial things
In ignorance and knowledge of eternal dolour
Who moved among the others as they walked,
Who then made strong the fountains and made fresh the springs
Made cool the dry rock and made firm the sand
In blue of larkspur, blue of Mary's colour,
Sovegna vos
Here are the years that walk between, bearing
Away the fiddles and the flutes, restoring
One who moves in the time between sleep and waking, wearing
White light folded, sheathing about her, folded.
The new years walk, restoring
Through a bright cloud of tears, the years, restoring
With a new verse the ancient rhyme. Redeem
The time. Redeem
The unread vision in the higher dream
While jewelled unicorns draw by the gilded hearse.
The silent sister veiled in white and blue
Between the yews, behind the garden god,
Whose flute is breathless, bent her head and signed but spoke no word
But the fountain sprang up and the bird sang down
Redeem the time, redeem the dream
The token of the word unheard, unspoken
Till the wind shake a thousand whispers from the yew
And after this our exile
V
If the lost word is lost, if the spent word is spent
If the unheard, unspoken
Word is unspoken, unheard;
Still is the unspoken word, the Word unheard,
The Word without a word, the Word within
The world and for the world;
And the light shone in darkness and
Against the Word the unstilled world still whirled
About the centre of the silent Word.
O my people, what have I done unto thee.
Where shall the word be found, where will the word
Resound? Not here, there is not enough silence
Not on the sea or on the islands, not
On the mainland, in the desert or the rain land,
For those who walk in darkness
Both in the day time and in the night time
The right time and the right place are not here
No place of grace for those who avoid the face
No time to rejoice for those who walk among noise and deny the voice
Will the veiled sister pray for
Those who walk in darkness, who chose thee and oppose thee,
Those who are torn on the horn between season and season, time and time, between
Hour and hour, word and word, power and power, those who wait
In darkness? Will the veiled sister pray
For children at the gate
Who will not go away and cannot pray:
Pray for those who chose and oppose
O my people, what have I done unto thee.
Will the veiled sister between the slender
Yew trees pray for those who offend her
And are terrified and cannot surrender
And affirm before the world and deny between the rocks
In the last desert before the last blue rocks
The desert in the garden the garden in the desert
Of drouth, spitting from the mouth the withered apple-seed.
O my people.
VI
Although I do not hope to turn again
Although I do not hope
Although I do not hope to turn
Wavering between the profit and the loss
In this brief transit where the dreams cross
The dreamcrossed twilight between birth and dying
(Bless me father) though I do not wish to wish these things
From the wide window towards the granite shore
The white sails still fly seaward, seaward flying
Unbroken wings
And the lost heart stiffens and rejoices
In the lost lilac and the lost sea voices
And the weak spirit quickens to rebel
For the bent golden-rod and the lost sea smell
Quickens to recover
The cry of quail and the whirling plover
And the blind eye creates
The empty forms between the ivory gates
And smell renews the salt savour of the sandy earth This is the time of tension between dying and birth The place of solitude where three dreams cross Between blue rocks But when the voices shaken from the yew-tree drift away Let the other yew be shaken and reply.
Blessed sister, holy mother, spirit of the fountain, spirit of the garden,
Suffer us not to mock ourselves with falsehood
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still
Even among these rocks,
Our peace in His will
And even among these rocks
Sister, mother
And spirit of the river, spirit of the sea,
Suffer me not to be separated
And let my cry come unto Thee.
T S Eliot
Get ready
A coisa mais importante da presença de PSL em Leiria não teve nada a ver com a campanha eleitoral. O mais importante é que a Base Aérea de Monte Real vais ser aberta à aviação civil. Seria bom que tivéssemos vôos da Ryanair e Easyjet para "Lisbon-Leiria" a €30 antes que acabe a próxima legislatura (com intervenção presidencial ou não).
FA
A coisa mais importante da presença de PSL em Leiria não teve nada a ver com a campanha eleitoral. O mais importante é que a Base Aérea de Monte Real vais ser aberta à aviação civil. Seria bom que tivéssemos vôos da Ryanair e Easyjet para "Lisbon-Leiria" a €30 antes que acabe a próxima legislatura (com intervenção presidencial ou não).
FA
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
O Bloco Relativo
O “relativo” Rui Branco escreveu um bom e um mau post. Um bom post na medida em que alerta para certas “verdades feitas” que soem ser utilizadas por todos sem que ninguém se preocupe em aferir da sua validade. Um mau post na ingénua comparação entre o PP e o BE que, podíamos dizer, é também ela mais uma dessa “verdades feitas” que o Rui parecia querer criticar de início.
É que, ao contrário do que diz o Rui, o BE não está para a Esquerda como o PP está para a Direita. Pelo menos não para a Esquerda que eu respeito como interlocutora válida no debate político democrático. Pelo menos não para a Esquerda que sempre esteve do lado certo na luta pela Liberdade. Pelo menos não para a Esquerda que, pelos vistos, lidera hoje o PS e que, por ser assim, respeitadora da Democracia e defensora da Liberdade, se incomoda, justificadamente, com a pergunta em causa.
FA
O “relativo” Rui Branco escreveu um bom e um mau post. Um bom post na medida em que alerta para certas “verdades feitas” que soem ser utilizadas por todos sem que ninguém se preocupe em aferir da sua validade. Um mau post na ingénua comparação entre o PP e o BE que, podíamos dizer, é também ela mais uma dessa “verdades feitas” que o Rui parecia querer criticar de início.
É que, ao contrário do que diz o Rui, o BE não está para a Esquerda como o PP está para a Direita. Pelo menos não para a Esquerda que eu respeito como interlocutora válida no debate político democrático. Pelo menos não para a Esquerda que sempre esteve do lado certo na luta pela Liberdade. Pelo menos não para a Esquerda que, pelos vistos, lidera hoje o PS e que, por ser assim, respeitadora da Democracia e defensora da Liberdade, se incomoda, justificadamente, com a pergunta em causa.
FA
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Mitos desfeitos numa Quinta-feira à noite
O Priorado do Sião é uma organização milenar.
PSL tem o dom da palavra.
JS percebe de ambiente.
FA
O Priorado do Sião é uma organização milenar.
PSL tem o dom da palavra.
JS percebe de ambiente.
FA
quinta-feira, fevereiro 03, 2005
POST ABSOLUTAMENTE REACCIONÁRIO
A revista "Caras" titula a estrevista que Odete Santos concede à publicação com o seguinte comentário da mais badalada das socialites sadinas: "Uma das vantagens de viver sozinha é não aturar coisas chatas". Há, de facto, um mundo entre mim e Odete. É que, para mim, uma das vantagens de não viver sozinho sempre foi não ter que fazer coisas chatas.
FMS
A revista "Caras" titula a estrevista que Odete Santos concede à publicação com o seguinte comentário da mais badalada das socialites sadinas: "Uma das vantagens de viver sozinha é não aturar coisas chatas". Há, de facto, um mundo entre mim e Odete. É que, para mim, uma das vantagens de não viver sozinho sempre foi não ter que fazer coisas chatas.
FMS
LEVADO AO COLO
O que é que se diz de um político que se finge indignado com os comentários de um outro político que aquele político sabe não quererem insinuar o que ele quer insinuar que os mesmos queriam insinuar e que se aproveita da histeria colectiva e da coincidência da sua agenda com a dos media para reforçar a insinuação no dia em que é entrevistado em canal aberto e assim se vitimizar em directo?
Lá de onde eu venho, diz-se desse político que está a ser levado ao colo.
FMS
O que é que se diz de um político que se finge indignado com os comentários de um outro político que aquele político sabe não quererem insinuar o que ele quer insinuar que os mesmos queriam insinuar e que se aproveita da histeria colectiva e da coincidência da sua agenda com a dos media para reforçar a insinuação no dia em que é entrevistado em canal aberto e assim se vitimizar em directo?
Lá de onde eu venho, diz-se desse político que está a ser levado ao colo.
FMS
O MUNDO AO CONTRÁRIO
Fiquei recentemente a saber que José Sócrates tem duas filhas, facto que seria absolutamente irrelevante não fosse a possibilidade de daí retirar duas conclusões importantes: a de que o próprio pode, assim, falar sobre o aborto; e a de que o mundo é efectivamente feito de muitas iniquidades. Há uns que podem e não querem; e outros que querem mas não podem.
FMS
Fiquei recentemente a saber que José Sócrates tem duas filhas, facto que seria absolutamente irrelevante não fosse a possibilidade de daí retirar duas conclusões importantes: a de que o próprio pode, assim, falar sobre o aborto; e a de que o mundo é efectivamente feito de muitas iniquidades. Há uns que podem e não querem; e outros que querem mas não podem.
FMS
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
CHOCOLATE NEGRO
PCP Defende Ensino Capaz de Formar o "Homem Total" de Marx.
Ora aí está mais um choque: o ideológico.
Um Chocolate em Troca do Nome de Três homens (sãos) formados de acordo com o conceito.
JV
PCP Defende Ensino Capaz de Formar o "Homem Total" de Marx.
Ora aí está mais um choque: o ideológico.
Um Chocolate em Troca do Nome de Três homens (sãos) formados de acordo com o conceito.
JV
Boa notícia “ma non troppo”
O Rui “Barnabé” Tavares veio a terreiro e disse, sem lugar a equívocos, que as eleições no Iraque eram “uma boa notícia”. Nem “excelente” nem “mais ou menos” ou “a ver vamos”. Apenas “boa”.
Sempre é melhor que nada ainda que se afirme logo a seguir que se não fosse a pressão dos pacifistas o Presidente Bush não teria permitido eleições! Não percebo. Então mas: a) se o Presidente Bush não queria eleições; b) se foram os pacifistas que conseguiram que tais eleições acontecessem; c) se as mesmas vão legitimar um governo Iraquiano que fará pressão no sentido de apressar a desocupação militar do território; d) se as eleições impedirão os EUA façam do Iraque “um Israel 2.0”, se tudo isto é verdade, a notícia é apenas boa? E se assim é para quê tantas ressalvas, qualificações e análise política? Onde estão as mensagens de SMS e as manifestações de rua?
Não contente com isto, a seguir a umas comparações mais ou menos irrelevantes com o México e o Egipto, pretende o Rui dar-nos uma lição em um fascículo sobre a libertação dos povos oprimidos. Sendo certo que concordo com os exemplos citados para atingir tal objectivo (apoio financeiro, militar e político, incentivos educativos e culturais) não deixo de estranhar que cite a transição democrática na Europa do Leste e na América Latina como modelo a seguir. E eu a pensar que a Albânia e Cuba é que era. Lá se vão as referências.
FA
O Rui “Barnabé” Tavares veio a terreiro e disse, sem lugar a equívocos, que as eleições no Iraque eram “uma boa notícia”. Nem “excelente” nem “mais ou menos” ou “a ver vamos”. Apenas “boa”.
Sempre é melhor que nada ainda que se afirme logo a seguir que se não fosse a pressão dos pacifistas o Presidente Bush não teria permitido eleições! Não percebo. Então mas: a) se o Presidente Bush não queria eleições; b) se foram os pacifistas que conseguiram que tais eleições acontecessem; c) se as mesmas vão legitimar um governo Iraquiano que fará pressão no sentido de apressar a desocupação militar do território; d) se as eleições impedirão os EUA façam do Iraque “um Israel 2.0”, se tudo isto é verdade, a notícia é apenas boa? E se assim é para quê tantas ressalvas, qualificações e análise política? Onde estão as mensagens de SMS e as manifestações de rua?
Não contente com isto, a seguir a umas comparações mais ou menos irrelevantes com o México e o Egipto, pretende o Rui dar-nos uma lição em um fascículo sobre a libertação dos povos oprimidos. Sendo certo que concordo com os exemplos citados para atingir tal objectivo (apoio financeiro, militar e político, incentivos educativos e culturais) não deixo de estranhar que cite a transição democrática na Europa do Leste e na América Latina como modelo a seguir. E eu a pensar que a Albânia e Cuba é que era. Lá se vão as referências.
FA
O Partido do Vinho
O irredutível ex-apresentador de televisão Robert Kilroy-Silk fundou um novo partido após abandonar o UKIP. Chamou-lhe Veritas. Para além da influência vinícola, não deixa de ser curioso que um partido nacionalista escolha um nome em latim e não na língua de Shakespeare. Terá sido do vinho?
FA
O irredutível ex-apresentador de televisão Robert Kilroy-Silk fundou um novo partido após abandonar o UKIP. Chamou-lhe Veritas. Para além da influência vinícola, não deixa de ser curioso que um partido nacionalista escolha um nome em latim e não na língua de Shakespeare. Terá sido do vinho?
FA
Eu sei que é tempo de campanha eleitoral mas...
Aqui ficam umas citações a propósito da votação do Plano Ibarretxe no Parlamento Espanhol:
“Este «no» es un sí a un proyecto nuevo, más integrador [que tenga como filosofía básica que] la integridad territorial de España es la integridad de los derechos de todos los ciudadanos” – José Luíz Rodrigues Zapatero, Presidente do Governo Espanhol
“Nos traen el certificado de defunción de nuestras normas de convivencia y pretenden que pactemos el tipo de entierro” – Mariano Rajoy, Presidente do PP
“El futuro nos pertenece y lo escribiremos nosotros, pactando con los demás, pero lo escribiremos nosotros con nuestro puño y letra” – Juan José Ibarretxe, Presidente do Governo Autonómico do País Basco
“Cataluña o Euskadi son nación en sí mismas, no porque así lo exprese una Constitución o un estatuto” – Joan Puigcercós, Deputado da Esquerda Republicana da Catalunha
A novela segue dentro momentos.
FA
Aqui ficam umas citações a propósito da votação do Plano Ibarretxe no Parlamento Espanhol:
“Este «no» es un sí a un proyecto nuevo, más integrador [que tenga como filosofía básica que] la integridad territorial de España es la integridad de los derechos de todos los ciudadanos” – José Luíz Rodrigues Zapatero, Presidente do Governo Espanhol
“Nos traen el certificado de defunción de nuestras normas de convivencia y pretenden que pactemos el tipo de entierro” – Mariano Rajoy, Presidente do PP
“El futuro nos pertenece y lo escribiremos nosotros, pactando con los demás, pero lo escribiremos nosotros con nuestro puño y letra” – Juan José Ibarretxe, Presidente do Governo Autonómico do País Basco
“Cataluña o Euskadi son nación en sí mismas, no porque así lo exprese una Constitución o un estatuto” – Joan Puigcercós, Deputado da Esquerda Republicana da Catalunha
A novela segue dentro momentos.
FA
O mostra como se faz
Ontem, o CM publicou esta pérola da escrita e da investigação jornalística:
"De acordo, com o Livro Guinness dos Recordes, o jovem príncipe foi rei durante 20 minutos.
“O Príncipe da Coroa Luís Filipe de Portugal foi tecnicamente Rei de Portugal (D. Luís III) durante 20 minutos, em 1 de Fevereiro de 1908. O seu pai foi alvejado nas ruas de Lisboa e morto por uma bala que lhe atravessou a carótida. O Príncipe da Coroa também ficou mortalmente ferido nesse ataque”, lê-se no famoso livro.".
A leitura aprofundada do "famoso livro" parece ter distraído a autora da peça. Gostava de lhe explicar onde se enganou. Proponho que nos encontremos no Jardim do Príncipe da Coroa para discutir o assunto. Ali, ao pé da Rua do Século.
JV
Ontem, o CM publicou esta pérola da escrita e da investigação jornalística:
"De acordo, com o Livro Guinness dos Recordes, o jovem príncipe foi rei durante 20 minutos.
“O Príncipe da Coroa Luís Filipe de Portugal foi tecnicamente Rei de Portugal (D. Luís III) durante 20 minutos, em 1 de Fevereiro de 1908. O seu pai foi alvejado nas ruas de Lisboa e morto por uma bala que lhe atravessou a carótida. O Príncipe da Coroa também ficou mortalmente ferido nesse ataque”, lê-se no famoso livro.".
A leitura aprofundada do "famoso livro" parece ter distraído a autora da peça. Gostava de lhe explicar onde se enganou. Proponho que nos encontremos no Jardim do Príncipe da Coroa para discutir o assunto. Ali, ao pé da Rua do Século.
JV
Adenda: A notícia do CM chegou-me via Descontextos, um blog intimista, socialista, de gente amiga.
terça-feira, fevereiro 01, 2005
AGORA QUE ANDA TODA A GENTE A FALAR DE COLOS
A prova de que Santana não acerta uma é que, de todas as suas virtudes, apenas consegue transmitir com sucesso aos media a sua tendência poética para a metáfora de alcofa.
"De uma ponta a outra do país, todos sentem que José Sócrates é um candidato prematuro.
Como um bebé que sai cedo da barriga da mãe e inicia a vida, Sócrates tornou-se candidato a primeiro-ministro antes do tempo".
A.J. Saraiva, Expresso, 29.01.2005
FMS
A prova de que Santana não acerta uma é que, de todas as suas virtudes, apenas consegue transmitir com sucesso aos media a sua tendência poética para a metáfora de alcofa.
"De uma ponta a outra do país, todos sentem que José Sócrates é um candidato prematuro.
Como um bebé que sai cedo da barriga da mãe e inicia a vida, Sócrates tornou-se candidato a primeiro-ministro antes do tempo".
A.J. Saraiva, Expresso, 29.01.2005
FMS
FIDELFILIAS
o vira o bico ao prego
e o omite com descaro
"A decisão da UE de suspender a "guerra do cocktail" era já esperada depois de Fidel Castro ter libertado os presos políticos e restabelecido relações diplomáticas com oito países dos 25.".(sic)
Curiosamente, também, esqueceram-se de dizer que a expressão "os presos políticos" significa apenas "alguns" e não "todos", como a notícia faz crer.
JV
o vira o bico ao prego
"A União Europeia levantou ontem por seis meses as sanções que impôs a Cuba há dois anos. Na ilha, os sectores moderados receberam bem a notícia. Mas os dissidentes não gostaram." (sic)
Curiosamente, foram também os dissidentes que não gostaram de ser oprimidos, perseguidos, presos, torturados e vilipendiados pela ditadura comunista de Cuba. É engraçado como é a esses que cabe o epíteto mais pejorativo e não aos que condescendem com os criminosos.
e o omite com descaro
"A decisão da UE de suspender a "guerra do cocktail" era já esperada depois de Fidel Castro ter libertado os presos políticos e restabelecido relações diplomáticas com oito países dos 25.".(sic)
Curiosamente, também, esqueceram-se de dizer que a expressão "os presos políticos" significa apenas "alguns" e não "todos", como a notícia faz crer.
JV
O despenhadeiro
Mais um artigo a alertar para o colapso iminente. Para o inevitável descalabro. Para a desgraça fatal.
Não concordo em regra com estas análises apocalípticas mas, de facto, os números avançados por Medina Carreira são impressionantes. Facilmente nos levam a concluir que, mais do que um choque “teconológico” ou “de valores”, o que o país precisa é de um choque eléctrico (de alta-voltagem!) para ver se sai do estupor em que se encontra.
O precipício não é um cataclismo abissal (talvez infelizmente já que tal seria a única forma de Bruxelas – ou Berlim, ou Paris, ou Madrid – tomar de vez conta deste povo que “não se governa nem se deixa governar”).
O nosso problema é antes uma ladeira inclinada que, para nosso mal, nos deixa antever o que de bom há no fim da subida mas que somos incapazes de vencer arrastados pela nossa inércia, o nosso derrotismo, o nosso fado. Essa ladeira representa um atraso cada vez maior. Leva à penúria mal remediada. Repugna com a lógica reconfortante do “pobrete mas alegrete”.
FA
Mais um artigo a alertar para o colapso iminente. Para o inevitável descalabro. Para a desgraça fatal.
Não concordo em regra com estas análises apocalípticas mas, de facto, os números avançados por Medina Carreira são impressionantes. Facilmente nos levam a concluir que, mais do que um choque “teconológico” ou “de valores”, o que o país precisa é de um choque eléctrico (de alta-voltagem!) para ver se sai do estupor em que se encontra.
O precipício não é um cataclismo abissal (talvez infelizmente já que tal seria a única forma de Bruxelas – ou Berlim, ou Paris, ou Madrid – tomar de vez conta deste povo que “não se governa nem se deixa governar”).
O nosso problema é antes uma ladeira inclinada que, para nosso mal, nos deixa antever o que de bom há no fim da subida mas que somos incapazes de vencer arrastados pela nossa inércia, o nosso derrotismo, o nosso fado. Essa ladeira representa um atraso cada vez maior. Leva à penúria mal remediada. Repugna com a lógica reconfortante do “pobrete mas alegrete”.
FA
VOU COMPRAR
o novo livro do Prof. José Adelino Maltez.
E lê-lo com gosto.
JV
P.S.: Para quem (ainda) tenha dúvidas, cá em casa torce-se pelo homem de barbas e calções azuis.
o novo livro do Prof. José Adelino Maltez.
E lê-lo com gosto.
JV
P.S.: Para quem (ainda) tenha dúvidas, cá em casa torce-se pelo homem de barbas e calções azuis.