terça-feira, setembro 30, 2003

FLASH MORONS

A relativa MVS zurziu hoje o DN por causa de uma fotomontagem que envolvia o Juiz Rui Teixeira.

"Super vergonha", disse.

Pena que outras manipulações (nomeadamente as fotográficas) não mereçam a mesma veemência por aquelas bandas.

Exemplo do que de pior se tem feito é a vergonhosa fotografia de Paulo Portas que o Público apresentou numa das suas edições do fim-de-semana (Domingo, julgo eu).

Os dirigentes do CDS qualquer dia nem um café podem pedir sem que um flash oportuno lhes fotografe a extensão do braço.

JV
TRADUÇÕES AÉREAS:

A TAP Air Portugal oferece aos seus passageiros durante os meses de Outubro/Novembro a revista "Atlantis" n.º 5, graficamente simpática.

Menos simpáticas (mais divertidas) são as duas traduções que transcrevo:

Arroz de Pato à Antiga com Queijo da Serra
Old-fashioned Duck With Rice and Serra Cheese (Cheddar Type)

(pág. 11)

Vinhos Portugueses: À Nossa Saúde
Portuguese Wines: Your Health

(pág. 78)

Haja saúde...

JV

segunda-feira, setembro 29, 2003

Fumoir - Um blog de sempre numa morada nova. O JCF sabe que enquanto tiver o Churchill na capa da Cigar no seu blog terá sempre a "undivided attention" do Quinto.

Pelo menos a esse respeito entendemo-nos!

FA

sexta-feira, setembro 26, 2003

Descrédito Mal Parado

Este blog defende “uma política com crédito”. Intenção louvável e para a qual aliás o Quinto desde já oferece a sua humilde contribuição.

Não resisto no entanto um breve comentário a dois ou três textos do Pedro Sá e do Mário Garcia que me parecem tudo menos louváveis na intenção acima identificada.

Senão vejamos.

No seu post “Mais Conservador que a encomenda” o Pedro Sá, admitindo que não é Cristão e que portanto não deve “qualificar no âmbito religioso” as posições do Católico de Direita (que eu suspeito devem ser muito diferentes das posições do Pedro Sá), acaba por fazer justamente isso que disse não querer fazer. Sem querer entrar na questão em causa (para isso ver abaixo o meu post “Na Berlinda”) digamos que não é um mau começo para quem quer credibilizar o debate.

De seguida no seu post “O Paulinho das feiras foi à RTP” o Mário Garcia mistura críticas a Paulo Portas com a economia Americana, o Comical Ali e George Bush. Qualifica ainda como demagógico e descarado o apontar da Irlanda e Espanha como exemplos a seguir. Porquê pergunto eu? Porque o Governo Português não tem copiado as medidas do Governo do Bertie Ahern ou do Aznar? Tomáramos nós estar em condições de o poder fazer. Infelizmente 6 anos de governação Socialista arruinaram essa possibilidade no curto/médio prazo irremediavelmente.

Ainda a propósito de demagogia e da afirmação, supostamente demagógica, de que o Estado “não pode gastar mais do que aquilo que produz”, o Mário Garcia aponta o exemplo dos Estados Unidos e da sua dívida externa colossal. Esquece o Mário Garcia, por pura distracção certamente, que os EUA têm o privilégio exorbitante de terem também a moeda mais transaccionada no mundo inteiro, a maior economia mundial, o mercado financeiro mais desenvolvido além de não estarem no Euro! Detalhes...

Portanto, crédito até agora ZERO! Em dois posts inteiros não está mal.

Mas não ficamos por aqui, não satisfeitos com a sua prestação a todos os títulos extraordinária, os salvadores da credibilidade na política Portuguesa tecem agora considerações sobre a figura de Amaro da Costa. Como militante (não filiado) do CDS-PP eu podia até ficar ofendido com a afirmação de que “basta ler as memórias de Freitas do Amaral para nos apercebermos do absoluto equívoco em que correm os militantes do CDS-PP”. Não bastava serem os restauradores da “política de bons costumes e pratos limpos” em Portugal, pelos vistos estes nossos amigos querem também educar os pobres militantes do CDS e levá-los de volta ao bom caminho. Se eles não fossem ateus ou agnósticos apetecia dizer que tanta bondade e magnanimidade só podem ser uma dádiva do Céu...

Para acbar, a propósito da consideração sobre se Amaro da Costa (por causa da educação - que posso confirmar é absolutamente classista e desigual no Reino Unido) votaria no Labour de Wilson/Callaghan, concordo que, “sem prejuízo da componente histórica”, possa ser um paradoxo. O probema é que é também essa componente histórica que explica essa consideração e toda a figura absolutamente ímpar de Amaro da Costa e a sua maneira de fazer política: essa sim credível e credibilizadora do regime político.

Vista tamanha sagacidade permito-me um conselho final: na análise política séria, como na vida em geral, não se pode “cut and paste” aquilo que se gosta, omitir o que não dá jeito e apresentar as coisas com o spin adequado. Ou melhor, poder pode-se, não se deve é depois andar a dizer que somos os tipos mais credíveis e honestos dos blogs nacionais.

FA
A relatividade populista

O relativo Mark Kirkby no seu post entitulado “PP: Ainda a propósito da atoarda da imigração”, tece algumas considerações acerca do fenómeno do populismo.

Diz ele que “os populismos germinan normalmente à sombra de climas de agitação social, de insegurança, de medos colectivos explorados de forma cínica e oportunista”. Independentemente do que queiramos classificar como “populismo” acho estamos todos de acordo com este pressuposto.

Afirma depois MK que “Paulo Portas e o seu PP são peritos nisto”. O “nisto” é: “agregar franjas descontentes em torno de um discurso simples, construído de modo a catalisar frustrações, a permitir a desresponsabilização colectiva e a expiar raivas e receios”. Parece ser isto o que MK entende por “populismo”. Tudo bem. Aceitemos como boa esta categorização.

Mais, segundo MK, “Portas ganha sempre com a confusão, com o empolar dos descontentamentos, com a erosão das instituições”. O populismo de Portas, de acordo com a tese de MK, anima a confusão e a instabilidade social e Portas alimenta-se disto em seu proveito.

Vamos admitir que isto tudo é verdade. Então, segundo esta e esta notícias, o país, com o CDS no Governo, deixou para trás os climas de insegurança, os medos colectivos, as frustrações... é um País mais tranquilo e menos empolado, um País melhor portanto. Ou isso ou então a argumentação do MK está errada, os seus pressupostos falseados e o seu discurso tão demagógico ou populista como o de Paulo Portas. Ou então as sondagens estão erradas. Ou então o povo Português, guiado pela oposição brilhante a este Governo liderada exemplarmente pelo PS, está finalmente a descobrir a careca ao lider do CDS.

Em que ficamos?

Eu donde estou, cá longe do outro lado do Canal Inglês (como os Ingleses lhe chamam por terem uma marinha maior), parece-me perfeitamente normal que num Governo de coligação o partido mais pequeno fique mais apagado, tenha menos visibilidade. Quererá isto dizer que a sua força eleitoral está fatalmente ferida? Não creio. O CDS já teve muitos funeriais anunciados e há certamente quem vá cantar mais elegias durante este fim de semana e nos tempos mais próximos. So what?

A verdade, e o MK sabe-o bem, é que sem um partido com capacidade governativa à direita do PSD (que só pode ser, pelo menos no quadro partidário actual, o CDS) é que ficam abertas as portas ao tal populismo e agitação da extrema-direita bafienta e caduca que teima em existir.

Aqui donde estou, cá longe no velho Reino Unido, a política mede-se em legislaturas, em décadas governativas, em ciclos políticos. Saibamos também, e saiba o PS, reconhecer a necessidade de deixar governar quem foi eleito para isso de acordo com princípios novos, ideias modernas, num ciclo diferente e com os olhos postos aqui fora. Onde eu estou. Olhando para Nascente e (pre)vendo como o sol que se levanta não é bom para Portugal. Isto nem o MK, nem o PS, nem tão pouco o Paulo Portas pode mudar. Só o País. Todo. Nem relativo. Nem imperial.

FA
For the Record

Para os novos leitores, este blog é tido e mantido por Martim Borges de Freitas e João Vacas (MBF e JV, correspondentes no Reino dos Belgas), Fernando Albino (FA, no Reino Unido), Francisco Mendes da Silva e Diogo Belford Henriques (FMS e DBH em Lisboa). Imperialismos, Impropérios e Imperiais para oquintodosimperios@hotmail.com

A Gerência

quarta-feira, setembro 24, 2003

Cão que ladra…

O WatchDog publicou no Cão de Guarda um post sobre a passagem de quatro meses sobre o primeiro interrogatório de Paulo Pedroso no âmbito do processo “Casa Pia”.

O WatchDog começa por enaltecer a forma como Paulo Pedroso não pediu imunidade parlamentar e respondeu ao Tribunal de Instrução Criminal proclamando a sua inocência. Até aqui tudo de acordo.

Não entendo no entanto a referência à “curta história de prática democrática” que supostamente nos impede de ver essa atitude como um comportamento “natural”. Para mim, que sempre vivi em Democracia (tirando alguns excessos no verão de 1975) esse comportamento é não só natural como exigível (o que aliás próprio WatchDog reconhece). Se calhar houve outros casos em que outros não actuaram da mesma forma. Se calhar. E então?

Não me lembro, por exemplo, de ver a opinião pública (ou publicada) enaltecer Paulo Portas quando prestou declarações como mera testemunha ao Tribunal no caso Moderna primeiro por escrito e depois em pessoa. Pelo contrário, lembro-me sim da autêntica novela que foi feita com o facto de Paulo Portas ter sido chamado a prestar depoimento como testemunha. O que esperava o WatchDog quando um deputado é constituído arguido num caso de pedofilia e mantido em prisão preventiva? Esperava que os meios de comunicação e os cidadãos, num espirito de solidariedade e democracia amadurecida, guardassem as suas opiniões e esperassem o normal decurso do processo judicial? Isso meu caro, nem em Portugal nem em mais lado nenhum do Mundo.

Curiosamente (ou talvez não), pela minha parte, foi isso que sempre disse e defendi. Nunca me pronunciei sobre o caso em si. Sobre a inocência ou não dos arguidos. Sobre o carácter do juíz (e não foi só um, WatchDog, foram pelo menos mais os da Relação e do Supremo). Sobre o mau estado do sistema judicial português. Sobre cabalas insondáveis. Sobre “telenovelas de jovens de cara tapada”. Tudo aquilo que disse foi justamente no sentido de deixar o processo seguir o seu rumo e dizer que, até condenado, Paulo Pedroso é inocente. É isso que a Democracia e o Estado de Direito significam.

Talvez se eu fosse do PS pensasse de forma diferente. Talvez se eu tivesse vivido antes do 25 de Abril e testemunhado manipulações judiciais já hesitasse mais na minha opinião. Talvez se eu conhecesse o Paulo Pedroso pessoalmente saísse na defesa incondicional da sua inocência contra tudo e contra todos. Talvez.

Por outro lado, aquilo que eu gostava é que todos (pessoas do PS, vítimas do fascismo e amigos do Paulo Pedroso incluídos) vissem como este processo é igual a tanto outros em que os arguidos são mantidos em prisão preventiva um, dois e mais anos à espera do julgamento que os há de inocentar. O sistema não funcionou neste caso concreto? Por aquilo que sei até tem andado bastante mais depressa do que é normal. O juíz achou válidos os pressupostos avançados pelos magistrados do Ministério Público para justificar a prisão preventiva quando não devia? A Relação e o Supremo não reviram o tema por razões técnico-formais? E então? Por mais “democracia sócio-genética” ou “enraizada” que se tenha, as decisões judiciais hão sempre de agradar a uns e desgradar a outros. Faz parte da Democracia. Da verdadeira. Daquela que custa a aceitar quando não funciona a nosso contento.

FA
Ligações Perigosas

Nos últimos dez ou quinze dias houve uma série de blogs que fizeram links aqui para o Quinto. Fica o agradecimento pois ao Ilha Perdida (obrigado pela ilustre e exclusiva companhia), Mundo Perdido (preferiamos estar nos Genialmente Geniais mas antes à Direita da Ponte que debaixo dela!), à Briosa (de certeza que o FMS está por detrás disto...), ao Contra a Corrente (não sei se concordo com as séries Inglesas indicadas: então e o “the office”?), ao Vamos Lixar Tudo (bora!), ao Tolentino (não nos faça mal que não lhe fizemos mal nenhum) e, last but not least, o 400,000 (por esta altura já dever meio milhão!).

FA
MINORITY REPORT

está um parceiro à altura do Tom Cruise para a continuação da saga:

"MINORITY REPORT II - Come on baby, light your fire".

Um regresso reforçado da equipa de combate ao pré-crime.

JV
NÓS, OS "NEO-FASCISTAS SERÔDIOS"...

Lido ontem no DN:
"Ferro exigiu «medidas preventivas» em relação a «pessoas com alguns cadastro em matéria pirómana»"

Pois. E diga lá outra vez quem é que é contra os direitos, liberdades e garantias? E, já agora, o DN não usa corrector ortográfico?
DBH
A FALTA QUE FAZEM OS COMPRIMIDOS

É verdade, pois foi.
Esqueci-me que tinha sido nesse fim-de-semana.
Mea culpa, mea culpa

JV
Esclerose precoce
Recebi esta mensagem do JV: "Não foste à rentrée?"
Não, estava contigo em Vilnius, mas também celebrámos.
DBH
Na Berlinda

Esta notícia publicada no Púbico de hoje merece reprovação imediata pelo sensacionalismo e desonestidade evidentes na discrepância entre o título e o corpo da notícia.

É bem sabido que, infelizmente, “Church bashing” está na moda e vende. Alguém me dizia outro dia: “em mais de dois mil anos de história estranho seria se não houvesse inimigos prontos a dizer mal”. Por outro lado, é também evidente que, como qualquer instituição humana (que também é), a Igreja tem problemas, defeitos, até vícios. No entanto, aquilo que importa é ter sempre presente a missão salvífica da Igreja e o seu carácter divino. Tais atributos colocam Na num nível acima de quaisquer questiúnculas pontuais.

Não perceber isso é negar o elemento transcendental que a Igreja se atribui (nós, Católicos, diríamos, atribuído por Deus à Sua Igreja). Recusar o debate na questões de fé e doutrina mas querer discutir o comportamento da Igreja face a este ou aquele problema é pois, não só cobardia, mas, acima de tudo, desonestidade.

Fico-me por aqui com duas citações do documento do Vaticano publicado pela Congregação para o Culto Divino (e não da Fé como o Público refere):

While the Magisterium highlights the undeniable qualities of popular piety, it does not hesitate to point out dangers which can affect it: lack of a sufficient number of Christian elements such as the salvific significance of the Resurrection of Christ, an awareness of belonging to the Church, the person and action of the Holy Spirit; a disproportionate interest between the Saints and the absolute sovereignty of Jesus Christ and his mysteries; lack of direct contact with Sacred Scripture; isolation from the Church's sacramental life; a dichotomy between worship and the duties of Christian life; a utilitarian view of some forms of popular piety; the use of "signs, gestures and formulae, which sometimes become excessively important or even theatrical"(71); and in certain instances, the risk of "promoting sects, or even superstition, magic, fatalism or oppression"

E, já agora, a conclusão do documento da Santa Sé:

Both parts of this Directory contain many directives, proposals, and guidelines to encourage and clarify popular piety and religiosity, and to harmonise it with the Liturgy.

In referring to specific traditions and diverse circumstances, the Directory wishes to set forth some basic presuppositions, to reiterate various directives, and to make some suggestions so as to promote fruitful pastoral activity.

With the assistance of their collaborators, especially of the rectors of shrines, it is for the Bishops to establish norms and practical guidelines in relation to this matter, taking into account local traditions and particular manifestations of popular piety and religiosity.


FA

terça-feira, setembro 23, 2003

IMPAGÁVEL

No Fio do Horizonte de segunda-feira, o impagável Prado Coelho descobriu uma coisa fabulosa: ser a favor das propinas é ser de esquerda.

Segundo a luminária "entre pagarem os beneficiários (que pertencem na sua grande maioria aos estratos sociais mais favorecidos) ou pagam todos. No actual estado das coisas parece-me que a justiça social vai no sentido da primeira hipótese - e que portanto é a ela que devemos dar o nome de esquerda. O resto é a demagogia com que se pretende não perder um comboio reivindicativo, porque não se tem a coragem de definir uma política clara. ". Hossana!!! E fez-se luz!

A brilhante tese de EPC é clara como a água e, por acaso, tem sido defendida desde há muito tempo por muita gente, maioritariamente proveniente da não-esquerda. Vá-se lá saber porquê...

Agora que EPC falou, estão safos. Foram ungidos como esquerdalhos legítimos pelo Pontifice da reflexão "progressista".

O problema é o pressuposto. Quem lhe disse a si, Eduardo, que a justiça social verdadeira (a que funciona)é de esquerda?

Sugiro a leitura ritual deste maravilhoso artigo no princípio de cada uma das futuras reuniões da Direcção Nacional da JCP, conhecido bastião neo-conservador do mais empedernido reaccionarismo de direita.

JV

segunda-feira, setembro 22, 2003

GENTE FINA: Magnífico artigo de Luís Salgado de Matos dedicado a todos aqueles para quem forças militares ou paramilitares portuguesas, só em cenários de grande delicadeza e violência generalizada, como o enclave de Bora Bora, as regiões ocupadas de Aspen ou os territórios ocupados das Seychelles.
FMS
Leitores Atentos

Fiquei hoje a saber que um amigo do meu Pai (who shall remain nameless) lê atentamente os disparates que aqui publicamos. Em conversa com o meu Pai esse amigo deu conhecimento da sua fidelidade ao Quinto e o meu Pai, claro, deu-me conhecimento disso mesmo com o orgulho paternal adequado à ocasião.

Serve o presente post para dizer a esse nosso leitor atento: Muito obrigado!

Aos demais leitores (mais ou menos atentos) fica o desafio de se identificarem aos nossos pais, amigos, namoradas ou familiares, por telefone, carta, e-mail, telegrama ou à mesa do café. Identifiquem-se! E, já agora, mandem sugestões, contribuições, comentários ou mesmo insultos para: oquintodosimperios@hotmail.com.

A Gerência agradece

FA

domingo, setembro 21, 2003

ANGOLA, motivos de uma esperança

Conheci há dias o novo Presidente da UNITA, Isaias Samakuva. Impecável no trato, Seguro na atitude. Firme nas convicções.

Em conversa, reconheceu a derrota militar do seu partido tão calmamente quanto previu a inevitabilidade da vitória do modelo ocidental sobre o afro-socialismo cleptocrático.

Depois de o seu IX Congresso ter dado um exemplo de democracia e liberdade a Angola e a toda a África, desta UNITA espera-se a mesma serenidade que transparece do seu líder e a permanente capacidade de disputar o jogo democrático. Ambição e querer não lhe falta.

Se assim for, Angola poderá vir a ser um lugar melhor para se viver. Queira Deus (e os homens!) que neste e nos outros partidos, nomeadamente o do poder, a vontade de seguir em frente e de construir um país novo, que vai animando os politicos e a sociedade civil, não seja destruída pela vileza do metal.

JV
SEM RETORNO:

Gosto de ver programas como o Big Brother ou o Ídolos, porque me reconciliam com o povo português. O país vê-se, desde 2000, diariamente invadido pelas grosserias da ralé, pelas alarvidades de inúteis em busca de glória fácil e que nutrem um olímpico desprezo por qualquer solicitação intelectual mais elaborada do que as suas miseráveis vidas e, ainda assim, continua a acreditar que o povo, através do voto universal, deve (e está preparado para) escolher aqueles que o governam.

Com estes programas, o povo tomou a TV de assalto e fez-se finalmente rei. Todos viram os seus hábitos e linguagem triunfar e, passados três anos, ainda ninguém quer regressar ao chicote.

Podemos, finalmente, dizer que Portugal é uma democracia estável. E foram os reality shows que nos mostraram isso.

Podemos ter batido no fundo, mas já não voltamos atrás.

FMS

sexta-feira, setembro 19, 2003

quarta-feira, setembro 17, 2003

In the eye of the beholder

A Direita radical caracteriza-se, na opinião de alguns, pelo “dedo apontado”, pela defesa de valores caducos como “Nação”, “Autoridade” ou “Trabalho”, pelo “ódio mal contido contra os imigrantes”. Esse radicalismo é ainda visível na legislação laboral que “escancara as portas à assimetria e à desumanização do trabalho” e na “atitude esfíngica, de continuada negligência, sobre o flagelo do desemprego”. É possível afirmar pois que temos instalada no Governo de Portugal a extrema Direita xenófoba.

Que susto! E eu que andava distraído. Ainda bem que estou longe. Aqui em terras de S.M. Britânica ao menos o Partido Trabalhista está no poder. Aqui é a esquerda que manda... será?!?!

No Reino Unido as relações laborais são quase totalmente desreguladas. Não há Código de Trabalho nem sequer Constituição escrita. Os trabalhadores têm direito a trabalhar, a receber o ordenado no fim do mês e a fazer greve quando tal for decidido por votação postal secreta dos trabalhadores. Os tribunais do Trabalho não têm que obdecer a qualquer princípio de “in dubio pro” trabalhador. Não há rendimento mínimo e as fraudes à segurança social, ó crueldade, dão direito a cadeia.

No Reino Unido não há praticamente imigração legal. Para se imigrar ou se é da União Europeia (enquanto o Reino Unido fizer parte claro está) ou então tem que se provar que não há Britânicos disponíveis ou capazes de desempenhar o trabalho em causa. Os imigrantes ilegais são mantidos em campos de concentração enquanto os seus processos de pedido de asilo político são analizados.

No Reino Unido não há uma Nação mas sim quatro nações diferentes. As Forças Armadas estão sob um comando único e, horor dos horrores, até se envolvem em guerras. Aqui há forças políciais a cavalo nos jogos de futebol e (que anacronismo!) até há uma Rainha.

No Reino Unido não há Euro, não há Constituição escrita e quase não há imigração legal. Os combóios andam atrasados e a educação é das mais caras da Europa. Medicamentos só com receita e corridas de cavalo só de fraque.

Se o Paulo Portas é de extrema-direita o Tony Blair é Primeiro Ministro do IV Reich.

O radicalismo de uns, meus amigos, está apenas na opinião de outros.

FA

sexta-feira, setembro 12, 2003

GATINHA FEDORENTA: Já agora, um beijinho para a Rita Araújo Pereira. Que tenha uma vida boa e que faça o pai sorrir muito. Pelo menos tanto quanto ele nos faz sorrir a nós.
FMS
EL PRESIDENTE: Esqueçam o Pai Soares, que o melhor candidato da esquerda às Presidenciais é Guterres. Assim como Allende, também o engenheiro levou um país à bancarrota e não abandonou o poder pela força do voto popular. Tem tudo para ser um mártir.
FMS

quinta-feira, setembro 11, 2003

MEMÓRIA: Tremo só de ler a data ali em cima. Aquele almoço rotineiro em família numa Terça-Feira em que tudo mudou. Não me apetece escrever sobre isso no blog. Aqui, onde tudo é um jogo de parada e resposta, a polémica é senhora. Há argumentos para tudo. Só que nesta questão, como em todas as questões absolutamente lineares, quem quiser refutar o óbvio só tem o caminho do grotesco. Ou seja, qualquer comentário que eu faça acerca do 11 de Setembro, terá a resposta que eu já conheço: uma tese que mete condescendência e root causes , que mete Bush e Bin Laden no mesmo saco, que mete poréns e contudos depois das condenações. Mas que, acima de tudo, mete nojo.
FMS
CINCO CONTRA UM: Tenho assistido deliciado à saída do armário de muitos pornógrafos, na sequência do comentário do João Pedro Henriques sobre a codificação dos filmes de chavascal transmitidos em noites de fim de semana pelo canal 18 (presumo que seja aquele que, em Viseu, é o 16, e, em Coimbra, o 17). Muito deu que falar, esse post. O governo é da direita calhorda, blá blá blá... o habitual. Ora, provavelmente será culpa da já clássica incapacidade deste executivo para explicar as medidas, mas a verdade é que o João Pedro não percebe nem um pouco da real intenção da decisão. Numa coisa estamos de acordo. É uma medida tipicamente de direita. É moralista. Mas não no sentido que lhe quiseram incutir. É de direita porque se recusa a dar o peixe. É moralista porque ensina a pescar. Vá lá, João Pedro, levante-se do sofá, guarde o J&B (já agora, não tem por aí uma coisita melhor? Um Jameson, um Famous Grouse?), aperalte-se e faça-se à vida. Saia de casa, conquiste, seja arrebatador na aproximação às vítimas. E, depois, não se esqueça, conte-nos tudo. Boa pescaria!
FMS
CASAMENTO DE CONVENIÊNCIA: De todos os epítetos e alcunhas com que uma certa direita se refere aos conservadores-liberais, a que mais fundo toca no meu espírito galhofeiro é a da "direita que convém à esquerda". Nunca percebi bem o alcance do ataque, mas quando leio este pessoal*, parece-me que o disparo faz ricochete.

*link cortesia do Andy.

FMS
HUMOR AUTO-FLAGELATÓRIO: Foi bonito de ver aquele passeio a três por entre a neblina matinal de Almoçageme. Clara de Sousa, Ferro Rodrigues e o cão. Gastão de sua graça. A jornalista da SIC-Notícias sublinhou a ironia politicamente incorrecta do nome do fiel amigo de Eduardo (mais um). Mas, ó Clara, vindo de quem vem, como é que queria que o pobre do canídeo se chamasse? Prudêncio? Não me parece.
FMS
VOU ALI E JÁ VENHO...
Estarei, na próxima semana, quasi incontactável. Enquanto volto a Vilnius penso na expressão alto-minhota para designar as pessoas (e suas mães) que não só escrevem blogues criminosos como ainda os transformam em placares de post-its para difamação pública.
Até para a semana,
DBH

terça-feira, setembro 09, 2003

LENCASTRE, O PALEOLÍTICO

Dediquei-me à arqueologia cibernética e encontrei nas catacumbas do fulgurante AVANTE! o célebre artigo de Manoel de Lencastre: "Nostalgia russa pelos tempos do socialismo".

Um link merecidíssimo, dada a crescente escassez de exemplares da espécie.

Outros títulos de antologia como "A vitória do Exército Vermelho permanece actual e bem viva", "Os escravos ainda não foram libertados" e "Capitalistas de acesso controlam o Pentágono" são igualmente dignos de destaque.

De ler e rir por mais.

JV

segunda-feira, setembro 08, 2003

AFORISMO 2: O real é o meu ideal.
FMS
AFORISMO 1:

As imagens de mais uma edição do Arraial do Avante - festim onde as pessoas mais feias de Portugal se juntam anualmente para dar histéricos vivas a um cadáver em decomposição - trouxeram-me à memória um pensamento ocioso de autoria do FMS-pai (mas que, pelo paradoxo intrínseco, bem podia ser do Wilde):

Abaixo o Povo, viva a Democracia!

FMS

domingo, setembro 07, 2003

MY DEAREST CHARLOTTE: Idem aspas (idem aspas).
FMS
HOMÓFOBOS E MARIALVAS: Escreve o Pedro Mexia que "a esquerda anda estranha: usa «estatizado» como insulto, condena a homenagem a um soldado porque era «desertor». Isto anda tudo às avessas.". Caro Pedro, o que é isso, perante isto?
FMS
OS MEUS AMIGOS: Nunca fui rapaz para ter aquilo que se convencionou chamar de "o melhor amigo". Aquele puto chato que passa a vida lá em casa, que vê a minha televisão, que come da minha comida, que se senta no meu sofá, que se serve dos meus brinquedos e que, em contrapartida, está lá para ouvir todas as confidências, desabafos e segredos que me permito revelar. Família obviamente à parte, sempre organizei os meus amigos à maneira socialista: um Secretário-Geral e um imenso Secretariado de perder de vista, cujos membros não estão sujeitos à mínima hierarquia entre si. A Andreia é, desde o dia 25 de Janeiro de 1994 ( tinha eu treze aninhos e mais cabelo na cabeça do que nas costas), a minha Secretária-Geral - e a designação é tudo menos descabida, já que, para além da estabilidade emocional, a ela muito se deve a satisfatória organização funcional e burocrática da minha caótica existência. Quanto aos restantes, nunca me atrevi a colocar por ordem de preferência tão diversificada, leal e dedicada falange de apoio. Se, porém, um dia fizer abater sobre os meus amigos a minha maneira de ser conservadora, só vejo um critério para organizar hierarquicamente essas hordas de fiéis: a quantidade de momentos de prazer e felicidade que cada um deles me proporciona. Hoje, o meu amigo João Bustorff, leitor assíduo deste pasquim e meu dealer favorito de ciberpirataria musical, proporcionou-me uma noite de excelência. Entregou-me, num beco mal iluminado e de uma só vez, o próximo dos Belle & Sebastian, o novo dos Super Furry Animals, o álbum de estreia a solo do Tim Burgess ( a voz dos Charlatans) e o EP dos X-WIFE ( caso raro de uma banda portuguesa a acompanhar as tendências de lá de fora em tempo real). E depois, claro, há o José Manuel Pires ( o China, para os amigos), que se desunhou para encontrar três músicas ao vivo e o single em versão demo do próximo dos Strokes, os meninos bonitos da Big Apple. Que bela noite esta. Com amigos destes, eu, se não fosse eu, tinha inveja de mim.
FMS
DISTO NINGUÉM SE QUEIXA...

O Post com este nome no Terras do Nunca, referido pelo Aviz, esquece-se de referir uma coisa: Em Israel existe liberdade de imprensa, de opinião e reunião. Podemos imaginar possível a existência, na Palestina, de grupos legalizados anti-Arafat? A escrever nos jornais ou a fazer manifestações na rua? Pois, citando o autor do Terras do Nunca: "Com isto ninguém se preocupa. Isto toda a gente acha normal."
DBH

sábado, setembro 06, 2003

NÃO INVOCAR O NOME EM VÃO (A COMUNHÃO DOS SANTOS... 2)

O PM, no seu post "NÃO INVOCAR O NOME EM VÃO", julga que discordámos da sua tese por esta ser injusta para com o Dr. Paulo Portas. Não é verdade, o problema não estava na recepção da tese, a diferença de opinião é que considero que um político católico não deve deixar de se afirmar católico enquanto político. Porque não o deve deixar de fazer enquanto Homem ou Mulher.

Longe de mim, muito longe, apreciar extremismos creacionistas do Bible Belt (e já agora, para o diálogo iniciado pela Voz, porque é que nos EUA os envangélicos são os mais conservadores e os católicos sempre foram democratas? - Billy Graham excluded), mas se a Fé só pode ser expressa dentro de casa, como é que fica a Cidade?

Longe de mim, também, sugerir a mistura da religião com a coisa pública, mistura essa que sempre estragou ambas, mas podemos discutir a "família democrata-cristã" (sim, pun mafioso intencional), começando pelo princípio, por aqui, por exemplo.
DBH
PIU-PIU: Finalmente, alguém diz alguma coisa de jeito!
AINDA MEXE: Os suspiros de alívio que se deram a escutar com a constatação de que os inúmeros rumores em torno da prolongada ausência do Pedro Mexia eram manifestamente exagerados, revelaram o quanto a blogolândia gosta do seu patriarca. Aliás, em jeito de homenagem, proponho que, no léxico corrente por estas bandas, se substitua o verbo "blogar" e respectivas formas ( todas elas, parece-me, referências onomatopaicas à unica necessidade fisiológica que um homem faz sentado e que tem tanto de vital quanto de repugnante) pelo verbo "mexer", cuja primeira e terceira pessoa do pretérito imperfeito o Pedro ostenta orgulhosamente como apelido. O que resultaria em diálogos tão interessantes como este:

- Então, pá, tens mexido?
- Pouco. Apanhei uma virose que nem me mexo!
- Há muito que não te leio. Tem havido muita polémica?
- Uns mexericos aqui e ali.
- Do que eu me lembro, aquele Mexia é que se mexia bem...
- Ainda mexe.
- E a Charlotte . Também se mexe que é uma maravilha...
- Deve ser das aulas de tango do marido argentino.
- Olha, vou ter de ir. Vê lá se te pões a mexer.

Pensem nisso.

FMS

sexta-feira, setembro 05, 2003

- Era mais um Jameson se faz favor, Sr. Albino... (parte 2)

Sobre a relação blogs/jornalismo, um post com bons links no Priorities & Frivolities: Embrace the Blogosphere
DBH

Ó MEUS AMIGOS...
Vamos lá esclarecer duas ou três coisinhas...

Os simpáticos relativos afirmam que nós, os "amigos do Paulo Portas" somos uma Coluna Infame em versão pobre. Bom, para nós, qualquer que seja a versão com que nos comparem com esse blogue, é um elogio.

Quanto ao resto: Este blogue é composto por MBF (Martim Borges de Freitas) e JV (João Vacas) em Bruxelas, FA (Fernando Albino) em Londres, FMS (Francisco Mendes da Silva) em Viseu e DBH (Diogo Belford Henriques) em Lisboa. Todos conhecemos Paulo Portas e acreditamos neste governo. As nossas posições não são as do CDS, são as nossas e, por isso, estamos no CDS.

O debate político bem o tentamos fazer, mas o nosso comentário ao que os meus amigos escrevem (ver posts O BOM TOM e A COMUNHÃO DOS SANTOS...) parece que não vos mereceu resposta. Assim, ficamos à espera, cheios de vontade de discutir a sério, sem vos chamar, apenas, de os "amigos do Ferro e do Pedroso".
DBH
PS. Ah, e podemos combinar um jantar para discutirmos discos que já não se encontram, só não sabemos é falar de surf...
TRANSPARÊNCIA: Ó Dr. Teixeira, deixe lá o ginásio e faça uma coisa como esta.
FMS

quinta-feira, setembro 04, 2003

Surrealismo

O Professor Rosas dá-nos um magnífico exemplo do estilo de escrita surreal neste artigo do Público.

Cada um tem a sua opinião, pensa o que quiser, exprime o seu pensamento da melhor maneira que pode e sabe. Fá-lo de acordo com os seus interesses, objectivos políticos e moldado (nalguns casos toldado) pela sua formação política, cultural, humana. São estas as regras do jogo democrático e da liberdade de expressão.

No essencial do seu artigo o Professor Rosas defende que o clima de instabilidade que se vive no Iraque corresponde a “uma onda quase unânime de protesto e resistência nacional” à ocupação Americana e tem pouco a haver com o “recuo de tropas de Saddam e militantes do Baas para a resistência armada”. O sentimento geral entre “Baas, xiitas anti-Saddam, sunitas, cidadãos anónimos sem partido político ou opção religiosa, antigos opositores a Saddam” é, segundo o artigo, de “condenação e resistência universal” às tropas Americanas.

No entender do Professor Rosas, a invasão Americana é a causa próxima desta “intifada iraquiana” e não pode a ONU nem os governos que apoiaram o “unilateralismo imperial dos EUA” dar qualquer contributo para a pacificação do Iraque. Tal seria, no entender do Professor Rosas, fazer das forças de polícia “uma tropa de opressão e repressão do povo iraquiano” para servir os interesses imperiais contra a “liberdade e independência do povo Iraquiano”.

A não ser um exercício de demência histérica e propaganda raivosa, o artigo é, no mínimo, desinformador e desonesto.

Em suma o argumento é: os EUA fizeram a cama agora deitem-se nela que eu não quero ter nada a ver com isso. Ou então: eu avisei que isto ia dar merda, agora amanhem-se.

Ficamos a saber que o Professor Rosas tem muito menos interesse no bem estar dos Iraquianos do que sanha e raiva contra os EUA.

O que os observadores dizem, e o Professor Rosas sabe mas omite, é que os actos de sabotagem que impedem o restabelecimento da ordem pública se devem a terroristas infiltrados no Iraque, bem coordenados e equipados, cujo único objectivo é justamente esse: impedir qualquer pax americana no Iraque.

O que os observadores constatam, e o Professor Rosas sabe mas omite, é que o Iraque, longe de ser uma Nação, é um retalho de diferentes tensões étnicas e religiosas onde, no passado sob o jugo de Saddam, só a força e a autoridade manteve a ordem. Terreno ideal para a desinformação, campanhas de ódio e terror.

Basta ver os alvos desses ataques para o perceber: tropas americanas, representantes estrangeiros, líderes religiosos elementos do Exército e Polícia próximos dos EUA, sistema de abastecimento de àgua e condutas petrolíferas.

O Professor Rosas quer ir à origem do problema. A actuação dos EUA na sua óptica. A sua actuação não foi correcta, legal ou responsável? Dou isso de barato (sem conceder). Mas isso importa porquê? Porque a sua actuação trouxe indizível sofrimento ao povo Iraquiano até então em idílico sossego? Porque as suas tropas troxeram terror e destruição a uma terra de abundância e paz? Não.

O problema chamava-se Saddam, e tem outros nomes como fundamentalismo, terrorismo, obscurantismo, autoritarismo, ditadura, opressão. A liberdade e independência do povo iraquiano está em causa? Concordo plenamente. Só que o ponto fulcral é que só os EUA tiveram a coragem de as assegurar no terreno.

Talvez seja porque, circunstancialmente, os interesses nacionais dos EUA para aí apontaram. Talvez seja porque só cidadãos verdadeiramente livres e independentes é que realmente entendem e protegem esses valores. Em qualquer dos casos, países livres e independentes como Portugal têm o dever de proteger esses valores. Seja no Iraque, na Libéria ou na Guiné-Bissau. Nem sempre é possível? No Iraque é. Hoje.

Sobre liberdade e indepenência não receberei nunca lições do Professor Rosas. O internacionalismo revolucionário comunista a mim não me diz nada e não consta que tenha muito que ver com liberdade ou independência.

FA
Então e nós?

Li esta notícia do DN e acho muito bem que se dê todo o apoio aos imigrantes em Portugal. A minha questão, confrontado que sou diariamente com a ineficácia no apoio aos emigrantes Portugueses (nos quais eu orgulhosamente me incluo), é: para quando Consulados Portugueses a funcionar em condições?

FA

quarta-feira, setembro 03, 2003

ALELUIA, ALELUIA

No seguimento do post "Comunhão dos Santos..." vejo com alegria que a minha Fé foi recompensada, que a minha Esperança era fundamentada e que Pedro Mexia regressou, com Caridade, ao seu Blog.
DBH
VOX POP

A simpática Voz que Clama (um dos meus blogues preferidos e que, ainda por cima, anuncia a responsabilidade no título), escreve:
"O Quinto dos Impérios reagiu já ao poste sobre a relação entre religião e captação de imagem (sobre este assunto nunca ouvi o caro EPC a dissertar). Mas tomou-me por uma das partes de um hipotético conflito. Acontece que nem sequer conhecia o contexto das imagens do Ministro da Defesa a ajoelhar-se. Interessa-me debater a questão. "

Caro Tiago, eu não o tomei por nenhuma parte, apenas que segue nesta estafada polémica que, sendo políticamente irrelevante, é socialmente curiosa.

Por isso escrevi que a sua contribuição é uma tentação. Ao contrário da afirmação "caro EPC", que é, manifestamente, uma hostilidade!
DBH

terça-feira, setembro 02, 2003

Advogar ou não

Eis a questão!

Diferentes visões sobre a realidade forense Inglesa que nem todos conhecem mas que todos comentam.

FA
PERGUNTA INDECENTE:

O FMS pergunta (ver dois posts atrás) se alguém toma banho no Bairro Alto. Além do facto de muitos de nós já lá termos apanhado grandes banhadas, o factor mais importante passou ao lado deste nosso imperialista de Viseu:

O problema é o Gelo! Parece-me, pois, muito bem que a EPAL peça desculpa.

DBH
A TEMPORADA

Deve ter existido um tempo em que as palavras Season e Rentrées não se referiam à política. A democratização de certas palavras não me parece implicar nenhuma melhoria para a democracia...
DBH
PERGUNTA INOCENTE: A EPAL desdobrou-se esta noite em anúncios e pedidos de desculpas por um corte no abastecimento de água à zona do Bairro Alto. Mas eu pergunto: existe alguém no Bairro Alto que tome banho?
FMS
A COMUNHÃO DOS SANTOS...

A Voz escreve que abre "as hostilidades com Mateus 5:6: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará".

Esta tentação, própria de quem prega no deserto, segue a indignação de muitos que não suportaram ver o Ministro Portas a rezar, de olhos cerrados, com os joelhos em terra. Os argumentos são quase sempre os mesmos: que foi aproveitamento, descaramento, que estava a velar por um homem que nunca conheceu, que o fez apenas para a foto.

Pedro Mexia (e este link é prova de Fé e Esperança que o PM tenha Caridade pelos seus leitores e ressuscite) publicou no Independente passado que o exercício da religião deve ser considerado um acto privado, íntimo. Não deve ser fotografado como um "happening". Tenho, no entanto, uma objecção: a Fé católica é, para além de universal, apostólica; a pertença à Igreja implica a pertença, desde o Baptismo, a uma comunidade, a um povo; é no seio deste corpo plural (corpo místico de Cristo) que se exprime a devoção pessoal.

Isto passa pela naturalidade do sentido religioso. Pela constatação do transcendente na sua história pessoal.

A experiência dramática do crescimento para a salvação passa pelo reconhecimento, humilde, da condição humana de pecador e irmão. Isto implica a oração e a súplica. Estaria Portas a rezar a Maggiolo, o homem que nunca conheceu? Claro que não, nem o poderia fazer. Estaria a rezar por si? Pelos seus? Quem sabe e, mais ainda, quem tem que ver com issso?

A pose foi construida para a foto? Ou o hábito não foi interrompido pelo fotógrafo?

Foi uma atitude descarada? Ou, podemos dar o benefício da dúvida e considerar que não se importou de dar a cara pela Fé em que crê?

Houve um aproveitamento? Espero que sim, espero que tenha aproveitado um momento de paz.

Se a exposição farisaica da piedade é condenada no versículo de Mateus, também a clausura é um carisma muito particular. A maior parte de nós, cristãos, não temos vocação para a contemplação.

Todo este meu post é passível de ser facilmente ridicularizado. Mas talvez ajude alguém a conceder que é possível haver quem pense assim. E respeite. Teria, certamente, sido mais fácil troçar do maçons, que louvam o G em segredo, sem fotógrafos a perpetuar imagens ridícula de aventais... Mas um bocadinho de certeza de mim não fará muito mal a este blogue.

Não é porque rezamos de joelhos em terra que não somos os maiores pecadores. Pelo contrário, é porque sabemos que não passamos de pecadores que rezamos tão perto do chão.

DBH
O BOM TOM

Diz o nosso velho conhecido MC que escrevemos (bom, este plural é blogático, que quem escreveu sobre isto foi o Xico) com " tom melindrado que já é habitual sempre que se belisca, mesmo que ao de leve, tão intocável e inatacável figura."

O tom, neste caso, não é melindrado, é repetitivo.

Escrevemos sobre a falta que Guterres faz desde que fugiu, resposta: Portas.
Escrevemos sobre a falta de ideias construtivas do Ferro, resposta: Portas.
Escrevemos sobre a falta de alternativas do Pai Soares, reposta: Portas.
Escrevemos sobre a falta que o telemóvel faz ao Ferro, resposta: Portas.
Escrevemos sobre a falta de clareza quanto a Abril, resposta: Portas.

O País Relativo mais parece a aldeia das badaladas.

Talvez, num ou noutro post, nos tenhamos excedido nos adjectivos para com o Secretário Geral do vosso partido, mas como este já nos chamou de serôdios, palermas, radicais, neo-liberais e neo-fascistas (num 2 em 1 cujo alcance histórico ainda não conseguimos vislumbrar) entre outros tonitroantes adjectivos... Não se consegue resistir, como quando o FMS escreveu que este não consegue "conjugar gravata-cinto-calças-sapatos".

Mas, meus amigos, eu compreendo que seja difícil de aceitar. Entendo até que frases que me parecem certas vos soem ocas, mas a realidade da música é esta: O CDS está no Governo. E a verdade é que o tom pelo qual os nossos blogues afinam chama-se democracia.

Passado um ano ainda nenhuma raça foi deportada, o hino nacional não é obrigatório antes dos jogos de futebol, a minha rua ainda não foi privatizada e o divórcio ilegalizado... mas se ainda pensam que são estas as coisas que queremos (nós, os neo-facho-liberais, nacionalistas serôdios), que só não se passaram porque o PS está alerta...

...Então levem lá a medalha da liberdade, o rebuçado de mentol e o lítium necessário para os vossos comícios, que já sabemos que esses discursos são só para consumo interno.

DBH