OS DONOS DA QUEIMA:
Cada vez que subo a Viseu, aproveito para me entregar ao docemente reaccionário prazer da preguiça. Poucos e gravosos são os motivos capazes de me dissuadirem da prática dessa virtude. Hoje, por exemplo, um assomo de zelo burocrático arrastou-me para fora da cama a horas impróprias para qualquer gentleman. Depois de ter deixado a assinatura num documento cuja importância ainda ignoro, e já no frio da rua, encontro um antigo colega de Coimbra - daqueles que entraram comigo e ainda por lá vagueiam.
Questionado por mim sobre os últimos meses, esboça tom revolucionário e fala com alegria desmedida das recentes lutas académicas que fazem a os seus dias. Correntes, cadeados, invasões e muita gritaria. A cereja em cima do bolo, anseia este eterno estudante, será a suspensão da Queima das Fitas.
Ora, eu interesso-me pouco com o destino da Queima das Fitas nas mãos destes meninos. De todas as vezes que lá fui, regressei sempre assustado e com procupação aguda em relação à minha atracção pelo abismo. O que realmente me faz escrever estas linhas é a forma como os inúteis que tomam anualmente de assalto a Associação Académica confundem o facto de serem os guardiões da tradição académica com a possibilidade de serem, de facto, os donos da mesma.
Mais: a última vez de que semelhante expediente foi lançada mão, o País vivia debaixo de uma ditadura. Os estudantes lutavam contra um regime autoritário e arriscavam o corpo e a liberdade. Se estes fedelhos que se passeiam em carros próprios, esgotam a mesada em farra permanente e se movem de forma despudorada contra uma medida da mais evidente justiça social pensam que se podem equiparar à geração de 1969, mostram que, para além da falta de humildade e conhecimento da história, manifestam um elevado grau de senilidade.
FMS
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
quarta-feira, dezembro 31, 2003
Pede-se reposta cabal à malta da cabala
Só uma pergunta aos teóricos da cabala: se o sistema judicial está todo mobilizado numa campanha contra o PS ao serviço de desígnios insondáveis então alguém me explica isto?
Das duas uma, ou acreditamos na cabala ou acreditamos na Justiça. Não vale é recorrer à Justiça nuns casos ao mesmo tempo que dizemos mal dela noutros casos ao sabor da filiação política, da natureza dos crimes em causa ou da nossa conveniência estratégica.
Só mais uma coisa: alguém me define patifaria? A última vez que fui ver não me pareceu que se adequasse a menores que alegam, ainda que errónea e injustificadamente, terem sido vitimas de abusos sexuais.
FA
Só uma pergunta aos teóricos da cabala: se o sistema judicial está todo mobilizado numa campanha contra o PS ao serviço de desígnios insondáveis então alguém me explica isto?
Das duas uma, ou acreditamos na cabala ou acreditamos na Justiça. Não vale é recorrer à Justiça nuns casos ao mesmo tempo que dizemos mal dela noutros casos ao sabor da filiação política, da natureza dos crimes em causa ou da nossa conveniência estratégica.
Só mais uma coisa: alguém me define patifaria? A última vez que fui ver não me pareceu que se adequasse a menores que alegam, ainda que errónea e injustificadamente, terem sido vitimas de abusos sexuais.
FA
terça-feira, dezembro 30, 2003
PERGUNTA, PRESUMIDAMENTE, INOCENTE
A Defesa dos acusados no processo Casa Pia afirma que o MP já tinha a acusação pronta antes de ouvir os acusados na semana passada. Os advogados receberam ontem as acusações, uma hora depois as redações noticiosas citavam a acusação.
Quem é que terá quebrado o segredo de justiça?
DBH
A Defesa dos acusados no processo Casa Pia afirma que o MP já tinha a acusação pronta antes de ouvir os acusados na semana passada. Os advogados receberam ontem as acusações, uma hora depois as redações noticiosas citavam a acusação.
Quem é que terá quebrado o segredo de justiça?
DBH
Cherne Ignóbil
Neste post o Tchernignobyl do BdE tece algumas considerações acerca da suposta incoerência da Direita por criticar as tentativas de imposição de um determinado dictat por parte da “velha Europa” (França/Alemanha) ao mesmo tempo que apoia a actuação uniltarelista dos EUA na sua “audácia imperial”.
Para além do facto de nós sermos particularmente sensíveis a tudo o que meta “imperial” (extensível obviamente a pints de Guinness, Caffrey’s ou Kilkenny), é óbvio que há aqui um erro basilar de análise histórica (o que até nem surpreende vindo de quem vem).
Ao contrário do que se calhar o Tchernignobyl gostaria que pensássemos, a Europa nunca se deu mal sempre que colaborou ou necessitou dos Americanos, pelo contrário, sempre que os amiguinhos franco-alemães se resolvem chatear e dominar a Europa ou fraquejar perante uma ameaça externa acabam por ser sempre os Americanos que vêm salvar a coisa.
Ao contrário do que nos querem fazer crer certos pensadores, a escolha não é entre o maquiavelismo franco-germânico e o imperialismo yankee. É entre uma Europa que se afirma por sí própria com respeito por todas as Nações que a compõem e uma Europa que só se afirma contra alguém ou alguma coisa.
Já agora para acabar, se os federalistas por essa Europa fora analisarem a história dos EUA (sim, é verdade também a têm e bastante interessante por sinal) são capazes de aprender uma coisa ou duas acerca da construção de um Estado Federal.
FA
Neste post o Tchernignobyl do BdE tece algumas considerações acerca da suposta incoerência da Direita por criticar as tentativas de imposição de um determinado dictat por parte da “velha Europa” (França/Alemanha) ao mesmo tempo que apoia a actuação uniltarelista dos EUA na sua “audácia imperial”.
Para além do facto de nós sermos particularmente sensíveis a tudo o que meta “imperial” (extensível obviamente a pints de Guinness, Caffrey’s ou Kilkenny), é óbvio que há aqui um erro basilar de análise histórica (o que até nem surpreende vindo de quem vem).
Ao contrário do que se calhar o Tchernignobyl gostaria que pensássemos, a Europa nunca se deu mal sempre que colaborou ou necessitou dos Americanos, pelo contrário, sempre que os amiguinhos franco-alemães se resolvem chatear e dominar a Europa ou fraquejar perante uma ameaça externa acabam por ser sempre os Americanos que vêm salvar a coisa.
Ao contrário do que nos querem fazer crer certos pensadores, a escolha não é entre o maquiavelismo franco-germânico e o imperialismo yankee. É entre uma Europa que se afirma por sí própria com respeito por todas as Nações que a compõem e uma Europa que só se afirma contra alguém ou alguma coisa.
Já agora para acabar, se os federalistas por essa Europa fora analisarem a história dos EUA (sim, é verdade também a têm e bastante interessante por sinal) são capazes de aprender uma coisa ou duas acerca da construção de um Estado Federal.
FA
domingo, dezembro 28, 2003
O NATAL EM BELÉM (2) - ver primeiro post aqui
Segundo o DN:
"o processo de pedido de indulto à enfermeira teve outros pareceres negativos, nomeadamente do Instituto de Reinserção Social"
Isto além do parecer negativo da Ministra da Justiça. Mas parece que recebeu "um abaixo-assinado, cuja primeira subscritora foi a escritora Inês Pedrosa"
Se fossemos usar o género de argumentação engraçada do Barnabé, poderíamos perguntar:
Terá havido cunha?
DBH
Segundo o DN:
"o processo de pedido de indulto à enfermeira teve outros pareceres negativos, nomeadamente do Instituto de Reinserção Social"
Isto além do parecer negativo da Ministra da Justiça. Mas parece que recebeu "um abaixo-assinado, cuja primeira subscritora foi a escritora Inês Pedrosa"
Se fossemos usar o género de argumentação engraçada do Barnabé, poderíamos perguntar:
Terá havido cunha?
DBH
SERVIÇO PÚBLICO:
O MELHOR E O PIOR DO ANO NO "É A CULTURA, ESTÚPIDO!"
O ano literário e político em revista é o tema do último encontro “É a Cultura, Estúpido!” de 2003, a realizar no próximo dia 30 de Dezembro, terça-feira, às 18.30h, no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz. O convidado da sessão será Mário de Carvalho, autor de um dos melhores romances do ano, “Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina” (Caminho).
Para além de poder acompanhar a conversa entre o escritor e a jornalista Anabela Mota Ribeiro, quem passar pelo Jardim de Inverno ouvirá as escolhas dos críticos e jornalistas residentes – José Mário Silva, Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Nuno Costa Santos - para as diversas categorias - melhores livros, piores livros, melhores capas, piores capas, títulos mais comerciais, títulos mais improváveis, etc. – , saberá quais são os melhores e os piores factos políticos de 2003, no entender dos colunistas Daniel Oliveira e Pedro Lomba, e assistirá à stand-up comedy de Ricardo Araújo Pereira sobre o balanço do ano literário.
Os encontros "É a Cultura, Estúpido!”, organizados pelas Produções Fictícias, continuarão a realizar‑se até Junho de 2004, nas últimas quartas-feiras do mês, no Teatro Municipal São Luiz.
FMS
O MELHOR E O PIOR DO ANO NO "É A CULTURA, ESTÚPIDO!"
O ano literário e político em revista é o tema do último encontro “É a Cultura, Estúpido!” de 2003, a realizar no próximo dia 30 de Dezembro, terça-feira, às 18.30h, no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz. O convidado da sessão será Mário de Carvalho, autor de um dos melhores romances do ano, “Fantasia para Dois Coronéis e uma Piscina” (Caminho).
Para além de poder acompanhar a conversa entre o escritor e a jornalista Anabela Mota Ribeiro, quem passar pelo Jardim de Inverno ouvirá as escolhas dos críticos e jornalistas residentes – José Mário Silva, Pedro Mexia, João Miguel Tavares e Nuno Costa Santos - para as diversas categorias - melhores livros, piores livros, melhores capas, piores capas, títulos mais comerciais, títulos mais improváveis, etc. – , saberá quais são os melhores e os piores factos políticos de 2003, no entender dos colunistas Daniel Oliveira e Pedro Lomba, e assistirá à stand-up comedy de Ricardo Araújo Pereira sobre o balanço do ano literário.
Os encontros "É a Cultura, Estúpido!”, organizados pelas Produções Fictícias, continuarão a realizar‑se até Junho de 2004, nas últimas quartas-feiras do mês, no Teatro Municipal São Luiz.
FMS
sexta-feira, dezembro 26, 2003
ORGULHO E PRECONCEITO:
O Daniel Oliveira veio do Natal com o humor apurado. Humor é, aliás, coisa que nunca lhe faltou. O problema é que, na ânsia de recorrer sistematicamente ao tom irónico e jocoso, o Daniel falta muitas vezes à verdade. Por vezes, acerta tão ao lado e joga tão baixo que chega a ser intelectualmente desonesto. A propósito do meu post de Quarta-Feira ("Al-Jazeera on the Tagus"), o Daniel resolveu, hoje, presentear-me com orgulho e preconceito, embrulhado nas seguintes palavras:
"O blogue No Quinto dos Impérios ficou indignado com o anúncio do aumento do Salário Mínimo. Não, não foi com o valor do aumento. Claro que não. No Quinto dos Impérios estas coisas são irrelevantes. Foi com o anúncio que a TSF fez do aumento. Isso sim, é um tema da maior centralidade. Não é que a TSF disse que o aumento seria de 30 cêntimos , em vez de falar em 2,5 por cento!? Estou com ele. Este é um tempo de paz e harmonia. Para quê estar a estragar o Natal aos pobrezinhos?"
Ora, se isto não é jogo sujo, não sei o que será. Quem ler o meu post, não demorará muito até perceber que eu não falava - é certo - do aumento do Salário Mínimo. Mais: eu não falava sequer, no essencial, da forma como a TSF o noticiou. Este não era mais do que um exemplo (e poderia dar muitos) que demonstra a tendência incorrigível da TSF para definir a sua agenda noticiosa em paralelo com a dos partidos de esquerda. Eu não critico, e até encorajo, o chamado "jornalismo de tendência". Tal, parece-me, ficou claro no meu post, onde a TSF é apodada de "uma valente merda", não por ser de esquerda e deixar transparecer essa mundividência, mas por se colar de modo tão claro a partidos políticos. Aliás, está lá para quem quiser ler, eu disse que a TSF, até à criminosa reorientação comercial dos últimos meses, era a minha rádio favorita, um dos meus mais incorrigíveis hábitos quotidianos. Por outras palavras: até à invasão das playlists pelos S Club 7, o João Pedro Pais e a Whitney Houston e até à simplificação e tabloidização do debate, a TSF não tinha, ao nível das rádios nacionais, concorrência à altura.
O Daniel Oliveira, que antes de ter percebido o meu texto já devia estar a escrever o dele, achou por bem lançar a investida pelo caminho mais fácil: o do insulto baixo, o do preconceito pré-histórico, o da verborreia revolucionária. O Daniel não me conhece para além de um jantar que nos sentou à mesma mesa. E não é pelo texto em questão que consegue saber o que penso acerca das iniquidades sociais de que ele é o inimigo mais feroz. Ainda assim, permitiu-se esboçar uma caricatura da minha pessoa em que me pinta como um reaccionário insensível, daqueles que acha que a existência de um exército de miseráveis é indispensável à criação de riqueza.
Este tipo de superioridade moral é um costume bem conhecido da esquerda e, como já estou habituado, normalmente não lhes concedo resposta. Só acho que o Daniel Oliveira é capaz de fazer bem melhor do que isto.
FMS
Entretanto, o Daniel já se manifestou a propósito do "reparo" (palavra do próprio) imediatamente acima. A referida apostilha leva-me aos seguintes comentários:
1: Pelos vistos, o que tanto inquietou o DO foi o facto de eu ter optado por um assunto menos premente ou importante se comparado com o pouco significativo aumento do Salário Mínimo. Ora, eu podia perder horas a discorrer sobre como a Política é a arte da escolha, a ciência do compromisso e do possível. Podia até chafurdar na lama e relembrar o estado pouco recomendável das Finanças Públicas (Públicas = De Todos Nós). Não o faço porque o Daniel conhece a teoria e a prosa. E eu sei que ele é um auto-proclamado "social-democrata radical" que, pela própria natureza da sua disposição política, está pouco aberto a consensos e compromissos. E depois, isto é um blogue. Assim como o Barnabé, onde grande parte dos posts são, à semelhança dos melhores blogues, a tradução de sentimentos impressionistas e pessoalíssimos sobre temas que nunca entrariam na Assembleia da República (pelo menos no hemiciclo). Por isso tem tantos leitores.
2: O nome deste blogue não remete, como diz o Daniel, para "um sebastianismo muito querido à direita". Percebe-se, pela frase que o ilustra (aqui mesmo do lado esquerdo), que o nome aproveita a dita para uma alusão - ainda que irónica - ao assim chamado "Império Americano", no qual, dizem-nos, todos vivemos. Para além do mais, o adjectivo "sebastianista" é coisa que me passa totalmente ao lado. A direita que - digamos, sem me querer pôr em bicos de pés - represento, vê o passado como fonte de ensinamentos e não como modelo de conduta, tendo nascido da recusa de todos os tipos de figuras providenciais e ideias salvíficas que, com um dom insondável pelo comum dos mortais, consigam colocar em marcha a salvação da humanidade.
3: A questão da música é bem mais importante do que parece. O facto de estarmos de acordo quanto à qualidade (ou a falta dela) das escolhas da nova TSF é um factor de esperança. Esse é, para mim, um bom motivo para conversa. E que me faz gostar mais do Daniel do que se ele defendesse o Dr. Bagão.
4: Fora tudo isto, encontramo-nos na próxima Terça-Feira. Same place, same time.
FMS
O Daniel Oliveira veio do Natal com o humor apurado. Humor é, aliás, coisa que nunca lhe faltou. O problema é que, na ânsia de recorrer sistematicamente ao tom irónico e jocoso, o Daniel falta muitas vezes à verdade. Por vezes, acerta tão ao lado e joga tão baixo que chega a ser intelectualmente desonesto. A propósito do meu post de Quarta-Feira ("Al-Jazeera on the Tagus"), o Daniel resolveu, hoje, presentear-me com orgulho e preconceito, embrulhado nas seguintes palavras:
"O blogue No Quinto dos Impérios ficou indignado com o anúncio do aumento do Salário Mínimo. Não, não foi com o valor do aumento. Claro que não. No Quinto dos Impérios estas coisas são irrelevantes. Foi com o anúncio que a TSF fez do aumento. Isso sim, é um tema da maior centralidade. Não é que a TSF disse que o aumento seria de 30 cêntimos , em vez de falar em 2,5 por cento!? Estou com ele. Este é um tempo de paz e harmonia. Para quê estar a estragar o Natal aos pobrezinhos?"
Ora, se isto não é jogo sujo, não sei o que será. Quem ler o meu post, não demorará muito até perceber que eu não falava - é certo - do aumento do Salário Mínimo. Mais: eu não falava sequer, no essencial, da forma como a TSF o noticiou. Este não era mais do que um exemplo (e poderia dar muitos) que demonstra a tendência incorrigível da TSF para definir a sua agenda noticiosa em paralelo com a dos partidos de esquerda. Eu não critico, e até encorajo, o chamado "jornalismo de tendência". Tal, parece-me, ficou claro no meu post, onde a TSF é apodada de "uma valente merda", não por ser de esquerda e deixar transparecer essa mundividência, mas por se colar de modo tão claro a partidos políticos. Aliás, está lá para quem quiser ler, eu disse que a TSF, até à criminosa reorientação comercial dos últimos meses, era a minha rádio favorita, um dos meus mais incorrigíveis hábitos quotidianos. Por outras palavras: até à invasão das playlists pelos S Club 7, o João Pedro Pais e a Whitney Houston e até à simplificação e tabloidização do debate, a TSF não tinha, ao nível das rádios nacionais, concorrência à altura.
O Daniel Oliveira, que antes de ter percebido o meu texto já devia estar a escrever o dele, achou por bem lançar a investida pelo caminho mais fácil: o do insulto baixo, o do preconceito pré-histórico, o da verborreia revolucionária. O Daniel não me conhece para além de um jantar que nos sentou à mesma mesa. E não é pelo texto em questão que consegue saber o que penso acerca das iniquidades sociais de que ele é o inimigo mais feroz. Ainda assim, permitiu-se esboçar uma caricatura da minha pessoa em que me pinta como um reaccionário insensível, daqueles que acha que a existência de um exército de miseráveis é indispensável à criação de riqueza.
Este tipo de superioridade moral é um costume bem conhecido da esquerda e, como já estou habituado, normalmente não lhes concedo resposta. Só acho que o Daniel Oliveira é capaz de fazer bem melhor do que isto.
FMS
Entretanto, o Daniel já se manifestou a propósito do "reparo" (palavra do próprio) imediatamente acima. A referida apostilha leva-me aos seguintes comentários:
1: Pelos vistos, o que tanto inquietou o DO foi o facto de eu ter optado por um assunto menos premente ou importante se comparado com o pouco significativo aumento do Salário Mínimo. Ora, eu podia perder horas a discorrer sobre como a Política é a arte da escolha, a ciência do compromisso e do possível. Podia até chafurdar na lama e relembrar o estado pouco recomendável das Finanças Públicas (Públicas = De Todos Nós). Não o faço porque o Daniel conhece a teoria e a prosa. E eu sei que ele é um auto-proclamado "social-democrata radical" que, pela própria natureza da sua disposição política, está pouco aberto a consensos e compromissos. E depois, isto é um blogue. Assim como o Barnabé, onde grande parte dos posts são, à semelhança dos melhores blogues, a tradução de sentimentos impressionistas e pessoalíssimos sobre temas que nunca entrariam na Assembleia da República (pelo menos no hemiciclo). Por isso tem tantos leitores.
2: O nome deste blogue não remete, como diz o Daniel, para "um sebastianismo muito querido à direita". Percebe-se, pela frase que o ilustra (aqui mesmo do lado esquerdo), que o nome aproveita a dita para uma alusão - ainda que irónica - ao assim chamado "Império Americano", no qual, dizem-nos, todos vivemos. Para além do mais, o adjectivo "sebastianista" é coisa que me passa totalmente ao lado. A direita que - digamos, sem me querer pôr em bicos de pés - represento, vê o passado como fonte de ensinamentos e não como modelo de conduta, tendo nascido da recusa de todos os tipos de figuras providenciais e ideias salvíficas que, com um dom insondável pelo comum dos mortais, consigam colocar em marcha a salvação da humanidade.
3: A questão da música é bem mais importante do que parece. O facto de estarmos de acordo quanto à qualidade (ou a falta dela) das escolhas da nova TSF é um factor de esperança. Esse é, para mim, um bom motivo para conversa. E que me faz gostar mais do Daniel do que se ele defendesse o Dr. Bagão.
4: Fora tudo isto, encontramo-nos na próxima Terça-Feira. Same place, same time.
FMS
PENSAMENTO PÓS-NATAL:
"It's easy to love someone you don't know. Staying civil to someone with whom you've ever shared Christmas turkey - now there's a miracle."
Palavras sábias de Nick Hornby.
FMS
"It's easy to love someone you don't know. Staying civil to someone with whom you've ever shared Christmas turkey - now there's a miracle."
Palavras sábias de Nick Hornby.
FMS
A VOZ DO PROFETA
Quando a Voz do Deserto escreveu este post não imaginou como seria profético:
"Só para recordar que sempre que se fala em livrar alguém do cárcere, parte considerável da humanidade opta por Barrabás."
DBH
Quando a Voz do Deserto escreveu este post não imaginou como seria profético:
"Só para recordar que sempre que se fala em livrar alguém do cárcere, parte considerável da humanidade opta por Barrabás."
DBH
O NATAL EM BELÉM
Não se esperava, neste Natal, que fosse esta Belém a notícia. Enquanto no médio-oriente, em Belém, se pedia a Paz, a nossa Belém sur Tage decidiu entrar na guerra.
As amnistias e os indultos são o que é costume denominar como "medidas de graça", uma espécie de descendente jurídico medieval, duma época em que os poderes estavam concentrados na cabeça do Estado.
Têm sido utilizados para celebrar ocasiões importantes, desta vez foi usado para o dr. Sampaio se fazer de importante.
O presidente da república decidiu, neste Natal, conceder um indulto a uma enfermeira que, violando a lei e o seu estatuto profissional, GANHAVA DINHEIRO a fazer abortos.
O presidente de todos os portugueses achou que não bastava os parlamentares do seu partido fazerem manifestações em frente de um Tribunal. Achou melhor mudar uma sentença.
O presidente desta república achou que, para celebrar a época natalícia, devia pôr mais achas na fogueira.
O presidente Sampaio, que foi eleito com uma abstenção de 50,29% (se fosse um referendo a sua eleição não teria sido vinculativa!) decidiu não respeitar a opinião expressa, pelos portugueses, num referendo.
O presidente deve explicar-se. Na sua mensagem de ano novo tem de dizer aos portugueses porque é que indultou uma enfermeira que realizou abortos clandestinos. Não foi uma mulher que decidiu praticar um aborto, mas quem ganhava dinheiro à custa dessa mulher.
Se o presidente não se explicar, se não disser qual a razão, ficamos a pensar que tinha ciúmes de Santana e Cavaco, dos jornais só referírem estes nomes quando escrevem sobre Belém.
Alguns poderão dizer que o fez para pôr esta questão em debate. Concordo. Mas o que se deve debater não é o aborto, é sim o poder de indulto do PR. Podemos, e devemos, até debater o próprio PR.
DBH
Não se esperava, neste Natal, que fosse esta Belém a notícia. Enquanto no médio-oriente, em Belém, se pedia a Paz, a nossa Belém sur Tage decidiu entrar na guerra.
As amnistias e os indultos são o que é costume denominar como "medidas de graça", uma espécie de descendente jurídico medieval, duma época em que os poderes estavam concentrados na cabeça do Estado.
Têm sido utilizados para celebrar ocasiões importantes, desta vez foi usado para o dr. Sampaio se fazer de importante.
O presidente da república decidiu, neste Natal, conceder um indulto a uma enfermeira que, violando a lei e o seu estatuto profissional, GANHAVA DINHEIRO a fazer abortos.
O presidente de todos os portugueses achou que não bastava os parlamentares do seu partido fazerem manifestações em frente de um Tribunal. Achou melhor mudar uma sentença.
O presidente desta república achou que, para celebrar a época natalícia, devia pôr mais achas na fogueira.
O presidente Sampaio, que foi eleito com uma abstenção de 50,29% (se fosse um referendo a sua eleição não teria sido vinculativa!) decidiu não respeitar a opinião expressa, pelos portugueses, num referendo.
O presidente deve explicar-se. Na sua mensagem de ano novo tem de dizer aos portugueses porque é que indultou uma enfermeira que realizou abortos clandestinos. Não foi uma mulher que decidiu praticar um aborto, mas quem ganhava dinheiro à custa dessa mulher.
Se o presidente não se explicar, se não disser qual a razão, ficamos a pensar que tinha ciúmes de Santana e Cavaco, dos jornais só referírem estes nomes quando escrevem sobre Belém.
Alguns poderão dizer que o fez para pôr esta questão em debate. Concordo. Mas o que se deve debater não é o aborto, é sim o poder de indulto do PR. Podemos, e devemos, até debater o próprio PR.
DBH
CONQUISTA DE ABRIL
A Netcabo vai oferecer um Ferrari a um dos seus clientes. Alguns podem ver nesta campanha mais um avanço do capitalismo galopante. Nós não.
Antigamente poucos poderiam ter um Ferrari. Só alguns priveligiados, de preferência já possuidores de uma máquina desta scuderia e com moradias no Vale do Ave, é que podiam ter o singular privilégio de pôr o seu nome na lista de espera para um novo carro rapidíssimo. Agora basta ter o nome na lista de clientes Netcabo.
É a democratização a acabar com mais um mito, a escancarar as portas dum clube selecto. Sempre que, depois de Janeiro, virmos passar um bólide vermelho já não temos de pensar "será um futebolista ou um tripeiro?". Já podemos dizer -"podia ser eu..." Os ferraris antes eram só para alguns, agora pode ser qualquer um. Isto é uma conquista de Abril.
Graças a Deus que ainda restam os Maseratti.
DBH
A Netcabo vai oferecer um Ferrari a um dos seus clientes. Alguns podem ver nesta campanha mais um avanço do capitalismo galopante. Nós não.
Antigamente poucos poderiam ter um Ferrari. Só alguns priveligiados, de preferência já possuidores de uma máquina desta scuderia e com moradias no Vale do Ave, é que podiam ter o singular privilégio de pôr o seu nome na lista de espera para um novo carro rapidíssimo. Agora basta ter o nome na lista de clientes Netcabo.
É a democratização a acabar com mais um mito, a escancarar as portas dum clube selecto. Sempre que, depois de Janeiro, virmos passar um bólide vermelho já não temos de pensar "será um futebolista ou um tripeiro?". Já podemos dizer -"podia ser eu..." Os ferraris antes eram só para alguns, agora pode ser qualquer um. Isto é uma conquista de Abril.
Graças a Deus que ainda restam os Maseratti.
DBH
quarta-feira, dezembro 24, 2003
Natal, o que é? (5)
(...)
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
(...)
VMoraes
DBH
(...)
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai -
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
(...)
VMoraes
DBH
Natal, o que é? (4)
Ter pena de não ter desejado, a tempo, um "Happy Hannukah" ao FJV e ao Nuno (Martins?)
DBH
Ter pena de não ter desejado, a tempo, um "Happy Hannukah" ao FJV e ao Nuno (Martins?)
DBH
NATAL: Há precisamente 62 anos, no dia 24 de Dezembro de 1941, Winston Churchill proferia estas palavras nos jardins da Casa Branca, com Roosevelt a seu lado e 30.000 americanos perante si:
"Let the children have their night of fun and laughter. Let the gifts of Father Christmas delight their play. Let us grown-ups share to the full in their unstinted pleasures before we turn again to the stern task and the formidable years that lie before us, resolved that, by our sacrifice and daring, these same children shall not be robbed of their inheritance or denied their right to live in a free and decent world. And so, in God's mercy, a happy Christmas to you all"
Ontem, como hoje. Bom Natal para todos.
FMS
"Let the children have their night of fun and laughter. Let the gifts of Father Christmas delight their play. Let us grown-ups share to the full in their unstinted pleasures before we turn again to the stern task and the formidable years that lie before us, resolved that, by our sacrifice and daring, these same children shall not be robbed of their inheritance or denied their right to live in a free and decent world. And so, in God's mercy, a happy Christmas to you all"
Ontem, como hoje. Bom Natal para todos.
FMS
AL-JAZEERA ON THE TAGUS:
Hoje, a TSF repetiu com felicidade incontida que o salário mínimo para 2004 será apenas de mais 3 cêntimos por dia. Reparem: não são mais 2,5%. Não são mais 9 € por mês. São só mais uns míseros e insignificantes 3 cêntimos por dia. No último Domingo, com a reverência habitual, a dita estação noticiava sem cessar o teor dos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI e de Pacheco Pereira na SIC. Do segundo, os relativos à alegada candidatura presidencial do Prof. Cavaco e à questão do aborto. Do primeiro, abafaram-se as considerações a propósito da segunda temática.
A TSF é, para mim, um velho hábito. Quase tão velho como a incorrigível tendência de resvalar permanente para o lado esquerdo do espectro partidário (não disse político de propósito). A TSF acorda-me todas as manhãs, acompanha-me no carro, faz-me rir com os inefáveis Fórum e Bancada Central, conta-me as histórias do dia de meia em meia hora e, até há pouco tempo, permitia-me ouvir a melhor música da rádio em Portugal. Por tudo isso, a forma descarada com que tomava partido nas questões políticas nunca impediu a TSF de ser a minha rádio favorita.
Reformas profundas mudaram, entretanto, a sua matriz. De uma estação de gosto sofisticado e elitista, a TSF transformou-se, em virtude das recentes alterações, num produto comercial sem requinte qualquer a assinalar. A informação é cada vez mais parcial, truncada e com intenções maniqueístas; os programas interactivos procuram menos as opiniões razoáveis e informadas e mais o bitaite da dona de casa de voz esganiçada e com um catálogo inteiro de possíveis sevícias a aplicar aos políticos da paróquia; e a música, essa em nada difere já da mais rasteira rádio local, com doses cavalares de Celine Dion, Phil Collins e S Club 7.
Sei que a próxima vez que entrar no carro, ouvirei a TSF. Mudanças de hábitos como estes não se forçam assim. Pelo menos num conservador. Mas desde há umas semanas que posso, finalmente, encher o peito de ar, abrir o vidro e gritar para o trânsito que A TSF É UMA VALENTE MERDA.
Sem ofensa, claro.
FMS
Hoje, a TSF repetiu com felicidade incontida que o salário mínimo para 2004 será apenas de mais 3 cêntimos por dia. Reparem: não são mais 2,5%. Não são mais 9 € por mês. São só mais uns míseros e insignificantes 3 cêntimos por dia. No último Domingo, com a reverência habitual, a dita estação noticiava sem cessar o teor dos comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI e de Pacheco Pereira na SIC. Do segundo, os relativos à alegada candidatura presidencial do Prof. Cavaco e à questão do aborto. Do primeiro, abafaram-se as considerações a propósito da segunda temática.
A TSF é, para mim, um velho hábito. Quase tão velho como a incorrigível tendência de resvalar permanente para o lado esquerdo do espectro partidário (não disse político de propósito). A TSF acorda-me todas as manhãs, acompanha-me no carro, faz-me rir com os inefáveis Fórum e Bancada Central, conta-me as histórias do dia de meia em meia hora e, até há pouco tempo, permitia-me ouvir a melhor música da rádio em Portugal. Por tudo isso, a forma descarada com que tomava partido nas questões políticas nunca impediu a TSF de ser a minha rádio favorita.
Reformas profundas mudaram, entretanto, a sua matriz. De uma estação de gosto sofisticado e elitista, a TSF transformou-se, em virtude das recentes alterações, num produto comercial sem requinte qualquer a assinalar. A informação é cada vez mais parcial, truncada e com intenções maniqueístas; os programas interactivos procuram menos as opiniões razoáveis e informadas e mais o bitaite da dona de casa de voz esganiçada e com um catálogo inteiro de possíveis sevícias a aplicar aos políticos da paróquia; e a música, essa em nada difere já da mais rasteira rádio local, com doses cavalares de Celine Dion, Phil Collins e S Club 7.
Sei que a próxima vez que entrar no carro, ouvirei a TSF. Mudanças de hábitos como estes não se forçam assim. Pelo menos num conservador. Mas desde há umas semanas que posso, finalmente, encher o peito de ar, abrir o vidro e gritar para o trânsito que A TSF É UMA VALENTE MERDA.
Sem ofensa, claro.
FMS
segunda-feira, dezembro 22, 2003
ARRUMA AS BOTAS, HERBERTO
Com este título, intelectual e geracionalmente provocante, o Pedro Mexia coloca um poema do Major-General Ferreira. Não sem antes me agradecer (mas sem antes pôr um linkzinho, o que atendendo à quadra sempre eram mais um 3245 pageviews extra pelo Natal).
Fiquei obviamente surpreso. Pensei que iria ser queimado por divulgar uma heresia.
DBH
Com este título, intelectual e geracionalmente provocante, o Pedro Mexia coloca um poema do Major-General Ferreira. Não sem antes me agradecer (mas sem antes pôr um linkzinho, o que atendendo à quadra sempre eram mais um 3245 pageviews extra pelo Natal).
Fiquei obviamente surpreso. Pensei que iria ser queimado por divulgar uma heresia.
DBH
A CÂMARA DE ESPERA
O Barnabé colocou um irónico texto sobre o uso de cartazes pela CML.
Como quase sempre o Daniel tem graça mas acerta na água. Lembro-me de ver o Dr. Jorge Sampaio num programa do Julio Isidro (o que será sempre pior do que qualquer cartaz) a declarar que se fosse reeleito presidente da CML não seria candidato a Belém. Afinal foi o que sabemos, o negócio com os soaristas rendeu-lhes a CML e nós todos ficámos com o Presidente Sampaio. Nesse caso a Câmara municipal de Lisboa foi uma ante-câmara de espera, para os impulsos presidenciais de Sampaio.
Por outro lado, PSL ganhou a CML contra todas as forças políticas que não a sua, mostrando como se pode comunicar com os eleitores de forma directa (invés de pagar avenças a jornalistas para o entrevistarem!!!). O seu trabalho não é de quem está à espera, é de quem espera conseguir fazer mais.
O problema da esquerda é que, tal como com o "coração", acham que colocar cartazes e comunicar na rua é um monopólio seu. Do género: "não somos o senhor do bairro mas somos os reis da rua"... Mas não são.
O problema com os cartazes é quando não estão a publicitar a acção da CML (fechar ruas, renovar prédios, etc..) mas a atacar o executivo camarário anterior (caso do cartaz/anúncio sobre as Twin Towers).
Isso está errado. É pura partidarização da CML, mesmo que com a razão.
Isto é só uma opinião, institucionalista.
DBH
O Barnabé colocou um irónico texto sobre o uso de cartazes pela CML.
Como quase sempre o Daniel tem graça mas acerta na água. Lembro-me de ver o Dr. Jorge Sampaio num programa do Julio Isidro (o que será sempre pior do que qualquer cartaz) a declarar que se fosse reeleito presidente da CML não seria candidato a Belém. Afinal foi o que sabemos, o negócio com os soaristas rendeu-lhes a CML e nós todos ficámos com o Presidente Sampaio. Nesse caso a Câmara municipal de Lisboa foi uma ante-câmara de espera, para os impulsos presidenciais de Sampaio.
Por outro lado, PSL ganhou a CML contra todas as forças políticas que não a sua, mostrando como se pode comunicar com os eleitores de forma directa (invés de pagar avenças a jornalistas para o entrevistarem!!!). O seu trabalho não é de quem está à espera, é de quem espera conseguir fazer mais.
O problema da esquerda é que, tal como com o "coração", acham que colocar cartazes e comunicar na rua é um monopólio seu. Do género: "não somos o senhor do bairro mas somos os reis da rua"... Mas não são.
O problema com os cartazes é quando não estão a publicitar a acção da CML (fechar ruas, renovar prédios, etc..) mas a atacar o executivo camarário anterior (caso do cartaz/anúncio sobre as Twin Towers).
Isso está errado. É pura partidarização da CML, mesmo que com a razão.
Isto é só uma opinião, institucionalista.
DBH
sexta-feira, dezembro 19, 2003
O MEU DIA: Gomes Canotilho partilha Prémio Pessoa com todos os juristas: Sendo assim, e a fim de evitar o sucedido à hora do almoço, em que a Avenida da Liberdade inteirinha resolveu incomodar-me com palmadinhas nas costas e gritos de parabéns, sugiro que quem me quiser congratular pelo Prémio que, com a ajuda do meu antigo professor, me foi hoje atribuído, o faça pela seguinte morada: oquintodosimperios@hotmail.com
Penhoradamente agradecido,
FMS
Penhoradamente agradecido,
FMS
"um palacete, algures na Europa"
OU A ESQUERDA CIVILIZADA.
Tinha, até hoje, uma elevadíssima consideração pelo José Mário Silva, discordando absolutamente de quase tudo o que pensa. Hoje, perdi o respeito pelo que escreve.
Vale a pena, para nos lembrar como a esquerda é civilizada nos argumentos que apresenta, ler "A DIREITA E OS SEUS "COMPAGNONS DE ROUTE"
O autor foi um José Luiz Ferreira. Quem o publica e defende foi o ZMS.
DBH
PS. Nos comentários não vi a resposta ao ZDQ, sobre a relação entre a direita e os crimes pedófilos no palacete... Deve ter sido por acaso.
OU A ESQUERDA CIVILIZADA.
Tinha, até hoje, uma elevadíssima consideração pelo José Mário Silva, discordando absolutamente de quase tudo o que pensa. Hoje, perdi o respeito pelo que escreve.
Vale a pena, para nos lembrar como a esquerda é civilizada nos argumentos que apresenta, ler "A DIREITA E OS SEUS "COMPAGNONS DE ROUTE"
O autor foi um José Luiz Ferreira. Quem o publica e defende foi o ZMS.
DBH
PS. Nos comentários não vi a resposta ao ZDQ, sobre a relação entre a direita e os crimes pedófilos no palacete... Deve ter sido por acaso.
I BEG YOUR PARDON?!?
Nos comentários do Barnabé:
"onde se lia CDS/PP devia ler-se PCP
Afixado por Daniel Oliveira em dezembro 18, 2003 08:13 PM"
DBH
Nos comentários do Barnabé:
"onde se lia CDS/PP devia ler-se PCP
Afixado por Daniel Oliveira em dezembro 18, 2003 08:13 PM"
DBH
quinta-feira, dezembro 18, 2003
One ring to rule them all
Interessantíssima polémica sobre a leitura politicamente correcta do "Senhor dos Anéis" de Tolkien.
Parece que afinal os Orcs é que são os bons...
FA
Interessantíssima polémica sobre a leitura politicamente correcta do "Senhor dos Anéis" de Tolkien.
Parece que afinal os Orcs é que são os bons...
FA
Heads Up!
Para os mais distraídos, começa hoje a sessão de encerramento do “Congresso da Justiça”. Os melhores juristas, pensadores do Direito e representantes das diferentes corporações e interesses do sistema judicial estarão lá a discutir temas tão fascinantes como: “Os artigos 229º-A, 36º e 508º-B do Código do Processo Civil”, o “Processo especial de interdição” ou, esse tema candente na sociedade Portuguesa, “Dicotomia dualidade / unidade orgânica das jurisdições comum e administrativa-fiscal (jurisdições civil e jurídico pública)”.
Agora a sério, é um feito notável ter conseguido juntar esta gente toda durante três dias sem a mediação de uma força de paz da ONU. Que saiam da Aula Magna algumas ideias para o futuro da Justiça em Portugal.
Duas ideias para o debate: formação de juízes (feche-se o CEJ) e custas judiciais (quem perde paga... a sério!).
Bons trabalhos!
FA
Para os mais distraídos, começa hoje a sessão de encerramento do “Congresso da Justiça”. Os melhores juristas, pensadores do Direito e representantes das diferentes corporações e interesses do sistema judicial estarão lá a discutir temas tão fascinantes como: “Os artigos 229º-A, 36º e 508º-B do Código do Processo Civil”, o “Processo especial de interdição” ou, esse tema candente na sociedade Portuguesa, “Dicotomia dualidade / unidade orgânica das jurisdições comum e administrativa-fiscal (jurisdições civil e jurídico pública)”.
Agora a sério, é um feito notável ter conseguido juntar esta gente toda durante três dias sem a mediação de uma força de paz da ONU. Que saiam da Aula Magna algumas ideias para o futuro da Justiça em Portugal.
Duas ideias para o debate: formação de juízes (feche-se o CEJ) e custas judiciais (quem perde paga... a sério!).
Bons trabalhos!
FA
quarta-feira, dezembro 17, 2003
A DIREITA CIVILIZADA...
Desculpa lá FA, mas eu vou seguir o exemplo imperialista americano e passar directamente da barbárie para a decadência.
DBH
Desculpa lá FA, mas eu vou seguir o exemplo imperialista americano e passar directamente da barbárie para a decadência.
DBH
Ah, a tolerância da Esquerda...
O Daniel Oliveira do Barnabé entusiasmou-se. Pensou que a Direita Portuguesa tinha crescido e chegado ao século XXI. Pura ilusão. Para o DO nós ainda estamos na idade das trevas. Questionado sobre se o conceito de “Direita civilizada” tinha a ver com aquela Direita que pensa como a Esquerda o DO responde: “Estava a pensar na direita alemã, na francesa, na dinamarquesa, na sueca, na holandesa. Na direita que pensa como direita mas já chegou ao Século XXI.” Bom, vou comprar o livro do Le Pen e a biografia do Fortuyn para ver se me inspiro. Bem hajas Daniel por seres a luz para tantas almas perdidas na escuridão da ignorância! Quando chegar à civilização aviso.
FA
O Daniel Oliveira do Barnabé entusiasmou-se. Pensou que a Direita Portuguesa tinha crescido e chegado ao século XXI. Pura ilusão. Para o DO nós ainda estamos na idade das trevas. Questionado sobre se o conceito de “Direita civilizada” tinha a ver com aquela Direita que pensa como a Esquerda o DO responde: “Estava a pensar na direita alemã, na francesa, na dinamarquesa, na sueca, na holandesa. Na direita que pensa como direita mas já chegou ao Século XXI.” Bom, vou comprar o livro do Le Pen e a biografia do Fortuyn para ver se me inspiro. Bem hajas Daniel por seres a luz para tantas almas perdidas na escuridão da ignorância! Quando chegar à civilização aviso.
FA
terça-feira, dezembro 16, 2003
STARS & STRIPES & BALLS:
Quem ouve os White Stripes ouve Detroit? Eu não. Quando ouço os manos Jack & Meg, lembro Estrasburgo visitada pela neve, um lanche reforçado (e bem regado) ali para os lados da Petite France e, mais importante, um romeno, uma estoniana e um português (o DBH) alegremente entretidos a escarnecer a minha última aquisição, o último disco de uma banda da qual - diziam - ninguém tinha algum dia ouvido falar.
Pois bem. Este mês, a Q chamou Elephant "Album of the Year" e minha alma rejubila de agradecimento. A listinha que o dito encabeça tem o essencial do ano prestes a terminar. E eu, que, como o Eduardo, adoro este tipo de coisas, concordo como nunca com as escolhas.
Independentemente dos lugares específicos, temos os Blur (2º), os Strokes (7º), os Kings of Leon (4º), os Thrills (18º - um roubo) e, em 5º, aquele que é para mim, o disco mais importante do ano: Justified de Justin Timberlake.
O mais importante do ponto de vista da indústria, porque lança a primeira grande estrela do séc. XXI (muitos falam no novo Jacko, mas a comparação é, por motivos de agenda, um pouco infeliz). E também o mais importante a nível musical, por constituír o mais original pedaço de música que se ouviu nos últimos anos. A culpa não é o do menino, já se sabe, mas dos produtores mais requisitados do momento, os Neptunes e Timbaland, que fazem aquela mistura de soul, disco e funk surgir tão desconstruída e tão apelativa ao mesmo tempo.
Dizer que, ao pé desta estreia, os Radiohead parecem tão datados como os Pink Floyd, é teoria que chocará muita boa consciência.
Segundo notícias cor-de-rosa, Britney Spears afirmou que o ex-namorado seria pouco dotado em relação ao tamanho do pénis. Mas em Justified, acreditem, tomates não lhe faltam.
FMS
Quem ouve os White Stripes ouve Detroit? Eu não. Quando ouço os manos Jack & Meg, lembro Estrasburgo visitada pela neve, um lanche reforçado (e bem regado) ali para os lados da Petite France e, mais importante, um romeno, uma estoniana e um português (o DBH) alegremente entretidos a escarnecer a minha última aquisição, o último disco de uma banda da qual - diziam - ninguém tinha algum dia ouvido falar.
Pois bem. Este mês, a Q chamou Elephant "Album of the Year" e minha alma rejubila de agradecimento. A listinha que o dito encabeça tem o essencial do ano prestes a terminar. E eu, que, como o Eduardo, adoro este tipo de coisas, concordo como nunca com as escolhas.
Independentemente dos lugares específicos, temos os Blur (2º), os Strokes (7º), os Kings of Leon (4º), os Thrills (18º - um roubo) e, em 5º, aquele que é para mim, o disco mais importante do ano: Justified de Justin Timberlake.
O mais importante do ponto de vista da indústria, porque lança a primeira grande estrela do séc. XXI (muitos falam no novo Jacko, mas a comparação é, por motivos de agenda, um pouco infeliz). E também o mais importante a nível musical, por constituír o mais original pedaço de música que se ouviu nos últimos anos. A culpa não é o do menino, já se sabe, mas dos produtores mais requisitados do momento, os Neptunes e Timbaland, que fazem aquela mistura de soul, disco e funk surgir tão desconstruída e tão apelativa ao mesmo tempo.
Dizer que, ao pé desta estreia, os Radiohead parecem tão datados como os Pink Floyd, é teoria que chocará muita boa consciência.
Segundo notícias cor-de-rosa, Britney Spears afirmou que o ex-namorado seria pouco dotado em relação ao tamanho do pénis. Mas em Justified, acreditem, tomates não lhe faltam.
FMS
StaatsSicherheit
O FJV, além de outros, tem escrito sobre esta questão francesa da laïcité.
Agora a proposta é de, além de proibir os sinais exteriores religiosos, instituir mais dois feriados nacionais em França: o Aïd el-Kébir e o Yom Kippour.
Será que as outras religiões, sem Livro, também vão ter este direito? Os Rastafaris, por exemplo, podem ter um feriado só para fumar uns charros?
De qualquer forma, o que me parece assustador é existir tal coisa com o nome de Comissão STASI...
DBH
O FJV, além de outros, tem escrito sobre esta questão francesa da laïcité.
Agora a proposta é de, além de proibir os sinais exteriores religiosos, instituir mais dois feriados nacionais em França: o Aïd el-Kébir e o Yom Kippour.
Será que as outras religiões, sem Livro, também vão ter este direito? Os Rastafaris, por exemplo, podem ter um feriado só para fumar uns charros?
De qualquer forma, o que me parece assustador é existir tal coisa com o nome de Comissão STASI...
DBH
Coerência de discurso
Primeiro disseram que era preciso ir às Nações Unidas após 11 anos de desrespeito pelas resoluções dessas mesmas Nações Unidas. Foi-se às Nações Unidas e obteve-se mais uma resolução para ser desrespeitada. Disseram depois e repetem-no hoje que essa ainda não tinha sido suficiente.
Depois opinaram que era preciso fazer mais inspecções depois de várias expedições de inspectores levadas a cabo por diversas equipas de profissionais a quem o regime de Bagdad ludibriou, empatou e finalmente expulsou. Fez-se mais um esforço, dilatarem-se prazos, continuou a falta de cooperação e a quebra de acordos firmados (vide por exemplo os famosos Scuds disparados sobre o Koweit em Março e Abril deste ano). Ainda assim, asseguram, não havia nem há armas proibidas que justificassem a intervenção armada..
Assim que a operação terrestre começou, disseram que ia ser um massacre de civis, um novo Vietname, que ganhar a guerra iria, no mínimo, demorar muito mais tempo que o planeado e que, com a chegada do Verão, tudo se iria complicar. Tudo acabou em tempo recorde e com relativamente poucas baixas civis e poucas perdas para a Coligação. Disseram depois que o Exército Iraquiano nunca teve hipótese e, em qualquer caso, que ganhar a guerra não significa ganhar a paz.
Aceitando que o Saddam era um torcionário execrável, diziam que os Iraquianos é que iam sofrer e que até havia quem gostasse dele, que nunca iria ser apanhado vivo tornado-se numa figura mítica de resistência para os Àrabes, que os Americanos tinham até um pacto secreto por força do apoio prestado na guerra com o Irão. Agora ele foi apanhado. Ficamos a saber que a captura pouco representa em termos da pacificação do país e que, afinal, Saddam até nem mandava tanto como se julgava. O que importa mesmo é apanhar o Bin Laden.
Sou só eu ou há aqui um padrão de comportamento de alguns comentadores da nossa praça? Bem hajam pela coerência.
FA
Primeiro disseram que era preciso ir às Nações Unidas após 11 anos de desrespeito pelas resoluções dessas mesmas Nações Unidas. Foi-se às Nações Unidas e obteve-se mais uma resolução para ser desrespeitada. Disseram depois e repetem-no hoje que essa ainda não tinha sido suficiente.
Depois opinaram que era preciso fazer mais inspecções depois de várias expedições de inspectores levadas a cabo por diversas equipas de profissionais a quem o regime de Bagdad ludibriou, empatou e finalmente expulsou. Fez-se mais um esforço, dilatarem-se prazos, continuou a falta de cooperação e a quebra de acordos firmados (vide por exemplo os famosos Scuds disparados sobre o Koweit em Março e Abril deste ano). Ainda assim, asseguram, não havia nem há armas proibidas que justificassem a intervenção armada..
Assim que a operação terrestre começou, disseram que ia ser um massacre de civis, um novo Vietname, que ganhar a guerra iria, no mínimo, demorar muito mais tempo que o planeado e que, com a chegada do Verão, tudo se iria complicar. Tudo acabou em tempo recorde e com relativamente poucas baixas civis e poucas perdas para a Coligação. Disseram depois que o Exército Iraquiano nunca teve hipótese e, em qualquer caso, que ganhar a guerra não significa ganhar a paz.
Aceitando que o Saddam era um torcionário execrável, diziam que os Iraquianos é que iam sofrer e que até havia quem gostasse dele, que nunca iria ser apanhado vivo tornado-se numa figura mítica de resistência para os Àrabes, que os Americanos tinham até um pacto secreto por força do apoio prestado na guerra com o Irão. Agora ele foi apanhado. Ficamos a saber que a captura pouco representa em termos da pacificação do país e que, afinal, Saddam até nem mandava tanto como se julgava. O que importa mesmo é apanhar o Bin Laden.
Sou só eu ou há aqui um padrão de comportamento de alguns comentadores da nossa praça? Bem hajam pela coerência.
FA
segunda-feira, dezembro 15, 2003
O BISPO VERMELHO: Este fim-de-semana, os meus amigos da canhota esfregaram-me na cara, em delírio compulsivo, a entrevista do Sr. Bispo do Porto ao Expresso. Como se eu atribuísse real importância e mérito aos pensamentos do dito clérigo. O senhor disse que o aborto devia ser despenalizado, é certo, mas pregou igualmente - e ainda com maior naturalidade - que "Cavaco é homem da sabedoria". Eu não o levo a sério.
FMS
FMS
sexta-feira, dezembro 12, 2003
SERVIÇO PÚBLICO: Os nossos amiguinhos das Produções Fictícias pediram-nos que divulgássemos mais um dos seus saudáveis delírios. Aqui vai:
MANOBRAS DE DIVERSÃO
NA SALA PRINCIPAL
DO TEATRO SÃO LUIZ
!8 ESPECTÁCULOS 8!
De 19 a 31 de Dezembro
Manobras Completas
Dezembro. O verdadeiro espírito de Natal está no Chiado. Nas decorações luminosas, nos sorrisos das crianças, no som do visa a passar nas máquinas, nos magotes de gente carregada de sacos aos empurrões para disputar o último par de peúgas com raquetes da prateleira para oferecer já nem se sabe bem a quem… Tudo isto num país onde já não há dinheiro. Não há jantares com os amigos. Não há roupinha de marca. Não há fins‑de‑semana no Algarve. Não há carrinho novo. Não há trabalho. Não há rendimento mínimo. Não há pão para malucos. Olé! Por supuesto! O que vale é que há um espectáculo sobre tudo isto. Um Best Of! E inclui uma faixa escondida!
Depois de O Espírito de Natal, depois de Não Há Crise, depois de Fechado para Férias, as Manobras de Diversão orgulham-se de apresentar… O Espírito de Natal, Não Há Crise e Fechado para Férias - Manobras Completas, um espectáculo original.
Com Bruno Nogueira, Carla Salgueiro, Manuel Marques, Marco Horácio, Sandra Celas, Sofia Grillo e Ana Ribeiro, encenação e direcção de actores de Marco Horácio e Com Sónia Aragão.
Textos de Luís Filipe Borges, Maria João Cruz, Nuno Artur Silva, Nuno Costa Santos e Patrícia Castanheira, com coordenação de textos de Nuno Costa Santos.
Realização Plástica de António Jorge Gonçalves e Desenho de Luz de João Paulo Xavier.
Direcção Geral de Nuno Artur Silva.
Produção UAU.
Representações:
19, 20, 26, 27, 30 Dezembro – 21 horas
21 e 28 Dezembro – 16 horas
31 Dezembro – 22 horas com Festa de Reveillon
Já agora, aproveito a ocasião para perguntar se não nos calham uns bilhetinhos à borla...
FMS
MANOBRAS DE DIVERSÃO
NA SALA PRINCIPAL
DO TEATRO SÃO LUIZ
!8 ESPECTÁCULOS 8!
De 19 a 31 de Dezembro
Manobras Completas
Dezembro. O verdadeiro espírito de Natal está no Chiado. Nas decorações luminosas, nos sorrisos das crianças, no som do visa a passar nas máquinas, nos magotes de gente carregada de sacos aos empurrões para disputar o último par de peúgas com raquetes da prateleira para oferecer já nem se sabe bem a quem… Tudo isto num país onde já não há dinheiro. Não há jantares com os amigos. Não há roupinha de marca. Não há fins‑de‑semana no Algarve. Não há carrinho novo. Não há trabalho. Não há rendimento mínimo. Não há pão para malucos. Olé! Por supuesto! O que vale é que há um espectáculo sobre tudo isto. Um Best Of! E inclui uma faixa escondida!
Depois de O Espírito de Natal, depois de Não Há Crise, depois de Fechado para Férias, as Manobras de Diversão orgulham-se de apresentar… O Espírito de Natal, Não Há Crise e Fechado para Férias - Manobras Completas, um espectáculo original.
Com Bruno Nogueira, Carla Salgueiro, Manuel Marques, Marco Horácio, Sandra Celas, Sofia Grillo e Ana Ribeiro, encenação e direcção de actores de Marco Horácio e Com Sónia Aragão.
Textos de Luís Filipe Borges, Maria João Cruz, Nuno Artur Silva, Nuno Costa Santos e Patrícia Castanheira, com coordenação de textos de Nuno Costa Santos.
Realização Plástica de António Jorge Gonçalves e Desenho de Luz de João Paulo Xavier.
Direcção Geral de Nuno Artur Silva.
Produção UAU.
Representações:
19, 20, 26, 27, 30 Dezembro – 21 horas
21 e 28 Dezembro – 16 horas
31 Dezembro – 22 horas com Festa de Reveillon
Já agora, aproveito a ocasião para perguntar se não nos calham uns bilhetinhos à borla...
FMS
PERGUNTA DE ONTEM À NOITE: Ontem a Charlotte foi mázinha com Manuel Monteiro. A verdade é que o senhor não aparece só na SIC. Eu vejo-o muitas vezes no Expresso, normalmente com uma setinha para cima.
FMS
FMS
quinta-feira, dezembro 11, 2003
KIT, AMIGÃO, VEM-ME BUSCAR: Dias felizes, estes. O frio de Dezembro em Viseu, a chuva lá fora, o pinheiro de Natal, o fogo da lareira, a entrevista de Maria José Morgado no Expresso. Um must de humor no início do Festival R!R. Um monumento à honestidade e ao amor pela revolução permanente. A família é um estourvo? A filha atrapalha? A depilação é manifestação de fraqueza burguesa? O namoro é motivo de vergonha? Brilhante. Quando jovem, MJM ofereceu a própria vida ao ideal. Falhou, é certo, mas pelo que nos é dado ler, o sonho de cumprir a utopia, esse, levou-o consigo para os tribunais. E, perante este quadro deplorável, só não percebo o seguinte: aqueles que se exaltam com o alegado justicialismo de peito aberto de Rui Teixeira não são os mesmos que idolatram Maria José Morgado? É que se o Dr. Teixeira é um justiceiro, então a Dra. Morgado usa casaco de cabedal e tem um carro preto que fala.
FMS
FMS
quarta-feira, dezembro 10, 2003
Uma lição de Justiça
No meio de tantos artigos de opinião disparatados que li no Público de hoje encontrei esta pérola, contributo importante para a compreensão dos problemas da Justiça em Portugal.
Aqui de Londres, onde a relação entre Juízes e Advogados é pautada por um respeito mútuo profundo e sincero, o estilo autoritário e paternalista com que os Juízes Portugueses procuram tratar os Advogados, e por intermédio destes os cidadãos, ao mesmo tempo repugna e assusta.
FA
No meio de tantos artigos de opinião disparatados que li no Público de hoje encontrei esta pérola, contributo importante para a compreensão dos problemas da Justiça em Portugal.
Aqui de Londres, onde a relação entre Juízes e Advogados é pautada por um respeito mútuo profundo e sincero, o estilo autoritário e paternalista com que os Juízes Portugueses procuram tratar os Advogados, e por intermédio destes os cidadãos, ao mesmo tempo repugna e assusta.
FA
Consolidar para conquistar… e para resistir
A Comissão Europeia autorizou o aprofundar da aliança entre a British Airways e a Iberia. Após a união Air France-KLM resta saber o que irá fazer a Lufthansa.
Se juntarmos a este processo de consolidação a crescente liberalização do espaço aéreo Europeu (com qualquer companhia aérea a poder efectuar vôos regulares mesmo entre aeroportos fora do seu país de origem), a pergunta que se coloca é se a TAP vai resistir à concorrência destes gigantes multinacionais ou se, qualquer dia, para irmos de Lisboa para qualquer outro lado teremos que parar obrigatoriamente em Londres, Madrid, Paris ou Frankfurt.
Eu até sou bastante liberal do ponto de vista económico mas acho que é importante promover um mercado nacional de transporte aéreo forte e capaz de extrair das rotas europeias mais lucrativas a rentabilidade que permita explorar outras rotas menos importantes mas que convém que Portugal mantenha do ponto de vista político, económico e cultural.
A união entre a TAP, a Portugália e a SATA pode ser uma boa maneira de assegurar isso mesmo desde que com a complementaridade da Air Luxor ao explorar o mercado dos vôos de baixo custo.
FA
A Comissão Europeia autorizou o aprofundar da aliança entre a British Airways e a Iberia. Após a união Air France-KLM resta saber o que irá fazer a Lufthansa.
Se juntarmos a este processo de consolidação a crescente liberalização do espaço aéreo Europeu (com qualquer companhia aérea a poder efectuar vôos regulares mesmo entre aeroportos fora do seu país de origem), a pergunta que se coloca é se a TAP vai resistir à concorrência destes gigantes multinacionais ou se, qualquer dia, para irmos de Lisboa para qualquer outro lado teremos que parar obrigatoriamente em Londres, Madrid, Paris ou Frankfurt.
Eu até sou bastante liberal do ponto de vista económico mas acho que é importante promover um mercado nacional de transporte aéreo forte e capaz de extrair das rotas europeias mais lucrativas a rentabilidade que permita explorar outras rotas menos importantes mas que convém que Portugal mantenha do ponto de vista político, económico e cultural.
A união entre a TAP, a Portugália e a SATA pode ser uma boa maneira de assegurar isso mesmo desde que com a complementaridade da Air Luxor ao explorar o mercado dos vôos de baixo custo.
FA
terça-feira, dezembro 09, 2003
Informa-se que este blog é compropriedade de Martim Borges de Freitas e João Vacas (MBF e JV, correspondentes no Reino dos Belgas), Fernando Albino (FA, no Reino de Sua Majestade Britânica), Francisco Mendes da Silva e Diogo Belford Henriques (FMS e DBH no Reino de Portugal e Algarves).
Impetrações, Imprecações e Implicações para oquintodosimperios@hotmail.com
A Administração do Condomínio
Impetrações, Imprecações e Implicações para oquintodosimperios@hotmail.com
A Administração do Condomínio
Handicraft very typical
As leis laborais não é preciso flexibilizar. O sistema judicial está bem é assim. O tecido empresarial e industrial está como Deus quer. Os sindicatos cheios de vigor e visão estratégica. Os trabalhadores, esses, fazem cursos profissionais em artesanato à medida que as fábricas vão fechando e transferindo os seus negócios para a Polónia, Hungria, República Checa, etc.
"Mister, mister, handicraft Portuguese. Two Euros. Very typical."
FA
As leis laborais não é preciso flexibilizar. O sistema judicial está bem é assim. O tecido empresarial e industrial está como Deus quer. Os sindicatos cheios de vigor e visão estratégica. Os trabalhadores, esses, fazem cursos profissionais em artesanato à medida que as fábricas vão fechando e transferindo os seus negócios para a Polónia, Hungria, República Checa, etc.
"Mister, mister, handicraft Portuguese. Two Euros. Very typical."
FA
O PONTO G
Alvo recorrente das loas e excitações dos eurofílicos do costume, a Convenção Europeia passará à história como um logro de proporções monumentais.
Nada menos que um dos membros do afamado Praesidium explica porquê:
"There was little time for informed discussion, and even less scope for changes. Large parts of the text passed through without detailed discussions"
"Consensus was achieved among those deemed to matter, who made it plain that the rest would not be allowed to wreck the fragile agreement struck"
"Should a country, or several countries, fail to endorse the constitution, the EU will not collapse - the previous treaties remain and the accession of new countries still goes ahead.
"The [UK] government does not have to accept it"
Foi a este ponto que se chegou.
Ao ponto G.
De grotesco... e de Giscard.
JV
Alvo recorrente das loas e excitações dos eurofílicos do costume, a Convenção Europeia passará à história como um logro de proporções monumentais.
Nada menos que um dos membros do afamado Praesidium explica porquê:
"There was little time for informed discussion, and even less scope for changes. Large parts of the text passed through without detailed discussions"
"Consensus was achieved among those deemed to matter, who made it plain that the rest would not be allowed to wreck the fragile agreement struck"
"Should a country, or several countries, fail to endorse the constitution, the EU will not collapse - the previous treaties remain and the accession of new countries still goes ahead.
"The [UK] government does not have to accept it"
Foi a este ponto que se chegou.
Ao ponto G.
De grotesco... e de Giscard.
JV
segunda-feira, dezembro 08, 2003
A INTERNACIONAL
Por ocasião deste seu último Congresso, o MPLA, partido congénere do PS na Internacional Socialista, recebeu algumas singelas mensagens de delegações estrangeiras.
Segundo a agência ANGOP "As 11 mensagens lidas perante a presença do presidente José Eduardo dos Santos, que enfatizam a bravura do MPLA, augurando que o futuro para os angolanos será risonho sob a condução deste partido."...
Aqui ficam alguns dos partidos amigos que apresentaram as ditas mensagens:
- Partido Comunista do Vietname;
- Partido do Trabalho da Coreia do Norte;
- Partido Congolês do Trabalho;
- ZANU/PF do Zimbabwe.
Socialistas de primeira água, reconhecidos filantropos, reputados democratas.
JV
GOD SAVE JONNY WILKINSON: 750 000 nas ruas de Londres. Sempre é verdade: os ingleses gostam mais de rugby do que do Presidente Bush.
FMS
FMS
Swiss Fondue
Estou muito desiludido com a Suiça germanófona... já que dentro do avião estávamos, tecnicamente, em solo Britânico, posso afirmar que a única vez que ouvi Hochdeutsch foi a uma voz metálica e pré-gravada no transfer de um terminal para outro dentro do aeroporto de Zurique. De resto só dialecto que, para quem tem um nível básico de Alemão como eu, é como se fosse uma língua totalmente diferente.
Por outro lado fiquei muito contente por ter visto um cartaz em romance (reto-romano) no combóio de Landquart para Davos. Tendo em conta no entanto que passei um fim-de-semana inteiro no cantão onde é suposto falarem essa língua (Graubünden) esse feito não é de todo significativo. Por outro lado fiquei com a impressão que era a única pessoa na carruagem (cheia de Suiços) que percebia o que estava escrito no cartaz.
Em suma, a uma língua que até tem alguma expressão a nível Europeu os Suiços preferem os seus dialectos regionais e, em vez de consignarem o romance a onde merece estar (no museu) insistem em utilizá-lo quando claramente ninguém o fala. A neutralidade não é pois uma opção – é uma necessidade. Se não fossem tão neutrais, os Suiços passariam o tempo em guerras fraticídas.
Se alguma dúvida me restasse da complicação que é ter um país tetralingue(!) bastou ver uma carta de condução Suiça. Para além de Alemão, Francês e Italiano lá estavam também o Romance e, para ajudar à festa, o Inglês. Claro que a fotografia do sujeito é a única coisa útil que se consegue ver no meio de tanta escrita milimétrica!
O Ski? Ah, isso foi do melhor. Há coisas que não carecem de tradução: wunderbar!!!
FA
Estou muito desiludido com a Suiça germanófona... já que dentro do avião estávamos, tecnicamente, em solo Britânico, posso afirmar que a única vez que ouvi Hochdeutsch foi a uma voz metálica e pré-gravada no transfer de um terminal para outro dentro do aeroporto de Zurique. De resto só dialecto que, para quem tem um nível básico de Alemão como eu, é como se fosse uma língua totalmente diferente.
Por outro lado fiquei muito contente por ter visto um cartaz em romance (reto-romano) no combóio de Landquart para Davos. Tendo em conta no entanto que passei um fim-de-semana inteiro no cantão onde é suposto falarem essa língua (Graubünden) esse feito não é de todo significativo. Por outro lado fiquei com a impressão que era a única pessoa na carruagem (cheia de Suiços) que percebia o que estava escrito no cartaz.
Em suma, a uma língua que até tem alguma expressão a nível Europeu os Suiços preferem os seus dialectos regionais e, em vez de consignarem o romance a onde merece estar (no museu) insistem em utilizá-lo quando claramente ninguém o fala. A neutralidade não é pois uma opção – é uma necessidade. Se não fossem tão neutrais, os Suiços passariam o tempo em guerras fraticídas.
Se alguma dúvida me restasse da complicação que é ter um país tetralingue(!) bastou ver uma carta de condução Suiça. Para além de Alemão, Francês e Italiano lá estavam também o Romance e, para ajudar à festa, o Inglês. Claro que a fotografia do sujeito é a única coisa útil que se consegue ver no meio de tanta escrita milimétrica!
O Ski? Ah, isso foi do melhor. Há coisas que não carecem de tradução: wunderbar!!!
FA
SANTANETTES: Confesso que ando entusiasmado com a possibilidade de Santana Lopes concorrer à Presidência da República. Sempre ignorei as razões para tal, mas a verdade é que a função tem sido exercida em ciclos repetidos de desinteresse e olímpica sensaboria. Se o nosso Pedro chegar a Belém, pelo menos o povo divertir-se-á com a eterna indecisão de quem não sabe qual a Primeira Dama que o acompanhará nas ocasiões oficiais. Haverá, como noutras instâncias mais mundanas, uma Miss Janeiro, uma Miss Fevereiro e por aí em diante. Isso a mim chega-me.
FMS
FMS
SERVIÇO PÚBLICO: Sinceramente, quantos de vocês que debatem a questão do aborto já passaram os olhos por este pedaço de Lei?
ARTIGO 140º - Aborto
1. Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
2. Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão até 3 anos.
3. A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.
ARTIGO 141º - Aborto agravado
1. Quando do aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma ofensa à integridade física grave da mulher grávida, os limites da pena aplicável àquele que a fizer abortar são aumentados de um terço.
2. A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à prática de aborto punível nos termos dos n.os 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intenção lucrativa.
ARTIGO 142º - Interrupção da gravidez não punível
1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c) Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez; ou
d) Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada.
3. O consentimento é prestado:
a) Em documento assinado pela mulher grávida ou a seu rogo e, sempre que possível, com a antecedência mínima de 3 dias relativamente à data da intervenção; ou
b) No caso de a mulher grávida ser menor de 16 anos ou psiquicamente incapaz, respectiva e sucessivamente, conforme os casos, pelo representante legal, por ascendente ou descendente ou, na sua falta, por quaisquer parentes da linha colateral.
4. Se não for possível obter o consentimento nos termos do número anterior e a efectivação da interrupção da gravidez se revestir de urgência, o médico decide em consciência face à situação, socorrendo-se, sempre que possível, do parecer de outro ou outros médicos.
O resto explicou-o exemplarmente o João Pereira Coutinho no Indy da semana passada.
FMS
ARTIGO 140º - Aborto
1. Quem, por qualquer meio e sem consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
2. Quem, por qualquer meio e com consentimento da mulher grávida, a fizer abortar, é punido com pena de prisão até 3 anos.
3. A mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até 3 anos.
ARTIGO 141º - Aborto agravado
1. Quando do aborto ou dos meios empregados resultar a morte ou uma ofensa à integridade física grave da mulher grávida, os limites da pena aplicável àquele que a fizer abortar são aumentados de um terço.
2. A agravação é igualmente aplicável ao agente que se dedicar habitualmente à prática de aborto punível nos termos dos n.os 1 ou 2 do artigo anterior ou o realizar com intenção lucrativa.
ARTIGO 142º - Interrupção da gravidez não punível
1. Não é punível a interrupção da gravidez efectuada por médico, ou sob a sua direcção, em estabelecimento de saúde oficial ou oficialmente reconhecido e com o consentimento da mulher grávida, quando, segundo o estado dos conhecimentos e da experiência da medicina:
a) Constituir o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;
b) Se mostrar indicada para evitar perigo de morte ou de grave e duradoura lesão para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez;
c) Houver seguros motivos para prever que o nascituro virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação, e for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez; ou
d) Houver sérios indícios de que a gravidez resultou de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual, e for realizada nas primeiras 12 semanas de gravidez.
2. A verificação das circunstâncias que tornam não punível a interrupção da gravidez é certificada em atestado médico, escrito e assinado antes da intervenção por médico diferente daquele por quem, ou sob cuja direcção, a interrupção é realizada.
3. O consentimento é prestado:
a) Em documento assinado pela mulher grávida ou a seu rogo e, sempre que possível, com a antecedência mínima de 3 dias relativamente à data da intervenção; ou
b) No caso de a mulher grávida ser menor de 16 anos ou psiquicamente incapaz, respectiva e sucessivamente, conforme os casos, pelo representante legal, por ascendente ou descendente ou, na sua falta, por quaisquer parentes da linha colateral.
4. Se não for possível obter o consentimento nos termos do número anterior e a efectivação da interrupção da gravidez se revestir de urgência, o médico decide em consciência face à situação, socorrendo-se, sempre que possível, do parecer de outro ou outros médicos.
O resto explicou-o exemplarmente o João Pereira Coutinho no Indy da semana passada.
FMS
domingo, dezembro 07, 2003
HÃ?!...
"A Opinião Freitas Admite "Salas de Chuto" nas Prisões.
O presidente da Comissão de Estudo e Debate da Reforma do Sistema Prisional, Diogo Freitas do Amaral, admitiu ontem a criação de "salas de chuto" nas prisões, contrariando a ministra da Justiça. "Se se justificar [sim]", disse, ao ser questionado sobre a instalação nas cadeias de salas de injecção assistida para os reclusos toxicodependentes consumirem drogas."
Provavelmente é ignorância minha, mas "se se justificar, sim" não é coisa a que possa chamar "opinião", pois não?
FMS
"A Opinião Freitas Admite "Salas de Chuto" nas Prisões.
O presidente da Comissão de Estudo e Debate da Reforma do Sistema Prisional, Diogo Freitas do Amaral, admitiu ontem a criação de "salas de chuto" nas prisões, contrariando a ministra da Justiça. "Se se justificar [sim]", disse, ao ser questionado sobre a instalação nas cadeias de salas de injecção assistida para os reclusos toxicodependentes consumirem drogas."
Provavelmente é ignorância minha, mas "se se justificar, sim" não é coisa a que possa chamar "opinião", pois não?
FMS
sábado, dezembro 06, 2003
BELEZA É FUNDAMENTAL:
Pergunto-me frequentemente o que poderá um dia diminuír a minha convicção nas ideias políticas que tenho como certezas. Um destes dias concluí que, se os meus joelhos fraquejam perante a beleza, deve ser por aí. E assim imagino o que me aconteceria se, por exemplo, Francisco Louçã ou Carvalho da Silva, em vez daqueles trocadilhos sem graça e da rudeza do tom, me aparecessem à frente, de lírios brancos, a cantar assim:
"I decree today
that life is simply taking and not giving,
England is mine
it ows me a living
Just ask me why
and I´ll spit in your eye,
ask me why and I'll spit in your eye
Because we can not cling
to the old days anymore,
no, we can not cling to those days
Am I still ill?"
Concordo que o Belo não é a imagem do Bem. Mas é o caminho mais rápido para a Alma.
FMS
Pergunto-me frequentemente o que poderá um dia diminuír a minha convicção nas ideias políticas que tenho como certezas. Um destes dias concluí que, se os meus joelhos fraquejam perante a beleza, deve ser por aí. E assim imagino o que me aconteceria se, por exemplo, Francisco Louçã ou Carvalho da Silva, em vez daqueles trocadilhos sem graça e da rudeza do tom, me aparecessem à frente, de lírios brancos, a cantar assim:
"I decree today
that life is simply taking and not giving,
England is mine
it ows me a living
Just ask me why
and I´ll spit in your eye,
ask me why and I'll spit in your eye
Because we can not cling
to the old days anymore,
no, we can not cling to those days
Am I still ill?"
Concordo que o Belo não é a imagem do Bem. Mas é o caminho mais rápido para a Alma.
FMS
O PROF. LOMBA: Esta Quinta-Feira, razões profissionais arrastaram-me da cama para a Faculdade de Direito de Lisboa. No respectivo átrio, indiferente para os que lá deambulavam, um cartaz anunciava para essa tarde um encontro em que os estudantes poderiam trocar considerações com o Prof. Pedro Lomba acerca da suculenta temática d' "A Importância das Aulas Teóricas e da Avaliação Contínua". O Pedro, ao criar o blog, dá razão ao Wilde: "To become a spectator of one's own life is to escape the suffering of life."
FMS
FMS
sexta-feira, dezembro 05, 2003
Faça você mesmo o Teste PTP de adesão ao novo europeísmo!
"Assumindo como bom que nenhum argumento consegue derrubar um preconceito, e também que o conhecimento íntimo não carece de reconhecimento público, proporcione a si mesmo um exercício de auto-estima, respondendo com sinceridade secreta às questões de seguida enunciadas, por forma a perceber o real nível a que ascende a sua adesão ao novo ideal europeu.
1. Quem escreveu a seguinte declaração: «Gratos aos membros da Convenção Europeia por terem elaborado a presente Constituição em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa»?
2. Quantas vezes se repetiu um referendo europeu cujo resultado tenha sido:
2.1. «não»?
2.2. «sim» ?
3. Quais são os Países economicamente mais atrasados e politicamente menos informados da Europa?
4.Quantos Estados - Membros são necessários para alterar o Tratado da União Europeia?
5. Leia duas vezes, com a maior calma e atenção, a seguinte declaração, constante do Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa:
«Se, decorrido um prazo de dois anos a contar da data de assinatura do Tratado que estabelece a Constituição, quatro quintos dos Estados - Membros o tiverem ratificado e um ou mais Estados - Membros tiverem deparado com dificuldades em proceder a essa ratificação, o Conselho Europeu analisará a questão».
5.1. Qual a razão de ser da fracção «quatro quintos»?
5.2. Qual o significado exacto da expressão «tiverem deparado com dificuldades dificuldades em proceder a essa ratificação»?
5.3. Qual é a «questão» a analisar pelo Conselho Europeu?
6. Quantas são as áreas em que a União Europeia «dispõe de competência exclusiva para celebrar acordos internacionais»?
7. Quais são os Estados - Membros cujos Governos gozam de competência para aprovar uma Constituição?
8. Quais são os novos direitos que os povos europeus ou os cidadãos dos respectivos Estados- Membros passariam a deter com a aprovação do «Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa»?
9. Quem mandou elaborar o «Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa», com desvio do mandato conferido pelo Conselho Europeu de Laeken?
10. Como se designava o órgão que dirigiu os trabalhos da Convenção Europeia « em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa»?
Chave de correcção
1. Os próprios membros da Convenção Europeia, dirigindo-se a si mesmos, no fim do preâmbulo do seu projecto de Constituição para a Europa;
2.1. Todas;
2.2. Nenhuma;
3. Noruega, Islândia e Suíça;
4. Todos;
5.1. Ninguém sabe;
5.2. “Tiverem recusado a ratificação”;
5.3. Nenhuma (porque nesse caso nunca poderá haver alteração ao actual Tratado);
6. Toda e qualquer uma desde que a União assim o entenda ou decida (v.d. artigo I-12º, nº 2 do “Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa”);
7. Nenhum;
8. Nenhum;
9. Não se pode dizer;
10. Praesidium
Tábua de avaliação
I. Se não acertou em nenhuma resposta, respire fundo - é um verdadeiro cidadão europeu, sem hesitações e solidário com o rumo da Europa.
II. Se acertou nalguma das respostas, nunca o confesse em público, sob pena de forte e justificada suspeita de ser mais um euro-céptico.
III. Se por (des)ventura acertou em todas as questões, não desespere já, confirme de novo o resultado, sem precipitações; se este se confirmar, então sim, o seu caso é mesmo muito grave - provavelmente é um pária."
O nosso agradecimento ao Dr. Paulo Teixeira Pinto.
JV
"Assumindo como bom que nenhum argumento consegue derrubar um preconceito, e também que o conhecimento íntimo não carece de reconhecimento público, proporcione a si mesmo um exercício de auto-estima, respondendo com sinceridade secreta às questões de seguida enunciadas, por forma a perceber o real nível a que ascende a sua adesão ao novo ideal europeu.
1. Quem escreveu a seguinte declaração: «Gratos aos membros da Convenção Europeia por terem elaborado a presente Constituição em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa»?
2. Quantas vezes se repetiu um referendo europeu cujo resultado tenha sido:
2.1. «não»?
2.2. «sim» ?
3. Quais são os Países economicamente mais atrasados e politicamente menos informados da Europa?
4.Quantos Estados - Membros são necessários para alterar o Tratado da União Europeia?
5. Leia duas vezes, com a maior calma e atenção, a seguinte declaração, constante do Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa:
«Se, decorrido um prazo de dois anos a contar da data de assinatura do Tratado que estabelece a Constituição, quatro quintos dos Estados - Membros o tiverem ratificado e um ou mais Estados - Membros tiverem deparado com dificuldades em proceder a essa ratificação, o Conselho Europeu analisará a questão».
5.1. Qual a razão de ser da fracção «quatro quintos»?
5.2. Qual o significado exacto da expressão «tiverem deparado com dificuldades dificuldades em proceder a essa ratificação»?
5.3. Qual é a «questão» a analisar pelo Conselho Europeu?
6. Quantas são as áreas em que a União Europeia «dispõe de competência exclusiva para celebrar acordos internacionais»?
7. Quais são os Estados - Membros cujos Governos gozam de competência para aprovar uma Constituição?
8. Quais são os novos direitos que os povos europeus ou os cidadãos dos respectivos Estados- Membros passariam a deter com a aprovação do «Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa»?
9. Quem mandou elaborar o «Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa», com desvio do mandato conferido pelo Conselho Europeu de Laeken?
10. Como se designava o órgão que dirigiu os trabalhos da Convenção Europeia « em nome dos cidadãos e dos Estados da Europa»?
Chave de correcção
1. Os próprios membros da Convenção Europeia, dirigindo-se a si mesmos, no fim do preâmbulo do seu projecto de Constituição para a Europa;
2.1. Todas;
2.2. Nenhuma;
3. Noruega, Islândia e Suíça;
4. Todos;
5.1. Ninguém sabe;
5.2. “Tiverem recusado a ratificação”;
5.3. Nenhuma (porque nesse caso nunca poderá haver alteração ao actual Tratado);
6. Toda e qualquer uma desde que a União assim o entenda ou decida (v.d. artigo I-12º, nº 2 do “Projecto de Tratado que institui uma Constituição para a Europa”);
7. Nenhum;
8. Nenhum;
9. Não se pode dizer;
10. Praesidium
Tábua de avaliação
I. Se não acertou em nenhuma resposta, respire fundo - é um verdadeiro cidadão europeu, sem hesitações e solidário com o rumo da Europa.
II. Se acertou nalguma das respostas, nunca o confesse em público, sob pena de forte e justificada suspeita de ser mais um euro-céptico.
III. Se por (des)ventura acertou em todas as questões, não desespere já, confirme de novo o resultado, sem precipitações; se este se confirmar, então sim, o seu caso é mesmo muito grave - provavelmente é um pária."
O nosso agradecimento ao Dr. Paulo Teixeira Pinto.
JV
GISCARD, O ESQUIZOFRÉNICO
"Gostaríamos muito de ver a Constituição aprovada, mas sejamos claros, mais vale não ter uma Constituição do que ter uma que seja má, o mesmo é dizer uma Constituição mutilada"
"A história ensina-nos que as más constituições, aquelas que são consideradas injustas e ineficazes pelos cidadãos a quem se deveriam aplicar, originam revoluções e revoltas"
"Neste caso particular, não creio que veríamos barricadas a ser erguidas nas ruas, mas veríamos uma progressiva derrocada da União Europeia"
Giscard d´Estaing dixit
JV
"Gostaríamos muito de ver a Constituição aprovada, mas sejamos claros, mais vale não ter uma Constituição do que ter uma que seja má, o mesmo é dizer uma Constituição mutilada"
"A história ensina-nos que as más constituições, aquelas que são consideradas injustas e ineficazes pelos cidadãos a quem se deveriam aplicar, originam revoluções e revoltas"
"Neste caso particular, não creio que veríamos barricadas a ser erguidas nas ruas, mas veríamos uma progressiva derrocada da União Europeia"
Giscard d´Estaing dixit
JV
A BURRA DA ESQUERDA PORTUGUESA
O PM resolveu voltar às obsessões antigas e reabrir aquilo que designa por "o baú de certa direita portuguesa".
Não citou nenhum acórdão, para variar, o que até nem foi mau.
Com tamanha fixação por baús, urnas, arcas e cofres, talvez fosse melhor começar a desarrumação pela burra da esquerda.
Regista-se o facto de, num post scriptum admirável, o PM ter protagonizado um invulgar momento de contorcionismo lógico:
Em todo o caso, não deixa de ser curioso que os blogues que tanto têm verberado contra a Constituição europeia nem uma consideração teçam sobre a oportunidade da iniciativa do PSD-PP. O que leva a crer que acham que preparar a Europa para o alargamento é menos importante que entreter o Parlamento português num exercício inútil, cujo resultado será apenas o de agravar o estado calamitoso em que a revisão de 1997 deixou o texto constitucional.
Caro PM, é precisamente porque entendemos que a preparação da Europa para o alargamento é uma das questões mais importantes do momento que falamos mais dela e não tanto de outros temas de política interna, nomeadamente da revisão da Constituição.
Ou o PM acha que não se devem criticar e questionar as coisas mais importantes?
Sabemos que, no que toca à Europa, a prática socialista (com a honrosa excepção de Jaime Gama) é assinar de cruz, mas não era preciso confessá-lo em público.
Mantinha-se a burra da esquerda fechada e ninguém dava por isso.
Fica para outro dia a Constituição e a História rescrita.
JV
O PM resolveu voltar às obsessões antigas e reabrir aquilo que designa por "o baú de certa direita portuguesa".
Não citou nenhum acórdão, para variar, o que até nem foi mau.
Com tamanha fixação por baús, urnas, arcas e cofres, talvez fosse melhor começar a desarrumação pela burra da esquerda.
Regista-se o facto de, num post scriptum admirável, o PM ter protagonizado um invulgar momento de contorcionismo lógico:
Em todo o caso, não deixa de ser curioso que os blogues que tanto têm verberado contra a Constituição europeia nem uma consideração teçam sobre a oportunidade da iniciativa do PSD-PP. O que leva a crer que acham que preparar a Europa para o alargamento é menos importante que entreter o Parlamento português num exercício inútil, cujo resultado será apenas o de agravar o estado calamitoso em que a revisão de 1997 deixou o texto constitucional.
Caro PM, é precisamente porque entendemos que a preparação da Europa para o alargamento é uma das questões mais importantes do momento que falamos mais dela e não tanto de outros temas de política interna, nomeadamente da revisão da Constituição.
Ou o PM acha que não se devem criticar e questionar as coisas mais importantes?
Sabemos que, no que toca à Europa, a prática socialista (com a honrosa excepção de Jaime Gama) é assinar de cruz, mas não era preciso confessá-lo em público.
Mantinha-se a burra da esquerda fechada e ninguém dava por isso.
Fica para outro dia a Constituição e a História rescrita.
JV
quinta-feira, dezembro 04, 2003
Um Blog também serve para isto ?
Dizem as más línguas que o DBH aproveitou o seu post subordinado ao tema "Desculpa (bis 1000 vezes)" para, de uma penada, se reconciliar genericamente com o Mundo e, em particular, com todos os que se encontravam aborrecidos com ele.
Engenhoso, dizem alguns.
Demasiado conspirativo, acho eu.
Fica o tabu. Mais um.
JV
Dizem as más línguas que o DBH aproveitou o seu post subordinado ao tema "Desculpa (bis 1000 vezes)" para, de uma penada, se reconciliar genericamente com o Mundo e, em particular, com todos os que se encontravam aborrecidos com ele.
Engenhoso, dizem alguns.
Demasiado conspirativo, acho eu.
Fica o tabu. Mais um.
JV
TRÉPLICA (longa...)
O JPN respondeu-me ao Post O Fim do Liberalismo, e aproveita para colocar umas perguntas.
Ora bem. Escreve:
"Quando digo "se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada." talvez pareça que esta seria para mim a melhor maneira de resolver a questão sem referendos, sem debates. Não é. Ao fazer essa afirmação, faço-a à luz do que disse anteriormente. Eu não encaro o feto como um ser humano e o que eu quis dizer foi que se houvesse referendo e a facção pro-legalização, na qual me insiro, ganhasse, então seria isso que aconteceria. Não penso que se resolveria a questão simplesmente impondo essa medida."
Impondo a medida??? Mas isso passa pela cabeça de alguém?
O meu caro JPN pode encarar o Feto como bem entender, o problema é achar que é uma questão de opinião pessoal. Logo, quem acha não faz, quem não acha faz.
Não tenho a menor intenção de discutir aqui a temática do aborto. Até hoje, as únicas pessoas que vi mudarem de opinião (de e para ambos os lados) foi por considerarem que não se trata de uma questão de opinião, mas sim de uma definição científica. Ao procurarem a resposta científica à pergunta "é uma vida?", mudaram de opinião. Com ambas as respostas!
Os dois lados (pro-life x pro-choice) têm argumentos morais (é uma vida x é o meu corpo), acrescentando o pro-choice com argumentos "sociológicos" (os ricos vão a Espanha, os pobres para o vão de escada).
Por isso, só me interessa esta discussão para entender a dita "Nova Direita". No seu caso o argumento está viciado. Falta o seguimento lógico a um dos lados.
O problema do Liberalismo, que referi, é o limite da liberdade pessoal. Enquanto o BE clama que "nenhum homem manda no meu corpo", o ultra-liberal exclama "nunca o Estado vai tomar decisões morais por mim".
Assim, sai-lhe uma frase beleza como "se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada."
Mas, caro, JPN, se não entender que o primado da vida humana é absoluto, não percebe que quem assim vê um feto (como Vida) nunca poderia aceitar essa escolha. Seria o mesmo, para nós, que dizer "Se quiseres despachar a tua avózinha tudo bem, se eu não quiser acabar com a minha não tens nada que ver com isso". Exactamente porque quanto à Vida Humana não se dá a escolha a ninguém. Nem ao Estado.
O erro é cair na falácia bloquista, de que isto é uma questão de imposição de Fé. Ninguém está a querer impedir outros de "pecar".
Penso que entendeu isto, porque me pergunta:"Só o facto de se discutir a questão é já um prenúncio de morte uma vez que já se está a por em causa a vida humana"? Não. Penso que a Vida deve ser discutida e, no plano teórico, posta em causa. Como no caso da pena de morte. Porque só assim damos atenção ao que damos por garantido.
A minha opinião, pessoal, é de Prudência. Não acabar nunca com a possibilidade de uma Vida. Penso que isto responde à última pergunta.
DBH
O JPN respondeu-me ao Post O Fim do Liberalismo, e aproveita para colocar umas perguntas.
Ora bem. Escreve:
"Quando digo "se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada." talvez pareça que esta seria para mim a melhor maneira de resolver a questão sem referendos, sem debates. Não é. Ao fazer essa afirmação, faço-a à luz do que disse anteriormente. Eu não encaro o feto como um ser humano e o que eu quis dizer foi que se houvesse referendo e a facção pro-legalização, na qual me insiro, ganhasse, então seria isso que aconteceria. Não penso que se resolveria a questão simplesmente impondo essa medida."
Impondo a medida??? Mas isso passa pela cabeça de alguém?
O meu caro JPN pode encarar o Feto como bem entender, o problema é achar que é uma questão de opinião pessoal. Logo, quem acha não faz, quem não acha faz.
Não tenho a menor intenção de discutir aqui a temática do aborto. Até hoje, as únicas pessoas que vi mudarem de opinião (de e para ambos os lados) foi por considerarem que não se trata de uma questão de opinião, mas sim de uma definição científica. Ao procurarem a resposta científica à pergunta "é uma vida?", mudaram de opinião. Com ambas as respostas!
Os dois lados (pro-life x pro-choice) têm argumentos morais (é uma vida x é o meu corpo), acrescentando o pro-choice com argumentos "sociológicos" (os ricos vão a Espanha, os pobres para o vão de escada).
Por isso, só me interessa esta discussão para entender a dita "Nova Direita". No seu caso o argumento está viciado. Falta o seguimento lógico a um dos lados.
O problema do Liberalismo, que referi, é o limite da liberdade pessoal. Enquanto o BE clama que "nenhum homem manda no meu corpo", o ultra-liberal exclama "nunca o Estado vai tomar decisões morais por mim".
Assim, sai-lhe uma frase beleza como "se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada."
Mas, caro, JPN, se não entender que o primado da vida humana é absoluto, não percebe que quem assim vê um feto (como Vida) nunca poderia aceitar essa escolha. Seria o mesmo, para nós, que dizer "Se quiseres despachar a tua avózinha tudo bem, se eu não quiser acabar com a minha não tens nada que ver com isso". Exactamente porque quanto à Vida Humana não se dá a escolha a ninguém. Nem ao Estado.
O erro é cair na falácia bloquista, de que isto é uma questão de imposição de Fé. Ninguém está a querer impedir outros de "pecar".
Penso que entendeu isto, porque me pergunta:"Só o facto de se discutir a questão é já um prenúncio de morte uma vez que já se está a por em causa a vida humana"? Não. Penso que a Vida deve ser discutida e, no plano teórico, posta em causa. Como no caso da pena de morte. Porque só assim damos atenção ao que damos por garantido.
A minha opinião, pessoal, é de Prudência. Não acabar nunca com a possibilidade de uma Vida. Penso que isto responde à última pergunta.
DBH
Porco Fascista
Só para avisar que vou amanhã de manhã para a Suiça (Davos) para um fim de semana de ski. Há que manter convenientemente as aparências aqui do Quinto!
FA
Só para avisar que vou amanhã de manhã para a Suiça (Davos) para um fim de semana de ski. Há que manter convenientemente as aparências aqui do Quinto!
FA
quarta-feira, dezembro 03, 2003
AGORA SIM: É nestes dias, em que os estudantes de Coimbra afluem às urnas a fim de escolherem, de entre os seus melhores (cof!), aqueles que os representarão (cof cof!!), que começo a gostar da ideia das portas fechadas a cadeado.
FMS
FMS
terça-feira, dezembro 02, 2003
Take Another Plane
…que este está cheio de funcionários da companhia!
É óbvio que o índice de funcionários por avião nem sempre é relevante já que diferentes tipos operações de aviação comercial exigem um número de funcionários diferente. Mais, como a Iberia (89 aviões) tem uma frota muito maior que a TAP (38 aviões), por uma lógica de economias de escala, pode ter um índice de funcionários por aparelho inferior. Dito isto, 212 funcionários por aparelho parece de facto excessivo. Para terem uma ideia, a TAP não poderia neste momento transportar todos os seus funcionários nos aviões da companhia!
Por exemplo, a TAM (a 2ª companhia do Brasil) tem mais ou menos o mesmo número de funcionários da TAP (à roda de 8,000) mas com uma frota bem maior (91 aparelhos). Claro que a TAM tem aviões mais pequenos que requerem menos tripulação mas, ainda assim, a proporção na TAP continua a parecer desequilibrada.
Mas vamos ver outros exemplos bem mais preocupantes. Primeiro temos a Malev, companhia de bandeira da Hungria e ainda controlada pelo Governo Húngaro (97% do capital). A Malev tem cerca de 28 aviões e à roda de 3,000 funcionários. A proporção é de 107 funcionários por avião. Vejamos agora a LOT da Polónia: 4,400 empregados para 37 aviões. Cerca de 119 funcionários por avião.
Convém lembrar que a Malev e a LOT se vão juntar ao conjunto dos transportadores aéreos comunitários quando a Hungria e a Polónia entrarem de facto na UE. Vai ser com companhias como a Malev e a LOT que a TAP vai ter de competir num mercado de transporte Europeu liberalizado onde não haverá subsídios nem ajudinhas que lhe valham.
Czy mówicie po angielsku?
FA
…que este está cheio de funcionários da companhia!
É óbvio que o índice de funcionários por avião nem sempre é relevante já que diferentes tipos operações de aviação comercial exigem um número de funcionários diferente. Mais, como a Iberia (89 aviões) tem uma frota muito maior que a TAP (38 aviões), por uma lógica de economias de escala, pode ter um índice de funcionários por aparelho inferior. Dito isto, 212 funcionários por aparelho parece de facto excessivo. Para terem uma ideia, a TAP não poderia neste momento transportar todos os seus funcionários nos aviões da companhia!
Por exemplo, a TAM (a 2ª companhia do Brasil) tem mais ou menos o mesmo número de funcionários da TAP (à roda de 8,000) mas com uma frota bem maior (91 aparelhos). Claro que a TAM tem aviões mais pequenos que requerem menos tripulação mas, ainda assim, a proporção na TAP continua a parecer desequilibrada.
Mas vamos ver outros exemplos bem mais preocupantes. Primeiro temos a Malev, companhia de bandeira da Hungria e ainda controlada pelo Governo Húngaro (97% do capital). A Malev tem cerca de 28 aviões e à roda de 3,000 funcionários. A proporção é de 107 funcionários por avião. Vejamos agora a LOT da Polónia: 4,400 empregados para 37 aviões. Cerca de 119 funcionários por avião.
Convém lembrar que a Malev e a LOT se vão juntar ao conjunto dos transportadores aéreos comunitários quando a Hungria e a Polónia entrarem de facto na UE. Vai ser com companhias como a Malev e a LOT que a TAP vai ter de competir num mercado de transporte Europeu liberalizado onde não haverá subsídios nem ajudinhas que lhe valham.
Czy mówicie po angielsku?
FA
Um Blog também serve para isto:
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DBH
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DBH
segunda-feira, dezembro 01, 2003
O FIM DO LIBERALISMO
Não há muito a acrescentar à questão da legalização do aborto a não ser, talvez, para tentar compreender como é que a Nova Direita se cruza e entende com a "nova velha direita".
Depois da resposta que o JPC deu, n'O Independente, ao artigo do Vasco Rato, sei que não conseguirei fazer melhor (o que é irritante).
Mas, li hoje umas linhas no Complot que me levaram a pensar porque é que sou liberal: São as pessoas, a sua liberdade. Por isso quando alguém escreve:
" Se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano, não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada. "
... Fico a pensar se o autor pensa que a vida humana depende do que dela outros pensam ou valoram, ou se não deveria ser um Bem absoluto.
O Liberalismo tem um fim e um Fim. O Fim é realização, de cada vida, pela liberdade. O fim deve ser antes de livremente se acabar com a possibilidade de uma vida.
DBH
Não há muito a acrescentar à questão da legalização do aborto a não ser, talvez, para tentar compreender como é que a Nova Direita se cruza e entende com a "nova velha direita".
Depois da resposta que o JPC deu, n'O Independente, ao artigo do Vasco Rato, sei que não conseguirei fazer melhor (o que é irritante).
Mas, li hoje umas linhas no Complot que me levaram a pensar porque é que sou liberal: São as pessoas, a sua liberdade. Por isso quando alguém escreve:
" Se acharem que estão a tirar a vida a um ser humano, não o fazem. Se não acharem, fazem-no. Mas essa escolha deve ser dada. "
... Fico a pensar se o autor pensa que a vida humana depende do que dela outros pensam ou valoram, ou se não deveria ser um Bem absoluto.
O Liberalismo tem um fim e um Fim. O Fim é realização, de cada vida, pela liberdade. O fim deve ser antes de livremente se acabar com a possibilidade de uma vida.
DBH
"Pom pom pompom, pom pom pompom, pom pom pompoooom..."
Cantamos alegremente, berramos mesmo, ao som do post da nossa Charlotte.
Hoje à noite, no jantar da UBL, faremos um brinde ao casal. Cada um de nós. 25 tragos depois voltaremos a tentar cantar.
Bjos
DBH
Cantamos alegremente, berramos mesmo, ao som do post da nossa Charlotte.
Hoje à noite, no jantar da UBL, faremos um brinde ao casal. Cada um de nós. 25 tragos depois voltaremos a tentar cantar.
Bjos
DBH