UNIDADE & COMPANHIA
1. UNIDADE
O Daniel resolveu postar que as cerca de 160.000 assinaturas, que serão apresentadas esta semana, são um esforço de unidade do CDS e do PNR.
Vamos lá tentar perceber esse post:
O Bloco, que só tem o voto de 2,76% dos portugueses, vê-se obrigado a demonstrar a sua pretensa importância de duas maneiras. A primeira ao liderar a oposição de esquerda, o que fazem com sucesso por falta de comparência doutros. A segunda com "números artísticos" nos média, em que são engenhosos.Foi o que fizeram com as assinaturas, é o que fazem com o fórum TSF.
Como são uma organização revolucionária (PSR) tendem a valorizar as acções de rua, como a recolha de assinaturas. Felizmente podem ser o rei do bairro deles, mas não são os donos das ruas. Assim, quando outros mostram que têm apoio popular, de que se julgam senhores, a solução é demonizar os opositores. Juntar o CDS ao PNR.
Enganam-se redondamente. Ao contrário do Bloco, que lutou com Jamila Madeira pela propriedade da campanha de liberalização do aborto, o CDS não vê as assinaturas como suas. Foram recolhidas por um movimento, com pessoas dos três partidos do arco democrático.
O facto de o CDS ter três décadas da mesma defesa da vida dá legitimidade, mas não mostra unidade.
2. COMPANHIA
O Bloco tem no seu site (da distrital de Setúbal) links para terroristas em dois países, Espanha e Irlanda... Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és?
O site nacional do mesmo partido "linka" também a associação Pimtaí, que afirma:
"A sociedade, esta sociedade, não é para aproveitar, o que está verdadeiramente em causa é destruí-la, não é ter medo de a destruir"
Mas porquê ir tão longe? O próprio partido do Daniel é composto por um (UDP) que afirma querer
"A socialização da banca, dos principais meios de produção da indústria"
Espero que o nosso amigo do Barnabé se sinta confortável com a companhia!
DBH
«... depois dos três impérios dos Assírios, Persas e Gregos, que já passaram, e depois do quarto, que ainda hoje dura, que é o romano, há-de haver um novo e melhor império que há-de ser o quinto e último» Padre António Vieira oquintodosimperios@gmail.com
domingo, fevereiro 29, 2004
EXCESSO DE RIDÍCULO E DE ABSURDO
É a única coisa a dizer deste post do Daniel Oliveira.
Parece tê-lo incomodado - e estimulado a sua veia mais grosseiramente demagógica - o facto de, em muito menos tempo, muito mais pessoas se terem manifestado contra a aberração que o Daniel toma por civilizada.
Devolvendo-lhe a exigência de rigor, sugiro que leia meia dúzia de posts mais abaixo (e, de caminho, o artigo de Gentil Martins no Expresso). Vai ver que acertámos no número.
Quanto às companhias - para não recuar muito no tempo - ainda me lembro dos links do site primitivo do BE ...
JV
É a única coisa a dizer deste post do Daniel Oliveira.
Parece tê-lo incomodado - e estimulado a sua veia mais grosseiramente demagógica - o facto de, em muito menos tempo, muito mais pessoas se terem manifestado contra a aberração que o Daniel toma por civilizada.
Devolvendo-lhe a exigência de rigor, sugiro que leia meia dúzia de posts mais abaixo (e, de caminho, o artigo de Gentil Martins no Expresso). Vai ver que acertámos no número.
Quanto às companhias - para não recuar muito no tempo - ainda me lembro dos links do site primitivo do BE ...
JV
BLOG DATE
Como escrevi na sexta-feira, fui beber um café com a Blogger que antes me chamou de "velho" e "alimentado a rações de nitrofuranos".
Gostei muito de a conhecer.
De notar que, antes de nos despedirmos, ela ainda disse:
"- Mas tu és um capitalista fascista, cheio de dinheiro e amigos e coiso"...
Obviamente ficámos amigos.
DBH
Como escrevi na sexta-feira, fui beber um café com a Blogger que antes me chamou de "velho" e "alimentado a rações de nitrofuranos".
Gostei muito de a conhecer.
De notar que, antes de nos despedirmos, ela ainda disse:
"- Mas tu és um capitalista fascista, cheio de dinheiro e amigos e coiso"...
Obviamente ficámos amigos.
DBH
DESTA MANEIRA O PORTAS NÃO VAI PARA A EUROPA
O BE, nas últimas eleições, fazia propaganda afirmando que era um partido que "não ia em futebóis". Agora, apesar dos imperativos éticos do seu líder, decidiu juntar o seu aniversário ao do Benfica, tentando apropriar-se dos festejos de seis milhões de portugueses.
Nós sabemos que esta será a terceira tentativa de elegerem Miguel Portas, mas será que quebrar as promessas eleitorais é a melhor maneira?
DBH
O BE, nas últimas eleições, fazia propaganda afirmando que era um partido que "não ia em futebóis". Agora, apesar dos imperativos éticos do seu líder, decidiu juntar o seu aniversário ao do Benfica, tentando apropriar-se dos festejos de seis milhões de portugueses.
Nós sabemos que esta será a terceira tentativa de elegerem Miguel Portas, mas será que quebrar as promessas eleitorais é a melhor maneira?
DBH
100.000???
Há um mês atrás o Barnabé vangloriava-se assim pelas suas assinaturas:
Correu bem: tinha, nas últimas contas, 95.000 assinaturas. No fim da contagem deverá chegar às cem mil.
PS: Nas últimas contas, a esta hora, já se tinha chegado a 110.000 assinaturas. É uma das maiores petições de sempre.
E a meio desta semana o que dirão das assinaturas? Quando outra petição ultrapassar, em menos tempo, as 130.000?
Claro que esta pergunta é retórica, vai ser como as sondagens: as que dão jeito são boas, o resto ignoram!
DBH
Há um mês atrás o Barnabé vangloriava-se assim pelas suas assinaturas:
Correu bem: tinha, nas últimas contas, 95.000 assinaturas. No fim da contagem deverá chegar às cem mil.
PS: Nas últimas contas, a esta hora, já se tinha chegado a 110.000 assinaturas. É uma das maiores petições de sempre.
E a meio desta semana o que dirão das assinaturas? Quando outra petição ultrapassar, em menos tempo, as 130.000?
Claro que esta pergunta é retórica, vai ser como as sondagens: as que dão jeito são boas, o resto ignoram!
DBH
Força Portugal!
O ainda Secretário-Geral do PS não pára de surpreender.
Resolveu embirrar com o slogan da coligação PSD/CDS para as europeias porque, alegadamente, imita o "slogan" de Berlusconi "Forza Italia".
Seria útil que alguém lhe explicasse que:
a) a Forza Itália é um partido;
b) o PS não é o campeão da originalidade (como é que se chamava o encontro sobre as europeias?).
c) os portugueses têm memória.
JV
O ainda Secretário-Geral do PS não pára de surpreender.
Resolveu embirrar com o slogan da coligação PSD/CDS para as europeias porque, alegadamente, imita o "slogan" de Berlusconi "Forza Italia".
Seria útil que alguém lhe explicasse que:
a) a Forza Itália é um partido;
b) o PS não é o campeão da originalidade (como é que se chamava o encontro sobre as europeias?).
c) os portugueses têm memória.
JV
123.000
É o número de assinaturas já atingido por uma petição lançada no dia 24 de Janeiro.
Pena que a imprensa barnabaica apenas se lembre das 121.151 que outra foi capaz de recolher em 6 meses.
A isto chama-se imparcialidade jornalística.
JV
É o número de assinaturas já atingido por uma petição lançada no dia 24 de Janeiro.
Pena que a imprensa barnabaica apenas se lembre das 121.151 que outra foi capaz de recolher em 6 meses.
A isto chama-se imparcialidade jornalística.
JV
sábado, fevereiro 28, 2004
O EMBUSTE
Numa original Convenção Europeia - terão inventado o nome sozinhos?! - com que o PS pretende mascarar o museu de cera que vai mandar para Bruxelas, o ainda Secretário-Geral da agremiação teve a elegância de chamar "embuste eleitoral" às últimas eleições legislativas.
Depois da palermice, da trapalhice e de toda a sorte de dislates proferidos em público (e de outros impropérios vicentinos em privado) o senhor resolveu ofender, de uma penada, o sistema democrático e todos os portugueses. Nada mau.
Alguma capacidade de autocrítica ficaria bem a quem tanto brada por remodelações e contra o populismo.
Remodele-se, Dr. Ferro, remodele-se...
Portugal agradece.
JV
Numa original Convenção Europeia - terão inventado o nome sozinhos?! - com que o PS pretende mascarar o museu de cera que vai mandar para Bruxelas, o ainda Secretário-Geral da agremiação teve a elegância de chamar "embuste eleitoral" às últimas eleições legislativas.
Depois da palermice, da trapalhice e de toda a sorte de dislates proferidos em público (e de outros impropérios vicentinos em privado) o senhor resolveu ofender, de uma penada, o sistema democrático e todos os portugueses. Nada mau.
Alguma capacidade de autocrítica ficaria bem a quem tanto brada por remodelações e contra o populismo.
Remodele-se, Dr. Ferro, remodele-se...
Portugal agradece.
JV
sexta-feira, fevereiro 27, 2004
O MURO???
Vital Moreira escreveu este post sobre a questão do muro/vedação construído por Israel.
De várias afirmações duvidáveis (o muro não traz mais segurança - basta ver onde é que acontecem atentados), o que mais espanta é este trecho:
A segurança de Israel só pode passar pela paz, decorrente da retirada dos territórios ocupados e do reconhecimento do Estado palestiniano, porque é isso que corresponde ao direito internacional e aos anseios dos palestinianos e porque só isso retirará aos grupos radicais palestinianos o principal combustível da sua desesperada luta.
O combustível dos grupos radicais palestinianos, é de lembrar que está a referir-se ao partido do governo da Autoridade Palestiniana, não é uma questão territorial... é existencial.
O Estado de Israel e os seus dois principais partidos de governo (Likud e Trabalhistas) já reconheceram o direito à existência do Estado Palestiniano. O contrário ainda não aconteceu. Sem querer saber o que é que considera "territórios ocupados" (pois a Fatah considera todo o território israelita), convém saber para onde é que VM quer que Israel se retire...
A questão não é de linhas de fronteira (aliás uma linha de cessar-fogo), é de segurança.
Já agora, a Autoridade Palestiniana também nunca cumpriu várias resoluções da ONU, que eu me lembre Belém também devia ser uma cidade internacional...
Concordo, no entanto, com várias afirmações de VM, mas o que espanta é a sua incompreensão do facto essencial: os radicais continuarão a ser terroristas, faça Israel o que fizer. Não querem um lugar à mesa das negociações, querem explodir a mesa.
O muro é a prova física da incapacidade da AP deixar de apoiar ou tolerar as organizações terroristas.
DBH
Vital Moreira escreveu este post sobre a questão do muro/vedação construído por Israel.
De várias afirmações duvidáveis (o muro não traz mais segurança - basta ver onde é que acontecem atentados), o que mais espanta é este trecho:
A segurança de Israel só pode passar pela paz, decorrente da retirada dos territórios ocupados e do reconhecimento do Estado palestiniano, porque é isso que corresponde ao direito internacional e aos anseios dos palestinianos e porque só isso retirará aos grupos radicais palestinianos o principal combustível da sua desesperada luta.
O combustível dos grupos radicais palestinianos, é de lembrar que está a referir-se ao partido do governo da Autoridade Palestiniana, não é uma questão territorial... é existencial.
O Estado de Israel e os seus dois principais partidos de governo (Likud e Trabalhistas) já reconheceram o direito à existência do Estado Palestiniano. O contrário ainda não aconteceu. Sem querer saber o que é que considera "territórios ocupados" (pois a Fatah considera todo o território israelita), convém saber para onde é que VM quer que Israel se retire...
A questão não é de linhas de fronteira (aliás uma linha de cessar-fogo), é de segurança.
Já agora, a Autoridade Palestiniana também nunca cumpriu várias resoluções da ONU, que eu me lembre Belém também devia ser uma cidade internacional...
Concordo, no entanto, com várias afirmações de VM, mas o que espanta é a sua incompreensão do facto essencial: os radicais continuarão a ser terroristas, faça Israel o que fizer. Não querem um lugar à mesa das negociações, querem explodir a mesa.
O muro é a prova física da incapacidade da AP deixar de apoiar ou tolerar as organizações terroristas.
DBH
quinta-feira, fevereiro 26, 2004
THE SONGS THAT SAVED YOUR LIFE
A efeméride foi já assinalada pelo PAS e pelo CC, esperando-se ansiosamente a homenagem do PM. Faz este mês 20 anos que os Smiths inauguraram a sua carreira discográfica, a mais inesquecível mistura de beleza, erudição, sarcasmo e tristeza que a pop produziu, o momento em que esta se afirmou mais descomplexada e arrogantemente como ARTE.
Assim como noutros casos incontornáveis, o destino dos Smiths foi determinado pelo encontro de dois espíritos incompatíveis que, por breves instantes das suas vidas criativas, desfilaram génio em paralelo.
O corpo dos Smiths eram as canções irreprensíveis e doces de Johnny Marr, que as rendilhava com a sua maneira única e irrepetível de tocar guitarra.
Mas a alma, essa era Stephen Patrick Morrissey. Minto, porque era mais do que isso. A alma dos Smiths era a alma de Morrissey.
Tony Wilson (fundador da Factory - o epicentro criativo de todos os movimentos musicais da Manchester de finais de 70 e in?cios de 80) lembrou um dia a desilusão que sentiu quando o amigo Stephen Patrick lhe comunicou que formara uma banda. A Inglaterra da sua geração tinha perdido o seu maior poeta.
Hoje sabe-se que não. Os Smiths foram o veículo que Morrissey escolheu para cantar o seu mundo assombrado pelo paradoxo. Se a contradição, a inconsequência e a incoerência fazem parte da natureza humana, então Morrissey, como o seu querido Wilde 100 anos antes, é o melhor e o mais perfeito de todos nós.
O celibatário sensual, o eremita espalhafatoso, o esqueredista que canta enrolado à Union Jack perante audiências de cabeças rapadas, o mancuniano decadentista que se muda para Los Angeles, o filho dos bairros pobres que engana os ex-colegas de banda na distribuição de royalties.
Não cheguei a conhecer os Smiths em vida, se assim me posso exprimir. Mas vi o mito à minha frente, em Outubro de 1999 no Coliseu do Porto. Morrisey em palco. Vestia casaco de veludo escarlate, fiel à imagem de decadência barroca e luxúria vistosa. Por baixo, as raízes operárias, o triunfo do povo. A t-shirt do West Ham United.
A última vez que olhei para ele, cantava assim:
"Last night I dreamt
that somebody loved me
no hope - but no harm
just another false alarm
Last night I felt
real arms around me
no hope - no harm
just another false alarm
so, tell me how long
before the last one?
and tell me how long
before the right one?
this story is old - I KNOW
but it goes on
this story is old - I KNOW
but it goes on"
FMS
A efeméride foi já assinalada pelo PAS e pelo CC, esperando-se ansiosamente a homenagem do PM. Faz este mês 20 anos que os Smiths inauguraram a sua carreira discográfica, a mais inesquecível mistura de beleza, erudição, sarcasmo e tristeza que a pop produziu, o momento em que esta se afirmou mais descomplexada e arrogantemente como ARTE.
Assim como noutros casos incontornáveis, o destino dos Smiths foi determinado pelo encontro de dois espíritos incompatíveis que, por breves instantes das suas vidas criativas, desfilaram génio em paralelo.
O corpo dos Smiths eram as canções irreprensíveis e doces de Johnny Marr, que as rendilhava com a sua maneira única e irrepetível de tocar guitarra.
Mas a alma, essa era Stephen Patrick Morrissey. Minto, porque era mais do que isso. A alma dos Smiths era a alma de Morrissey.
Tony Wilson (fundador da Factory - o epicentro criativo de todos os movimentos musicais da Manchester de finais de 70 e in?cios de 80) lembrou um dia a desilusão que sentiu quando o amigo Stephen Patrick lhe comunicou que formara uma banda. A Inglaterra da sua geração tinha perdido o seu maior poeta.
Hoje sabe-se que não. Os Smiths foram o veículo que Morrissey escolheu para cantar o seu mundo assombrado pelo paradoxo. Se a contradição, a inconsequência e a incoerência fazem parte da natureza humana, então Morrissey, como o seu querido Wilde 100 anos antes, é o melhor e o mais perfeito de todos nós.
O celibatário sensual, o eremita espalhafatoso, o esqueredista que canta enrolado à Union Jack perante audiências de cabeças rapadas, o mancuniano decadentista que se muda para Los Angeles, o filho dos bairros pobres que engana os ex-colegas de banda na distribuição de royalties.
Não cheguei a conhecer os Smiths em vida, se assim me posso exprimir. Mas vi o mito à minha frente, em Outubro de 1999 no Coliseu do Porto. Morrisey em palco. Vestia casaco de veludo escarlate, fiel à imagem de decadência barroca e luxúria vistosa. Por baixo, as raízes operárias, o triunfo do povo. A t-shirt do West Ham United.
A última vez que olhei para ele, cantava assim:
"Last night I dreamt
that somebody loved me
no hope - but no harm
just another false alarm
Last night I felt
real arms around me
no hope - no harm
just another false alarm
so, tell me how long
before the last one?
and tell me how long
before the right one?
this story is old - I KNOW
but it goes on
this story is old - I KNOW
but it goes on"
FMS
TIRO NO PÉ:
Acredito na Justiça dos Tribunais tanto quanto acredito na Justiça de Deus. Não nego à partida uma ciência que desconheço. E, aliás, quanto mais ouço os programas em que a TSF coloca no ar domésticas e taxistas a discorrerem sobre hermenêutica jurídica, mais me convenço da bondade intrínseca, da legalidade imaculada e da infabilidade rigorosa dos senhores da beca.
Porém, assim como em relação à ponderação divina, também perante algumas decisões judiciais concretas tenho os meus momentos de perplexidade. A da semana passada, em que Vale e Azevedo esteve 14 segundos em liberdade, teve requintes de uma desnecessária malvadez.
Eu, como qualquer portista, simpatizo coma figura e, principalmente, com a obra. Mas não desejo que, por causa de brincadeiras como a do Juíz Cardoso, o povo irracional e demente da TSF idolatre ainda mais o Dr. Azevedo e, um dia, o receba em braços no Estádio da Luz.
Ou na Assembleia da República.
FMS
Acredito na Justiça dos Tribunais tanto quanto acredito na Justiça de Deus. Não nego à partida uma ciência que desconheço. E, aliás, quanto mais ouço os programas em que a TSF coloca no ar domésticas e taxistas a discorrerem sobre hermenêutica jurídica, mais me convenço da bondade intrínseca, da legalidade imaculada e da infabilidade rigorosa dos senhores da beca.
Porém, assim como em relação à ponderação divina, também perante algumas decisões judiciais concretas tenho os meus momentos de perplexidade. A da semana passada, em que Vale e Azevedo esteve 14 segundos em liberdade, teve requintes de uma desnecessária malvadez.
Eu, como qualquer portista, simpatizo coma figura e, principalmente, com a obra. Mas não desejo que, por causa de brincadeiras como a do Juíz Cardoso, o povo irracional e demente da TSF idolatre ainda mais o Dr. Azevedo e, um dia, o receba em braços no Estádio da Luz.
Ou na Assembleia da República.
FMS
Os amanhãs que cantam
O “Querido Líder” Kim Jong Il da Coreia do Norte admite suspender os projectos de construção de armas nucleares em troca de “medidas correspondentes” por parte dos EUA. Leia-se dólares americanos ou petróleo, ou ambos!
Ao mesmo tempo que demonizam o adversário americano, assegurando à população completamente reprimida, escandalosamente empobrecida e inteligentemente manipulada que tudo de mau que acontece (e que é bastante) é culpa dos americanos, os líderes norte-coreanos negoceiam e tentam obter vantagens desses mesmos americanos.
Tudo num jogo sem vergonha em que os peões são os coreanos a norte e a sul do paralelo 38 e as regras do jogo incluem armas químicas e biológicas testadas em dissidentes políticos e suas famílias. Tudo para perpetuar um regime sem escrúpulos, sem princípios e sem futuro. É assim o comunismo hereditário e feudal.
FA
O “Querido Líder” Kim Jong Il da Coreia do Norte admite suspender os projectos de construção de armas nucleares em troca de “medidas correspondentes” por parte dos EUA. Leia-se dólares americanos ou petróleo, ou ambos!
Ao mesmo tempo que demonizam o adversário americano, assegurando à população completamente reprimida, escandalosamente empobrecida e inteligentemente manipulada que tudo de mau que acontece (e que é bastante) é culpa dos americanos, os líderes norte-coreanos negoceiam e tentam obter vantagens desses mesmos americanos.
Tudo num jogo sem vergonha em que os peões são os coreanos a norte e a sul do paralelo 38 e as regras do jogo incluem armas químicas e biológicas testadas em dissidentes políticos e suas famílias. Tudo para perpetuar um regime sem escrúpulos, sem princípios e sem futuro. É assim o comunismo hereditário e feudal.
FA
quarta-feira, fevereiro 25, 2004
O QUE O EDUARDO REPRESENTA: Dirijam-se aqui e leiam o magnífico post de 18 de Fevereiro sobre o aborto, uma discussão em que a direita mediática tem acertado vezes de mais ao lado.
FMS
FMS
terça-feira, fevereiro 24, 2004
Verde de inveja
O meu urso polar é mais verde que o teu. Prometo mandar mais fotos quando chegar a Singapura lá para dia 21 ou 22 de Março.
FA
O meu urso polar é mais verde que o teu. Prometo mandar mais fotos quando chegar a Singapura lá para dia 21 ou 22 de Março.
FA
Campeonato de trazer por casa
"I think they bought that championship at Tesco. They win it every year - every time they buy a bottle of milk it is three points. I can't remember anyone else apart from Sporting Lisbon taking their title." – Sir Alex Fergusson (Treinador do Man Utd.) sobre o F.C. Porto
FA
"I think they bought that championship at Tesco. They win it every year - every time they buy a bottle of milk it is three points. I can't remember anyone else apart from Sporting Lisbon taking their title." – Sir Alex Fergusson (Treinador do Man Utd.) sobre o F.C. Porto
FA
Eu avisei
Tínhamos razão quando demos as boas-vindas à Susana. Um post muito bem pensado e sensato. Dito isto, não precisamos necessariamente de estar de acordo. É o caso.
Não vou criticar detalhadamente a (muito boa) análise que é feita. Vou simplesmente deter-me numa frase/conclusão que é qualquer coisa como: os Estados Unidos não se podem dar ao luxo de queimar cartuxos políticos na arena internacional em experiências falhadas de nation-building que a ONU está "mais do que habilitada" a resolver.
Acho que esta conclusão subestima a motivação e estratégia dos Estados Unidos ao intervir no Iraque ao mesmo tempo que sobrestima a habilitação e habilidade da ONU para resolver conflitos.
Não sei se já alguém disse isto mas parece-me que a visão (segundo a Susana do “sempre idealista Wolfowitz”) Americana para o Iraque assenta na célebre teoria do dominó mas ao contrário. Por todas as razões mais algumas (petróleo, 11 de Setembro, Israel – não necessariamente por esta ordem) é fundamental para os EUA (e para o Mundo Ocidental) demonstrar que a Democracia, a economia de mercado e o laicismo não são incompatíveis com a cultura e sociedades Islâmicas.
Concordo que poderiam ter escolhido um test-case mais favorável para o exercício de nation-building (já que o Iraque será tudo menos uma nação) mas lá que o Saddam andava a pedi-las...
FA
Tínhamos razão quando demos as boas-vindas à Susana. Um post muito bem pensado e sensato. Dito isto, não precisamos necessariamente de estar de acordo. É o caso.
Não vou criticar detalhadamente a (muito boa) análise que é feita. Vou simplesmente deter-me numa frase/conclusão que é qualquer coisa como: os Estados Unidos não se podem dar ao luxo de queimar cartuxos políticos na arena internacional em experiências falhadas de nation-building que a ONU está "mais do que habilitada" a resolver.
Acho que esta conclusão subestima a motivação e estratégia dos Estados Unidos ao intervir no Iraque ao mesmo tempo que sobrestima a habilitação e habilidade da ONU para resolver conflitos.
Não sei se já alguém disse isto mas parece-me que a visão (segundo a Susana do “sempre idealista Wolfowitz”) Americana para o Iraque assenta na célebre teoria do dominó mas ao contrário. Por todas as razões mais algumas (petróleo, 11 de Setembro, Israel – não necessariamente por esta ordem) é fundamental para os EUA (e para o Mundo Ocidental) demonstrar que a Democracia, a economia de mercado e o laicismo não são incompatíveis com a cultura e sociedades Islâmicas.
Concordo que poderiam ter escolhido um test-case mais favorável para o exercício de nation-building (já que o Iraque será tudo menos uma nação) mas lá que o Saddam andava a pedi-las...
FA
segunda-feira, fevereiro 23, 2004
Serás... até ao fim!
A propósito recém-estreado do filme do Mel Gibson sobre as últimas horas da vida de Cristo e deste comentário do Rua da Judiaria, deixo aqui o link para a resposta do António que gostava de ter sido eu a escrever.
Uma coisa é história, outra religião e outra a liberdade dos Homens. Não necessariamente por esta ordem.
FA
A propósito recém-estreado do filme do Mel Gibson sobre as últimas horas da vida de Cristo e deste comentário do Rua da Judiaria, deixo aqui o link para a resposta do António que gostava de ter sido eu a escrever.
Uma coisa é história, outra religião e outra a liberdade dos Homens. Não necessariamente por esta ordem.
FA
Vou avisar o Zé!
Ao contrário do que dizem alguns por aí, os problemas levantados pela imigração não preocupam só as mentes de direitistas fanáticos neo-fascizantes e reaccionários. Ou então é mesmo verdade que a Europa está dominada por direitistas fanáticos neo fascizantes e reaccionários sem que os baluartes da liberdade tivessem dado por isso.
Vou avisar o David (Blankett)!
FA
Ao contrário do que dizem alguns por aí, os problemas levantados pela imigração não preocupam só as mentes de direitistas fanáticos neo-fascizantes e reaccionários. Ou então é mesmo verdade que a Europa está dominada por direitistas fanáticos neo fascizantes e reaccionários sem que os baluartes da liberdade tivessem dado por isso.
Vou avisar o David (Blankett)!
FA
sexta-feira, fevereiro 20, 2004
CENAS DE PREPARAÇÃO PARA UMA VIDA CONJUGAL II
(ou, deve ser isto a globalização)
A duas semanas do casamento, dos três padrinhos do noivo que vive numa ilha: Um foi passar uma semana a Paris, outro está desaparecido (e não responde a mails) e o terceiro vai para Israel.
Lado positivo: nenhum dos três é rapazinho para faltar a um almoço grátis.
DBH
(ou, deve ser isto a globalização)
A duas semanas do casamento, dos três padrinhos do noivo que vive numa ilha: Um foi passar uma semana a Paris, outro está desaparecido (e não responde a mails) e o terceiro vai para Israel.
Lado positivo: nenhum dos três é rapazinho para faltar a um almoço grátis.
DBH
CENAS DE PREPARAÇÃO PARA UMA VIDA CONJUGAL
(post de aviso ao FA, com devida vénia à Charlotte)
DBH - O que é que dois padrinhos oferecem a um noivo?
JV - A este não sei...
DBH - Qualquer coisa com significado...
JV - Pois, tipo não chegar atrasados ao casamento?
(post de aviso ao FA, com devida vénia à Charlotte)
DBH - O que é que dois padrinhos oferecem a um noivo?
JV - A este não sei...
DBH - Qualquer coisa com significado...
JV - Pois, tipo não chegar atrasados ao casamento?
It’s neither here nor there…
A notícia do público dizia: Candidatos a Advogados Podem Ter Exame Nacional à Saída da Faculdade. Podia também ser: Candidatos a Exame Nacional podem ter Advogados à Saída da Faculdade ou, melhor ainda, Candidatos a Faculdade podem ter Advogados à Saída do Exame Nacional...
Quando é que estas alminhas vão perceber que o critério mais eficiente, justo, adequado, equilibrado, prudente e razoável é o mercado. Podem limitar o número de vagas de cursos de Direito se quiserem que não resolve o problema. Bastava exigir a todos os licenciados em Direito que querem ser Advogados que conseguissem um contrato formal de estágio remunerado por dois anos com um exame (que até pode ficar como está) no final do estágio ministrado pela Ordem. Assim garantir-se-ia que só chegariam ao fim: 1) quem tem mérito; 2) quem o mercado precisa.
Seria difícil e deixaria muitos para trás? Pois é, os sistemas que assentam no mérito têm destas coisas.
FA
A notícia do público dizia: Candidatos a Advogados Podem Ter Exame Nacional à Saída da Faculdade. Podia também ser: Candidatos a Exame Nacional podem ter Advogados à Saída da Faculdade ou, melhor ainda, Candidatos a Faculdade podem ter Advogados à Saída do Exame Nacional...
Quando é que estas alminhas vão perceber que o critério mais eficiente, justo, adequado, equilibrado, prudente e razoável é o mercado. Podem limitar o número de vagas de cursos de Direito se quiserem que não resolve o problema. Bastava exigir a todos os licenciados em Direito que querem ser Advogados que conseguissem um contrato formal de estágio remunerado por dois anos com um exame (que até pode ficar como está) no final do estágio ministrado pela Ordem. Assim garantir-se-ia que só chegariam ao fim: 1) quem tem mérito; 2) quem o mercado precisa.
Seria difícil e deixaria muitos para trás? Pois é, os sistemas que assentam no mérito têm destas coisas.
FA
Top of the pops!
Amanhã lá estarei na Politicos a reservar o meu exemplar. Pedidos de encomendas para oquintodosimperios@hotmail.com sujeitas a comissão de 25% sem incluir despesas de correio.
FA
Amanhã lá estarei na Politicos a reservar o meu exemplar. Pedidos de encomendas para oquintodosimperios@hotmail.com sujeitas a comissão de 25% sem incluir despesas de correio.
FA
quinta-feira, fevereiro 19, 2004
UM CARTAZ DO OUTRO MUNDO
Já conhecemos a falta de credibilidade do Bloco de Esquerda em qualquer debate que implique dados factuais ou científicos. Sabemos que preferem as mezinhas e os raikis à Ordem dos Médicos, que consideram como prova científica um qualquer artigo escrito por um qualquer simpatizante das causas fracturantes.
É sabido, também, que acreditam que é possível existirem outros mundos e que têm falta de apoios técnicos para os devaneios legais que apresentam...
... Mas pôr cartazes côr de rosa com extra-terrestres a promover o aborto? Não há ninguém neste mundo melhor para apoiar um referendo?
DBH
Já conhecemos a falta de credibilidade do Bloco de Esquerda em qualquer debate que implique dados factuais ou científicos. Sabemos que preferem as mezinhas e os raikis à Ordem dos Médicos, que consideram como prova científica um qualquer artigo escrito por um qualquer simpatizante das causas fracturantes.
É sabido, também, que acreditam que é possível existirem outros mundos e que têm falta de apoios técnicos para os devaneios legais que apresentam...
... Mas pôr cartazes côr de rosa com extra-terrestres a promover o aborto? Não há ninguém neste mundo melhor para apoiar um referendo?
DBH
TUDO BONS RAPAZES
Quase nunca estão de acordo, são arrogantes sem vergonha e estão sempre em discussões internas:
O Visconde, O Patriota, o Colombo Português, o John W. Miller, o Português Médio e o Cínico.
Gostava de escrever num blog assim!
Escrevem pérolas como estas:
"As palavras de Sevinato Pinto vêm na linha de outras personalidades que também conquistaram o seu lugar na história. Vejamos algumas:
- Eles parecem chateados
- Isso são fait-divers. Estão chateados e depois? O que vão fazer?
(Nicolau II para Rasputine)
- Isso são fait-divers! Não é por Hitler ter anexado a Áustria que vai querer agora conquistar o mundo.
(O primeiro-ministro Inglês Chamberlain numa das suas últimas conferências de imprensa)
- Ò Marcelo estão tanques na rua
- Lá estão os militares outra vez! Isso são fait-divers. Não se deixe impressionar.
(Conversa telefónica entre Marcelo Caetano e Américo Thomaz na madrugada de 25 de Abril)
- A professora da escola disse que ele não era muito inteligente.
- Isso são fait-divers. Vais ver que neste país ele ainda chega a ministro.
(Resposta do pai de Sevinato Pinto para as preocupações da mãe)"
DBH
Quase nunca estão de acordo, são arrogantes sem vergonha e estão sempre em discussões internas:
O Visconde, O Patriota, o Colombo Português, o John W. Miller, o Português Médio e o Cínico.
Gostava de escrever num blog assim!
Escrevem pérolas como estas:
"As palavras de Sevinato Pinto vêm na linha de outras personalidades que também conquistaram o seu lugar na história. Vejamos algumas:
- Eles parecem chateados
- Isso são fait-divers. Estão chateados e depois? O que vão fazer?
(Nicolau II para Rasputine)
- Isso são fait-divers! Não é por Hitler ter anexado a Áustria que vai querer agora conquistar o mundo.
(O primeiro-ministro Inglês Chamberlain numa das suas últimas conferências de imprensa)
- Ò Marcelo estão tanques na rua
- Lá estão os militares outra vez! Isso são fait-divers. Não se deixe impressionar.
(Conversa telefónica entre Marcelo Caetano e Américo Thomaz na madrugada de 25 de Abril)
- A professora da escola disse que ele não era muito inteligente.
- Isso são fait-divers. Vais ver que neste país ele ainda chega a ministro.
(Resposta do pai de Sevinato Pinto para as preocupações da mãe)"
DBH
quarta-feira, fevereiro 18, 2004
O CLUBE DOS VERBERADORES-REFLECTORES
Há uma boa e uma má notícia.
Primeiro a boa: Depois da iniciativa de José Lamego, no Chiado, surgiu hoje um outro "clube" socialista igualmente dedicado ao superior exercício da reflexão.
Ao que parece, é desta que o PS pretende reflectir sobre política. Boa. Já era tempo.
É divertida esta tendência socialista para a balcanização chique, sintomática numa agremiação que, desde a fuga do Primeiro-Engenheiro, nada mais tem sido capaz de reflectir para além do mais cristalino desnorte.
A má notícia é que entre os responsáveis pela ousada iniciativa (que, note-se, pretende "reeditar espirito dos estados gerais, mas de uma forma permanente"!) se contam as refrescantes presenças do Poeta Alegre, de João Cravinho, Medeiros Ferreira, Helena Roseta e Alberto Martins...
À partida, o estado geral da coisa já é desolador, mas tenho a certeza de que serão capazes de superar todas as expectativas.
JV
Há uma boa e uma má notícia.
Primeiro a boa: Depois da iniciativa de José Lamego, no Chiado, surgiu hoje um outro "clube" socialista igualmente dedicado ao superior exercício da reflexão.
Ao que parece, é desta que o PS pretende reflectir sobre política. Boa. Já era tempo.
É divertida esta tendência socialista para a balcanização chique, sintomática numa agremiação que, desde a fuga do Primeiro-Engenheiro, nada mais tem sido capaz de reflectir para além do mais cristalino desnorte.
A má notícia é que entre os responsáveis pela ousada iniciativa (que, note-se, pretende "reeditar espirito dos estados gerais, mas de uma forma permanente"!) se contam as refrescantes presenças do Poeta Alegre, de João Cravinho, Medeiros Ferreira, Helena Roseta e Alberto Martins...
À partida, o estado geral da coisa já é desolador, mas tenho a certeza de que serão capazes de superar todas as expectativas.
JV
Maquejete moça, que tás dezende?
Votos de boas vindas à blogosfera à Susana. Gostámos particularmente da selecta lista de links!
FA
Votos de boas vindas à blogosfera à Susana. Gostámos particularmente da selecta lista de links!
FA
terça-feira, fevereiro 17, 2004
FICÁMOS HOJE A SABER QUE
- para a Deputada Ilda Figueiredo, a vida intra-uterina não é vida humana (A Senhora Deputada terá brotado de geração espontânea?);
- para a Dra. Ana Gomes era preferível que as 10.000 crianças ao cuidado do Estado não tivessem nascido (Pretenderá acabar com elas agora?).
JV
- para a Deputada Ilda Figueiredo, a vida intra-uterina não é vida humana (A Senhora Deputada terá brotado de geração espontânea?);
- para a Dra. Ana Gomes era preferível que as 10.000 crianças ao cuidado do Estado não tivessem nascido (Pretenderá acabar com elas agora?).
JV
E ANA GOMES, O QUE PENSARÁ DISTO?
Esta Senhora propôs a seguinte alteração a um relatório sobre as consequências da indústria sexual na União Europeia:
Amendment by Joke Swiebel
Amendment 4
Citation 1a (new)
- having regard to the statements made by Mary Wollstonecraft (in 'The Vindication
of the Rights of Women', published in 1792) that marriage is also a form of legal
prostitution and that both wives and prostitutes are oppressed in a similar manner,
because women must undertake that kind of work in order to secure an adequate
means of subsistence in order to survive,
Dado o nome da personagem - Joke -, qualquer outro comentário peca por supérfluo...
JV
Esta Senhora propôs a seguinte alteração a um relatório sobre as consequências da indústria sexual na União Europeia:
Amendment by Joke Swiebel
Amendment 4
Citation 1a (new)
- having regard to the statements made by Mary Wollstonecraft (in 'The Vindication
of the Rights of Women', published in 1792) that marriage is also a form of legal
prostitution and that both wives and prostitutes are oppressed in a similar manner,
because women must undertake that kind of work in order to secure an adequate
means of subsistence in order to survive,
Dado o nome da personagem - Joke -, qualquer outro comentário peca por supérfluo...
JV
DE PUNHO FECHADO
As eleições para a direcção da distrital da Setúbal da Juventude Socialista (JS) provocaram, na passada semana, no Barreiro, momentos de tumulto a ponto de ser necessária a intervenção da Polícia de Segurança Pública e do presidente da Câmara, Emídio Xavier.
De acordo com testemunhas, a VI Convenção da Federação Distrital de Setúbal da Juventude Socialista, prevista para o dia 15 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal do Barreiro ficou marcada pela entrada barrada a alguns dos delegados nomeados e consequentes cenas de agressão entre estes e alguns seguranças privados destacados para o local.
Lá estão eles com a mania das questões fracturantes...
JV
As eleições para a direcção da distrital da Setúbal da Juventude Socialista (JS) provocaram, na passada semana, no Barreiro, momentos de tumulto a ponto de ser necessária a intervenção da Polícia de Segurança Pública e do presidente da Câmara, Emídio Xavier.
De acordo com testemunhas, a VI Convenção da Federação Distrital de Setúbal da Juventude Socialista, prevista para o dia 15 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal do Barreiro ficou marcada pela entrada barrada a alguns dos delegados nomeados e consequentes cenas de agressão entre estes e alguns seguranças privados destacados para o local.
Lá estão eles com a mania das questões fracturantes...
JV
segunda-feira, fevereiro 16, 2004
DEPLORÁVEL RECAPITULAÇÃO
Depois de Carvalho da Silva, Mário Soares e Vasco Gonçalves, o ainda líder do PS veio a terreiro chamar extremista e "do antigo regime" ao CDS.
O estilo não é novo.
No Nome da Rosa, Jorge de Burgos também dizia que o conhecimento se devia cingir à "sublime recapitulação".
Continuamos sem saber que nome dar a este PS. Mas a cor é rosa-velho.
JV
Depois de Carvalho da Silva, Mário Soares e Vasco Gonçalves, o ainda líder do PS veio a terreiro chamar extremista e "do antigo regime" ao CDS.
O estilo não é novo.
No Nome da Rosa, Jorge de Burgos também dizia que o conhecimento se devia cingir à "sublime recapitulação".
Continuamos sem saber que nome dar a este PS. Mas a cor é rosa-velho.
JV
It’s the people stupid!
Regionalizar. Descriminalizar o aborto. Despenalizar o aborto. Referendar o aborto. Criar salas de chuto. Receitar canabis. Legalizar drogas leves. TGV em Pi deitado. TGV em T. Referendo para a Europa. Constituição Europeia. PSP no Iraque. PSP fora do Afeganistão. Educação sexual nas escolas. Casamento de homosexuais. Casa Pia nos tribunais. Casa Pia nos jornais...
...só uma dúvida, não seria melhor descermos todos à terra?
FA
Regionalizar. Descriminalizar o aborto. Despenalizar o aborto. Referendar o aborto. Criar salas de chuto. Receitar canabis. Legalizar drogas leves. TGV em Pi deitado. TGV em T. Referendo para a Europa. Constituição Europeia. PSP no Iraque. PSP fora do Afeganistão. Educação sexual nas escolas. Casamento de homosexuais. Casa Pia nos tribunais. Casa Pia nos jornais...
...só uma dúvida, não seria melhor descermos todos à terra?
FA
UMA BOA DESCULPA
Recebemos, aqui no Quinto, críticas por termos deixado a "Pokerface" como primeiro post visível durante todo o fim de semana.
As nossas mais sinceras desculpas. Entretanto, podem ir passear aqui. Já tínhamos saudades.
DBH
Recebemos, aqui no Quinto, críticas por termos deixado a "Pokerface" como primeiro post visível durante todo o fim de semana.
As nossas mais sinceras desculpas. Entretanto, podem ir passear aqui. Já tínhamos saudades.
DBH
sexta-feira, fevereiro 13, 2004
POKER FACE
O BE, apesar de hoje ser sexta-feira 13, tentou mais uma jogada. Apresentou um Projecto de Lei impreciso e inviável dedicado a uma planta, a cannabis, que não consta estar em vias de extinção.
A maioria pediu que o dito Projecto descesse à comissão para análise. Ora Louçã, sabendo que o seu projecto não tem consistência ciêntifica, e temendo a opinião técnica da Ordem dos Médicos e do Infarmed, decidiu fazer bluff: Disse que há doentes terminais que não podem esperar, pelo que prefere o chumbo no plenário (refira-se a demagogia extrema de quem esperou cinco anos para apresentar este projecto e prefere um chumbo a uma solução).
Como todos os jogadores de poker que perdem a credibilidade, decidiu criar uma manobra de diversão. Disse que o CDS "diaboliza" uma planta, etc..
É pena. Podia antes ter explicado porque é que "endeusa" uma planta em vez de falar sobre os seus princípios activos, ou os mais de 70 canabinoides com diferentes propriedades. Podia, se se preocupasse de facto com as pessoas em vez de com uma plantazinha, ou com a jogada arriscada para os jornais.
DBH
O BE, apesar de hoje ser sexta-feira 13, tentou mais uma jogada. Apresentou um Projecto de Lei impreciso e inviável dedicado a uma planta, a cannabis, que não consta estar em vias de extinção.
A maioria pediu que o dito Projecto descesse à comissão para análise. Ora Louçã, sabendo que o seu projecto não tem consistência ciêntifica, e temendo a opinião técnica da Ordem dos Médicos e do Infarmed, decidiu fazer bluff: Disse que há doentes terminais que não podem esperar, pelo que prefere o chumbo no plenário (refira-se a demagogia extrema de quem esperou cinco anos para apresentar este projecto e prefere um chumbo a uma solução).
Como todos os jogadores de poker que perdem a credibilidade, decidiu criar uma manobra de diversão. Disse que o CDS "diaboliza" uma planta, etc..
É pena. Podia antes ter explicado porque é que "endeusa" uma planta em vez de falar sobre os seus princípios activos, ou os mais de 70 canabinoides com diferentes propriedades. Podia, se se preocupasse de facto com as pessoas em vez de com uma plantazinha, ou com a jogada arriscada para os jornais.
DBH
O FAROL DOS NAUFRAGADOS
Jorge Coelho apresenta-se como o salvador do PS, como o Farol dos naufragados. Há quem pense que esta é uma estratégia repentina, mal pensada.
Que nada! Ele até já tem hino de campanha.
DBH
Jorge Coelho apresenta-se como o salvador do PS, como o Farol dos naufragados. Há quem pense que esta é uma estratégia repentina, mal pensada.
Que nada! Ele até já tem hino de campanha.
DBH
…nós seremos a muralha de “asco”!
Ah, a clarividência dos eleitos! Ah, a coerência dos convictos! Ah, os disparates que se têm que ouvir...
Quantas vezes é preciso repetir: não é "graças ao Vasco Gonçalves somos livres". É "apesar do Vasco Gonçalves somos livres".
FA
Ah, a clarividência dos eleitos! Ah, a coerência dos convictos! Ah, os disparates que se têm que ouvir...
Quantas vezes é preciso repetir: não é "graças ao Vasco Gonçalves somos livres". É "apesar do Vasco Gonçalves somos livres".
FA
quinta-feira, fevereiro 12, 2004
DROGA LOUCURA E MORTE
O Bloco e os seus groupies querem legalizar a cannabis. São progressistas, modernos e arejados.
Pois, pelos vistos Saddam também:
Paris, 12 Fev (Lusa) - Saddam Hussein estava "drogado" quando decidiu invadir o Kuwait, em 1990, afirmou hoje aos microfones de uma rádio francesa um dos colaboradores do deposto presidente iraquiano, o seu chefe de protocolo Issam Rachid Walid.
"Saddam - contou Walid à Europe 1, uma rádio privada - estava completamente drogado. Começou a drogar-se com cannabis em 1959 e, depois, quando tomou o poder (em 1979), drogava-se algumas vezes com heroína. Se decidiu invadir o Kuwait foi porque não estava no seu estado normal. Estava drogado. As drogas fizeram-no perder a cabeça".
O Bloco e os seus groupies querem legalizar a cannabis. São progressistas, modernos e arejados.
Pois, pelos vistos Saddam também:
Paris, 12 Fev (Lusa) - Saddam Hussein estava "drogado" quando decidiu invadir o Kuwait, em 1990, afirmou hoje aos microfones de uma rádio francesa um dos colaboradores do deposto presidente iraquiano, o seu chefe de protocolo Issam Rachid Walid.
"Saddam - contou Walid à Europe 1, uma rádio privada - estava completamente drogado. Começou a drogar-se com cannabis em 1959 e, depois, quando tomou o poder (em 1979), drogava-se algumas vezes com heroína. Se decidiu invadir o Kuwait foi porque não estava no seu estado normal. Estava drogado. As drogas fizeram-no perder a cabeça".
Interlúdio musical
Nem vem que não tem
Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa
Esquenta o ferro, passa minha roupa
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Nem vem que não tem
Nem vem de escada que o incêndio é no porão
Tira o tamanco, tem sinteco no chão
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Nem vem, numa casa de cabloco, já disseram
Um é pouco, dois é bom, três é demais!
Nem vem, guarda seu lugar na fila
Todo homem que vacila, a mulher passa pra trás!
Nem vem que não tem
Pra virar cinza minha brasa demora!
Micho meu papo, mas já vamos’imbora!
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Este espaço foi patrocinado por IKEA.
FA
Nem vem que não tem
Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa
Esquenta o ferro, passa minha roupa
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Nem vem que não tem
Nem vem de escada que o incêndio é no porão
Tira o tamanco, tem sinteco no chão
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Nem vem, numa casa de cabloco, já disseram
Um é pouco, dois é bom, três é demais!
Nem vem, guarda seu lugar na fila
Todo homem que vacila, a mulher passa pra trás!
Nem vem que não tem
Pra virar cinza minha brasa demora!
Micho meu papo, mas já vamos’imbora!
Eu nesse embalo vou botar pra quebrar
Sacudim, sacundá, sacundim, gundim, gundá!
Este espaço foi patrocinado por IKEA.
FA
Ó TU QUE FUMAS
Ficamos sem perceber qual é a opinião barnabaica sobre a questão dos não-fumadores...
DBH
Ficamos sem perceber qual é a opinião barnabaica sobre a questão dos não-fumadores...
DBH
quarta-feira, fevereiro 11, 2004
DE CABEÇA AO VÉU
Caro FA,
Concordo absolutamente com o que escreves, ao afirmar que "aquilo que as pessoas usam na cabeça não pode nunca ser mais importante que aquilo que têm lá dentro", mas não posso aceitar que "Grave é quando aquilo que o vestuário exterioriza tem raízes profundas num quadro socio-familiar de sectarismo e obscurantismo".
Nem vale a pena referir que, numa época pré-wonderbra, esse foi o argumento para se queimar soutiens. Se eu usar, visivelmente, a cruz que trago ao pescoço num país islâmico, posso também ser acusado de sectarismo e obscurantismo.
A religião tem uma expressão física, seja em espaços sagrados (Templos, Igrejas, Mesquitas) como na expressão pessoal. Ambos devem ser respeitados como uma liberdade e um direito individual (aliás é como um direito que algumas mulheres muçulmanas vêem o hijab, para serem reconhecidas pelo o que são e não pelos adornos físicos).
Esta lei é uma verdadeira neta do pior da Revolução Francesa, fazendo tábua rasa da cultura e individualidade de cada um em nome de uma “laicidade” estadista republicana.
Curiosamente o símbolo da revolução Francesa também cobre os cabelos, embora com uma cobertura mais parca sobre o peito.
Talvez as raparigas muçulmanas possam ir às aulas imitando a Marie-Anne, com um barrete frígio na cabeça.
DBH
Caro FA,
Concordo absolutamente com o que escreves, ao afirmar que "aquilo que as pessoas usam na cabeça não pode nunca ser mais importante que aquilo que têm lá dentro", mas não posso aceitar que "Grave é quando aquilo que o vestuário exterioriza tem raízes profundas num quadro socio-familiar de sectarismo e obscurantismo".
Nem vale a pena referir que, numa época pré-wonderbra, esse foi o argumento para se queimar soutiens. Se eu usar, visivelmente, a cruz que trago ao pescoço num país islâmico, posso também ser acusado de sectarismo e obscurantismo.
A religião tem uma expressão física, seja em espaços sagrados (Templos, Igrejas, Mesquitas) como na expressão pessoal. Ambos devem ser respeitados como uma liberdade e um direito individual (aliás é como um direito que algumas mulheres muçulmanas vêem o hijab, para serem reconhecidas pelo o que são e não pelos adornos físicos).
Esta lei é uma verdadeira neta do pior da Revolução Francesa, fazendo tábua rasa da cultura e individualidade de cada um em nome de uma “laicidade” estadista republicana.
Curiosamente o símbolo da revolução Francesa também cobre os cabelos, embora com uma cobertura mais parca sobre o peito.
Talvez as raparigas muçulmanas possam ir às aulas imitando a Marie-Anne, com um barrete frígio na cabeça.
DBH
"Life is as tedious as a twice-told tale
Vexing the dull ear of a drowsy man."William Shakespeare (1564 - 1616), "King John", Act 3 scene 4
O trabalho de um advogado, ao contrário do que supõem os milhares de incautos que frequentam as faculdades de direito da nossa deplorável Universidade, é tudo menos glamoroso. Hoje, a minha manhã passei-a entre Serviços de Finanças e Conservatórias do Registo Civil, onde cometi a vileza de averiguar dinheiros alheios e a vulgaridade de lidar com a morte de uma perspectiva não artística. Comigo levei os documentos necessários, dobrados e escondidos na última Vanity Fair. É a minha ideia de luxo.
FMS
Vexing the dull ear of a drowsy man."William Shakespeare (1564 - 1616), "King John", Act 3 scene 4
O trabalho de um advogado, ao contrário do que supõem os milhares de incautos que frequentam as faculdades de direito da nossa deplorável Universidade, é tudo menos glamoroso. Hoje, a minha manhã passei-a entre Serviços de Finanças e Conservatórias do Registo Civil, onde cometi a vileza de averiguar dinheiros alheios e a vulgaridade de lidar com a morte de uma perspectiva não artística. Comigo levei os documentos necessários, dobrados e escondidos na última Vanity Fair. É a minha ideia de luxo.
FMS
LEGALIZE
O sempre indignado Louçã ataca o governo por mandar enfermeiros e controladores aéreos para o Afeganistão. Grita que a produção de material para fazer heroína aumentou desmesuradamente.
Ora, sabendo que é um adepto do movimento de legalização de droga (Programa-piloto e experimental de distribuição medicamente assistida de heroína aos toxicodependentes de longo curso.; Despenalização do acto de consumo de drogas), ficamos sem saber o que pretende... Quer antes que se envie um despachante oficial?
DBH
O sempre indignado Louçã ataca o governo por mandar enfermeiros e controladores aéreos para o Afeganistão. Grita que a produção de material para fazer heroína aumentou desmesuradamente.
Ora, sabendo que é um adepto do movimento de legalização de droga (Programa-piloto e experimental de distribuição medicamente assistida de heroína aos toxicodependentes de longo curso.; Despenalização do acto de consumo de drogas), ficamos sem saber o que pretende... Quer antes que se envie um despachante oficial?
DBH
Só com um véu, só com um véu!
Querem mesmo falar disto? Então está bem. Para mim não tem o menor interesse saber se as pessoas vão às aulas de véu, kippah, com fios com medalhinhas à Nª Sra. de Fátima, bonés dos Yankees ou aqueles chapéus de malha rastafarianos às risquinhas coloridas (desde que o parceiro de trás veja o quadro). Estou me absolutamente nas tintas.
Não desgosto de uniformes escolares – acho que a uniformidade no vestuário tem uma série de vantagens: mais fácil de manter e limpar, mais barato, evita comparações escusadas entre os alunos bem como o estigma/significado de certas marcas. Mais, não me parece sequer uma questão de escolas públicas/escolas privadas – pelo contrário, acho que as escolas privadas devem ter muito mais autonomia na definição das suas regras de funcionamento. Agora, aquilo que as pessoas usam na cabeça não pode nunca ser mais importante que aquilo que têm lá dentro e ninguém me convence que uma coisa influencia necessariamente a outra.
O que é grave é alunos muçulmanos insurgirem-se nas aulas quando se fala do holocausto nazi negando que alguma vez tenha ocorrido. Grave é que se recusem a aprender teorias evolucionistas. Grave é quando aquilo que o vestuário exterioriza tem raízes profundas num quadro socio-familiar de sectarismo e obscurantismo. Grave é quando esse quadro retrógrado é protegido na sociedade ocidental ao abrigo de princípios multi-culturalistas insensatos. Agora isto não se combate com leis repressivas mas sim investindo a sério na cidadia plena (de direitos mas também de deveres) das minorias étnicas, religiosas, etc.
Finalmente, para aqueles que ainda acham que isto tem a ver com Esquerda/Direita como explicar a votação no Parlamento Francês? Se calhar os deputados do PSF e do PCF que votaram a favor da lei andavam distraídos? Ou então não são de Esquerda?
FA
Querem mesmo falar disto? Então está bem. Para mim não tem o menor interesse saber se as pessoas vão às aulas de véu, kippah, com fios com medalhinhas à Nª Sra. de Fátima, bonés dos Yankees ou aqueles chapéus de malha rastafarianos às risquinhas coloridas (desde que o parceiro de trás veja o quadro). Estou me absolutamente nas tintas.
Não desgosto de uniformes escolares – acho que a uniformidade no vestuário tem uma série de vantagens: mais fácil de manter e limpar, mais barato, evita comparações escusadas entre os alunos bem como o estigma/significado de certas marcas. Mais, não me parece sequer uma questão de escolas públicas/escolas privadas – pelo contrário, acho que as escolas privadas devem ter muito mais autonomia na definição das suas regras de funcionamento. Agora, aquilo que as pessoas usam na cabeça não pode nunca ser mais importante que aquilo que têm lá dentro e ninguém me convence que uma coisa influencia necessariamente a outra.
O que é grave é alunos muçulmanos insurgirem-se nas aulas quando se fala do holocausto nazi negando que alguma vez tenha ocorrido. Grave é que se recusem a aprender teorias evolucionistas. Grave é quando aquilo que o vestuário exterioriza tem raízes profundas num quadro socio-familiar de sectarismo e obscurantismo. Grave é quando esse quadro retrógrado é protegido na sociedade ocidental ao abrigo de princípios multi-culturalistas insensatos. Agora isto não se combate com leis repressivas mas sim investindo a sério na cidadia plena (de direitos mas também de deveres) das minorias étnicas, religiosas, etc.
Finalmente, para aqueles que ainda acham que isto tem a ver com Esquerda/Direita como explicar a votação no Parlamento Francês? Se calhar os deputados do PSF e do PCF que votaram a favor da lei andavam distraídos? Ou então não são de Esquerda?
FA
OLHA, OUTRO!
... disponível para liderar o PS.
Será que também se "mantém solidário" com Ferro Rodrigues?
JV
... disponível para liderar o PS.
Será que também se "mantém solidário" com Ferro Rodrigues?
JV
terça-feira, fevereiro 10, 2004
JULIE WOOD NEVER LOOKED SO GOOD
Durante duas horas voltei a ter 14 anos. Fui ver o Michel Vaillant.
DBH
Durante duas horas voltei a ter 14 anos. Fui ver o Michel Vaillant.
DBH
SOUS LE PAVÉ, RIEN: Não invejo a juventude dos meus pais com tanto ressabio como quando ouço falar da esquerda daquele tempo. Progressista nos propósitos, sonhadora na atitude, pueril e ingénua nos comportamentos. Literariamente estimulante, filosoficamente provocadora. Havia cor, verve e desafio. Hoje não. Hoje, a esquerda é triste e conformada. Abomina o mundo à sua volta, mas não ousa mudá-lo. Detesta os americanos, a globalização e a nova ordem mundial, mas não apresenta alternativa. Rejeita a liberalização das leis laborais, dos serviços nacionais de saúde e o relaxe das fronteiras, mas não se sabe o que quer. É um fim triste, mas previsível. A esquerda da transição de século é uma esquerda de balanço. É uma esquerda que se vê ao espelho. E que não gosta do que vê. Desde os regimes mais atrozes à mais básica e prosaica incompetência, a história da esquerda moderna é a história do rotundo falhanço de modelos perfeitos e ideias salvíficas que esbarram na dura e cruel realidade. E como, sem esses esquemas abstractos, a esquerda não é esquerda, recusa abandoná-los. A diferença, porém, é que hoje não se mexe para os levar à prática. Alardeia-os, mas não lhes dá forma. Prefere viver na ilusão, na redoma protectora. Prefere enganar-se a si própria. Talvez um dia… Bem vistas as coisas, enquanto nada acontece, tudo é possível.
FMS
FMS
A GERAÇÃO BOGUS:
Quando soube que que Stephen Fry tinha filmado Vile Bodies, corri a ler o livro com sofreguidão pouco frequente no leitor lento e indisciplinado que, como Montaigne, também eu sou.
O wit oxfordiano de Evelyn Waugh é uma obsessão com alguns anos e quando peguei em Vile Bodies, os termos de comparação eram uma concorrência manifestamente desleal: Decline and Fall, a trilogia Sword of Honour, a literatura de viagens, algumas short stories e, claro, o deslumbrante e inesquecível Brideshead Revisited.
Quem faz este percurso, arrisca-se a encontrar Vile Bodies como um exercício de estilo vazio, inconsequente, escrito num assomo de diletantismo ou meramente para cumprir o apertado calendário editorial.
Puro engano.
Vile Bodies é Evelyn Waugh vintage, no seu mundo alegórico, a descrever a vacuidade da vida moderna, esvaziada de significado e esperança, a fantasiar a ausência de valores, de objectivos e aspirações da geração “entre deux guerres”, uma geração para lá de qualquer possibilidade de salvação.
O livro é pequeno, a leitura sai escorreita e o retrato de Waugh é perfeito ao centrar a história num pequeno grupo do smart set londrino, a Bright Young People, que, num mundo radicalmente instável, em que a Guerra está iminente e a Inglaterra é uma série de fábricas em decadência, se perdem num escapismo festivo sem fim nem sentido.
Ao deambular sobre o Mito da Guerra dos Anos 30, Vile Bodies está para a prosa inglesa como The Waste Land, de T.S. Eliot, está para a poesia. Aliás, a Inglaterra de que Waugh nos fala é a waste land que sente a Guerra como uma vaga abstracção, mas, de todo o modo, inevitável, irresistível. A waste land que, perante tal força, decide retirar-se da história e refugiar-se numa submissão passiva à sucessão quotidiana de acontecimentos banais e acidentais.
Vile Bodies, para além do puro deleite cómico que proporciona, ajuda a compreender todo o ambiente do período entre as duas Grandes Guerras, uma completa ausência de sentido, um niilismo feroz onde grassaram as idolatrias revolucionária e nacionalista que, pouco mais tarde, se revelaram em todo o seu potencial de destruição.
É, por isso, um impressionante documento moral e histórico, incomparavelmente mais fiel do que qualquer manual escolar.
FMS
Quando soube que que Stephen Fry tinha filmado Vile Bodies, corri a ler o livro com sofreguidão pouco frequente no leitor lento e indisciplinado que, como Montaigne, também eu sou.
O wit oxfordiano de Evelyn Waugh é uma obsessão com alguns anos e quando peguei em Vile Bodies, os termos de comparação eram uma concorrência manifestamente desleal: Decline and Fall, a trilogia Sword of Honour, a literatura de viagens, algumas short stories e, claro, o deslumbrante e inesquecível Brideshead Revisited.
Quem faz este percurso, arrisca-se a encontrar Vile Bodies como um exercício de estilo vazio, inconsequente, escrito num assomo de diletantismo ou meramente para cumprir o apertado calendário editorial.
Puro engano.
Vile Bodies é Evelyn Waugh vintage, no seu mundo alegórico, a descrever a vacuidade da vida moderna, esvaziada de significado e esperança, a fantasiar a ausência de valores, de objectivos e aspirações da geração “entre deux guerres”, uma geração para lá de qualquer possibilidade de salvação.
O livro é pequeno, a leitura sai escorreita e o retrato de Waugh é perfeito ao centrar a história num pequeno grupo do smart set londrino, a Bright Young People, que, num mundo radicalmente instável, em que a Guerra está iminente e a Inglaterra é uma série de fábricas em decadência, se perdem num escapismo festivo sem fim nem sentido.
Ao deambular sobre o Mito da Guerra dos Anos 30, Vile Bodies está para a prosa inglesa como The Waste Land, de T.S. Eliot, está para a poesia. Aliás, a Inglaterra de que Waugh nos fala é a waste land que sente a Guerra como uma vaga abstracção, mas, de todo o modo, inevitável, irresistível. A waste land que, perante tal força, decide retirar-se da história e refugiar-se numa submissão passiva à sucessão quotidiana de acontecimentos banais e acidentais.
Vile Bodies, para além do puro deleite cómico que proporciona, ajuda a compreender todo o ambiente do período entre as duas Grandes Guerras, uma completa ausência de sentido, um niilismo feroz onde grassaram as idolatrias revolucionária e nacionalista que, pouco mais tarde, se revelaram em todo o seu potencial de destruição.
É, por isso, um impressionante documento moral e histórico, incomparavelmente mais fiel do que qualquer manual escolar.
FMS
segunda-feira, fevereiro 09, 2004
Utilidade superveniente da lide
Apesar da reconhecida futilidade de determinadas discussões em que ninguém convence ninguém da sua argumentação quero deixar aqui uma pequena achega ao debate Esquerda/Direita.
Irrita-me a frase feita e repetida à saciedade (à espera que apenas por isso se torne verdadeira) que o Comunismo, como ideia teórica, até é um bom modelo para a sociedade humana só é pena não funcionar na prática. Isto já o ouvi dizer a muitas pessoas inteligentes, algumas até (supostamente) de Direita e confesso que me causa uma perplexidade tremenda (a mim e ao meu amigo Joaquim).
Alguém me consegue explicar como é que um modelo que se baseia na negação do indivíduo pode ser bom? Uma alma caridosa que me ensine como é que um projecto social que aposta na submissão da liberdade inata de criar, de inovar, de construir pode ser positivo para o progresso humano? Será que só por ser (supostamente) uma ideia da Esquerda tem que ter boas intenções?
FA
Apesar da reconhecida futilidade de determinadas discussões em que ninguém convence ninguém da sua argumentação quero deixar aqui uma pequena achega ao debate Esquerda/Direita.
Irrita-me a frase feita e repetida à saciedade (à espera que apenas por isso se torne verdadeira) que o Comunismo, como ideia teórica, até é um bom modelo para a sociedade humana só é pena não funcionar na prática. Isto já o ouvi dizer a muitas pessoas inteligentes, algumas até (supostamente) de Direita e confesso que me causa uma perplexidade tremenda (a mim e ao meu amigo Joaquim).
Alguém me consegue explicar como é que um modelo que se baseia na negação do indivíduo pode ser bom? Uma alma caridosa que me ensine como é que um projecto social que aposta na submissão da liberdade inata de criar, de inovar, de construir pode ser positivo para o progresso humano? Será que só por ser (supostamente) uma ideia da Esquerda tem que ter boas intenções?
FA
domingo, fevereiro 08, 2004
DÚVIDA
Como é que alguém que conseguiu incendiar o PS e "tão afanosa e sistematicamente (...) destruir a credibilidade que o PS acumulou em matéria de política externa nos quase 30 anos que levamos de vida democrática" pode ser nomeada vice-presidente da Internacional Socialista para as questões da paz ?
Se esta notícia se concretizar, acredito que a nomeação oficial de José Eduardo dos Santos para tesoureiro da IS não deva tardar mais do que umas horas.
JV
Como é que alguém que conseguiu incendiar o PS e "tão afanosa e sistematicamente (...) destruir a credibilidade que o PS acumulou em matéria de política externa nos quase 30 anos que levamos de vida democrática" pode ser nomeada vice-presidente da Internacional Socialista para as questões da paz ?
Se esta notícia se concretizar, acredito que a nomeação oficial de José Eduardo dos Santos para tesoureiro da IS não deva tardar mais do que umas horas.
JV
A GOMES DE LÁ PARA BAGDAD
O país vai ficar mais seguro: a Dra. Ana Gomes vai para o Iraque.
Ficamos sem saber se serão as mesmas cimenteiras que terão pago a viagem de José Lamego a pagar a sua.
Entre os observadores internacionais a preocupação é crescente . Parece iminente o reacender do conflito naquele país.
Que Alá os proteja!
JV
O país vai ficar mais seguro: a Dra. Ana Gomes vai para o Iraque.
Ficamos sem saber se serão as mesmas cimenteiras que terão pago a viagem de José Lamego a pagar a sua.
Entre os observadores internacionais a preocupação é crescente . Parece iminente o reacender do conflito naquele país.
Que Alá os proteja!
JV
O ERRO DE CASTING QUE SE SEGUE
Jorge Coelho não tem "qualquer dúvida": sente-se "completamente preparado" para "um dia poder ser líder do PS". Garante apenas que nunca o será contra Ferro Rodrigues, em relação a quem se afirma manter completamente "solidário".
A solidariedade socialista chega a comover.
JV
Jorge Coelho não tem "qualquer dúvida": sente-se "completamente preparado" para "um dia poder ser líder do PS". Garante apenas que nunca o será contra Ferro Rodrigues, em relação a quem se afirma manter completamente "solidário".
A solidariedade socialista chega a comover.
JV
GASTÃO, VEM JÁ AO DONO!!!
O Presidente da República e o Governo concordaram no envio de controladores aéreos, meteorologistas e bombeiros militares para o Afeganistão, no contexto da missão da NATO.
Ferro, Carvalhas e Louçã estão contra.
Diz-me com quem andas, dir-te-ei (de) quem és.
JV
O Presidente da República e o Governo concordaram no envio de controladores aéreos, meteorologistas e bombeiros militares para o Afeganistão, no contexto da missão da NATO.
Ferro, Carvalhas e Louçã estão contra.
Diz-me com quem andas, dir-te-ei (de) quem és.
JV
sábado, fevereiro 07, 2004
FREQUÊNCIA MODeLADA
Mais uma da rádio Barnabé.
Esta declaração de Durão Barroso:
«Os nossos adversários querem que as eleições europeias sejam um factor de perturbação do país, mas seja qual for o resultado eu não sou como outros que fogem»
deu uma notícia com o título:
Durão Barroso desvaloriza eleições europeias
Mais do que obviamente modElada, esta frequência está cada vez mais imoderada.
JV
Mais uma da rádio Barnabé.
Esta declaração de Durão Barroso:
«Os nossos adversários querem que as eleições europeias sejam um factor de perturbação do país, mas seja qual for o resultado eu não sou como outros que fogem»
deu uma notícia com o título:
Durão Barroso desvaloriza eleições europeias
Mais do que obviamente modElada, esta frequência está cada vez mais imoderada.
JV
sexta-feira, fevereiro 06, 2004
HÁ MOURA NO COSTA
No post A ELE (pelo menos) NINGUÉM O CALA - PARTE MMCXXIV (bis) - O REGRESSO citei esta frase lapidar do Poeta Alegre: "o PS é um partido em que ninguém manda calar ninguém."
Na altura, Costa da Europa, então Costa da Bancada, pôs em causa esta afirmação peremptória ao amordaçar caridosamente a Gomes de Lá.
Notícias de hoje voltam a infirmar as sábias palavras do Poeta e a vocação censória do seu protagonista.
Parece que o Dr. Pina Moura incomoda muita gente e ao Dr. António Costa incomoda muito mais.
Reitero o que disse num post anterior:
Parece consensual que (no PS) nem há consenso interno quanto à existência de consenso em torno de quem define a estratégia, quanto mais os modelos.
JV
No post A ELE (pelo menos) NINGUÉM O CALA - PARTE MMCXXIV (bis) - O REGRESSO citei esta frase lapidar do Poeta Alegre: "o PS é um partido em que ninguém manda calar ninguém."
Na altura, Costa da Europa, então Costa da Bancada, pôs em causa esta afirmação peremptória ao amordaçar caridosamente a Gomes de Lá.
Notícias de hoje voltam a infirmar as sábias palavras do Poeta e a vocação censória do seu protagonista.
Parece que o Dr. Pina Moura incomoda muita gente e ao Dr. António Costa incomoda muito mais.
Reitero o que disse num post anterior:
Parece consensual que (no PS) nem há consenso interno quanto à existência de consenso em torno de quem define a estratégia, quanto mais os modelos.
JV
DÚVIDA
O deputado infra-referido acredita mesmo que as candidaturas vencedoras nascem «mais da convergência de vontades do que de calculismos» ou terá pretendido apenas escamotear o facto de que "a (sua) candidatura nasce da convergência da (sua) vontade com o (seu) calculismo"?
JV
O deputado infra-referido acredita mesmo que as candidaturas vencedoras nascem «mais da convergência de vontades do que de calculismos» ou terá pretendido apenas escamotear o facto de que "a (sua) candidatura nasce da convergência da (sua) vontade com o (seu) calculismo"?
JV
PSIQUIATRIAS DO CARRILHO
Fiel à busca sôfrega de conhecimento que já o fizera percorrer os meandros da Filosofia, o deputado Carrilho abalançou-se agora no mundo admirável da Psiquiatria.
Como não queremos que lhe falte nada, aqui ficam umas sugestões de leitura e auto-avaliação, com notas do editor a acompanhar.
A patologia borderline é um desafio aos técnicos de saúde mental, à sociedade e ao indivíduo que, rejeitando, a contesta. Neste livro analisa-se este borderland – território de fronteira – que a pós-modernidade não cessa de expandir, ao mesmo tempo que tenta integrar num destino comum para um futuro mais livre e solidário – é o trabalho do nosso tempo: fazer da parte louca de cada um de nós o germe do desenvolvimento sustentado.
David Golberg e Peter Huxley fornecem uma estrutura inovadora que permite compreender por que é que determinadas perturbações mentais ocorrem em determinadas alturas e qual a sua duração provável.Os seus achados têm importantes implicações no futuro padrão de serviços e nas necessidades de formação dos profissionais de saúde mental.
Dirigido a estudantes e médicos que se iniciam na prática da Psiquiatria. Está concebido de forma a facilitar o estudo, mediante a formulação de perguntas-teste. Pode ser utilizado para avaliar o grau de conhecimentos do leitor, uma vez que contém múltiplas perguntas e respostas dispostas em colunas, facilitando uma rápida revisão das questões associadas às perturbações psiquiátricas descritas no DSM-IV, tipos de terapia e outros temas específicos da Psiquiatria.
Sinceros votos de boa leitura.
JV
Fiel à busca sôfrega de conhecimento que já o fizera percorrer os meandros da Filosofia, o deputado Carrilho abalançou-se agora no mundo admirável da Psiquiatria.
Como não queremos que lhe falte nada, aqui ficam umas sugestões de leitura e auto-avaliação, com notas do editor a acompanhar.
A patologia borderline é um desafio aos técnicos de saúde mental, à sociedade e ao indivíduo que, rejeitando, a contesta. Neste livro analisa-se este borderland – território de fronteira – que a pós-modernidade não cessa de expandir, ao mesmo tempo que tenta integrar num destino comum para um futuro mais livre e solidário – é o trabalho do nosso tempo: fazer da parte louca de cada um de nós o germe do desenvolvimento sustentado.
David Golberg e Peter Huxley fornecem uma estrutura inovadora que permite compreender por que é que determinadas perturbações mentais ocorrem em determinadas alturas e qual a sua duração provável.Os seus achados têm importantes implicações no futuro padrão de serviços e nas necessidades de formação dos profissionais de saúde mental.
Dirigido a estudantes e médicos que se iniciam na prática da Psiquiatria. Está concebido de forma a facilitar o estudo, mediante a formulação de perguntas-teste. Pode ser utilizado para avaliar o grau de conhecimentos do leitor, uma vez que contém múltiplas perguntas e respostas dispostas em colunas, facilitando uma rápida revisão das questões associadas às perturbações psiquiátricas descritas no DSM-IV, tipos de terapia e outros temas específicos da Psiquiatria.
Sinceros votos de boa leitura.
JV
quinta-feira, fevereiro 05, 2004
Antes de ser já o era
O PDP gostou tanto do estilo do João no Glosas a Rosas (ver abaixo) que o repetiu neste post.
Touché meu caro “luzes” (?) ma non troppo! Vamos lá a ver. Ainda que as afirmações do luzes fossem verdadeiras (e dou de barato que o seriam aqui há 15 ou 20 anos em muitos dos casos indicados e por razões históricas muito concretas) aquilo que eu queria ilustrar (e que o luzes parece não ter captado) é que a Direita, ao contrário da Esquerda, não se arroga única defensora da coerência, da paz, da nobreza, da responsabilidade social ou da tolerância. Tem a humildade intelectual suficiente para debater cada tema com pragmatismo e à luz da experiência adquirida. Daí a importância do bom senso.
Mais, no que toca à questão das eleições e referendos, enquanto que a Esquerda vê os temas sob o prisma daquilo que entende ser a modernidade e sempre profundamente convicta da superioridade dos seus argumentos (o que faz pensar para que quererão eleições e referendos), a Direita tem este hábito desusado de respeitar o voto livre dos cidadãos.
São estas pequenas diferenças que tornam o post do luzes pouco mais do que apenas engraçado.
FA
O PDP gostou tanto do estilo do João no Glosas a Rosas (ver abaixo) que o repetiu neste post.
Touché meu caro “luzes” (?) ma non troppo! Vamos lá a ver. Ainda que as afirmações do luzes fossem verdadeiras (e dou de barato que o seriam aqui há 15 ou 20 anos em muitos dos casos indicados e por razões históricas muito concretas) aquilo que eu queria ilustrar (e que o luzes parece não ter captado) é que a Direita, ao contrário da Esquerda, não se arroga única defensora da coerência, da paz, da nobreza, da responsabilidade social ou da tolerância. Tem a humildade intelectual suficiente para debater cada tema com pragmatismo e à luz da experiência adquirida. Daí a importância do bom senso.
Mais, no que toca à questão das eleições e referendos, enquanto que a Esquerda vê os temas sob o prisma daquilo que entende ser a modernidade e sempre profundamente convicta da superioridade dos seus argumentos (o que faz pensar para que quererão eleições e referendos), a Direita tem este hábito desusado de respeitar o voto livre dos cidadãos.
São estas pequenas diferenças que tornam o post do luzes pouco mais do que apenas engraçado.
FA
Aviso
Informa-se que este blog é compropriedade de Martim Borges de Freitas e João Vacas (MBF e JV, correspondentes no Reino dos Belgas), Fernando Albino (FA, no Reino de Sua Majestade Britânica), Francisco Mendes da Silva e Diogo Belford Henriques (FMS e DBH no Reino de Portugal e Algarves).
Impetrações, Imprecações e Implicações para oquintodosimperios@hotmail.com
A Administração do Condomínio
Informa-se que este blog é compropriedade de Martim Borges de Freitas e João Vacas (MBF e JV, correspondentes no Reino dos Belgas), Fernando Albino (FA, no Reino de Sua Majestade Britânica), Francisco Mendes da Silva e Diogo Belford Henriques (FMS e DBH no Reino de Portugal e Algarves).
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A Administração do Condomínio
quarta-feira, fevereiro 04, 2004
SPEAKER'S CORNER
Um amigo perguntou-me ontem, ao jantar, se ainda defendo a criação do Senado, depois de ouvir as opiniões do Dr. Soares no Congresso da Unidade Sindical.
Obviamente que um senado não serviria para o Dr. Soares, mas antes para políticos que já passaram por muito e hoje ninguém os ouve, como Silva Marques, Hermínio Martinho, Ferro Rodrigues ou Manuel Monteiro.
DBH
Um amigo perguntou-me ontem, ao jantar, se ainda defendo a criação do Senado, depois de ouvir as opiniões do Dr. Soares no Congresso da Unidade Sindical.
Obviamente que um senado não serviria para o Dr. Soares, mas antes para políticos que já passaram por muito e hoje ninguém os ouve, como Silva Marques, Hermínio Martinho, Ferro Rodrigues ou Manuel Monteiro.
DBH
GLOSAS A ROSAS
A Direita Lusitana e o 25 de Abril
Por FERNANDO ROSAS
Quarta-feira, 04 de Fevereiro de 2004
Há que reconhecer que eles já criaram uma imagem de marca, os "cavaglieri" lusitanos. Muito engomadinhos e pomposos nesse estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados, com o seu convencionalismo postiço, esse verniz que mal tapa o caceteirismo instintivo e à flor da pele, eles são os herdeiros políticos e culturais da velha direita portuguesa de sempre. Emblematicamente agrupados, por acerto da história, nesse partido que o prof. Diogo Freitas do Amaral criou para uma tarefa que hoje confessa ter-se demonstrado inviável: reeducar democraticamente para a política parlamentar os descendentes das elites do antigo regime. Esse ? o CDS/PP dos dias de hoje: o campo ideológico daquela direita lusitana que não esqueceu nada, nem aprendeu nada. E que também reconhecemos, em versão "hard", no excesso histriónico e no abuso antidemocrático do "Gauleiter" madeirense do PSD, João Jardim, ou, em versão "soft" de revista cor-de-rosa, no registo populista-delicodoce de Santana Lopes e seu séquito. são eles que comandam o actual Governo.
A Esquerda amnésica e o 25 de Abril
Por JV
Quarta-feira, 04 de Fevereiro de 2004
Há que reconhecer que já criaram uma imagem de marca, a aversão parola à gravata, a camisinha Façonnable em tons escuros, o cabelo cuidadosamente em desalinho (e, nalguns casos, o cachimbo incensando a insensatez). Muito sabedores e pretensiosos nesse estilo de compromisso entre o empregado de galeria de arte de terceira categoria e o revolucionário aburguesado, com o seu progressismo postiço, esse verniz que não tapa o caceteirismo instintivo e à flor da pele, eles são os herdeiros políticos e culturais da extrema-esquerda portuguesa de sempre. Emblematicamente escondidos, por acerto da história, no meio de partidos travestidos e fundidos em “movimento”, apostados em fazer esquecer a sua própria história feita do combate activo contra a democracia parlamentar. Essa é a esquerda na moda: o campo ideológico dos que não esqueceram nada e só aprenderam marketing. E que também reconhecemos, na empáfia intelectualeira de Fernando Rosas, o mentor menor da pandilha; em versão “hard” no excesso histriónico e nas pregações hipócritas do “Grande Educador” Louçã; ou, em versão “soft” de revista cor-de-rosa, no registo gauchochic de Miguel Portas. São eles que comandam a actual Oposição.
São eles, juntamente com outros dirigentes do PSD em registo mais discreto, que, neste 30.º aniversário da Revolução portuguesa de 1974/75, querem ajustar contas com a história. Pessoalmente, acho que têm boas razões para o fazer. O processo revolucionário originado no "25 de Abril" foi um momento histórico singular no século XX português: ele fez tremer e abalou nos seus fundamentos a arrogância de uma oligarquia longamente habituada ao privilégio, ao abuso e à prepotência impunes, vivendo próspera e placidamente à sombra de um regime antidemocrático que existia para a servir. O "25 de Abril" deixou entrever um mundo virado do avesso. E os oligarcas de hoje ainda não esqueceram, nem esquecerão tão cedo, o susto de ontem.
São eles, juntamente com outros dirigentes do PCP e PS em registo mais discreto, que, neste 30.º aniversário do 25 de Abril de 1974, querem ajustar contas com a história. Pessoalmente, acho que têm boas razões para o fazer. O processo revolucionário originado no “25 de Abril” foi um momento histórico singular no século XX português: ele fez tremer e abalou nos seus fundamentos a arrogância dos arrivistas jacobinos, apostados na sovietização, cubanização, maoização e albanização do país, rapidamente apegados ao privilégio, ao saque, ao abuso e à prepotência impunes, antevendo a vida próspera e plácida à sombra do regime totalitário que queriam criar para os servir. O 25 de Abril deixou antever um mundo virado do avesso, que os portugueses recusaram de forma firme e pronta. E os aspirantes a déspotas de ontem ainda não esqueceram, nem esquecerão tão cedo, o susto de verem o povo - de que se arrogaram donos e representantes - a repudiar, enojado, as suas “soluções” - para Portugal.
Essa direita, que não esquece nem aprende, escourada em alguma recente historiografia económica neoconservadora, vem contar-nos a lenda de uma economia que, nos idos de 60 e inicio dos 70, crescia euforicamente num processo de "convergência real" com a Europa (para o que a existência de um regime antidemocrático seria irrelevante, quando não vantajosa), até suceder a "tragédia" de Abril, interrompendo essa senda virtuosa do progresso. Escamoteiam o essencial: que esse foi um crescimento assente numa dupla e inexorável injustiça: a imensa injustiça social e regional na distribuição da riqueza e a injustiça política que proibia, reprimia e perseguia qualquer tentativa legal de expressão ou de associação visando a correcção ou a resistência a tal iniquidade. A Revolução portuguesa de 1974/75, é bom não o esquecer, foi, também, um singular momento histórico de inversão dos pesos da balança secularmente desequilibrado entre o capital e o trabalho.
Essa esquerda, que não esquece nem aprende nada, escorada em alguma historiografia marxista não muito recente, vem contar-nos a lenda de uma efémera idade de ouro, um momento fugaz de contacto com o “céu”, que, nos idos de 74 e 75, floria frondosamente num processo de “convergência real” com os outros povos socialistas libertados (para o que a instauração de um regime totalitário seria vantajosa), até suceder a “tragédia” da consolidação da democracia, interrompendo essa senda virtuosa. Escamoteiam o essencial: quem foi que, então, defendeu, de facto, a democracia, quem foram os partidos que se bateram pela institucionalização de um sistema político de modelo ocidental (apesar das retóricas constitucionais).
A direita que vai cautelosamente destilando o discurso da reabilitação do passado e da demonização da revolução, essa mesma cujos antepassados recentes serviram a ditadura, sem estados de alma nem angústias democráticas, em lugares de topo no Estado ou no partido único, descobriu recentemente que só existia democracia em Portugal desde o início dos anos 80, quando a direita reciclada e coligada na AD regressou ao poder. Opondo essa sua democracia de projecto contra-revolucionário à revolução de Abril, espécie de prelúdio não democrático e "totalitário" da nova aurora conservadora.
A esquerda que vai cautelosamente destilando o discurso da reabilitação do seu próprio passado e da demonização do antes e do depois da revolução, essa mesma que serviu ditaduras e procurou instalar uma em Portugal, sem estados de alma nem angústias democráticas, em lugares de responsabilidade política e advogando o sistema de partido único, descobriu recentemente que só existiu verdadeira democracia em Portugal no período de 1974/75 quando pôde dar vazão aos seus ímpetos revanchistas e sabáticos. Opondo essa sua “democracia” de projecto revolucionário à democracia de facto e de direito, reconhecida e aceite como tal em todos os países civilizados, espécie de epílogo burguês e capitalista das novas “auroras cantantes”.
Esquecem que a liberdade foi a primeira coisa a ser conquistada pela "desordem" desde o próprio dia 25 de Abril. Porque foi imposta pela iniciativa popular de massa, na rua, ao próprio movimento militar. Assaltando, desarmada, sob fogo, a sede da polícia política e impondo a sua dissolução e o julgamento dos seus responsáveis aos militares; atacando e destruindo as instalações da censura prévia; marchando sobre as cadeias da PIDE e obrigando à libertação incondicional de todos os presos políticos; conquistando as liberdades de associação e de expressão por modo próprio, muito antes da sua consagração na lei. No decurso do processo revolucionário, é sabido que essas liberdades estiveram, por vezes, sob a mira de tentações várias que ameaçariam a sua sobrevivência. Mas foi porque elas, em todas as circunstâncias, foram mais fortes e prevaleceram como conquistas inabaláveis, isto é, como realidades políticas civicamente conquistadas e não outorgadas pela generosidade de um poder previdente, que foi possível aprovar a Constituição e institucionalizar a democracia em 1976. E, já agora, que foi possível à nova direita regressar à governação com a primeira AD. É por isso que se pode dizer que a revolução, essa explosão multiforme de iniciativa popular, essa força telúrica que, muito para além dos directórios partidários ou militares, ousou partir à conquista do céu, tomar o destino nas mãos, ocupando as ruas, as casas devolutas, as terras do latifúndio, as empresas abandonadas, organizando-se por iniciativa própria e largamente espontânea, essa Revolução de 1974/75 foi a génese específica e distintiva da democracia portuguesa. E que é contra o que resta desse património genético que hoje se afadigam os próceres da direita portuguesa.
Esquecem que não há liberdade sem justiça, e a “desordem” pós-25 de Abril acarretou, necessariamente, muitas e graves violações a estes dois princípios. A manipulação grosseira que então fizeram das, disfemisticamente chamadas, “massas” - grupos ultra-minoritários, como as eleições se encarregaram de demonstrar - condicionaram de forma séria e, nalguns casos irreversível, o movimento militar, composto por gente de todos os quadrantes políticos, e a evolução do próprio país.
No decurso do processo revolucionário, é sabido que as liberdades, mesmo as mais elementares,
estiveram, por vezes, sob a mira de tentações várias desta esquerda que ameaçariam a própria sobrevivência e unidade de Portugal. O cerco à Assembleia Constituinte que protagonizaram e/ou apoiaram demonstra à saciedade a sua fundada crença no sistema em que vivemos e a fé inabalável no tal povo que tanto alardeiam e nos princípios e liberdades que dizem defender. Mas foi porque elas, em todas as circunstâncias, foram mais fortes e prevaleceram como conquistas inabaláveis, isto é, como realidades políticas civicamente conquistadas e não toleradas pela generosidade de um poder tutelar previdente, que foi possível fazer o 25 de Novembro, aprovar a Constituição e institucionalizar a democracia em 1976. E, já agora, que foi possível permitir a esta esquerda anti-sistémica e anti-democrática que aceitasse as regras e se integrasse no sistema político, revelando uma magnanimidade que, se o desfecho tivesse sido outro, nunca teria existido. É por isso que se pode perceber que o PREC seja visto hoje como um grosseiro e anacrónico atentado contra a liberdade individual, a propriedade privada e a economia nacional, responsável em grande medida pela crise que se seguiu, mercê da manipulação multiforme da chamada iniciativa popular, que, com óbvia instigação dos directórios partidários e militares que lhes prometeram a conquista do céu, (sem sentir as cordas do bonecreiro) ocupou de forma atrabiliária, quase sempre caótica e violenta e, em muitos casos, criminosa, as ruas, as casas, estivessem devolutas ou habitadas, as terras de latifúndio e minifúndio, estivessem ou não a ser bem exploradas, as empresas abandonadas e viáveis (desde que não fossem estrangeiras). Foi na rejeição desse modelo e de todos os outro modelos ditatoriais que se fundou o que de melhor vive da Revolução de 1974/75 e foi essa a génese específica e distintiva da democracia portuguesa. E é contra esse património genético que hoje se afadigam os próceres desta esquerda portuguesa.
Mas talvez a bandeira mais apetecida desta direita regressista e nostálgica da gesta dos santos e cavaleiros seja a do colonialismo e da guerra colonial que exaltam sem pudor, condenando, isso sim, o "crime" nefando da descolonização. Quando o crime está, precisamente, nessa guerra injusta e absurda imposta pela ditadura, durante 13 anos, ao povo português e aos povos das colónias, com o seu indizível rasto de horrores, de violências, de abusos, com os cerca de dez mil mortos portugueses e não se sabe quantos angolanos, moçambicanos e guineenses, e de tantos e tantos feridos física e mentalmente para sempre. Foi a cegueira do colonialismo português e do regime que o sustentou a primeira e a principal responsável pela descolonização que foi possível levar a cabo em 1974/75.
Mas talvez uma das bandeiras mais brandidas desta esquerda amnésica e nostálgica da gesta dos comandantes e timoneiros seja a do anti-colonialismo e da falta de respeito pelos que viveram no Ultramar e aí combateram por obrigação ou por convicção numa ideia de Portugal que nem foi sempre minoritária, nem foi sempre inviável, mas que acabou. Esquece as suas responsabilidades na entrega vergonhosa e irresponsável do poder sem qualquer processo de autodeterminação aos grupos combatentes, na instigação continuada da deserção do nosso exército, a sua contribuição activa para a afirmação de dirigentes corruptos e criminosos educados nas escolas soviética e chinesa (e americana), para a eclosão das guerras civis, para o destroçar de sociedades e economias e para a contabilização de milhões de mortos. Esta esquerda aplaudiu ruidosamente o alijar irresponsável da “carga” por parte de Portugal, enquanto caucionou e saudou as intervenções, essas sim, colonialistas de Moscovo e Cuba por todo o continente africano. O resultado das “libertações” que promoveram está hoje à vista de todos.
E é intolerável que 30 anos depois, apesar de tudo nesta democracia que nos sobra, haja forças políticas que se permitam o discurso serôdio da apologia patrioteira da guerra com pouco mais do que o propósito rasteiro de arrebanhar alguns votos entre os antigos militares que a sofreram.
E é intolerável que 30 anos depois, apesar de tudo em democracia, face à miséria, degradação e corrupção que assolam a África, haja forças políticas que se permitam o discurso serôdio da apologia pura e simples das descolonizações e dos “movimentos de libertação nacional” com pouco mais do que o propósito rasteiro de arrebanhar alguns votos entre o mesmo pacifismo suburbano que, no tempo da guerra fria, bramava contra os americanos.
A direita de que vos falo não é uma abstracção retórica ou uma figura de estilo. Ela não só está no poder, como, com os seus um e pouco por cento que lhe dão as últimas sondagens, tem refém toda a política do Governo PSD-PP, dependente do apoio da extrema-direita para manter a maioria parlamentar. Ela é a cara da sua política de privatização da segurança social, de ataque generalizado aos direitos do trabalho, de despesismo megalómano em projectos militares sem sentido na defesa, de perseguição e prisão das mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez e de oposição ao referendo sobre a despenalização, de estrangulamento do ensino superior público e da investigação, das políticas xenófobas e discriminatórias em matéria da imigração ou da impotência generalizada no domínio da justiça.
A esquerda de que vos falo não é uma abstracção retórica ou uma figura de estilo. Ela não só condiciona tentacularmente o poder mediático, como, com os seus dois e pouco por cento que lhe deram as urnas, tem refém toda a oposição, dependente do apoio da extrema-esquerda para apresentar propostas ou tentar fazer a diferença. Ela é a cara da tolerância face ao terrorismo, da imposição da ditadura das minorias, do igualitarismo cego, do despesismo como solução para todos os problemas, da desconsideração pelo papel e importância das forças armadas, da retórica da procupação social mas do desconhecimento profundo da realidade, da desconsideração dos direitos das crianças por nascer, tratando-os como massa de células irrelevante, como vida putativa apenas e só “se a dona da barriga” a quiser, da desconsideração e desrespeito pelas tradições, hábitos, costumes e crenças do seu próprio povo, do facilitismo desculpante, do absoluto relativismo, do ataque reiterado ao papel das polícias, da sobranceria pseudo-intelectual de pacotilha, do revisionismo da sua própria (e triste) história.
Esta minoria radical, populista e trauliteira puxou para a direita a direita portuguesa. Uns e outros levaram o país, o país que trabalha, que estuda, que ensina, que cria, a uma das piores crises da sua história recente.
Esta minoria radical, populista e trauliteira puxou para a esquerda a já esquerdeada esquerda portuguesa. Uns e outros querem levar o país, o país que trabalha, que estuda, que ensina, que cria, a uma das piores crises da sua história recente.
Oxalá a convocatória ao debate cívico deste 30.º aniversário do 25 de Abril possa contribuir para desmontar a pressão para o esvaziamento ritual da efeméride ou até para a sua negação, implícitos nos propósitos ideológicos das direitas no poder. Também com esse debate, e trinta anos depois, estaremos discutir os destinos da democracia portuguesa.
Oxalá a convocatória ao debate cívico deste 30.º aniversário do 25 de Abril possa contribuir para desmontar a pressão para o endeusamento ritual e acrítico da efeméride e, assim, para a sua negação, implícitos nos propósitos ideológicos desta esquerda assente no quarto poder. Também com esse debate, e trinta anos depois, estaremos a discutir os destinos da democracia portuguesa.
JV
A Direita Lusitana e o 25 de Abril
Por FERNANDO ROSAS
Quarta-feira, 04 de Fevereiro de 2004
Há que reconhecer que eles já criaram uma imagem de marca, os "cavaglieri" lusitanos. Muito engomadinhos e pomposos nesse estilo de compromisso entre o vendedor de Alfa Romeos e o estagiário pretensioso de firma chique de advogados, com o seu convencionalismo postiço, esse verniz que mal tapa o caceteirismo instintivo e à flor da pele, eles são os herdeiros políticos e culturais da velha direita portuguesa de sempre. Emblematicamente agrupados, por acerto da história, nesse partido que o prof. Diogo Freitas do Amaral criou para uma tarefa que hoje confessa ter-se demonstrado inviável: reeducar democraticamente para a política parlamentar os descendentes das elites do antigo regime. Esse ? o CDS/PP dos dias de hoje: o campo ideológico daquela direita lusitana que não esqueceu nada, nem aprendeu nada. E que também reconhecemos, em versão "hard", no excesso histriónico e no abuso antidemocrático do "Gauleiter" madeirense do PSD, João Jardim, ou, em versão "soft" de revista cor-de-rosa, no registo populista-delicodoce de Santana Lopes e seu séquito. são eles que comandam o actual Governo.
A Esquerda amnésica e o 25 de Abril
Por JV
Quarta-feira, 04 de Fevereiro de 2004
Há que reconhecer que já criaram uma imagem de marca, a aversão parola à gravata, a camisinha Façonnable em tons escuros, o cabelo cuidadosamente em desalinho (e, nalguns casos, o cachimbo incensando a insensatez). Muito sabedores e pretensiosos nesse estilo de compromisso entre o empregado de galeria de arte de terceira categoria e o revolucionário aburguesado, com o seu progressismo postiço, esse verniz que não tapa o caceteirismo instintivo e à flor da pele, eles são os herdeiros políticos e culturais da extrema-esquerda portuguesa de sempre. Emblematicamente escondidos, por acerto da história, no meio de partidos travestidos e fundidos em “movimento”, apostados em fazer esquecer a sua própria história feita do combate activo contra a democracia parlamentar. Essa é a esquerda na moda: o campo ideológico dos que não esqueceram nada e só aprenderam marketing. E que também reconhecemos, na empáfia intelectualeira de Fernando Rosas, o mentor menor da pandilha; em versão “hard” no excesso histriónico e nas pregações hipócritas do “Grande Educador” Louçã; ou, em versão “soft” de revista cor-de-rosa, no registo gauchochic de Miguel Portas. São eles que comandam a actual Oposição.
São eles, juntamente com outros dirigentes do PSD em registo mais discreto, que, neste 30.º aniversário da Revolução portuguesa de 1974/75, querem ajustar contas com a história. Pessoalmente, acho que têm boas razões para o fazer. O processo revolucionário originado no "25 de Abril" foi um momento histórico singular no século XX português: ele fez tremer e abalou nos seus fundamentos a arrogância de uma oligarquia longamente habituada ao privilégio, ao abuso e à prepotência impunes, vivendo próspera e placidamente à sombra de um regime antidemocrático que existia para a servir. O "25 de Abril" deixou entrever um mundo virado do avesso. E os oligarcas de hoje ainda não esqueceram, nem esquecerão tão cedo, o susto de ontem.
São eles, juntamente com outros dirigentes do PCP e PS em registo mais discreto, que, neste 30.º aniversário do 25 de Abril de 1974, querem ajustar contas com a história. Pessoalmente, acho que têm boas razões para o fazer. O processo revolucionário originado no “25 de Abril” foi um momento histórico singular no século XX português: ele fez tremer e abalou nos seus fundamentos a arrogância dos arrivistas jacobinos, apostados na sovietização, cubanização, maoização e albanização do país, rapidamente apegados ao privilégio, ao saque, ao abuso e à prepotência impunes, antevendo a vida próspera e plácida à sombra do regime totalitário que queriam criar para os servir. O 25 de Abril deixou antever um mundo virado do avesso, que os portugueses recusaram de forma firme e pronta. E os aspirantes a déspotas de ontem ainda não esqueceram, nem esquecerão tão cedo, o susto de verem o povo - de que se arrogaram donos e representantes - a repudiar, enojado, as suas “soluções” - para Portugal.
Essa direita, que não esquece nem aprende, escourada em alguma recente historiografia económica neoconservadora, vem contar-nos a lenda de uma economia que, nos idos de 60 e inicio dos 70, crescia euforicamente num processo de "convergência real" com a Europa (para o que a existência de um regime antidemocrático seria irrelevante, quando não vantajosa), até suceder a "tragédia" de Abril, interrompendo essa senda virtuosa do progresso. Escamoteiam o essencial: que esse foi um crescimento assente numa dupla e inexorável injustiça: a imensa injustiça social e regional na distribuição da riqueza e a injustiça política que proibia, reprimia e perseguia qualquer tentativa legal de expressão ou de associação visando a correcção ou a resistência a tal iniquidade. A Revolução portuguesa de 1974/75, é bom não o esquecer, foi, também, um singular momento histórico de inversão dos pesos da balança secularmente desequilibrado entre o capital e o trabalho.
Essa esquerda, que não esquece nem aprende nada, escorada em alguma historiografia marxista não muito recente, vem contar-nos a lenda de uma efémera idade de ouro, um momento fugaz de contacto com o “céu”, que, nos idos de 74 e 75, floria frondosamente num processo de “convergência real” com os outros povos socialistas libertados (para o que a instauração de um regime totalitário seria vantajosa), até suceder a “tragédia” da consolidação da democracia, interrompendo essa senda virtuosa. Escamoteiam o essencial: quem foi que, então, defendeu, de facto, a democracia, quem foram os partidos que se bateram pela institucionalização de um sistema político de modelo ocidental (apesar das retóricas constitucionais).
A direita que vai cautelosamente destilando o discurso da reabilitação do passado e da demonização da revolução, essa mesma cujos antepassados recentes serviram a ditadura, sem estados de alma nem angústias democráticas, em lugares de topo no Estado ou no partido único, descobriu recentemente que só existia democracia em Portugal desde o início dos anos 80, quando a direita reciclada e coligada na AD regressou ao poder. Opondo essa sua democracia de projecto contra-revolucionário à revolução de Abril, espécie de prelúdio não democrático e "totalitário" da nova aurora conservadora.
A esquerda que vai cautelosamente destilando o discurso da reabilitação do seu próprio passado e da demonização do antes e do depois da revolução, essa mesma que serviu ditaduras e procurou instalar uma em Portugal, sem estados de alma nem angústias democráticas, em lugares de responsabilidade política e advogando o sistema de partido único, descobriu recentemente que só existiu verdadeira democracia em Portugal no período de 1974/75 quando pôde dar vazão aos seus ímpetos revanchistas e sabáticos. Opondo essa sua “democracia” de projecto revolucionário à democracia de facto e de direito, reconhecida e aceite como tal em todos os países civilizados, espécie de epílogo burguês e capitalista das novas “auroras cantantes”.
Esquecem que a liberdade foi a primeira coisa a ser conquistada pela "desordem" desde o próprio dia 25 de Abril. Porque foi imposta pela iniciativa popular de massa, na rua, ao próprio movimento militar. Assaltando, desarmada, sob fogo, a sede da polícia política e impondo a sua dissolução e o julgamento dos seus responsáveis aos militares; atacando e destruindo as instalações da censura prévia; marchando sobre as cadeias da PIDE e obrigando à libertação incondicional de todos os presos políticos; conquistando as liberdades de associação e de expressão por modo próprio, muito antes da sua consagração na lei. No decurso do processo revolucionário, é sabido que essas liberdades estiveram, por vezes, sob a mira de tentações várias que ameaçariam a sua sobrevivência. Mas foi porque elas, em todas as circunstâncias, foram mais fortes e prevaleceram como conquistas inabaláveis, isto é, como realidades políticas civicamente conquistadas e não outorgadas pela generosidade de um poder previdente, que foi possível aprovar a Constituição e institucionalizar a democracia em 1976. E, já agora, que foi possível à nova direita regressar à governação com a primeira AD. É por isso que se pode dizer que a revolução, essa explosão multiforme de iniciativa popular, essa força telúrica que, muito para além dos directórios partidários ou militares, ousou partir à conquista do céu, tomar o destino nas mãos, ocupando as ruas, as casas devolutas, as terras do latifúndio, as empresas abandonadas, organizando-se por iniciativa própria e largamente espontânea, essa Revolução de 1974/75 foi a génese específica e distintiva da democracia portuguesa. E que é contra o que resta desse património genético que hoje se afadigam os próceres da direita portuguesa.
Esquecem que não há liberdade sem justiça, e a “desordem” pós-25 de Abril acarretou, necessariamente, muitas e graves violações a estes dois princípios. A manipulação grosseira que então fizeram das, disfemisticamente chamadas, “massas” - grupos ultra-minoritários, como as eleições se encarregaram de demonstrar - condicionaram de forma séria e, nalguns casos irreversível, o movimento militar, composto por gente de todos os quadrantes políticos, e a evolução do próprio país.
No decurso do processo revolucionário, é sabido que as liberdades, mesmo as mais elementares,
estiveram, por vezes, sob a mira de tentações várias desta esquerda que ameaçariam a própria sobrevivência e unidade de Portugal. O cerco à Assembleia Constituinte que protagonizaram e/ou apoiaram demonstra à saciedade a sua fundada crença no sistema em que vivemos e a fé inabalável no tal povo que tanto alardeiam e nos princípios e liberdades que dizem defender. Mas foi porque elas, em todas as circunstâncias, foram mais fortes e prevaleceram como conquistas inabaláveis, isto é, como realidades políticas civicamente conquistadas e não toleradas pela generosidade de um poder tutelar previdente, que foi possível fazer o 25 de Novembro, aprovar a Constituição e institucionalizar a democracia em 1976. E, já agora, que foi possível permitir a esta esquerda anti-sistémica e anti-democrática que aceitasse as regras e se integrasse no sistema político, revelando uma magnanimidade que, se o desfecho tivesse sido outro, nunca teria existido. É por isso que se pode perceber que o PREC seja visto hoje como um grosseiro e anacrónico atentado contra a liberdade individual, a propriedade privada e a economia nacional, responsável em grande medida pela crise que se seguiu, mercê da manipulação multiforme da chamada iniciativa popular, que, com óbvia instigação dos directórios partidários e militares que lhes prometeram a conquista do céu, (sem sentir as cordas do bonecreiro) ocupou de forma atrabiliária, quase sempre caótica e violenta e, em muitos casos, criminosa, as ruas, as casas, estivessem devolutas ou habitadas, as terras de latifúndio e minifúndio, estivessem ou não a ser bem exploradas, as empresas abandonadas e viáveis (desde que não fossem estrangeiras). Foi na rejeição desse modelo e de todos os outro modelos ditatoriais que se fundou o que de melhor vive da Revolução de 1974/75 e foi essa a génese específica e distintiva da democracia portuguesa. E é contra esse património genético que hoje se afadigam os próceres desta esquerda portuguesa.
Mas talvez a bandeira mais apetecida desta direita regressista e nostálgica da gesta dos santos e cavaleiros seja a do colonialismo e da guerra colonial que exaltam sem pudor, condenando, isso sim, o "crime" nefando da descolonização. Quando o crime está, precisamente, nessa guerra injusta e absurda imposta pela ditadura, durante 13 anos, ao povo português e aos povos das colónias, com o seu indizível rasto de horrores, de violências, de abusos, com os cerca de dez mil mortos portugueses e não se sabe quantos angolanos, moçambicanos e guineenses, e de tantos e tantos feridos física e mentalmente para sempre. Foi a cegueira do colonialismo português e do regime que o sustentou a primeira e a principal responsável pela descolonização que foi possível levar a cabo em 1974/75.
Mas talvez uma das bandeiras mais brandidas desta esquerda amnésica e nostálgica da gesta dos comandantes e timoneiros seja a do anti-colonialismo e da falta de respeito pelos que viveram no Ultramar e aí combateram por obrigação ou por convicção numa ideia de Portugal que nem foi sempre minoritária, nem foi sempre inviável, mas que acabou. Esquece as suas responsabilidades na entrega vergonhosa e irresponsável do poder sem qualquer processo de autodeterminação aos grupos combatentes, na instigação continuada da deserção do nosso exército, a sua contribuição activa para a afirmação de dirigentes corruptos e criminosos educados nas escolas soviética e chinesa (e americana), para a eclosão das guerras civis, para o destroçar de sociedades e economias e para a contabilização de milhões de mortos. Esta esquerda aplaudiu ruidosamente o alijar irresponsável da “carga” por parte de Portugal, enquanto caucionou e saudou as intervenções, essas sim, colonialistas de Moscovo e Cuba por todo o continente africano. O resultado das “libertações” que promoveram está hoje à vista de todos.
E é intolerável que 30 anos depois, apesar de tudo nesta democracia que nos sobra, haja forças políticas que se permitam o discurso serôdio da apologia patrioteira da guerra com pouco mais do que o propósito rasteiro de arrebanhar alguns votos entre os antigos militares que a sofreram.
E é intolerável que 30 anos depois, apesar de tudo em democracia, face à miséria, degradação e corrupção que assolam a África, haja forças políticas que se permitam o discurso serôdio da apologia pura e simples das descolonizações e dos “movimentos de libertação nacional” com pouco mais do que o propósito rasteiro de arrebanhar alguns votos entre o mesmo pacifismo suburbano que, no tempo da guerra fria, bramava contra os americanos.
A direita de que vos falo não é uma abstracção retórica ou uma figura de estilo. Ela não só está no poder, como, com os seus um e pouco por cento que lhe dão as últimas sondagens, tem refém toda a política do Governo PSD-PP, dependente do apoio da extrema-direita para manter a maioria parlamentar. Ela é a cara da sua política de privatização da segurança social, de ataque generalizado aos direitos do trabalho, de despesismo megalómano em projectos militares sem sentido na defesa, de perseguição e prisão das mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez e de oposição ao referendo sobre a despenalização, de estrangulamento do ensino superior público e da investigação, das políticas xenófobas e discriminatórias em matéria da imigração ou da impotência generalizada no domínio da justiça.
A esquerda de que vos falo não é uma abstracção retórica ou uma figura de estilo. Ela não só condiciona tentacularmente o poder mediático, como, com os seus dois e pouco por cento que lhe deram as urnas, tem refém toda a oposição, dependente do apoio da extrema-esquerda para apresentar propostas ou tentar fazer a diferença. Ela é a cara da tolerância face ao terrorismo, da imposição da ditadura das minorias, do igualitarismo cego, do despesismo como solução para todos os problemas, da desconsideração pelo papel e importância das forças armadas, da retórica da procupação social mas do desconhecimento profundo da realidade, da desconsideração dos direitos das crianças por nascer, tratando-os como massa de células irrelevante, como vida putativa apenas e só “se a dona da barriga” a quiser, da desconsideração e desrespeito pelas tradições, hábitos, costumes e crenças do seu próprio povo, do facilitismo desculpante, do absoluto relativismo, do ataque reiterado ao papel das polícias, da sobranceria pseudo-intelectual de pacotilha, do revisionismo da sua própria (e triste) história.
Esta minoria radical, populista e trauliteira puxou para a direita a direita portuguesa. Uns e outros levaram o país, o país que trabalha, que estuda, que ensina, que cria, a uma das piores crises da sua história recente.
Esta minoria radical, populista e trauliteira puxou para a esquerda a já esquerdeada esquerda portuguesa. Uns e outros querem levar o país, o país que trabalha, que estuda, que ensina, que cria, a uma das piores crises da sua história recente.
Oxalá a convocatória ao debate cívico deste 30.º aniversário do 25 de Abril possa contribuir para desmontar a pressão para o esvaziamento ritual da efeméride ou até para a sua negação, implícitos nos propósitos ideológicos das direitas no poder. Também com esse debate, e trinta anos depois, estaremos discutir os destinos da democracia portuguesa.
Oxalá a convocatória ao debate cívico deste 30.º aniversário do 25 de Abril possa contribuir para desmontar a pressão para o endeusamento ritual e acrítico da efeméride e, assim, para a sua negação, implícitos nos propósitos ideológicos desta esquerda assente no quarto poder. Também com esse debate, e trinta anos depois, estaremos a discutir os destinos da democracia portuguesa.
JV
A Esquerda de hoje
A Esquerda de hoje regojiza-se com a morte de um ditador fascista mas enaletece a coerência de um ditador comunista. Distingue, sem problemas de consciência, entre bons e maus ditadores, bons e maus facínoras, bons e maus terroristas. E diz-se coerente.
A Esquerda de hoje apoda de belicista um líder democraticamente eleito dum dos países democráticos mais importantes ao mesmo tempo que esquece o cadastro de um ditador deposto. Sabe que a paz não é o resultado da inação mas é incapaz de agir. E diz-se pacifista.
A Esquerda de hoje toma partido pelos terroristas contra as suas vítimas. Descortina motivos honrosos por detrás dos actos mais detestáveis. E diz-se nobre.
A Esquerda de hoje levanta polémicas que o eleitorado rejeitou ao mesmo tempo que se opõe à modernização e competitividade. Insiste, teimosamente, em modelos ultrapassados e caducos. E diz-se responsável.
A Esquerda de hoje eleva o muticulturalismo ao grau de religião oficial condenando os princípios e os valores morais à extinção gradual. Protege sempre a minoria, às vezes sem saber bem porquê, sempre em detrimento do interesse comum. E diz-se tolerante.
A Esquerda de hoje vai aprender, eventualmente, à sua própria custa, a importância que tem o bom senso na vida dos Homens.
FA
A Esquerda de hoje regojiza-se com a morte de um ditador fascista mas enaletece a coerência de um ditador comunista. Distingue, sem problemas de consciência, entre bons e maus ditadores, bons e maus facínoras, bons e maus terroristas. E diz-se coerente.
A Esquerda de hoje apoda de belicista um líder democraticamente eleito dum dos países democráticos mais importantes ao mesmo tempo que esquece o cadastro de um ditador deposto. Sabe que a paz não é o resultado da inação mas é incapaz de agir. E diz-se pacifista.
A Esquerda de hoje toma partido pelos terroristas contra as suas vítimas. Descortina motivos honrosos por detrás dos actos mais detestáveis. E diz-se nobre.
A Esquerda de hoje levanta polémicas que o eleitorado rejeitou ao mesmo tempo que se opõe à modernização e competitividade. Insiste, teimosamente, em modelos ultrapassados e caducos. E diz-se responsável.
A Esquerda de hoje eleva o muticulturalismo ao grau de religião oficial condenando os princípios e os valores morais à extinção gradual. Protege sempre a minoria, às vezes sem saber bem porquê, sempre em detrimento do interesse comum. E diz-se tolerante.
A Esquerda de hoje vai aprender, eventualmente, à sua própria custa, a importância que tem o bom senso na vida dos Homens.
FA
terça-feira, fevereiro 03, 2004
GOVERNAR É FÁCIL: Resolver os problemas da paróquia, às vezes, parece fácil. Depois da festa rija no Estádio D. Afonso Henriques em Guimarães - em que os elementos da equipa da casa e do Boavista experimentaram um novo sistema de desempate, mais viril e menos injusto do que a tradicional lotaria dos penalties - as entidades governamentais responsáveis reuniram-se de emergência e encontraram a solução milagrosa para fazer face ao sangue na guelra do povo da bola. Uma lei. Mais uma. Eu aplaudo a prontidão e a solicitude do Governo que apoio (apesar da manifesta incompetência de não terem notado a influência perversa do nome do estádio quando se quer cultivar a paz no desporto). Gostaria, porém, de lembrar que para aculturar os bárbaros por decreto já cá estavam outros antes de nós.
FMS
FMS
A DISTÂNCIA A PERCORRER
O Relativo MC escreve, a propósito do prof. Cavaco Silva:
"(...) já percebeu que o melhor é mesmo distanciar-se tanto quanto lhe for possível do Governo, porque disso dependerão as suas hipóteses de chegara Belém."
Por outras palavras, basta aliás mudar o sujeito da frase, MC confirma o que o País já entendeu: O distanciamento que o Eng. António Guterres tem feito em relação ao seu, próprio, governo tem como meta o Palácio de Belém.
Deve custar, aos anteriores membros deve governo, essa distância crescente, como se verifica no continuar do post:
"(...) com amigos destes os cavaquistas do Governo sabem que podem contar, sempre, com a solidariedade, sempre bonita de se ver, do tutelar mentor."
Pois. Basta mudar "cavaquistas" para "guterristas" e ficamos a conhecer o estado d'alma do partido de Ferro.
DBH
O Relativo MC escreve, a propósito do prof. Cavaco Silva:
"(...) já percebeu que o melhor é mesmo distanciar-se tanto quanto lhe for possível do Governo, porque disso dependerão as suas hipóteses de chegara Belém."
Por outras palavras, basta aliás mudar o sujeito da frase, MC confirma o que o País já entendeu: O distanciamento que o Eng. António Guterres tem feito em relação ao seu, próprio, governo tem como meta o Palácio de Belém.
Deve custar, aos anteriores membros deve governo, essa distância crescente, como se verifica no continuar do post:
"(...) com amigos destes os cavaquistas do Governo sabem que podem contar, sempre, com a solidariedade, sempre bonita de se ver, do tutelar mentor."
Pois. Basta mudar "cavaquistas" para "guterristas" e ficamos a conhecer o estado d'alma do partido de Ferro.
DBH
TIRADO DE UM "POST" DA LUSA:
Bruxelas, 03 Fev (Lusa) - O eurodeputado do CDS/PP José Ribeiro e Castro propôs hoje ao Parlamento Europeu (PE) a instituição do dia 11 de Setembro como Dia Internacional das Vítimas do Terrorismo.
Segundo um comunicado dos deputados do PP ao PE, a proposta foi apresentada à comissão parlamentar das Liberdades e Direitos dos Cidadãos e visa homenagear as vítimas de actos terroristas e repudiar o recurso a este tipo de acções.
O objectivo é que "a União Europeia promova junto dos Estados- Membros e internacionalmente a instituição da homenagem anual às vítimas do terrorismo" que repudie claramente "o recurso a estas formas de crime organizado", lê-se no comunicado.
O dia escolhido corresponde à data do ataque às torres gémeas (World Trade Center), em Nova Iorque, e ao Pentágono, em Washington, a 11 de Setembro de 2001, que fizeram mais de três mil mortos.
A proposta contou com o apoio do presidente daquela comissão parlamentar do PE, o espanhol José Hernandez Mollar, do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), que também assinou o pedido.
A proposta será agora votada na comissão parlamentar das Liberdades e Direitos dos Cidadãos.
DBH
Bruxelas, 03 Fev (Lusa) - O eurodeputado do CDS/PP José Ribeiro e Castro propôs hoje ao Parlamento Europeu (PE) a instituição do dia 11 de Setembro como Dia Internacional das Vítimas do Terrorismo.
Segundo um comunicado dos deputados do PP ao PE, a proposta foi apresentada à comissão parlamentar das Liberdades e Direitos dos Cidadãos e visa homenagear as vítimas de actos terroristas e repudiar o recurso a este tipo de acções.
O objectivo é que "a União Europeia promova junto dos Estados- Membros e internacionalmente a instituição da homenagem anual às vítimas do terrorismo" que repudie claramente "o recurso a estas formas de crime organizado", lê-se no comunicado.
O dia escolhido corresponde à data do ataque às torres gémeas (World Trade Center), em Nova Iorque, e ao Pentágono, em Washington, a 11 de Setembro de 2001, que fizeram mais de três mil mortos.
A proposta contou com o apoio do presidente daquela comissão parlamentar do PE, o espanhol José Hernandez Mollar, do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), que também assinou o pedido.
A proposta será agora votada na comissão parlamentar das Liberdades e Direitos dos Cidadãos.
DBH
ESPAÇO PASSOS (DEFINITIVAMENTE) PERDIDOS
A propósito de maiorias de esquerda, vale a pena lembrar de quem e com quem estamos a falar:
Requerimento:
Considerando que desde o 25 de Abril Portugal estabeleceu relações diplomáticas com a maior parte dos países do Mundo;
Considerando que entre Portugal e a Albânia existe um grande número de afinidades, de ordem geográfica (ambos são países do Sul da Europa e do Mediterrâneo), e em particular existe de comum o facto de serem dois pequenos países alvos de cobiça imperialista;
Considerando, que a Albânia, país pequeno e outrora dependente, conseguiu, baseando-se nas próprias forças, resistir ao cerco dos imperialistas e dos social-imperialistas, transformando-se em país próspero e independente;
Considerando que, por estes factos, a Albânia socialista. constitui um exemplo para todos os povos do Mundo que lutam pela sua emancipação nacional e social:
Requeiro que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informe;
1. Quais as diligências efectuadas até agora para o estabelecimento de relações diplomáticas, comerciais, culturais e outras com a Albânia;
2. Se está nas intenções desse Ministério estabelecer relações diplomáticas com a Albânia;
3. Qual a razão da inexistência de declarações oficiais até este momento sobre o estabelecimento de relações diplomáticas com a Albânia.
O Deputado dia UDP, Afonso Dias.
Requerimento
Considerando que desde o 25 de Abril Portugal estabeleceu relações diplomáticas com a maior parte dos passes do Mundo;
Considerando que a República Popular da China é um grande país socialista cujo crescente prestígio na cena internacional a impôs justamente como um farol para os povos de todo mundo que lutam pela sua emancipação nacional e social;
Considerando que o estabelecimento de relações com a República Popular da China, grande obreira da frente mundial anti-imperialista, é uma peça indispensável de uma política de amizade com todos os povos do Mundo, em particular com os povos do Terceiro Mundo em luta por uma ordem mais justa nas relações internacionais:
Requeiro que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informe:
1. Quais as diligências efectuadas até agora para o estabelecimento de relações diplomáticas, comerciais, culturais e outras com a República Popular da China;
2. Se está nas intenções desse Ministério estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China;
3. Qual a razão da inexistência de declarações oficiais até este momento sobre o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China.
O Deputado da UDP, Afonso Dias.
In Diário da Assembleia Constituinte
Número-- Data da Sessão---Data do Diário-----Página
107--------1976-02-03--------1976-02-04--------3492
Uma coisa é certa, vai ser divertido...
JV
A propósito de maiorias de esquerda, vale a pena lembrar de quem e com quem estamos a falar:
Requerimento:
Considerando que desde o 25 de Abril Portugal estabeleceu relações diplomáticas com a maior parte dos países do Mundo;
Considerando que entre Portugal e a Albânia existe um grande número de afinidades, de ordem geográfica (ambos são países do Sul da Europa e do Mediterrâneo), e em particular existe de comum o facto de serem dois pequenos países alvos de cobiça imperialista;
Considerando, que a Albânia, país pequeno e outrora dependente, conseguiu, baseando-se nas próprias forças, resistir ao cerco dos imperialistas e dos social-imperialistas, transformando-se em país próspero e independente;
Considerando que, por estes factos, a Albânia socialista. constitui um exemplo para todos os povos do Mundo que lutam pela sua emancipação nacional e social:
Requeiro que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informe;
1. Quais as diligências efectuadas até agora para o estabelecimento de relações diplomáticas, comerciais, culturais e outras com a Albânia;
2. Se está nas intenções desse Ministério estabelecer relações diplomáticas com a Albânia;
3. Qual a razão da inexistência de declarações oficiais até este momento sobre o estabelecimento de relações diplomáticas com a Albânia.
O Deputado dia UDP, Afonso Dias.
Requerimento
Considerando que desde o 25 de Abril Portugal estabeleceu relações diplomáticas com a maior parte dos passes do Mundo;
Considerando que a República Popular da China é um grande país socialista cujo crescente prestígio na cena internacional a impôs justamente como um farol para os povos de todo mundo que lutam pela sua emancipação nacional e social;
Considerando que o estabelecimento de relações com a República Popular da China, grande obreira da frente mundial anti-imperialista, é uma peça indispensável de uma política de amizade com todos os povos do Mundo, em particular com os povos do Terceiro Mundo em luta por uma ordem mais justa nas relações internacionais:
Requeiro que o Ministério dos Negócios Estrangeiros informe:
1. Quais as diligências efectuadas até agora para o estabelecimento de relações diplomáticas, comerciais, culturais e outras com a República Popular da China;
2. Se está nas intenções desse Ministério estabelecer relações diplomáticas com a República Popular da China;
3. Qual a razão da inexistência de declarações oficiais até este momento sobre o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Popular da China.
O Deputado da UDP, Afonso Dias.
In Diário da Assembleia Constituinte
Número-- Data da Sessão---Data do Diário-----Página
107--------1976-02-03--------1976-02-04--------3492
Uma coisa é certa, vai ser divertido...
JV
O Sr. Parris responde…
Esta sessão de Q&A (como se diz por aqui) vem no seguimento de um programa de televisão a semana passada em que o jornalista Matthew Parris (sobre)viveu durante uma semana com o subsídio de desemprego num bairro social de Newcastle. O programa teve interesse sobretudo porque repetiu exactamente o mesmo modelo e fez constantes referências a outro programa há 20 anos em que o então jovem deputado conservador Matthew Parris também passou uma semana em Scotswood.
O mais interessante para mim foi a paisagem “huxleyana” que o Sr. Parris encontrou com Prozac e Ritalin amplamente subsidiado pelo serviço nacional de saúde a adultos e crianças. Outro aspecto que me chamou a atenção foi a dimensão espiritual da pobreza muito para além da insuficiência (ou não?!) de £54.65 semanais.
FA
Esta sessão de Q&A (como se diz por aqui) vem no seguimento de um programa de televisão a semana passada em que o jornalista Matthew Parris (sobre)viveu durante uma semana com o subsídio de desemprego num bairro social de Newcastle. O programa teve interesse sobretudo porque repetiu exactamente o mesmo modelo e fez constantes referências a outro programa há 20 anos em que o então jovem deputado conservador Matthew Parris também passou uma semana em Scotswood.
O mais interessante para mim foi a paisagem “huxleyana” que o Sr. Parris encontrou com Prozac e Ritalin amplamente subsidiado pelo serviço nacional de saúde a adultos e crianças. Outro aspecto que me chamou a atenção foi a dimensão espiritual da pobreza muito para além da insuficiência (ou não?!) de £54.65 semanais.
FA
PODEM ESPERAR SENTADOS
A esquerda da blogosfera, que junta dirigentes, militantes e simpatizantes dos partidos à esquerda do PSD, debate o futuro.
Futura coligação, futura maioria, futuro governo. Não descobriram um plano, um programa ou sequer um denominador comum. Leram as sondagens e excitaram-se. Escrevem mesmo que a direita pode começar a fazer as malas...
... Não me parece. Aqueles que estavam habituados a ser a doença infantil do comunismo (esquerdismo) não sabem o que fazer perante a possibilidade de saltar directamente para a outra maleita de esquerda (o parlamentarismo burguês ou, neste caso, fazer parte de uma maioria com o PS).
O eleitorado irá exigir que se discuta esta questão previamente. E não vai compreender a discussão. Será curioso ver a UDP a debater com o PS, mas não vai ser bonito...
DBH
A esquerda da blogosfera, que junta dirigentes, militantes e simpatizantes dos partidos à esquerda do PSD, debate o futuro.
Futura coligação, futura maioria, futuro governo. Não descobriram um plano, um programa ou sequer um denominador comum. Leram as sondagens e excitaram-se. Escrevem mesmo que a direita pode começar a fazer as malas...
... Não me parece. Aqueles que estavam habituados a ser a doença infantil do comunismo (esquerdismo) não sabem o que fazer perante a possibilidade de saltar directamente para a outra maleita de esquerda (o parlamentarismo burguês ou, neste caso, fazer parte de uma maioria com o PS).
O eleitorado irá exigir que se discuta esta questão previamente. E não vai compreender a discussão. Será curioso ver a UDP a debater com o PS, mas não vai ser bonito...
DBH
INIMPUTABILIDADE
Francisco Louçã não precisa de um processo criminal. Necessita antes de rever o seu processo mental.
Passa os dias rodeado pela sua base eleitoral, leia-se jornalistas; conversa com a esquerda do passado, leia-se Pintassilgo e Freitas do Amaral, que o considera o futuro; Fala com os jovens, leia-se dirigentes associativos do secundário, que o consideram uma referência; Lê sondagens excitadas que já aprendeu, intimamente, a desconfiar...
...e depois chega ao plenário para o debate com o PM e vê a realidade: Representa apenas 2,74%
É de levar qualquer um à loucura.
DBH
Francisco Louçã não precisa de um processo criminal. Necessita antes de rever o seu processo mental.
Passa os dias rodeado pela sua base eleitoral, leia-se jornalistas; conversa com a esquerda do passado, leia-se Pintassilgo e Freitas do Amaral, que o considera o futuro; Fala com os jovens, leia-se dirigentes associativos do secundário, que o consideram uma referência; Lê sondagens excitadas que já aprendeu, intimamente, a desconfiar...
...e depois chega ao plenário para o debate com o PM e vê a realidade: Representa apenas 2,74%
É de levar qualquer um à loucura.
DBH
segunda-feira, fevereiro 02, 2004
COM DEZ LETRINHAS APENAS: Na semana passada, dirigi-me a um serviço camarário a fim de tratar de burocracia avulsa de alguém que não conheço, o que é, basicamente, a minha profissão. Sento-me à espera de ser atendido e logo uma estranha me envolve em conversa que não pedi. A senhora, exemplo de vetustez e experiência de vida, insurge-se com léxico belicoso contra uma liquidação de taxa de esgotos, expondo-me a injustiça de todo o regime que subjaz à mesma e, por fim, resumindo a questão como uma tremenda "trafulhice". Antes de se despedir, deixa-me um pedido: "Pense nisso". Assim fiz, esquivando-me para dentro de um taxi e pensando no quão bonita, onomatopaicamente perfeita e impecavelmente portuguesa é a palavra "trafulhice".
FMS
FMS
A FALAR SOZINHO:
O Fim-de-Semana passado foi pródigo em desvarios. O Dr. Louçã grita "inimputável" no Parlamento e o Pai Soares, afogado na sua secular poltrona, ergue o sobrolho, julgando que era para ele.
Eu não me procupo muito com o que o indisputado Rei da Liberdade me chama. O que verdadeiramente me incomoda, é a insistência dos partidos da coligação em darem resposta aos disparates disparados pelo Excelso Fundador da Democracia.
Nos últimos tempos, o Pai Soares não anda muito longe do lunático que me abordava sempre no Bairro Alto e na Brasileira, de guitarra em riste, e que me obrigava a esvaziar a carteira em troca de etilizadas versões de pop inglesa obscura.
Enquanto não fechei a torneira, a triste personagem não fechou a matraca. Agora, já nem se aproxima.
Eu percebo o sentimento de pena que o outrora Lutador Incansável do Progresso provoca. É uma espécie de middle class guilt adaptada ao conflito geracional.
Mas se é só para dormirem descansados, não vale a pena dar resposta. Institucionalize-se o Speaker's Corner. Crie-se o Senado.
FMS
O Fim-de-Semana passado foi pródigo em desvarios. O Dr. Louçã grita "inimputável" no Parlamento e o Pai Soares, afogado na sua secular poltrona, ergue o sobrolho, julgando que era para ele.
Eu não me procupo muito com o que o indisputado Rei da Liberdade me chama. O que verdadeiramente me incomoda, é a insistência dos partidos da coligação em darem resposta aos disparates disparados pelo Excelso Fundador da Democracia.
Nos últimos tempos, o Pai Soares não anda muito longe do lunático que me abordava sempre no Bairro Alto e na Brasileira, de guitarra em riste, e que me obrigava a esvaziar a carteira em troca de etilizadas versões de pop inglesa obscura.
Enquanto não fechei a torneira, a triste personagem não fechou a matraca. Agora, já nem se aproxima.
Eu percebo o sentimento de pena que o outrora Lutador Incansável do Progresso provoca. É uma espécie de middle class guilt adaptada ao conflito geracional.
Mas se é só para dormirem descansados, não vale a pena dar resposta. Institucionalize-se o Speaker's Corner. Crie-se o Senado.
FMS
A PROPÓSITO DO CRIME DA DESCOLONIZAÇÃO
Diz o FN - a propósito de umas declaraçõs de António Pires de Lima sobre Mário Soares - que, "Infelizmente, os "crimes" de democratização e descolonização já prescreveram.".
Vou mais longe que o FN.
Acho que não há lugar a prescrição porque não houve nenhum crime de descolonização.
Não houve, sequer, descolonização...
JV
Diz o FN - a propósito de umas declaraçõs de António Pires de Lima sobre Mário Soares - que, "Infelizmente, os "crimes" de democratização e descolonização já prescreveram.".
Vou mais longe que o FN.
Acho que não há lugar a prescrição porque não houve nenhum crime de descolonização.
Não houve, sequer, descolonização...
JV